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Medicina FTC – 2020.2 Catarina Viterbo ARTRITE PSORIÁSICA E REATIVA Reumatologia – Prof. Emanuela– 07/10/2020 Conceito: é uma condição inflamatória crônica sistêmica e recorrente Pessoas com psoríase, mas pode acontecer dela aparecer antes da psoríase, com um quadro articular sem psoríase e você achar que é uma AR, mas na verdade é uma artrite psoriásica que não iniciou a psoríase ainda. Epidemiologia • Psoríase – 1 a 3% da população adulta → Lembrar que nem todo paciente que tiver psoríase vai desenvolver a artrite psoriásica. • Psoríase – 6 a 42% AP • Raça branca • 20 a 45 anos → sendo que não é comum menor do que 20 e maior que 45 anos. • Sem prevalência por sexo. Apesar de não ter essa prevalência observamos que: o Forma axial → Masculino o Poliarticular simétrica (parecendo até AR) → Feminino Lesões Cutâneas São lesões de psoríase. Como são as lesões? 1. Placas eritematosas descamativas 2. Bem delimitadas 3. Prurido intenso – 2/3 dos pacientes 4. Face extensora membros, tronco, nádegas e couro cabeludo. Fisiopatologia Temos o fatores genéticos (HLA e outros), os fatores mecânicos de estresse e a própria microbiota, onde tem a Disbiose. Esses fatores acabam estimulando o aumento das células imunes, a produção de citocinas como a IL-23, IL- 17, TNF-ALFA e o estímulo das vias de sinalização (do osteometabolismo), que acabam estimulando a remodelação óssea). O aumento dessas citocinas e a ativação células estromais acabam gerando sintomas axiais, remodelação óssea, sintomas periféricos e algumas manifestações extra-articulares. Fatores Preditivos • Duração da doença • Prevalência da artrite aumenta com o tempo (20,5% após 30 anos ) • Tempo médio = 11 anos • Envolvimento cutâneo extenso. Principalmente com: o Comprometimento do couro cabeludo o Comprometimento sulco intergluteo e das regiões perianais. • Comprometimento ungueal • História familiar → muito forte. É um fator positivo para o aparecimento de AP • Uso de corticosteroides → Porque pode aparecer a psoríase pustulosa • Fatores ambientais o Traumas físicos o Infecções (HIV E HEP C) o Obesidade → processo inflamatório Manifestações Clínicas • Pele precede sintomas – 75% → Pele acontece primeiro de articulação. • Artrite e psioriase concomitante – 15% • Manifestações AR precedem – 10% Manifestações de Moll e Wright • Artrite oligoarticular e assimétrica → Mais comum o Joelhos e pequenas art. pés e mãos o Associa-se a entensite (inflamação do local em que o tendão se insere no osso) e dactilite → Sinal patognomônico • Artrite poliarticular o Simétrica ou assimétrica → A AR gosta muito de articulação metacarpofalangeana e interfalangeana proximal e a distal é mais comum o acometimento da osteoartrose e da AP. Então, quando você ve acometimento de interfalangeana distal é mais comum de ser de AP e de osteoartrose. o IFD Dactilite → Dedo em salsicha Artrite mutilante → tem reabsorção de falange é mais comum na AP, pode ter na AR. Telencostase (tem a reabsorção de falange) e o dedo vira realmente uma pele porque não tem osso mais, reabsorveu. Você puxa a ponta do dedo e a pele vem, você solta e ela volta, é um telescópio. Artrite psoriásica Psoríase + acometimento de interfalangeana distal. A interfalangeana proximal e metacarpo falangeana são poupadas Manifestações Moll e Wright • Artrite distal – IFD • Artrite mutilante → não é muito comum, mas acontece e é grave. • Espondilite – 5% → quando acontece o acometimento de eixo é uma espondilite, geralmente assimétrica, então você tem uma sacroileite unilateral. O que a gente não ve na espondilite, na espondilite a gente vê uma sacroileite bilateral. Nesse caso que é unilateral que vemos em 5% dos pacientes afastar infecção. • As formas clínicas podem ser sobrepor → pode ter acometimento periférico, axial e o paciente ter uma artrite, não ser uma espondilite e ser uma AP. Manifestações Clínicas Olhos: são bastante acometidos nessas artrites soronegativas que são as espondiloartrites. • Conjutivite • Uveíte anterior → mais comum • Episclerite • Esclerite • Ceratoconjuntivite seca → Síndrome de Sjogren. Tipos de psoríase • Vulgar – mais comum • Eritrodérmica • Pustular → Muito comum após o uso de corticoides. Manifestações Laboratorias • Não há exames específicos → Mais importante história clínica e exame físico. • Leucocitose • VHS/PCR (provas inflamatórias, muito inespecíficas) – 30 a 40% • Anemia de dça crônica – maior atividade • CCP – 8 a 16% • FAN > 1:80 – 14% o Os anticorpos podem estar positivos, mas eles não são específicos Alterações radiográficas • Não são específicas • Alterações sugestivas o Predileção pelas ART interfalângicas distais → Lembra de AP porque tem uma predileção o Osteopenia periartricular → Muito comum na AR o Artrite periférica mutilante → Muito mais ainda característico de AP o Anquilose desgaste o Assimetria → Porque geralmente AR é assimétrica. o Lesões “Pencil in cup” Lesões “Pencil in cup” Dactilite – Dedo em salsicha Comprometimento axial • Sacroileite assimétrica → importante afastar infeção principalmente tuberculose • Distribuição assimétrica dos sindesmófitos → o que difere da espondilite anquilosante que o padrão é