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Gestão Financeira

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GESTÃO FINANCEIRA 
Eduardo Olbera Ferrer 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 OS FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ........................... 3 
2 AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E A SUA ANÁLISE ............................ 9 
3 O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO ....................................................... 30 
4 FLUXO DE CAIXA .................................................................................... 53 
5 ORÇAMENTO DE CAPITAL ...................................................................... 64 
6 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E MERCADO DE CAPITAIS ................. 78 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1 OS FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
1.1 A administração financeira e a globalização 
Nunca na história da humanidade houve tantas transformações na forma dos seres 
humanos pensarem, agirem, se comunicarem. O avanço da tecnologia diminuiu as 
distâncias possibilitando as pessoas terem acesso a informações, culturas e valores de 
todas as partes do globo. Os mercados passaram a não mais ser vistos localmente, mas 
internacionalmente. Hoje é possível para qualquer um com acesso a computador 
importar o que quiser e de onde quiser, por exemplo. 
Da mesma maneira o capital agora busca possibilidades de investimentos que 
possibilitem retornos cada vez melhores a um nível de risco previamente analisado. 
Além dessa vantagem, esse cenário permite também uma diversificação cada vez 
maior em seus portfólios trazendo mais segurança. 
É com esse meio ambiente que as empresas precisam interagir para sobreviver. Não há 
mais espaço para ineficiência nos meios de produção, pois isso impactará 
negativamente na rentabilidade gerada e, consequentemente, aumentará o risco de 
desinvestimento. As empresas que não conseguirem se encaixar nesse novo cenário 
fatalmente serão fechadas ou simplesmente vendidas. 
No início de 2018, a rede de churrascarias Fogo de Chão foi vendida para o fundo de 
investimentos norte-americano Rhône Capital em uma transação de US$ 560 milhões. É 
um bom exemplo da internacionalização de capital que busca retornos cada vez maiores 
em seus portfólios de investimento (FOGO, 2018). 
 
 
 
 
 
 
4 
 
A bem da verdade, todas as áreas das empresas precisam agregar valor para a 
organização. Os recursos humanos precisam contratar profissionais cada vez mais 
qualificados e desenvolver meios para alinhar estrategicamente as suas competências 
às necessidades da empresa; os profissionais de marketing precisam identificar 
mercados cada vez mais promissores e desenvolver estratégias de crescimento; por 
sua vez, a administração financeira também tem seus desafios: administrar da maneira 
mais eficiente possível os recursos financeiros da empresa. 
Segundo Gitman (2017), 
A administração financeira refere-se ao conjunto de atribuições do 
administrador financeiro de uma empresa. Este é o profissional responsável 
pelas finanças de qualquer tipo de organização: de capital fechado ou 
aberto, grande ou pequena, com ou sem fins lucrativos. Ele realiza as mais 
diversas tarefas, como desenvolver um planejamento ou orçamento, 
conceder crédito aos clientes, avaliar propostas envolvendo grandes 
dispêndios e captar fundos para financiar as operações da empresa. 
(GITMAN, 2017, p. 4) 
 
1.2 A dinâmica das decisões financeiras 
Gitman (2017) estabelece as seguintes funções para a administração financeira no 
ambiente das empresas: 
 
 
 
 
5 
 
É importante observar que a redução dos custos financeiros é o meio pelo qual a 
administração financeira pode agregar valor para a organização. 
1.3 Administração financeira e contabilidade 
A Contabilidade é a ciência que busca, por meio de normas de escrituração e registro, 
fornecer informações financeiras sobre as empresas, posicionando quanto a situação 
estática em um determinado período. 
Entre as principais informações fornecidas pela Contabilidade, destacam-se o balanço 
patrimonial, que informa a posição patrimonial da empresa, e a demonstração de 
resultado do exercício, que mostra como foi a performance comercial em determinado 
exercício. É importante observar que esses documentos são escriturados conforme 
uma legislação específica estabelecida pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis 
(CPC). 
Criado pela Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC tem como objetivo “o estudo, 
o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos 
de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para 
permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à 
centralização e uniformização do seu processo de produção, levando 
sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões 
internacionais”. (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS) 
 
Os relatórios contábeis são, assim, escriturados com base no chamado regime de 
competência em função de questões fiscais. No entanto, fornecem informações 
relevantes para o administrador financeiro quando os exercícios fiscais são analisados 
comparativamente, pois permitem avaliar a evolução da liquidez e do endividamento 
financeiro, por exemplo. Para esse fim, são feitas análises vertical/horizontal e análises 
de índices financeiros. 
O regime de competência é aquele no qual são registradas todas as movimentações 
financeiras da empresa, independentemente de entradas ou saídas efetivas de caixa. 
 
 
 
 
 
6 
 
1.4 Administração financeira e economia 
Os administradores financeiros precisam estar atentos às questões de caráter macro e 
microeconômico, uma vez que podem impactar negativamente nos negócios. 
As variáveis macroambientais fogem ao controle do administrador e se constituem em 
questões de caráter econômico, político-social ou mesmo cultural. O crescimento do 
PIB pode influenciar no nível do emprego e, consequentemente, na capacidade de 
compra das pessoas; instabilidades políticas e sociais podem influenciar a legislação o 
que, por sua vez, poderá impactar negativamente para as famílias. Um bom exemplo é 
o que ocorreu na Venezuela que, antes do período chavista, era um dos melhores 
países da América Latina, se não o melhor, para os investidores. Hoje, sofre com uma 
das crises econômicas mais graves de sua história, passando a se tornar o pior país 
para investimento. 
Além de aspectos de caráter macroeconômico como os já citados, há também 
questões de caráter microeconômicos. 
Segundo Gitman (2017, p. 17), 
o mais importante princípio econômico usado na administração financeira é 
o da análise marginal custo-benefício, com base na qual as decisões 
financeiras devem ser tomadas e as ações devem ser implementadas – 
somente quando os benefícios adicionais superarem os custos marginais. 
As receitas marginais são obtidas analisando-se o aumento na receita total 
decorrente do aumento da venda de mais uma unidade em relação ao montante 
vendido. Os custos marginais são obtidos analisando-se o incremento no custo total 
decorrente do aumento de produção de uma unidade em relação ao montante 
vendido. 
Por exemplo, vamos supor que uma empresa esteja estudando avaliar a substituição 
de uma máquina. A máquina nova trará uma receita de R$ 80.000,00 enquanto que a 
máquina antiga gerava uma receita de R$ 30.000,00. O custo da máquina nova é de R$ 
40.000,00, mas a venda da máquina antiga gerará uma receita de R$ 20.000,00. Seria 
vantajosa a substituição nessas condições? Consideremos aqui a operação feita à vista: 
 
 
 
7 
 
 
1.5 Administrador financeiro 
O administrador financeiro precisa estar atento ao meio ambiente o qual interage, pois 
cada vez mais a competição pelo mercado aumenta. É preciso ter raciocínio lógico, 
analítico e conhecimento do todo que envolve as operações empresariais para que se 
possa tomar as melhores decisões para que possam atingir o seu principal desafio: 
criar valor para o acionista. 
Para tal fim, o administrador financeiro deve realizar então as funções de 
planejamentofinanceiro, tomar decisões de investimento e tomar decisões de 
financiamento tanto no que tange ao curto como o longo prazo. 
O curto prazo consiste em administrar o capital de giro; o longo prazo consiste em 
tomar decisões de investimento notadamente em ativos industriais. É comum observar 
que 99% das atividades do administrador financeiro se dá no curto prazo, pois envolve 
sobretudo o dia a dia da empresa, realizando atividade de conciliação bancária, de 
recebimento e de pagamento. No entanto, o longo prazo envolve estudos bem 
elaborados e as decisões precisam ser bem fundamentadas, pois um viés estratégico 
pode falir uma empresa! 
 
Receita com a máquina nova: R$ 80.000,00 
(–) Receita com a máquina antiga: R$ 30.000,00 
(=) Benefícios marginais: R$ 50.000,00 
Custo de aquisição da máquina nova: R$ 40.000,00 (–) 
Receita de venda da máquina antiga: R$ 20.000,00 (=) 
Custos marginais: R$ 20.000,00 
Benefício líquido = R$ 50.000,00 – R$ 20.000,00 
 
 
 
8 
 
No que tange a sua profissão, o administrador financeiro pode ocupar cargos que vão 
do assistente ou analista financeiro júnior até o cargo de diretor financeiro apoiando 
as atividades de tesouraria, como contas a pagar e a receber, analisando a capacidade 
de pagamento de clientes para determinação de linhas de crédito, negociação de 
créditos em litígio (cobrança de inadimplentes), além de operações de hedge e 
câmbio. Os salários podem variar muito, mas dificilmente são inferiores a US$ 500,00 
conforme cotação de 30 de maio de 2018. 
SAIBA MAIS 
No vídeo “O que os recrutadores buscam para trabalhar no Mercado Financeiro”, Carol 
Medeiros conta o que escutou dos recrutadores ao perguntar o que é preciso para 
trabalhar no mercado financeiro e se certificação é diferencial ou não. Disponível em: 
<https://goo.gl/Eepkha>. Acesso em: 13 jun. 2018. 
 
REFERÊNCIAS 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Conheça o CPC. Disponível em: 
<https://goo.gl/aGweyC>. Acesso em: 8 jun. 2018. 
FERREIRA, José Antônio Stark. Finanças corporativas: conceitos e aplicações. São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 
FOGO de chão é vendida para fundo americano por US$ 560 milhões. Correio 
Braziliense, São Paulo, 21 fev. 2018. Disponível em: <https://goo.gl/UC8w4G>. Acesso 
em: 8 jun. 2018. 
GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de Administração Financeira. 14. ed. São Paulo: 
Pearson Education do Brasil, 2017. 
MEGLIORINI, Evandir; SILVA, Marco Aurélio Valim Reis da. Administração brasileira: 
uma abordagem brasileira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. 
 
