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PROFESSOR: WARNER VELASQUE CURSO: DIREITO DISCIPLINA: PRÁTICA CIVIL IV Nome: Karina Guimarães Cunha. TURMA:___________________________________________________ ------------------------------------------------------------------------------------------ EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE PARAÍBA-PB Processo nº 32.45.2020.845.3050 OLAMIR DA CRUZ, brasileiro, empresário, RG 3458-SSP/RR, CPF 235.667.890-00, casado, residente e domiciliado na rua das Amoras, 1233, Parque 10, municipio de Manaus-AM, apartamento, 103, Bloco 1, situado na Avenida das Palmeiras, 354, Conjunto Imperial, centro da cidade de João Pessoa, Estado da Paraiba, conforme certidão de Matricula nº 1235 do Cartório de Imóveis daquela comarca, vem, na presença de V. Exa., apresentar CONTESTAÇÃO, ao processo movido pela CAIXA ECONÔMICA FEDERAL já qualificado(a) pelos fundamentos de fato e de direito adiante lançados: 1. DOS MOTIVOS PARA IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS A seguir, de forma suscinta, a parte requerida que ora contesta, irá demonstrar a este M.M Juízo as principais teses levantadas no bojo da presente peça, bem como os motivos para a improcedência do pleito autoral. Vejamos: a) Da improcedência do pleito. b) Da inexistência de Execução de Contrato ao demandado. c) Da ausência dos requisitos essenciais para promover a penhora. d) Do ônus do autor em provar o alegado. I - SÍNTESE DAS ALEGAÇÕES AUTORAIS Alega a parte autora da ação que promoveu a Execução do Contrato, exigindo a quantia de R$ 167.689,00, (cento e sessenta e sete mil e seiscentos e oitenta e nove reais) que tramita perante a 1ª Vara Federal da Seção Judicária do Estado da Paraiba, o qual foi devidamente citado, porém não efetuou o pagamento no prazo de lei, sobreveio a penhora do apartamento de propriedade do fiador OLAMIR DA CRUZ, que deverá ir a hasta pública para fins de satisfazer o crédito junto a CEF. Eis, em síntese, o escorço fático sustentado pela Autora. No curso do presente, iremos demonstrar as razões pelas quais não se deve dar provimento à demanda. II – FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA 1. DO MÉRITO 1.1. Da improcedência do pleito. Através do contraditório que ora se inaugura, restará comprovado que não subsiste qualquer razão às argumentações e aos pleitos formulados pela parte autora na exordial. Cumpre esclarecer que inócuos são os argumentos da parte autora no que se refere ao polo passivo, uma vez que prestou fiança ao contrato de financiamento estudantil, para um sobrinho, RONALDO DA CRUZ DA SILVA, relatando fatos que por si só descaracterizariam as pretensões abusivas da parte autora de penhorar o seu imóvel que não teve nem mesmo a anuência e o conhecimento da esposa sobre este financiamento que coloca em risco o patrimônio dos cônjuges. Assim, se vislumbra que o pleito de penhora do bem está completamente fora da realidade, e desprovida de respaldo técnico-jurídico. Não obstante, não fazendo a parte autora jus a exigir pagamento ou penhora da parte ré, devendo o M.M. Magistrado julgar o presente feito improcedente, extinguindo o feito com resolução de mérito. 2. Da inexistência de Execução de Contrato ao demandado. 2.1. Ainda que não seja de responsabilidade do requerido ao pagamento ou penhora do bem imóvel, há, neste caso, a inexistência de execução de contrato, visto que a parte promovente não indicou os bens à satisfazer a execução caso o financiamento não fosse pago no dia estipulado do contrato. Neste sentido, colhe-se da seguinte Jurisprudência: RECURSO INOMINADO. EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL. EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO ANTE À INEXISTÊNCIA DE BENS PENHORÁVEIS. EXEQUENTE QUE NÃO INDICOU BENS DA EXECUTADA A SATISFAZER A EXECUÇÃO. AUSÊNCIA DE BENS PENHORÁVEIS QUE ACARRETA NA EXTINÇÃO DO FEITO (ART. 53, § 4º, DA LEI 9.099/95). SENTENÇA DE EXTINÇÃO MANTIDA. Recurso conhecido e desprovido. (TJPR - 1ª Turma Recursal - 0036953-27.2013.8.16.0182 - Curitiba - Rel.: Juíza Melissa de Azevedo Olivas - J. 18.05.2020) (TJ-PR - RI: 00369532720138160182 PR 0036953- 27.2013.8.16.0182 (Acórdão), Relator: Juíza Melissa de Azevedo Olivas, Data de Julgamento: 18/05/2020, 1ª Turma Recursal, Data de Publicação: 19/05/2020) Em sendo rejeitados os argumentos expostos anteriormente, o que se admite apenas a título de argumentação, faz-se necessário destacar que a parte autora jamais poderá receber penhora do único imóvel da parte ré, o que é expressamente vedado pelo ordenamento jurídico brasileiro. Pelo exposto, requer-se que seja julgado improcedente o pleito da autora no tocante a penhora do bem imóvel e caso não seja esse o entendimento, o que não se espera, requer que a eventual execução do contrato seja precedida na pessoa do seu sobrinho a qual prestou fiança. 3. Da ausência dos requisitos essenciais para promover a penhora. 3.1 Cabe ressaltar que a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL não agiu de forma correta ao colocar em penhora o único imóvel de Família, conforme consta a lei nº 8.009, de 29 de março de 1990: Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei. Desse modo, faz-se necessário resguardar o direito fundamental à moradia, com base no princípio da dignidade da pessoa humana. Segundo ele, o intuito da norma não é proteger o devedor contra suas dívidas, tornando seus bens impenhoráveis, mas garantir a proteção da entidade familiar no seu conceito mais amplo. 4. Do ônus do autor em provar o alegado 4.1. No caso dos autos, deve ser aplicada a regra do artigo 373 do CPC, segundo o qual o ônus probandi incumbe ao autor quanto ao fato constitutivo do seu direito, e a ré quanto a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito daquele, conforme situado no artigo 373, inciso I, do CPC: Art. 373 - O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Desta feita, com arrimo no inciso I, do citado dispositivo de Lei Federal, incumbe à parte requerente o ônus de prova o fato constitutivo do seu direito. Novamente, destaca-se, que os fatos alegados devem ser comprovados minimamente para haver verossimilhança entre o fato e o efetivo dano narrado. Já a inversão do ônus da prova prevista no inciso VIII, do artigo 6º, da Lei nº 8.078/90, só será possível quando presentes os pressupostos que a autorizem, ou seja, quando a parte autora provar ser verossímil as suas alegações. 4.2. Assim, inexiste qualquer fato ensejador de pedido de penhora do bem imóvel, devendo ser julgado TOTALMENTE IMPROCEDENTE o pleito formulado pelo Demandante. III – DO PEDIDO a) Contudo, acaso superada as preliminares levantadas, requer TOTAL IMPROCEDÊNCIA os pedidos formulados na inicial. b) Requer ainda, que seja julgado improcedente o pleito da autora no tocante a penhora do bem imóvel e caso não seja esse o entendimento, requer que a eventual execução do contrato seja precedida na pessoa do seu sobrinho a qual prestou fiança. Nesses termos, Pede e espera deferimento. Paraíba, 02 de Setembro de 2020. Estagiária: Karina Guimarães Cunha