simétrico, nos 2/3 inferiores que é na porção sinovial dessa articulação. Diagnóstico • Exame físico bem feito • Exame de imagem • Exames laboratoriais apesar de não serem específicos • Critério Caspar Tratamento • Dx precoce • TTO adequado • Alvo o Remissão sustentada o Mínima atividade de doença possível, sendo que o ideal é a remissão. Para pelo menos dar uma qualidade de vida para esse paciente. Medidas não farmacológicas • Nutrição: alimentação saudável, funcional, antinflamatória • Redução de peso: por conta da psoríase, que a obesidade é ruim • Fisioterapia: reabilitar esse paciente que está com muita dor articular • Terapia ocupacional • Realização de exercícios • Prescrição de órteses • Educação continuada: o paciente precisa entender sobre a doença dele e entender que não contagia. • Medidas de proteção articular Tratamento farmacológico • Baseada no tipo de acometimento • Gravidade da doença • Resposta ao tratamento • Pode ser influenciada por o Comorbidades o Pref de vias de ADM → preferência do paciente e condição social o Objetivos do pcte → Seria uma pessoa que tem uma psoríase de pele e uma dor articular, mas o que incomoda/deprime a pessoa é a doença de pele, então ela quer uma medicação que melhore a pele, pode até nem melhorar a articulação, mas se melhorar a pele já estou feliz. o Custo do TTO (sus/convenio) o Permissões das agencias regulatórias. → o que a OMS/SUS liberam para esse paciente. Artrite periférica • Forma leve (<4 art): AINES → Hoje não passamos muito tempo com AINES • Formas moderadas (>5 ART) ou resistente a AINES: DMARDS (drogas poupadoras de corticoides – metrotrexato/hidroxicloroquina) • Formas graves: imunobiológicos Doença axial • Leve: lombalgia sem interferência na capacidade funcional • Moderada: sem resposta a AINE. Lombalgia significativa. Rigidez • Biológicos → Tem sacroíleite = uso de imunobiológico Entesite • Prejuízo funcional: O paciente coloca o pé no chão e doi, vai para um festa e não consegue ficar muito tempo em pé. • Ausência de resposta a AINES e terapia local o I-TNF → quando não tem essa resposta usa os inibidores de TNF. Pode ser as interleucinas também. Dactilites 1. AINES 2. DMARDS → Raramente respondem tem que ir para biológicos. 3. Biológicos ARTRITE REATIVA É um outro tipo de espondiloartrite mais ligada a infecção conhecida com Doença de Reiter. Definição: Artrite transitória não purulenta reativa durante ouapós uma infecção intestinal ou urogenital interligadas aos antígenos HLAB27. Epidemiologia • Incidência difícil de ser estimada porque o paciente começa com uma monoartrite, faz uso de antinflamatório e de corticoide, e você não sabe que teve, você não investiga se teve alguma infecção e fica como artrite que melhorou, você nem sabe se foi uma artrite reativa • Doença autolimitada • 1-2% • Semelhante a AR Etiopatogenia • Infecção prévia urogenital e intestinal • HLAB27 – 60% dos pacientes (+) • Bactérias envolvidas o Chlamydia responsável por 50% dos casos o Clostridium o Salmonella o Shiguella o Yersinia ▪ As demais correspondem aos outros 50% o 1-3% ITU Chlamydia – Desenvolvem ARe (Artrite reativa) → Bactérias importante não pode deixar de investigar • Após a infecção urogenital e entérica • Início: mucosite infecciosa • Posterior: disseminação hematogênica com um tropismo para as articulações. Manifestações Clínicas • 1 a 4 semanas após a infecção • Pode ter sintomas de artrite ou ter sintomas inespecíficos. • Sintomas inespecíficos o Mal estar o Febre baixa o Fadiga Manifestações Musculoesqueléticas • Oligoartrite periférica assimétrica o Acomentendo mais MMI: joelhos e tornozelos, MTF (metatarso falangeana) • Início: agudo • Axial: sacroileite unilateral → Como na AP e S. de Reiter • Entesite MMII (Tendão do calcâneo) • Dactilite Manifestações Mucocutaneas • Ceratodermia blenorrágica que é no solado da ponta dos pés • Pustulose palmoplantar em mãos e pés • Balanite Circinada em órgãos genitais Balanite e Ceratoderma, respectivamente Nessa foto vemos as manifestações • Olhos: pode ter uma uveíte, mas a conjuntivite é o mais comum • Órgãos genitais: Balanite circinada • Psoríase ungueal • Ceraroderma blenorrágica • Entesite • Sarcoileíte Manifestações Geniturinárias • Uretrite o Ardor ao urinar o Secreção mucoide e discreta o Exame físico e hiperemia de meato ureteral Manifestações oculares • Conjuntivite → Mais comum • Mas pode ter: o Episclerite o Ceratite o Úlcera a córnea o Uveíte anterior → mais comum na APe e na AP Manifestações Gastrointestinais • Gastroenterite como gatilho • Dias antes da artrite Diagnóstico • Sem critério DX • HX clínica → muito importante precisa avaliar esse paciente e tirar tudo dele. • Exame físico (lesões patognomônicas) → No caso de Reiter tem lesões cutâneas patognomônicas o que ajuda muito no diagnóstico. • Exames laboratoriais → Apesar de não ser específico o HLAB27 é positivo em 60 a 80%. Tratamento • AINE – Sintomáticos • Glicocorticoides – Não é a primeira escolha • Antibióticos – Deve ser estimulado o Eliminação de bactéria deve ser meta. A bactéria tem um trofismo pela articulação • 30-50% cronificam • SSZ (sulfalazina) e MTX (metotrexato) → drogas imunossupressoras • Anti-TNF -Aguardando os Estudos