 
 
 
 
9 
 
 
2 AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E A SUA ANÁLISE 
2.1 A análise das demonstrações financeiras 
Conforme Gitman (2017, p. 68), “as informações contidas no quadro das 
demonstrações financeiras básicas são muito importantes para diversas partes 
interessadas que necessitam regularmente de medidas de desempenho da empresa”. 
No que se refere ao administrador financeiro, a análise serve como uma forma de 
avaliar o desempenho da organização assim como fornecer tendências considerando o 
ritmo do crescimento dos resultados. Para o analista externo, a análise serve para 
avaliar a capacidade de pagamento da empresa, a evolução do seu endividamento e 
sua capacidade de geração de caixa, o que é muito importante para uma eventual 
avaliação de concessão de crédito. 
2.2 A análise horizontal e a análise vertical 
As análises horizontal e vertical são uma metodologia da análise de balanços que tem 
como principal finalidade avaliar a evolução das contas da empresa sobre diversos 
aspectos, como a estocagem, o endividamento de curto e longo prazos, o faturamento 
e as despesas operacionais. 
A análise começa com o planilhamento do balanço patrimonial, no qual são 
consolidadas as contas de maior relevância. Normalmente, o exercício de análise é 
feito para três períodos. Depois é feita a análise horizontal e a análise vertical. 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
Exemplo: 
Planilhamento do balanço patrimonial da empresa Natura S.A. 
entre os exercícios de 2014 a 2016 
 
Ativo 2014 2015 2016 
Caixa, bancos e investimentos 1.695,9 2.783,6 2.298,8 
Contas a receber de clientes 847,4 909,0 1.051,9 
Estoques 890,0 963,6 835,9 
Impostos a recuperar 240,3 320,3 329,4 
Outros direitos 565,4 1.041,8 286,7 
Total dos ativos circulantes 4.239,0 6.018,3 4.802,7 
Impostos e depósitos judiciais 593,6 789,7 1.076,5 
Outros ativos não circulantes 85,6 17,6 23,0 
Permanente e intangível 2.281,3 2.568,7 2.518,8 
Total dos ativos não circulantes 2.960,5 3.376,0 3.618,3 
Total dos ativos 7.199,5 9.394,3 8.421,0 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
Passivo 2014 2015 2016 
Empréstimos e financiamentos 1.466,5 2.161,3 1.764,4 
Fornecedores 599,6 802,8 814,9 
Salários a pagar 210,5 201,2 208,1 
Impostos a pagar 715,4 1.047,9 1.075,4 
Outras obrigações de curto prazo 126,7 359,4 314,8 
Total dos passivos circulantes 3.118,7 4.572,6 4.177,6 
Empréstimos e financiamentos 2.514,6 3.374,4 2.625,6 
Impostos a pagar 98,9 87,7 237,5 
Outras dívidas de longo prazo 318,6 281,9 384,0 
Total dos passivos não circulantes 2.932,1 3.744,0 3.247,1 
Capital social 427,0 427,0 427,0 
Reservas de lucros 326,4 544,1 809,5 
Outros 395,2 106,6 –240,2 
Total do patrimônio líquido 1.148,6 1.077,7 996,3 
Total dos passivos 7.199,4 9.394,3 8.421,0 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
DRE 2014 2015 2016 
Receita líquida de vendas 7.408,4 7.899,0 7.912,6 
CPV –2.250,1 –2.415,9 –2.446,9 
Lucro Bruto 5.158,3 5.483,1 5.465,7 
Despesas com vendas –2.680,0 –3.020,5 –3.110,1 
Despesas administrativas –1.133,3 –1.271,5 –1.327,0 
Outras receitas/(despesas) operacionais 19,8 65,7 54,4 
Lucro operacional 1.364,8 1.256,8 1.083,0 
Receitas/(despesas) financeiras –268,2 –381,4 –656,0 
LAIR 1.096,6 875,4 427,0 
Impostos –355,1 –352,6 –118,6 
Lucro líquido do exercício 741,5 522,8 308,4 
 
A análise horizontal é uma metodologia de análise de balanços que objetiva analisar as 
variações de uma mesma conta ou subgrupo de contas do balanço patrimonial em 
termos absolutos. A ideia é a de se detectar grandes variações para depois comparar 
com a análise vertical (em termos relativos) e a partir daí então se avaliar a evolução 
patrimonial da empresa. Para se realizar a análise, primeiro se toma o período mais 
antigo como base 100 (100%). Depois, se avalia se houve aumento ou redução em 
termos percentuais em relação a esse período. O cálculo para se analisar a variação 
entre os períodos analisados segue a seguinte fórmula: 
 
AH = [(saldo ano posterior/saldo ano base ou anterior) –1] x 100 
 
 
 
 
13 
 
Análise horizontal: ativos 
 
 
Análise de Balanços da Natura S.A. 
 
Ativo 
 
2014 
 
AH 
 
2015 
 
AH 
 
2016 
 
AH 
Caixa, bancos e 
investimentos 
 
1.695,90 
 
100 
 
2.783,60 
 
64,1 
 
2.298,80 
 
–17,4 
Contas a receber de 
clientes 
 
847,4 
 
100 
 
909 
 
7,3 
 
1.051,90 
 
15,7 
Estoques 890 100 963,6 8,3 835,9 –13,3 
Impostos a recuperar 240,3 100 320,3 33,3 329,4 2,8 
Outros direitos 565,4 100 1.041,80 84,3 286,7 –72,5 
Total dos ativos 
circulantes 
 
4.239,00 
 
100 
 
6.018,30 
 
42 
 
4.802,70 
 
–20,2 
Impostos e depósitos 
judiciais 
 
593,6 
 
100 
 
789,7 
 
33 
 
1.076,50 
 
36,3 
Outros ativos não 
circulantes 
 
85,6 
 
100 
 
17,6 
 
–79,4 
 
23 
 
30,7 
Permanente e intangível 2.281,30 100 2.568,70 12,6 2.518,80 –1,9 
Total dos ativos não 
circulantes 
 
2.960,50 
 
100 
 
3.376,00 
 
14 
 
3.618,30 
 
7,2 
Total dos ativos 7.199,50 100 9.394,30 30,5 8.421,00 –10,4 
 
Pela análise é possível perceber grandes variações na conta caixa da empresa que 
aumentou 64,1% entre 2014 e 2015 e reduziu 17,4% no ano de 2016. Houve ligeiro 
crescimento da conta de clientes e a empresa perceptivelmente está otimizando os 
seus estoques. 
 
 
 
 
 
14 
 
Análise horizontal: passivos 
 
Passivos 2014 AH 2015 AH 2016 AH 
Empréstimos e 
financiamentos1.466,50 
 
100 
 
2.161,30 
 
47,4 
 
1.764,40 
 
–18,4 
Fornecedores 599,6 100 802,8 33,9 814,9 1,5 
Salários a pagar 210,5 100 201,2 -4,4 208,1 3,4 
Impostos a pagar 715,4 100 1.047,90 46,5 1.075,40 2,6 
Outras obrigações de 
curto prazo 
 
126,7 
 
100 
 
359,4 
 
183,7 
 
235,1 
 
–34,6 
Total dos passivos 
circulantes 
 
3.118,70 
 
100 
 
4.572,60 
 
46,6 
 
4.097,90 
 
–10,4 
Empréstimos e 
financiamentos 
 
2.514,60 
 
100 
 
3.374,40 
 
34,2 
 
2.625,60 
 
–22,2 
Impostos a pagar 98,9 100 87,7 –11,3 237,5 170,8 
Outras dívidas de longo 
prazo 
 
318,6 
 
100 
 
281,9 
 
–11,5 
 
384 
 
36,2 
Total dos passivos não 
circulantes 
 
2.932,10 
 
100 
 
3.744,00 
 
27,7 
 
3.247,10 
 
–13,3 
Capital social 427 100 427 0 427 0 
Reservas de lucros 326,4 100 544,1 66,7 809,5 48,8 
Outros 395,2 100 106,6 –73 –240,2 –25,3 
Total do patrimônio 
líquido 
 
1.148,60 
 
100 
 
1.077,70 
 
–6,2 
 
996,3 
 
–7,6 
Total dos passivos 7.199,40 100 9.394,30 30,5 8.341,30 –11,2 
 
 
 
 
 
15 
 
É possível perceber uma oscilação muito grande no endividamento de curto e longo 
prazo nos anos de 2014 e 2015 com redução também grande no ano de 2016, fazendo 
com que os números voltassem praticamente aos mesmos patamares de 2014. Chama 
também a atenção a redução, embora pequena, mas constante do patrimônio líquido 
nos períodos analisados. Houve aumento na conta impostos a pagar entre 2014 e 2015 
e esse número ficou constante em 2016. 
Análise Horizontal: Demonstração de Resultado 
 
DRE 2014 AH 2015 AH 2016 AH 
Receita líquida de vendas 7.408,4 100 7.899,0 6,6 7.912,6 0,2 
CPV –2.250,1 100 –2.415,9 7,4 –2.446,9 1,3 
Lucro Bruto 5.158,3 100 5.483,1 6,3 5.465,7 –0,3 
Despesas com vendas –2.680,0 100 –3.020,5 12,7 –3.110,1 3 
Despesas administrativas –1.133,3 100 –1.271,5 12,2 –1.327,0 4,4 
Outras 
receitas/(despesas) 
operacionais 
 
19,8 
 
100 
 
65,7 
 
231,8 
 
54,4 
 
–17,2 
Lucro operacional 1.364,8 100 1.256,8 –7,9 1.083,0 –13,8 
Receitas/(despesas) 
financeiras 
 
–268,2 
 
100 
 
–381,4 
 
42,2 
 
–656,0 
 
72 
LAIR 1.096,6 100 875,4 –20,2 427,0 –51,2 
Impostos –355,1 100 –352,6 –0,7 –118,6 –66,4 
Lucro líquido do exercício 741,5 100 522,8 –29,5 308,4 –41 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Aqui se verifica que as vendas estão praticamente no mesmo patamar nos períodos 
analisados. Houve, contudo, crescimento gradual e constante das despesas com 
vendas e administrativas e, destacadamente, das despesas financeiras – 42% entre 
2014 e 2015 e 72% entre 2015 e 2016 – o que reflete o elevado perfil de alavancagem 
da empresa, comprometendo inclusive o resultado que vem demonstrando piora nos 
períodos analisados. 
Depois de feita a análise horizontal, é feita complementarmente a análise vertical. A 
proposta é cruzar as informações das oscilações destacadas na análise horizontal para 
checar se o crescimento não foi apenas proporcional ao crescimento dos demais 
números da empresa. 
Por definição, a análise vertical é uma metodologia de análise de balanços que busca 
avaliar a evolução das contas do balanço patrimonial de maneira proporcional. A 
proposta é a de se avaliar a participação de uma conta ou subgrupo de contas do 
balanço sobre um todo e a partir daí analisar a sua evolução comparativamente entre 
os períodos analisados. 
Para os ativos e passivos, a metodologia de cálculo é a mesma, mudando apenas na 
DRE: 
AV = (saldo da conta/total dos ativos/passivos) x 100 (ativos e passivos) 
AV = (saldo da conta/vendas líquidas) x 100 (demonstração de resultado) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
Análise vertical: ativos 
 
Ativo 2014 AV 2015 AV 2016 AV 
Caixa, bancos e investimentos 1.695,9 23,6 2.783,6 29,6 2.298,8 27,3 
Contas a receber de clientes 847,4 11,8 909,0 9,7 1.051,9 12,5 
Estoques 890,0 12,4 963,6 10,3 835,9 9,9 
Impostos a recuperar 240,3 3,3 320,3 3,4 329,4 3,9 
Outros direitos 565,4 7,9 1.041,8 11,1 286,7 3,4 
Total dos ativos circulantes 4.239,0 58,9 6.018,3 64,1 4.802,7 57 
Impostos e depósitos judiciais 593,6 8,2 789,7 8,4 1.076,5 12,8 
Outros ativos não circulantes 85,6 1,2 17,6 0,2 23,0 0,3 
Permanente e intangível 2.281,3 31,7 2.568,7 27,3 2.518,8 29,9 
Total dos ativos não circulantes 2.960,5 41,1 3.376,0 35,9 3.618,3 43 
Total dos ativos 7.199,5 100 9.394,3 100 8.421,0 100 
 
