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Unidade 11- Demonstração dos Fluxos de Caixa Apresentação Prezado Estudante, Na Unidade 3 verificamos que despesas, como a depreciação, não afetam o Caixa da empresa, entretanto, afetam o resultado econômico. A Demonstração dos Fluxos de Caixa indica as entradas e saídas de recursos do Caixa, e dessa forma, propicia ao gestor uma melhor visão a respeito do planejamento financeiro eficiente. Na Unidade 11 abordaremos mais detalhadamente a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). Bons estudos Objetivos de Aprendizagem: ✓ Compreender a elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa; ✓ Compreender a análise da Demonstração dos Fluxos de Caixa; ✓ Esclarecer a importância da Demonstração dos Fluxos de Caixa para o gestor; ✓ 11.1. Introdução – A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é um relatório contábil que tem por objetivo evidenciar as transações ocorridas em determinado período e que provocaram modificações no saldo de Caixa da empresa (RIBEIRO, 2018). Norma da lei societária brasileira (Lei nº 6.404/76): “Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo: I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: a) das operações; b) dos financiamentos; e c) dos investimentos.” Assim, conforme GITMAN (2010) a DFC permite distinguir os fluxos de caixa das operações, de investimentos e de financiamentos da empresa e os concilia com variações do caixa e títulos negociáveis durante o período. A DFC utiliza linguagem e conceitos mais simples, possui uma comunicação melhor com a maioria dos usuários das demonstrações, com o principal objetivo de fornecer ao gestor informações relevantes sobre os recebimentos e pagamentos de caixa de uma companhia durante um determinado período (FERRARI, 2011; ALMEIDA, 2018). A DFC foi regulamentada através do pronunciamento técnico contábil CPC 03(R2) – Demonstração dos Fluxos de Caixa, dentro do contexto de adoção pelo Brasil das normas internacionais de contabilidade (correspondente ao IAS 7 do IASB) e define como principais pontos: 1. A DFC deve contemplar as alterações de caixa e dos recursos equivalentes de caixa durante o período; 2. Os recursos equivalentes de caixa incluem aplicações de curto prazo, facilmente conversíveis em dinheiro, e que estão sujeitas a risco pouco significativo de mudança do seu valor; 3. Os fluxos de caixa provenientes das atividades de operação, de investimento e de financiamento devem ser apresentados separadamente; 4. O fluxo de caixa das atividades operacionais deve ser apresentado utilizando a metodologia direta (recomendada) ou a metodologia indireta; 5. Os fluxos de caixa relacionados com os impostos que incidem sobre o lucro devem ser apresentados nas atividades operacionais, exceto se podem ser identificados especificamente com atividades de investimentos e de financiamentos; 6. As operações de investimento e de financiamentos que não envolvem caixa (integralização de capital com bens do ativo imobilizado, por exemplo) não deverão ser incluídos a demonstração do fluxo de deverão ser incluídas na demonstração do fluxo de caixa. Entretanto, deverão ser divulgadas em separado. 7. As atividades operacionais, estão relacionadas a: recebimentos de clientes devido as vendas, pagamentos a fornecedores, pagamentos de impostos que incidem sobre a receita bruta, pagamentos de despesas: administrativas e de vendas; 8. As atividades de investimento, estão relacionadas a: pagamentos de ativos imobilizados, intangíveis e investimentos, e recebimentos de imobilizados, intangíveis e investimentos; 9. As atividades de financiamento, estão relacionadas a: recebimentos por integralização do capital social, pagamentos: por devolução do capital aos acionistas, dividendos e empréstimos (ALMEIDA, 2018). Quem é obrigado a apresentar a DFC? A Lei 11.638/07 modificou a Lei 6.404/76 incluindo a substituição as Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) pela Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) (ALMEIDA, 2018). Não são todas as empresas obrigadas a apresentar a DFC, a companhia fechada com o Patrimônio Líquido, na data do Balanço Patrimonial, inferior a R$2.000.000 (dois milhões de reais) não é obrigada a elaborar e publicar a DFC. Contudo, não impede que o gestor a utilize para melhorar a gestão de suas disponibilidades. O CPC PME1 obriga a elaboração da DFC também para as pequenas e médias empresas. 