Aqui, é possível verificar na conta caixa destacada na análise horizontal que houve 
oscilação de fato em termos relativos, mas não tão expressiva (oscilação de menos de 
5%). Há uma redução gradual e proporcional da conta estoques, mostrando que de 
fato a empresa está buscando trabalhar em níveis menores, o que contribui 
positivamente para a geração de caixa da empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Passivos 2014 AV 2015 AV 2016 AV 
Empréstimos e financiamentos 1.466,50 20,4 2.161,30 23 1.764,40 21,2 
Fornecedores 599,6 8,3 802,8 8,5 814,9 9,8 
Salários a pagar 210,5 2,9 201,2 2,1 208,1 2,5 
Impostos a pagar 715,4 9,9 1.047,90 11,2 1.075,40 12,9 
Outras obrigações de curto prazo 126,7 1,8 359,4 3,8 235,1 2,8 
Total dos passivos circulantes 3.118,70 43,3 281,9 48,7 384,0 49,1 
Empréstimos e financiamentos 2.514,60 34,9 3.374,40 35,9 3.247,1 31,5 
Impostos a pagar 98,9 1,4 87,7 0,9 427,0 2,8 
Outras dívidas de longo prazo 318,6 4,4 281,9 3 809,5 4,6 
Total dos passivos não 
circulantes 2.932,10 40,7 3.744,0 39,9 3.247,10 38,9 
Capital social 427 5,9 427 4,5 427 5,1 
Reservas de lucros 326,4 4,5 544,1 5,8 809,5 9,7 
Outros 395,2 5,5 106,6 1,1 –240,2 –2,9 
Total do patrimônio líquido 1.148,60 16 1.077,70 11,5 996,3 11,9 
Total dos passivos 7.199,40 100 9.394,30 100 8.341,30 100 
 
O endividamento de curto e longo prazo mostra um pequeno crescimento entre 2014 
e 2015 em termos proporcionais, voltando quase aos mesmos níveis em 2016, no qual 
se verifica que de fato a empresa vem operando da mesma maneira quanto à gestão 
do passivo financeiro nos períodos analisados. O patrimônio líquido mostrou redução 
entre 2014 e 2015 e ficou no mesmo patamar em 2016. 
 
 
 
 
 
19 
 
Análise vertical da Demonstração de Resultado (DRE) 
 
DRE 2014 AV 2015 AV 2016 AV 
Receita líquida de 
vendas 
7.408,4 100 7.899,0 100 7.912,6 100 
CPV –2.250,1 –30,4 –2.415,9 –30,6 –2.446,9 –30,9 
Lucro Bruto 5.158,3 69,6 5.483,1 69,4 5.465,7 69,1 
Despesas com vendas –2.680,0 –36,2 –3.020,5 –38,2 –3.110,1 –39,3 
Despesas 
administrativas 
–1.133,3 –15,3 –1.271,5 –16,1 –1.327,0 –16,8 
Outras 
receitas/(despesas) 
operacionais 
 
19,8 
 
0,3 
 
65,7 
 
0,8 
 
54,4 
 
0,7 
Lucro operacional 1.364,8 18,4 1.256,8 15,9 1.083,0 13,7 
Receitas/(despesas) 
financeiras 
 
–268,2 
 
–3,6 
 
–381,4 
 
–4,8 
 
–656,0 
 
–8,3 
LAIR 1.096,6 14,8 875,4 11,1 427,0 5,4 
Impostos –355,1 –4,8 –352,6 –4,5 –118,6 –1,5 
Lucro líquido do 
exercício 
741,5 10 522,8 6,6 308,4 3,9 
 
É possível observar que a empresa teve pequeno crescimento, mas gradual e 
constante, tanto nas despesas de vendas como administrativas. As despesas 
financeiras mais que dobraram nos períodos analisados, prejudicando, dessa maneira, 
o resultado da empresa. 
Após essas análises se faz necessário buscar uma explicação para as oscilações 
apontadas. Muitas dessas explicações constam nas próprias notas explicativas dos 
balanços, mas, complementarmente, é necessário buscar informações na mídia 
especializada. E, na época, a empresa de fato acusou o impacto do crescimento de 
grandes concorrentes do mesmo setor, além de terem reconhecido trabalhar com uma 
estrutura administrativa inchada. 
 
 
 
20 
 
2.3 Análise de índices financeiros 
Conforme Gitman (2017, p. 70), “a análise de índices envolve métodos de cálculo e 
interpretação de índices financeiros com a finalidade de analisar e monitorar o 
desempenho da empresa”. Completam MEGLIORINI e SILVA (2009, p. 49) explicando 
que “os índices econômico-financeiros são obtidos por meio da relação entre as contas 
ou os grupos de contasdas demonstrações contábeis e podem ser agrupados de 
diferentes maneiras”. Ainda segundo os autores, os índices mais comuns são os de 
liquidez, de atividade, de endividamento e de lucratividade. 
2.3.1 Índices de liquidez 
Os índices de liquidez indicam a capacidade de a empresa honrar os seus 
compromissos. Os índices de liquidez mais comuns são: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
Cada um desses índices indica quantos reais a empresa possui para cada R$ 1,00 de 
dívida. Dessa forma, quanto maior do que 1 for cada índice, melhor. Para o cálculo são 
utilizadas as seguintes fórmulas: 
 
A título de exemplo, observe o cálculo dos índices de liquidez da Natura S.A. para o 
ano de 2014: 
 
 
Para os três exercícios, seriam os seguintes resultados: 
Cálculos dos índices 2014 2015 2016 
Liquidez corrente 1,4 1,3 1,1 
Liquidez seca 1,1 1,1 0,9 
Liquidez geral 0,8 0,8 1,1 
 
 
 
 
22 
 
Em que se percebe que a empresa possui boa capacidade para honrar seus 
compromissos tanto de curto como de longo prazo, observado o resultado próximo 
de 1. 
2.3.2 Índices de atividade 
Segundo Gitman (2017, p. 76), “os índices de atividade medem a velocidade com que 
várias contas são convertidas em vendas ou caixa, entradas ou saídas. Em certo 
sentido, os índices de atividade medem a eficiência com que a empresa opera em uma 
série de dimensões, tais como gestão de estoque, desembolsos e recebimentos.” O 
resultado prático desses índices é o ciclo operacional que mede o tempo que uma 
empresa leva para converter em dinheiro as suas operações. Para financiá-lo, num 
primeiro momento, a empresa deve buscar prazos com seus fornecedores. 
Ao subtrair o prazo médio de pagamentos do ciclo operacional, chega-se ao resultado 
do CICLO FINANCEIRO que é o período que a empresa fica com o caixa a descoberto e 
vai precisar financiá-lo com operações de desconto de duplicatas. Quanto maior o ciclo 
financeiro, pior para a empresa, pois maior vai ser a demanda por crédito o que vai 
prejudicar a sua rentabilidade. 
Entre os pontos a serem analisados, destaca-se aqui o prazo médio dos estoques, pois 
indica se a empresa está administrando o nível de sua produção de maneira adequada. 
Em momentos de crise, pode sair mais barato para a empresa negociar férias coletivas, 
por exemplo, para reduzir os custos de estocagem e de produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
Existem basicamente cinco índices de atividade: 
 
Cujas fórmulas são, respectivamente: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
A título de exemplo, observe o cálculo dos índices de atividade da Natura S.A. para o 
ano de 2014: 
 
 
Para os três exercícios, seriam os seguintes resultados: 
 
2014 2015 2016 
Prazo Médio de Estoques 142,4 143,6 123,0 
Prazo Médio de Recebimentos 41,2 41,4 47,9 
Ciclo Operacional 183,6 185,0 170,8 
Prazo Médio de Pagamentos 95,9 119,6 119,9 
Ciclo Financeiro 87,6 65,4 50,9 
 
De onde se percebe que a empresa vem reduzindo os seus estoques, desenvolvendo 
uma política mais rígida junto aos seus fornecedores, uma vez que se verifica o 
aumento nos prazos médios de pagamento, o que contribuiu para melhora de seu ciclo 
financeiro. 
 
 
 
 
 
 
25 
 
2.3.3 Índices de endividamento 
Segundo Gitman (2017, p. 79), 
O índice de endividamento de uma empresa indica o volume de dinheiro de 
terceiros usado para gerar lucros. Em geral, o analista financeiro está mais 
preocupado com as dívidas de longo prazo, porque elas comprometem a 
empresa com uma série de pagamentos contratuais. Quanto mais dívida a 
empresa tiver, maior é o risco de não poder honrar seus pagamentos de 
dívidas contratuais. 
Aqui serão destacadas duas medidas, sendo a participação de terceiros sobre o capital 
próprio (P/PL) e o Exigível total sobre o ativo total (P/AT) dados por: 
 
Em P/PL, quanto maior do que 1 pior, pois indica haver mais capital de terceiros 
aplicados na empresa do que recursos dos sócios; já em P/AT indica a participação do 
capital de terceiros na composição de ativos da empresa sendo que quanto mais 
próximo de 1, pior. 
A título de exemplo, observe o cálculo dos índices de endividamento da Natura S.A. 
para o ano de 2014: 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
Para os três exercícios, seriam os seguintes resultados: 
 
 2014 2015 2016 
P/PL 5,3 7,7 7,5 
P/AT 0,84 0,89 0,88 
 
Aqui se percebe que a empresa está com elevada alavancagem considerando que para 
cada R$ 1,00 de capital próprio há R$ 7,00 de capital de terceiros. Verifica-se também 
que a participação de capital de terceiros no ativo total é de quase 90%. 
2.3.4 Índices de rentabilidade 
Segundo Gitman (2017) os indicadores de rentabilidade buscam avaliar o retorno 
auferido pela empresa, considerando determinados parâmetros. As bases de 
comparação adotadas para o estudo dos resultados empresariais são: 
• Retorno sobre o ativo (ROA); 
• Retorno sobre o patrimônio líquido (ROE). 
Segundo Gitman (2017), o ROA “mede a eficácia geral da administração na geração de 
lucro com o ativo disponível. Quanto mais alto for o retorno da empresa, melhor” 
(2017, p. 85). Seu cálculo é dado por: 
 
Sendo que o lucro operacional líquido é calculado deduzindo-se os impostos do 
resultado operacional. Já o ROE mostra o retorno dos recursos aplicados na empresa 
por seus proprietários, ou seja, para cada R$ 1,00 investido de recursos próprios, 
mostra o quanto os sócios têm de retorno. Seu cálculo é dado por: 
 
 
 
 
27 
 
A título de exemplo, observe o cálculo dos índices de rentabilidade da Natura S.A. para 
o ano de 2014: 
 
 
Para os três exercícios, seriam os seguintes resultados: 
 
 
2014 2015 2016 
ROE % 64,6 48,5 31,0 
ROA % 14,0 9,6 11,5 
 
É possível perceber que todos os índices da empresa vêm tendo queda de 
rentabilidade tanto sobre o ativo como sobre o patrimônio líquido. Em 2016 por 
exemplo, para cada R$ 100,00 investidos na empresa, os sócios tiveram um retorno de 
R$ 31,00. 
2.4 A criação de valor: o EVA® e o MVA® 
O capital é uma “commoditie” internacional e dessa maneira a sua aquisição é cada 
vez mais disputada pelas empresas. Como recompensa para esses investidores as 
empresas precisam gerar retornos cada vez maiores, ou seja, precisam criar valor 
econômico ou valor econômico agregado. 
Conforme Megliorini e Valim (2009), as empresas precisam criar valor que pelo menos 
seja maior do que o seu custo de capital, pois, caso contrário, estarão destruindo valor. 
As medidas de mensuração de valor que serão aqui expostas são o EVA® e o MVA®. 
 
 
 
 
 
28 
 
Segundo os autores, o EVA® seria o resultado de uma empresa após a dedução do 
custo do capital próprio. Caso o resultado seja positivo, existe criação de valor para o 
acionista; caso contrário, destruição de valor. 
Entretanto, em seu cômputo, é considerado também os custos de capital de terceiros, 
pois é necessário analisar a criação de valor como sendo resultante da subtração dos 
custos totais de capital. A combinação de capital próprio e de terceiros que existe para 
financiar uma empresa evidencia a sua estrutura de capital. 
Ao calcular o custo de capital de uma empresa, é preciso considerar que as fontes de 
capital próprio e de terceiros possuem diferentes custos. Assim sendo, é necessário o 
cálculo do custo médio ponderado de capital (CMPC ou WACC em sua sigla em inglês – 
Weighted Average Cost Capital). 
O EVA® seria dado por: 
EVA = Resultado Operacional Líquido – (WACC x Investimento) 
WACC = (Ke x PL) x (Ki x Wp) 
Sendo que: 
Ke = custo de capital próprio 
Wpl = participação do capital próprio 
Ki = custo do capital de terceiros 
Wp = participação do capital de terceiros 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
O MVA® é uma avaliação calculada tendo como base as expectativas do mercado com 
relação ao investimento criar valor. Ainda segundo os autores, esse resultado seria o 
valor intangível do negócio, chamado de goodwill que foi gerado em função de sua 
gestão. Conforme Megliorinie Valim (2009) o MVA® seria o valor presente do EVA®: 
 
REFERÊNCIAS 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Conheça o CPC. Disponível em: 
<https://goo.gl/aGweyC>. Acesso em: 8 jun. 2018. 
FERREIRA, José Antônio Stark. Finanças corporativas: conceitos e aplicações. São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 
FOGO de chão é vendida para fundo americano por US$ 560 milhões. Correio 
Braziliense, São Paulo, 21 fev. 2018. Disponível em: <https://goo.gl/UC8w4G>. Acesso 
em: 8 jun. 2018. 
GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de Administração Financeira. 14. ed. São Paulo: 
Pearson Education do Brasil, 2017. 
MEGLIORINI, Evandir; SILVA, Marco Aurélio Valim Reis da. Administração brasileira: 
uma abordagem brasileira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. 
 
 
 
 
30 
 
 
3 O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO 
Em finanças há um jargão famoso que ilustra bem a questão do valor do dinheiro no 
tempo: “um dólar hoje vale mais do que um dólar amanhã”. Isso se dá diante da 
expectativa de se investir esse capital hoje e receber uma remuneração maior do que 
receber esse capital somente no futuro. 
É perceptível então que a problemática do valor do dinheiro no tempo é uma questão 
da remuneração do capital e do custo de oportunidade que se assume ao não contar 
com o recurso em mãos hoje. Conforme Gitman (2017), 
O valor do dinheiro no tempo refere-se à observação de que é melhor 
receber o dinheiro mais cedo em vez de mais tarde. O dinheiro que você 
tem na mão hoje pode ser investido para obter uma taxa de retorno 
positiva, produzindo mais dinheiro amanhã. Por essa razão, uma unidade 
monetária (como $ 1) hoje vale mais do que a unidade monetária no futuro. 
(GITMAN, 2017, p. 166) 
 
3.1 Juros 
Conforme Megliorini e Valim (2009, p. 20), “quando aplicamos recursos no mercado 
financeiro ou o emprestamos para alguém, estamos abdicando de um consumo 
presente para receber um “prêmio” no futuro, que é o juro. Desse modo, o juro pode 
ser entendido como a remuneração do capital”, ou seja, o preço a ser recebido ou 
pago por emprestar ou tomar emprestado recursos de terceiros. 
Os juros e o tempo são duas variáveis diretamente associadas: quanto maior for o 
tempo que o capital ficar tomado, maiores os juros a serem pagos. Dessa forma, o 
administrador financeiro precisa gerenciar essa questão por impactar diretamente 
sobre os custos de capital: quanto maior for o uso de capital de terceiros, maiores 
serão os custos financeiros e isso impactará negativamente na rentabilidade dos 
negócios. 
 
 
 
 
31 
 
Os juros normalmente são expressos sobre a forma de taxa (%). A relação entre a 
remuneração do capital e o capital usado é denominada taxa de juros. Considere por 
exemplo os juros de R$ 100,00 gerados sobre um capital de R$ 1.000,00. A taxa é 
obtida da seguinte maneira: 
 
Percebam que o valor calculado foi multiplicado por 100 para que o resultado se dê 
em termos porcentuais. 
A remuneração de juros sobre o capital e sua posterior reaplicação é denominada 
capitalização. Há dois critérios de capitalização de taxas de juros: 
• A capitalização pode se dar linearmente sobre o principal, ou seja, os cálculos 
dos juros são feitos somente sobre o principal. Esse critério é denominado juros 
simples; 
• A capitalização pode se dar exponencialmente sobre o principal, ou seja, os 
juros não são calculados sobre o principal, mas sobre o saldo devedor 
acumulado ocorrendo juros sobre juros periodicamente. Esse critério é 
denominado juros compostos. 
Nas duas metodologias, os juros gerados sobre um principal aumentam em função do 
tempo, mas no caso da capitalização composta, os juros gerados são maiores. Nas 
operações de curto prazo, normalmente são usados juros simples, já nas operações de 
longo prazo, são usados juros compostos. 
Antes de se iniciar a demonstração da resolução de problemas envolvendo juros 
simples e compostos, é importante estabelecer o conceito de algumas variáveis: 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
Variável Definição 
Principal ou valor presente 
É o valor negociado nas operações financeiras, 
sendo expresso nas calculadoras financeiras pela 
sigla PV (Present Value ou valor presente em inglês). 
Taxa de juros 
Relação entre os juros e o principal, sendo indicada 
nas calculadoras pela letra i de interest rates ou taxa 
de juros em inglês. 
Montante ou valor futuro 
É a soma do principal mais os juros. É expresso nas 
calculadoras pela sigla FV (Future Value ou valor 
futuro em inglês). 
Parcelas 
Servem para indicar as situações nas quais o retorno 
do capital não se dá de uma única vez. Nesse caso, é 
indicada nas calculadoras financeiras pela sigla PMT 
(payments ou pagamentos em inglês). 
Juros Remuneração do capital. Nas fórmulas será indicada pela letra J. 
Período 
Período da operação. Nas fórmulas e nas 
calculadoras é expresso pela letra n (number of 
periods ou número de períodos em inglês) 
 Fonte: autor 
 
As resoluções dos problemas serão realizadas usando fórmulas matemáticas, a 
calculadora financeira HP 12C e o software Excel®. 
3.2 Taxas equivalentes 
Por definição, Megliorini e Valim (2009), taxas equivalentes são taxas de juros que 
geram os mesmos montantes quando aplicadas sobre um mesmo capital e prazo. 
Ex.: 2,0% a.m; 6,12% a.t. e 12,62% a.s. são equivalentes. 
FV = R$ 100,00 x (1+0,02)12 = R$ 126,82 
FV = R$ 100,00 x (1+0,0612)4 = R$ 126,82 
FV = R$ 100,00 x (1+0,1262)2 = R$ 126,82 
 
 
 
 
 
 
33 
 
A fórmula usada para o cálculo de taxas equivalentes é dada por: 
 
 
Sendo que: 
ie = taxa de juros equivalente a uma parte de determinado intervalo do tempo 
i = taxa de juros efetiva do período 
Prazo que eu tenho: grandeza temporal da taxa de juros informada 
Prazo que eu quero: grandeza temporal da taxa de juros que se quer a equivalência 
 
Por exemplo, quais seriam as taxas de juros equivalentes para os períodos mensal e 
trimestral equivalentes a 21% ao ano? 
Resolução: fórmulas 
Sabe-se que 1 ano possui 12 meses e quatro trimestres. Dessa forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
Resolução: calculadora HP 12C 
 
Comando Significado 
F REG Limpa memória 
0.21 enter Taxa de juros já dividida por 100 
1 + Soma-se 1 
12 1/x yx Calcula-se o inverso de 12 e depois (1,12)1/12 
1 – 100 x (multiplica) Taxa equivalente mensal 
Por esse caminho se chega a taxa de 1,6% ao mês 
 
 
Comando Significado 
F REG Limpa memória 
0.21 enter Taxa de juros já dividida por 100 
1 + Soma-se 1 
12 1/x yx Calcula-se o inverso de 4 e depois (1,12)1/4 
1 – 100 x (multiplica) Taxa equivalente mensal 
Por esse caminho se chega a taxa de 4,88% ao trimestre 
 
Resolução: software Excel® 
No caso do Excel®, a resolução se dá pelo uso do comando POTÊNCIA e aplicação da 
fórmula conforme indicado: 
 
 
 
 
35 
 
Soma-se 1 mais a taxa de juros, coloca-se ponto e vírgula; a conversão do prazo como 
se pede (1 ano para 12 meses e 1 ano para quatro trimestres), tudo entre parênteses e 
ao final subtrai-se 1. 
3.3 Juros simples e juros compostos 
Conforme foi dito no início deste capítulo, os sistemas de capitalização podem ser 
lineares (juros simples) ou exponenciais (juros compostos). A seguir será analisada essa 
temática. Aqui, cabe observar que nas operações analisadas o retorno do capital 
somente se dará no final do período considerado nos problemas. 
3.3.1 Cálculos envolvendo juros simples 
Como dito anteriormente, a capitalização dos juros se dá somente sobre o principal. 
Considerando os significados das siglas expostas, as fórmulas usadas para os cálculos 
em juros simples são as seguintes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
Exemplos: 
Calcule o valor futuro e os juros de uma aplicação de R$ 100.000,00 efetuada pelo 
prazo de 8 meses a uma taxa de juros simples de 18% ao ano. 
Resolução: 
Primeiro se calcula os juros proporcionais. Como se tratam de juros simples, a taxa 
proporcional é calculada simplesmente dividindo-se os juros ao ano por 12 meses.Dessa forma: 
i = 18%/12 = 1,5% 
Depois se aplica a fórmula: FV = $ 100.000 x (1 + 0,015 x 8) = R$ 112.000,00 
Os juros são calculados pela diferença entre o valor futuro e o principal: J = R$ 
112.000,00 – R$ 100.000,00 = R$ 12.000,00. 
Que capital gerou rendimento de R$ 350,00 durante 10 meses a uma taxa de 1,0% ao 
mês? 
Resolução: 
PV = R$ 350,00 / 0,01 x 10 = R$ 3.500,00 
Pedro pagou ao Banco JuroAlto R$ 10,00 por um dia de atraso sobre uma prestação de 
R$ 150,00. Qual foi a taxa mensal de juros aplicada pelo banco? 
Resolução: 
I = R$ 10,00 / R$ 150,00 x 1 = 0,0667 x 100 = 6,67% ao dia; i (mensal) = 6,67% x 30 
(dias) = 200% ao mês 
 
 
 
 
 
 
37 
 
Determine o valor da aplicação cujo valor de resgate bruto foi de R$ 90.000,00 por um 
período de 1 mês sabendo que a taxa de juros foi de 2,0% ao mês. 
Resolução: 
PV = R$ 90.000,00 / (1 + 0,02 x 1) = R$ 88.235,29 
Durante quanto tempo foi aplicado um capital de R$ 1.000,00 que gerou rendimentos 
de R$ 300,00 a uma taxa de juros de 1,5% ao mês? 
Resolução: 
N = R$ 300,00 / R$ 1.000,00 x 0,015 = 20 meses 
3.3.2 Juros compostos 
Juros compostos são definidos por Gitman (2017, p.170) como “juros que são obtidos 
em um determinado depósito e que tornam-se parte do principal no final de um 
período especificado”. 
As fórmulas de juros compostos são as seguintes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
Aqui também serão desenvolvidos os cálculos envolvendo o uso da calculadora 
financeira HP 12C e do software Excel® além das fórmulas acima. 
 
As funções de períodos, taxas, parcelas, valor presente e futuro já foram expostas. 
Cabe informar que nas operações com a financeira é relevante teclar fclx para limpar a 
memória. A tecla f também serve para ativar as funções em laranja na calculadora; a 
tecla g faz o mesmo. 
Exemplos: 
Se uma pessoa desejar obter $ 200.000,00 dentro de um ano, quanto deverá aplicar 
hoje num fundo que rende 3,0% a.t.? Em outras palavras, qual é o valor presente dessa 
aplicação? 
 
Pela HP 12C: 200000 CHS FV 3 i 4 n PV = R$ 177.697,41 
Pelo software Excel®: uso da função VP 
 
 
 
 
39 
 
 
Calcular o valor futuro de um capital investido de R$ 10.000,00 aplicado a taxa de 
1,5% ao mês durante 10 meses. 
 
 
Qual o tempo que um investimento de R$ 10.000,00 precisa ficar aplicado para gerar 
um valor futuro de R$ 15.000,00 a uma taxa de 1,5% ao mês? 
 
Pela HP 12C 15000 CHS FV 10000 PV 1.5 i N? = 28 meses 
 
 
 
 
 
 
40 
 
Pelo software Excel®: uso da função NPER 
 
A que taxa mensal uma quantia de R$ 8.000,00 gerou um valor futuro de R$ 9.500,00 
no prazo de 6 meses? 
 
 
 
Pela HP 12C: 9500 CHS FV 8000 PV 6n i = 2,91% 
Pelo software Excel®: uso da função TAXA 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
3.4 Séries uniformes de pagamentos 
As operações mais comuns do mercado financeiro de financiamentos de longo prazo 
envolvem parcelamentos. Esse tema é abordado na literatura financeira quando se 
explicam resoluções de problemas em séries uniformes de pagamentos. 
A série uniforme de pagamentos é aquela que prevê o pagamento de um determinado 
valor futuro parceladamente, ou seja, em uma série de pagamentos do mesmo valor 
em prazos iguais, normalmente de 30 dias. É o tipo de financiamento realizado para 
aquisição de bens de maior valor agregado, como carros, imóveis e alguns 
eletrodomésticos de alto valor. O primeiro pagamento pode se dar a vista (antecipada) 
ou após 30 dias (postecipada). As fórmulas de cálculo variam dependendo da forma de 
pagamento. 
Fórmulas: 
Na primeira fórmula, você tem o valor das parcelas, o prazo e a taxa de juros e quer 
saber o valor à vista do bem: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
Na segunda fórmula, você tem o valor à vista do bem, o prazo e as taxas e quer 
calcular as parcelas: 
 
Na terceira fórmula, você tem o valor de uma série de depósitos, o prazo e a taxa de 
juros e quer calcular o valor futuro acumulado: 
 
Na quarta fórmula, você quer saber o quanto vai ter de depositar mensalmente para 
acumular determinado valor, sabendo prazo e taxa: 
 
Exemplos de cálculos: séries uniformes de pagamentos postecipados 
Um cidadão financiou a compra de um carro com parcelas de R$ 850,00 a uma taxa de 
juros de 1,5% ao mês pelo prazo de 24 meses. Qual foi o valor do saldo financiado? 
 
 
 
 
43 
 
 
Excel®: função VP 
 
Como se trata de uma série de pagamentos postecipada, não foi preciso especificar o 
tipo (0 usado nas séries antecipadas, default do sistema ou 1 para séries antecipadas). 
Um carro teve um saldo devedor de R$ 10.000,00 financiado a uma taxa de juros de 
1,5% ao mês pelo prazo de 24 meses. De quanto foi o valor da parcela? (Desconsidere 
IOF e demais taxas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
No Excel®: função PGTO 
 
Você vai começar a depositar R$ 100,00 mensalmente em uma aplicação que paga 
rendimentos de 0,8% ao mês pensando nos estudos de seu filho que acabou de nascer. 
O resgate será feito quando ele tiver 18 anos de idade. Qual será o valor do resgate? 
Obs.: Nesse caso, é mais fácil passar o prazo de anos para meses: 18 x 12 = 216 meses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
Você quer comprar um celular Apple mais recente para dar de presente de natal a 
alguém especial e observou que ele está sendo anunciado por R$ 4.500,00. É mês de 
abril ainda, faltando exatamente 8 meses para o natal. Considerando que a taxa de 
juros que é possível obter é de 0,4% ao mês, quanto seria necessário economizar 
mensalmente para acumular esse valor? (Considerando que o celular não vai aumentar 
de preço.) 
 
 
 
 
Exemplos de cálculos: séries uniformes de pagamentos postecipados 
Observação importante: os cálculos na HP devem ser feitos com a função begin 
acionada. Para tal, você deve teclar G e depois o número 7. 
Um eletrodoméstico está sendo oferecido nas seguintes condições: pagamento à vista 
da primeira parcela de R$ 350,00 mais 24 pagamentos mensais a uma taxa de juros de 
0,5% ao mês. Qual seria o valor à vista desse aparelho? 
 
 
 
 
46 
 
 
No Excel®: uso da função VP 
 
Aqui você está financiando a aquisição de um carro sendo que o saldo devedor é de R$ 
10.000,00 e a taxa de juros é de 2,5% ao mês. O prazo dos pagamentos é de 24 meses 
sendo que a primeira parcela é paga no ato. Qual seria o valor das parcelas? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
Excel®: uso da função PGTO 
 
Você decidiu viajar! Para tal, foi até o banco e fez uma aplicação programada sendo 
que a primeira será feita no ato da contratação. A proposta é aplicar R$ 250,00 
mensais para que depois de 12 meses se tenha um valor para as férias. A taxa 
contratada foi de 0,8% ao mês. No final desse período, quanto se espera juntar? 
 
No Excel®: função VF 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
Você é gerente de um banco e recebe um cliente que precisa acumular a quantia de R$ 
50.000,00 em 2 anos para realizar a festa de casamento e ter a lua de mel dos sonhos. 
A taxa de juros praticada pelo banco é de 0,7% ao mês para aplicações mensais. 
Quanto esse cliente vai ter de economizar mês a mês considerando que ele trouxe 
recursos para fazer o primeiro depósito para aplicar no ato? 
 
 
No Excel®: função VF 
 
 
3.5 Sistemas de amortização 
Os sistemas de amortização são desenvolvidos com a finalidade de mostrar em detalhe 
o processo de amortização de operações de empréstimos e financiamentos de longo 
prazo. 
Para compreender os sistemas de amortização, é necessário entender alguns 
conceitos: 
 
 
 
 
49 
 
• Amortização: valor deduzido do principal, que seria o capital emprestado, 
sendo feito em prazos pré-acordados. 
• Saldo devedor: representa o valor do principal da dívida após a amortização. 
• Prestação: ou também conhecido como parcelas, correspondem a soma do 
valor amortizado mais os encargos financeiros da operação. 
Os sistemas de amortização são classificados como: 
 
Para explicar os três casos, será usado o seguinte exemplo: 
Umempréstimo de R$ 30.000,00 está sendo amortizado em 10 pagamentos mensais a 
uma taxa de juros de 1,5% ao mês. Pede-se calcular as parcelas, as amortizações e o 
saldo devedor para cada pagamento conforme sistemas SAC, SAF e SAA. 
3.5.1 Sistema de amortização constante 
Nesse sistema, as amortizações são constantes. Primeiro, divide-se o valor do 
empréstimo pelo número de parcelas para calcular a amortização. O saldo devedor é 
calculado subtraindo a amortização do período do saldo devedor do período anterior e 
os juros são calculados linearmente sempre sobre o saldo devedor. Para isso, 
multiplica-se o saldo devedor do período anterior pela taxa de juros em decimal. As 
parcelas são calculadas somando as amortizações com os juros. Dada sua metodologia 
de cálculo, os juros e as parcelas são decrescentes! É usado no financiamento 
habitacional. 
 
 
 
50 
 
 
3.5.2 Sistema de amortização francês 
Nesse sistema as parcelas são constantes. Primeiro, o cálculo das parcelas é feito 
utilizando como metodologia a série uniforme de pagamentos por juros compostos 
postecipados. Depois, os juros são calculados tendo como base o saldo devedor do 
período anterior. As amortizações são calculadas deduzindo-se as parcelas dos juros. O 
novo saldo devedor é calculado subtraindo-se o saldo devedor do período anterior da 
amortização do período. 
Esse sistema é usado na maioria dos empréstimos para se adquirir bens de maior valor 
agregado. Pela sua metodologia, as amortizações são crescentes e os juros, 
decrescentes. 
 
 
 
 
51 
 
 
3.5.3 Sistema de amortização americano 
Nesse sistema, na realidade, há apenas uma única amortização: no final do período do 
empréstimo. Durante toda a vigência do empréstimo são pagos apenas os juros 
calculados, considerando o valor principal. No último período, há o pagamento dos 
juros do período mais o principal. 
 
Período Saldo devedor Amortizações Juros Parcelas 
0 30.000,00 
1 30.000,00 0,00 450,00 450,00 
2 30.000,00 0,00 450,00 450,00 
3 30.000,00 0,00 450,00 450,00 
4 30.000,00 0,00 450,00 450,00 
5 30.000,00 0,00 450,00 450,00 
6 30.000,00 0,00 450,00 450,00 
7 30.000,00 0,00 450,00 450,00 
8 30.000,00 0,00 450,00 450,00 
9 30.000,00 0,00 450,00 450,00 
10 0,00 30.000,00 450,00 30.450,00 
Totais 30.000,00 4.500,00 34.500,00 
 
 
 
52 
 
Os juros são calculados sobre o principal: R$ 30.000,00 x 0,015 = R$ 450,00 
 
REFERÊNCIAS 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Conheça o CPC. Disponível em: 
<https://goo.gl/aGweyC>. Acesso em: 8 jun. 2018. 
FERREIRA, José Antônio Stark. Finanças corporativas: conceitos e aplicações. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2005. 
FOGO de chão é vendida para fundo americano por US$ 560 milhões. Correio Braziliense, São 
Paulo, 21 fev. 2018. Disponível em: <https://goo.gl/UC8w4G>. Acesso em: 8 jun. 2018. 
GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de Administração Financeira. 14. ed. São Paulo: Pearson 
Education do Brasil, 2017. 
MEGLIORINI, Evandir; SILVA, Marco Aurélio Valim Reis da. Administração brasileira: uma 
abordagem brasileira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
 
4 FLUXO DE CAIXA 
4.1 Projeção financeira 
O orçamento é a principal ferramenta de trabalho do administrador financeiro. É com 
base nas informações fornecidas por esse relatório que as decisões de gestão 
financeiras são tomadas, sempre no sentido de buscar todos os meios para reduzir os 
custos de capital. 
As projeções financeiras derivadas dessa ferramenta servem como meio de 
acompanhamento e controle e são realizadas considerando as condições econômicas, 
políticas e sociais que impactam os diferentes setores de atuação assim como a 
economia como um todo. 
Existem dois tipos de projeção financeira: 
 
4.2 Fluxos de Caixa 
Conforme Gitman (2017, p. 120): 
“O caixa é o rei”, diz um velho ditado da área de finanças. O fluxo de caixa, o 
sangue da empresa, é o principal elemento de qualquer modelo de avaliação 
(valuation) financeira. Não importa se um analista quer estimar o valor de um 
investimento que uma empresa está pensando em fazer ou se o objetivo é 
valorar a própria empresa, estimar o fluxo de caixa é fundamental no 
processo de avaliação. (GITMAN, 2017, p. 120) 
 
 
 
 
54 
 
Os fluxos de caixa de uma empresa mostram os fluxos de entradas e saídas de recursos 
financeiros, indicando a capacidade da empresa gerar capital de giro. Conforme 
Megliorini e Valim (2009, p. 57), “o fluxo de caixa é dividido em fluxo das operações, 
fluxo dos investimentos e fluxo dos financiamentos”. 
Do conceito de fluxo de caixa deriva-se o FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO que é o resultado 
de caixa da empresa que é calculado somando-se ao fluxo de caixa líquido as despesas 
não desembolsáveis (contábeis), como a depreciação, a amortização e a exaustão. 
Considere o seguinte exemplo: 
• Vendas: R$ 200.000,00 
• Despesas Operacionais Desembolsáveis: R$ 90.000,00 
• Despesas com Depreciação: R$ 40.000,000 
• Despesas Financeiras: R$ 35.000,00 
• Imposto de renda: 35% 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
4.2.1 Demonstrativo do Fluxo de Caixa (DFC) 
Conforme Gitman (2017) os fluxos de caixa se dividem em três categorias: fluxo de 
caixa das atividades operacionais, fluxos de caixa das atividades de investimento e 
fluxo de caixa das atividades de financiamento. Segundo o autor: 
• Os fluxos de caixa operacionais se referiam as entradas e saídas de caixa da 
empresa relacionadas com a venda e a produção de bens e serviços da 
empresa; 
• Os fluxos de caixa das atividades de investimento estariam associados a compra 
e venda tanto de ativos imobilizados quanto das participações societárias em 
outras empresas, sendo que as transações de compra resultariam em saídas de 
caixa e as de venda em entradas. 
• Os fluxos de caixa das atividades de financiamento derivam-se de operações de 
financiamento com capital de terceiros e capital próprio. Assumir 
endividamentos de curto e longo prazo resultariam em entradas de caixa 
enquanto o seu respectivo pagamento em saída. 
4.2.2 Métodos do fluxo de caixa 
Segundo Stark (2005) o fluxo de caixa objetiva demonstrar o acréscimo financeiro em 
um determinado período sendo que pode ser apurado de forma direta ou indireta. 
Ainda segundo o autor, pelo método direto são apuradas as variações nas contas 
patrimoniais que representariam entradas ou saídas de caixa; pelo método indireto, 
sendo este o mais utilizado, tem como base o lucro líquido do período, ajustando a 
este os valores econômicos – que não são representativos de ingresso ou saída de 
recursos – assim como as variações nas contas patrimoniais modificativas de caixa. A 
figura a seguir mostra o esquema de caixa de uma empresa industrial. 
 
 
 
56 
 
 
Fonte: Stark (2005, p. 51). 
4.3 Tipos de orçamento 
Os orçamentos podem ser categorizados considerando o tipo de informação que 
fornecem: o orçamento de caixa é realizado para o curto prazo sendo utilizado para 
gestão do dia a dia da empresa; o orçamento de capital, por outro lado, merece 
especial atenção porque é usado para analisar a viabilidade econômica e financeira de 
investimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
4.3.1 Orçamento de caixa 
Segundo Gitman (2017, p. 132-133) 
O orçamento de caixa (ou previsão de caixa) é uma demonstração de 
entradas e saídas de caixa planejadas da empresa. É usado pela empresa 
para estimar suas necessidades de caixa de curto prazo, com especial 
atenção para o planejamento de superávits e déficits de caixa. Em geral, o 
orçamento de caixa cobre o período de um ano, dividido em intervalos 
menores. O número e o tipo dos intervalos dependem da natureza do 
negócio. Quanto mais sazonais e incertos forem os fluxos de caixa de uma 
empresa, maior será o número de intervalos. Como muitas empresas se 
deparam com um padrão sazonal de fluxo de caixa, o orçamento de caixa é, 
muitas vezes, apresentado em base mensal. Empresascom padrões estáveis 
de fluxos de caixa costumam usar intervalos trimestrais ou anuais. 
Importante ferramenta de gestão, indica momentos em que eventualmente o caixa 
possa ficar em uma situação deficitária, indicando necessidades de financiamento; por 
outro lado, pode apontar situações superavitárias o que pode ser útil para 
programação de investimentos. É uma ferramenta simples de se utilizar, conforme 
pode ser observado no exemplo a seguir: 
• Saldo de caixa existente no início do semestre: $ 2.000; 
• Vendas previstas: $ 20.000 sendo que 60% desses valores sejam recebidos no 
semestre; 
• As compras de estoque previstas para o período atingirão $ 10.000 e serão 
totalmente pagas no período de planejamento; 
• O total das despesas operacionais desembolsáveis atingirá $ 2.000 no 
semestre; 
• Ao final de maio, a empresa deverá pagar $ 1.000 a título de despesas 
financeiras; 
• No início de março, está previsto um aumento de capital mediante subscrição e 
integralização de novas ações no valor de $ 2.000; 
• No período (início de abril), ainda, a empresa espera receber $ 1.000 
provenientes do realizável a curto prazo. 
 
 
 
58 
 
 Resolução: 
 
4.3.2 Orçamento de capital 
Conforme Gitman (2017, p. 366), “o orçamento de capital é o processo de avaliar e 
selecionar investimentos de longo prazo.” Notadamente tais investimentos são 
realizados em ativos permanentes que podem ser assim considerados: 
• Participações em empresas controladas ou coligadas; 
• Terrenos e edificações; 
• Gastos com pesquisas e desenvolvimento de novos produtos e processo; 
• Marcas e patentes; 
• Máquinas e equipamentos. 
 
 
 
 
59 
 
O orçamento de capital é feito com base no chamado “fluxo de caixa incremental” e 
envolve a análise do valor do investimento e os incrementos nas receitas e despesas 
derivados daquele investimento. A sua proposta é a de se analisar a viabilidade 
econômica e financeira em projetos de investimento. Também é usado para analisar a 
viabilidade em empresas start up. 
Convencionemos para fins didáticos que o investimento será de R$ 500 mil e será 
realizado da seguinte forma: R$ 200 mil serão recursos próprios e R$ 300 mil serão 
recursos de terceiros (BNDES). 
Considerando 100% de sua capacidade operacional, você poderá produzir e vender 38 
unidades por dia útil (22 dias no mês) ao preço de R$ 100,00. Dessa forma, o lucro 
bruto anual será de R$ 957.600,00 (R$ 3.800,00 x 252). Portanto: 
• Custo de produção: 60% das receitas brutas; 
• Matéria-prima, salários, água, luz, aluguel etc.; 
• Impostos estaduais: 4% das receitas brutas; 
• Impostos federais: 30%; 
• Taxa de juros do BNDES: 8% ao ano; 
• Horizonte de planejamento: 5 anos. 
Para começar a resolver o problema, é necessário calcular o valor das parcelas do 
financiamento de R$ 300.000,00. Vamos considerar pagamentos anuais a uma taxa de 
8% ao ano em 5 anos. 
 
A projeção deve ser feita levando-se em conta um horizonte de planejamento de cinco 
anos, considerando que a empresa operou com 100% de sua capacidade instalada no 
primeiro ano, 90% no segundo, 70% no terceiro, 80% no quarto e 90% no quinto ano. 
 
 
 
60 
 
 
De onde se chega ao fluxo de caixa livre, que é efetivamente o utilizado para 
aplicarmos as técnicas de orçamento de capital e avaliarmos se é viável ou não o 
investimento. 
4.4 Gestão de caixa 
Função típica do administrador financeiro, a gestão otimizada do caixa vai ao encontro 
da principal finalidade dos administradores financeiros: reduzir os custos de capital. 
Denominado de Tesouraria ou Departamento Financeiro, é o setor responsável pelas 
tomadas de decisão financeira. Segundo Stark (2005, p. 66) “para uma administração 
eficiente do fluxo de caixa, o administrador financeiro deverá conhecer o ciclo 
operacional e o ciclo de caixa para gerenciar de maneira eficaz os recursos financeiros 
da empresa”. 
4.4.1 Ciclo operacional e financeiro 
Segundo Stark (2005, p. 66), “o ciclo operacional corresponde ao período de tempo 
entre a compra de matérias primas e o momento em que a empresa recebe o 
pagamento pela venda de produtos acabados.” É dado por: 
CO = IME + PMC 
Onde CO = ciclo operacional; IME = idade média dos estoques e PMC = período médio 
de cobrança de vendas 
 
 
 
61 
 
O ciclo de caixa ou ciclo financeiro, ainda segundo o autor, “corresponderia ao período 
de tempo em que os recursos da empresa se encontram comprometidos entre o 
pagamento dos insumos e o recebimento pela venda do produto acabado” (idem). É 
dado por: 
CF = CO – PMP ou CF = IME + PMC – PMP 
Sendo CF = ciclo financeiro e PMP o prazo médio de pagamentos. 
Exemplo: considere o exemplo onde IME = 54 dias, PMC = 57 dias e PMP = 99 dias. 
Temos que: 
CO = 54+57 = 111 dias 
CF = 111-99 = 12 dias 
O fluxo de caixa pode ser ilustrado no gráfico a seguir: 
 
Fonte: Stark (2005, p. 67) 
4.4.2 Estratégias de controle de caixa 
Quanto maior for o ciclo financeiro de uma empresa, maior vai ser a sua dependência 
de capital de terceiros. Dessa forma, estratégias no sentido de reduzir o ciclo 
financeiro consistem em: 
• Diminuir o prazo médio dos recebimentos; 
• Aumentar o prazo médio dos pagamentos; 
• Reduzir o prazo médio dos estoques (aumentar o giro dos estoques). 
 
 
 
62 
 
Diminuir os prazos médios dos recebimentos pode significar em conflitos com os 
clientes. Entretanto, a redução de atrasos ou mesmo da inadimplência pode ser 
amenizada com critérios mais rigorosos de seleção de crédito. Os meios usados para 
análise de crédito são: 
• Análise dos demonstrativos financeiros; 
• Consulta a fontes de referência cadastral (outros fornecedores de seus clientes, 
instituições financeiras, sistemas de proteção ao crédito como o Serasa); 
• Eventuais visitas às instalações dos clientes e entrevistas com seus executivos 
para avaliar suas expertises administrativas. 
Para aumentar o prazo médio de pagamentos, é necessário esforço adicional do setor 
de compras para buscar melhorar os prazos com fornecedores. Entretanto, isso vai 
depender de dois fatores: 
• Do poder de barganha existente entre cliente e fornecedor; 
• Dependência de matéria-prima. 
Para esse fim, devem ser usadas técnicas de negociação com a proposta de buscar os 
menores prazos entre os fornecedores, tomando o cuidado para não fazer o conhecido 
“leilão”, pois essa forma de conduzir negociações pode colocar em cheque a 
credibilidade da empresa no mercado. 
O modelo de lote econômico 
É possível melhorar o giro dos estoques adotando um modelo que otimize a 
quantidade de determinado item de estoque a ser solicitado em um pedido. Para tal 
fim, utiliza-se o modelo de lote econômico (LEC). Esse modelo consideraria, além do 
custo efetivo da mercadoria, o custo da realização de pedidos e o custo de 
manutenção dos estoques. A fórmula do LEC é dada por: 
 
 
 
 
63 
 
Onde 
𝐶𝑝 é o custo do pedido; 
D é a demanda; e 
𝐶𝑚 seriam os custos de manutenção. 
Exemplo: Considere um item que possui uma demanda de 50.000 unidades anuais, o 
custo é de R$ 900,00 o pedido e os custos de manutenção são de R$ 100,00 por 
unidade. Quantos itens devem constar em cada pedido para o gerenciamento ótimo 
do estoque? 
Resolução: 
 
REFERÊNCIAS 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Conheça o CPC. Disponível em: 
<https://goo.gl/aGweyC>. Acesso em: 8 jun. 2018. 
FERREIRA, José Antônio Stark. Finanças corporativas: conceitos e aplicações. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2005. 
FOGO de chão é vendida para fundo americano por US$ 560 milhões. Correio Braziliense, São 
Paulo, 21 fev. 2018. Disponível em: <https://goo.gl/UC8w4G>. Acesso em: 8 jun. 2018. 
GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de Administração Financeira. 14. ed. São Paulo: Pearson 
Education do Brasil, 2017. 
MEGLIORINI, Evandir; SILVA, Marco Aurélio Valim Reis da. Administração brasileira: uma 
abordagem brasileira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.64 
 
 
5 ORÇAMENTO DE CAPITAL 
Conforme Gitman (2017), as atividades do administrador financeiro podem ser 
divididas em: 
• Atividades de planejamento financeiro; 
• Atividades de investimento; 
• Atividades de financiamento. 
No curto prazo, essas atividades objetivam a gestão do dia a dia das empresas; no 
longo prazo, compreendem a análise estratégica do negócio, objetivando realizar 
investimentos de capital, devendo ser então objeto de análise e estudo. 
A análise de investimentos em longo prazo consiste no estudo/análise de se aplicar 
recursos financeiros em múltiplas alternativas/possiblidades com a expectativa do 
retorno do capital investido com lucro. Segundo Stark (2005, p. 117) 
Os investimentos de longo prazo representam grandes desembolsos de 
recursos, os quais, via de regra, são obtidos com terceiros (financiamentos, 
por exemplo). Por essa razão, as empresas elaboram seus orçamentos de 
capital. Orçamento de capital é o processo que consiste em avaliar e 
selecionar investimentos de longo prazo que estejam consistentes com o 
planejamento estratégico da empresa, visando maximizar a riqueza dos 
acionistas. 
Ainda segundo o autor, as decisões de orçamento (investimento) e de financiamento 
devem ser tratadas de maneira separada. Os chamados “dispêndios de capital são 
desembolsos de recursos efetuados pela empresa na expectativa de gerar benefícios 
após um ano [...] relacionados a: expansão industrial (nível das operações), 
substituição (ativos operacionais obsoletos); modernização (alternativa a 
substituição)” (idem) 
 
 
 
 
 
65 
 
Conforme Stark os tipos mais comuns de investimento seriam os independentes (são 
aqueles onde os fluxos de caixa independem de outro investimento) e os mutuamente 
excludentes (são aqueles que possuem a mesma função e, consequentemente, 
competem entre si). São exemplos de investimentos independentes a expansão da 
empresa, uma aquisição de uma concorrente; por outro lado, são exemplos de 
investimentos mutuamente excludentes troca de veículos, substituição de máquinas 
etc. 
5.1 Análise de investimentos 
Para se analisar a viabilidade econômico-financeira de um investimento, são utilizados 
fluxos de caixa incrementais projetados. São analisadas as receitas e despesas de um 
investimento até que se chegue a um fluxo de caixa líquido, sendo esse utilizado como 
instrumento no processo de tomada de decisão. Segundo Stark (2005) os fluxos de 
caixa incrementais representariam os fluxos de caixa adicionais esperados como 
resultado de um dispêndio de capital. Os fluxos de caixa incluiriam um investimento 
inicial, as entradas de caixa operacionais e o fluxo de caixa residual. Vejam o exemplo a 
seguir: 
 
 Fonte: Stark (2005, p. 119) 
 
Após determinado o fluxo de caixa é realizada através das técnicas de orçamento de 
capital, tema a ser estudado a seguir. 
 
 
 
 
 
66 
 
5.2 Técnicas de orçamento de capital: o payback, o VPL e a TIR 
Conforme Stark (2005), os tipos mais comuns de projetos são os independentes ou os 
mutuamente excludentes. A proposta será o de se determinar aquele que maximize o 
retorno do investidor. Primeiro, deve-se estimar o fluxo de caixa líquido do projeto, 
considerando o valor do investimento e as receitas líquidas estimadas (após todos os 
custos/despesas e impostos pagos). Sobre esse fluxo de caixa se aplicam as 
ferramentas de orçamento de capital. 
5.2.1 O período de payback 
O payback é uma técnica de orçamento de capital que leva em consideração o tempo 
de retorno de um investimento. É apenas um indicador que mostra o tempo que um 
investimento leva para gerar retorno. Idealmente, o investimento deve “se pagar” 
antes do término do horizonte de planejamento ou da vida útil estimadas. 
Considere o seguinte fluxo de caixa líquido: 
 Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 ano 5 
Fluxo de caixa livre -500,0 188,7 164,6 116,4 140,5 164,6 
 
Para se calcular o payback simples, deve-se somar os resultados dos fluxos de caixa ao 
valor do investimento (negativo) até que se chegue a um resultado positivo: 
 
• Ano 1: (500) + 188,7 = (311,3) 
• Ano 2: (311,3) + 164,6 = (146,7) 
• Ano 3: (146,7) + 116,4 = (30,3) 
• Ano 4: (30,3) + 140,5 = 110,2 
 
 
 
 
67 
 
Para calcular o tempo exato: 30,3/140,5 = 0,215 x 12 (meses) = 2,58 ou 3 anos, dois 
meses e 15 dias aproximadamente. 
No caso do payback descontado, é necessário antes trazer os fluxos projetados a valor 
presente a uma dada taxa mínima de atratividade para depois calcular o payback. A 
TMA deve refletir o custo de oportunidade do investidor, o custo de capital ou uma 
média ponderada de ambos. Esse tema será abordado detalhadamente no próximo 
item. No momento será considerada a taxa de 10,4% da TMA. Nesse caso, o payback 
descontado é dado por: 
 
O payback simples foi de 3 anos e dois meses, enquanto o descontado foi de 4 anos e 1 
mês denotando perfil mais conservador. 
No entanto, o payback possui algumas limitações: 
• Não considera os períodos após o payback; 
• Ignora a questão da rentabilidade; 
• Possui caráter subjetivo de se interpretar. 
Por isso, são utilizadas as metodologias do valor presente líquido e da taxa interna de 
retorno para se analisar a viabilidade econômica e financeira de um investimento. 
 
 
 
 
 
 
 
68 
 
5.2.2 O valor presente líquido 
O valor presente líquido é uma técnica de orçamento de capital que traz como 
resultado um montante (R$). Esse montante é calculado trazendo-se a valor presente 
todo o fluxo de caixa projetado do investimento a uma dada TMA e depois somando-
se ao valor do investimento (com sinal negativo). 
Análise: 
• Se o VPL > 0, o projeto deve ser aceito; 
• Se o VPL < 0, o projeto deve ser recusado. 
Fórmula: 
 
Considerando o mesmo fluxo de caixa fornecido anteriormente como exemplo, o VPL 
calculado manualmente é dado por: 
 
Por outro lado, a calculadora HP 12C pode fazer o mesmo cálculo: 
 
 
 
 
 
69 
 
O software Excel® também pode ser usado para calcular o VPL através da função que 
leva o mesmo nome: 
 
5.2.3 Taxa Interna de Retorno 
A Taxa Interna de Retorno (TIR), diferentemente do VPL que expressa um resultado em 
valores, expressa uma TAXA. Por definição, a TIR indica a rentabilidade de um projeto. 
Dessa forma: 
• Se a TIR > TMA, deve-se aceitar o projeto; 
• Se a TIR < TMA, deve-se recusar o projeto. 
A TIR é também a taxa que, aplicada a um fluxo de caixa, chega-se a um VPL igual a 
zero. 
Fórmula: 
 
Assim temos: 
 
A metodologia de cálculo da TIR é a mesma da VPL, sendo que “na mão” deve-se, por 
tentativa e erro, calcular o VPL em um fluxo de caixa diversas vezes até se chegar a um 
VPL igual ou bem próximo de zero. No entanto, a calculadora financeira possui a 
função TIR: 
 
 
 
70 
 
 
O software Excel® pode fornecer a mesma informação através da função TIR: 
 
5.2.4 A TIR modificada 
A TIR pode não dar a resposta correta quando se trata de fluxos de caixa não 
convencionais. 
Suponha o fluxo de caixa dado abaixo: 
 
Para calcular a rentabilidade do fluxo de caixa convencional, é utilizada a Taxa Interna 
de Retorno Modificada (TIRM). 
O objetivo principal da TIRM é transformar um fluxo de caixa não convencional em um 
fluxo convencional com apenas dois valores: um fluxo negativo no período “0” e outro 
fluxo positivo no último período da duração do projeto. 
 
 
 
 
71 
 
Assim, para cumprir seu objetivo, a TIRM traz todos os fluxos negativos do projeto a 
valor presente – VAC, ou Valor Atual dos Custos –, e leva todos os fluxos positivos para 
valor futuro – VT, ou Valor Terminal. Feito isso, a fórmula da TIRM fica: 
 
Para resolução do problema exemplo, os fluxos de caixa positivos do projeto são 
levados para o final do quarto ano, usando o custo de capital da empresa (TMA), para 
determinar o que se costuma chamar de valor terminal (VT). 
 
Na sequência, é calculado o Valor Atual dos Custos (VAC) para trazer todosos fluxos de 
caixa negativos do projeto, ao custo de capital da empresa (TMA), para o valor atual ou 
data zero: 
 
Por fim, é feito o cálculo da TIR Modificada: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
72 
 
5.3 Estrutura e custo de capital 
Conforme nos ensina Stark (2005, p. 174), o “custo de capital é a taxa de retorno que 
uma empresa necessita obter sobre os investimentos para manter inalterado o seu 
valor patrimonial”. Gitman (2017, p. 364) complementa afirmando que “o custo de 
capital representa o custo de financiamento da empresa e é a taxa de retorno mínima 
que um projeto deve gerar para aumentar o valor da empresa”. Ainda segundo o autor 
as fontes de recursos de uma empresa são representados pelo seu passivo, sendo 
capital próprio e de terceiros. 
Na realidade, as empresas não utilizam 100% de um ou de outro para financiar as suas 
atividades, mas sim uma combinação de ambas que minimize os custos de capital 
determinando uma estrutura alvo. Conforme nos ensina Gitman (2017, p. 365), 
O custo de capital reflete o custo futuro médio esperado dos fundos de longo 
prazo e todas as atividades de financiamento de uma empresa. Por 
exemplo, uma empresa pode levantar o dinheiro de que necessita para 
construir uma nova instalação de produção, emprestando dinheiro (capital 
de terceiros), vendendo ações ordinárias (capital próprio) ou ambos. Os 
administradores devem considerar os respectivos custos das duas formas de 
capital ao estimar os custos de capital de uma empresa. 
O custo de capital dessa forma é determinado por uma média ponderada de ambos 
denominada Custo Médio Ponderado de Capital (conhecido pela sua sigla em inglês 
WACC ou Weighted Average Cost of Capital): 
 
Sendo que: 
K
i 
= custo específico de cada fonte de financiamento 
W
i 
= participação relativa de cada fonte de financiamento 
 
 
 
 
 
 
73 
 
5.3.1 A formação do custo de capital 
Para a maioria das empresas brasileiras, a única fonte de terceiros é o endividamento 
bancário. Dessa forma, o custo médio ponderado de capital poderia ser uma média 
ponderada dos usos de capital próprio remunerado a uma taxa de juros livre de risco, 
como a taxa Selic, por exemplo, com as taxas de juros cobradas no financiamento. 
Considere, por exemplo, que uma empresa está estruturando o financiamento de um 
projeto, sendo 30% com capital próprio e o restante com capital de terceiros. As taxas 
de juros bancários seriam de 18% ao ano enquanto a taxa SELIC está em torno de 7% 
ao ano. Qual seria o custo médio ponderado de capital para esse projeto? 
Resolução: WACC = 7% x 0,3 + 18% x 0,7 = 14,75 ao ano 
As empresas de capital aberto podem, no entanto, contar com outros instrumentos 
para captação de recursos. No que tange aos recursos próprios, a empresa pode optar 
por reter lucros que poderiam ser distribuídos aos acionistas ou emitir novas ações; 
quanto aos recursos de terceiros, a empresa pode emitir títulos de dívida 
(debêntures). O modelo matemático usado para calcular o custo de capital nessa 
situação é denominado Modelo de Gordon. Conforme Stark (2005, p. 178), “o Modelo 
de Gordon baseia-se na premissa de que o valor da ação é igual ao valor presente do 
fluxo de caixa dos dividendos futuros esperados durante um horizonte infinito de 
tempo”. 
Segundo o autor, o custo da ação ordinária (KS e KN) é dado por: 
 
 
 
 
 
 
 
74 
 
Sendo que: 
𝐷𝐸 = dividendo esperado da ação 
𝑃𝑜 = preço corrente da ação 
𝑔 = taxa anual de crescimento dos dividendos 
𝑓 = percentual de redução no preço corrente 
Já o custo do endividamento de longo prazo é dado por: 
 
 
 
Sendo que: 
𝐽 = juros anuais (em R$) 
𝑉𝑁 = valor nominal da debênture (sempre em R$ 1.000,00) 
𝑅𝐿 = recebimentos líquidos (deságio) 
𝑁 = número de anos do vencimento do papel 
O custo efetivo a ser considerado para o cálculo do WACC é dado após a 
dedutibilidade fiscal (K
i
). 
 
 
 
 
 
 
 
75 
 
Dessa forma, o WACC pelo Modelo de Gordon é dado por: 
 
Sendo os “Ws” os respectivos pesos e os “Ks” as taxas representativas de cada custo 
de capital. 
Exemplo prático 
Considere que uma empresa está avaliando a sua estrutura de capital. O preço 
corrente da ação é de R$ 30,00 com uma distribuição anual de dividendos de R$ 6,00 e 
apresentam uma taxa de crescimento constante de 5%. O deságio proveniente da 
emissão de novas ações é de 20%. Quanto ao capital de terceiros, a empresa paga 
juros de 10% sendo que novos papéis têm deságio de 20% e custos de lançamento de 
R$ 10,00 o papel para um prazo de vencimento de 10 anos. A alíquota do imposto de 
renda é de 30%. Qual seria o seu custo médio ponderado de capital considerando uma 
proporção de 30% para lucros retidos, 30% para emissão de novas ações e 40% para 
recursos de terceiros? 
 
Para qualquer projeto a ser estudado por essa empresa, a taxa interna de retorno deve 
ser superior então a 20,28%. Caso contrário, o financiamento do projeto por meio da 
retenção de lucros, emissão de ações ou debêntures é inviável! 
 
 
 
 
 
 
76 
 
5.4 O valor da empresa 
Conforme Megliorini e Valim (2009, p. 221) 
O preço pelo qual a posse de uma empresa passa a pertencer a outrem 
resulta de um amplo processo de avaliação da referida empresa, tanto por 
parte do vendedor quanto do comprador, que, em geral, têm percepções 
diferentes em relação ao negócio. Em seus modelos de avaliação, 
vendedores e compradores incorporam uma série de julgamentos subjetivos 
relacionados à empresa e ao mercado em que esta atua, possuem 
diferentes níveis de conhecimento a respeito de um mesmo método de 
avaliação, aplicam diferentes métodos de avaliação, etc.[...] em 
conformidade com o objetivo maior da empresa – a maximização da riqueza 
dos proprietários – é possível considerar que o valor que um comprador 
pagaria por uma empresa está associado ao potencial que ela possui em 
gerar riqueza no futuro. 
Dessa forma, para avaliação de uma empresa, será abordado a metodologia do fluxo 
de caixa descontado que é dado por: 
 
Com isso, tem-se: 
 
Admitindo-se a perpetuidade no modelo de avaliação, o valor da empresa é dado por: 
 
Somando-se o Modelo de Gordon à perpetuidade, o valor da empresa é dado por: 
 
 
 
 
 
 
 
77 
 
Exemplo: 
Considere que os fluxos de caixa anuais projetados de uma empresa para os próximos 
três anos sejam de $ 180.000, $ 210.000 e $ 250.000, respectivamente. A partir do 
quarto ano, os fluxos de caixa crescerão indeterminadamente a uma taxa de 2% ao 
ano. Considerando que o WACC da empresa é estimado em 15% ao ano, pede-se para 
calcular o valor da empresa. 
 
REFERÊNCIAS 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Conheça o CPC. Disponível em: 
<https://goo.gl/aGweyC>. Acesso em: 8 jun. 2018. 
FERREIRA, José Antônio Stark. Finanças corporativas: conceitos e aplicações. São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 
FOGO de chão é vendida para fundo americano por US$ 560 milhões. Correio 
Braziliense, São Paulo, 21 fev. 2018. Disponível em: <https://goo.gl/UC8w4G>. Acesso 
em: 8 jun. 2018. 
GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de Administração Financeira. 14. ed. São Paulo: 
Pearson Education do Brasil, 2017. 
MEGLIORINI, Evandir; SILVA, Marco Aurélio Valim Reis da. Administração brasileira: 
uma abordagem brasileira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
78 
 
 
6 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E MERCADO DE CAPITAIS 
O Sistema Financeiro Nacional atual foi desenvolvido no biênio 1964/65, logo que os 
militares assumiram o poder após a intervenção militar de 1964. As Leis n. 4.595/1964 
e n. 4.728/1965 formaram a estrutura que existe até hoje, na qual se destaca a criação 
do Banco Central do Brasil, cujas funções atuais eram realizadas pelo Banco do Brasil e 
outras autarquias. 
Neste bloco serão expostos os principais participantes do SFN, mostrando suas funções 
e relevância para o sistema. Também serão discutidas as características do mercado de 
capitais,

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