11.2. Caixa e equivalentes de caixa Os Fluxos de Caixa englobam não somente o movimento da própria conta Caixa, e da conta Banco, como também o movimento dos Equivalentes de Caixa. Para Ribeiro (2018) os Equivalentes de caixa são as aplicações financeiras de alta liquidez, com vencimentos em prazo não superior a 90 dias. Assim, o fluxo de caixa envolve contas classificadas no grupo das Disponibilidades do Ativo Circulante do Balanço Patrimonial. De acordo com os parágrafos 7 a 9 do CPC 03 (02), os equivalentes de caixa são mantidos com a finalidade de atender a compromissos de caixa de curto prazo e não para investimento ou outros fins. O critério para ser considerada equivalente de caixa, uma aplicação financeira deve ter conversibilidade imediata em um montante conhecido de caixa e estar sujeita a um insignificante risco de mudança de valor. Por conseguinte, 1 CPC PME - Comitê de Pronunciamentos Contábeis - Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas um ativo financeiro de instrumento de dívida, normalmente, se qualifica como equivalente de caixa quando tem vencimento de curto prazo, por exemplo, três meses ou menos, a contar da data da contratação. Os ativos financeiros em ações de outras entidades (instrumentos de capital) devem ser excluídos dos equivalentes de caixa, a menos que eles sejam, em essência, um equivalente de caixa, como, por exemplo, nos casos de ações preferenciais resgatável que tenham prazo definido de resgate e cujo prazo atenda a definição de curto prazo. 11.3. Objetivos da DFC A grande maioria das empresas, diante do atual cenário globalização e alta competitividade, sofrem problemas com a situação financeira. Grande parte desses problemas são ocasionados por falta da utilização da DFC. A falta de geração de caixa em volume suficiente para financiar as operações de uma empresa é o que tem levado muitas ao processo de falência, com a ressalva de que nem sempre uma empresa lucrativa consegue gerar caixa. A DFC tem o objetivo de auxiliar o gestor na evidenciação das entradas e saídas financeiras. Assim, como as demais demonstrações contábeis, a DFC tem o objetivo fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na posição financeira da entidade. Em resumo, a DFC fornece um resumo das mutações de caixa com relação a três importantes áreas da empresa sendo: atividades operacionais, atividades de investimentos e atividades de financiamentos. É importante destacar que a DFC permite ao gestor ver as alterações das disponibilidades do período, quais contas foram responsáveis por esta alteração e qual foi o resultado obtido com cada atividade (operacionais, de investimento e de financiamento) deste fluxo. Segundo a FIPECAFI (2010, p.565) “o objetivo primário da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é prover informações relevantes sobre os pagamentos e recebimentos, em dinheiro, de uma empresa, ocorridos durante um determinado período”. E qual impacto da análise da DFC no dia a dia da empresa? Do modo lógico, se uma empresa apresenta constantes resultados negativos, a primeira decisão a tomar pelos gestores é a redução de gastos, mas para o uso correto da redução de gastos se faz preciso apresentar a presença oucontinuidade de cada gasto comparando com a qualidade do valor desembolsado e para isso é indispensável o uso da DFC. Na grande maioria das empresas, principalmente nas micro e pequenas, a utilização e análise da DFC são praticamente inexistentes, pois os gestores da mesma pouco conhecem sobre essa prática, e desconhecem o importante relatório para a tomada de decisões gerenciais. O ponto de análise mais importante é a necessidade do saldo positivo do fluxo de caixa operacional, uma vez que seu principal formador é o lucro operacional. Este fluxo representa a razão de ser da organização, porque o lucro operacional reflete a eficácia empresarial (PADOVEZE, 2010). As vezes pode haver saldo negativo do fluxo operacional em algum período. O que não pode acontecer é saldo negativo constante. De um modo geral, saldos negativos constantes do fluxo de caixa operacional indicam prejuízo ou excesso de retenção no capital de giro (por excesso de estoques, aumento de inadimplência etc. (PADOVEZE, 2010). É importante salientar que: “o fluxo de caixa das atividades de investimentos normalmente é negativo, uma vez que a empresa tende a estar sempre investindo e raramente desinvestindo (PADOVEZE, 2010, p.58). Padoveze (2010) destaca que o fluxo de caixa das atividades de investimentos deve ser analisado em relação ao futuro da empresa, uma vez que os investimentos são feitos no pressuposto de retorno futuro, em horizontes temporais normalmente acima de cinco anos. E caso ocorra constante fluxo negativo das atividades de investimentos e fluxos de caixa das atividades operacionais de períodos futuros negativos, significa que o lucro esperado dos investimentos não aconteceu, resultando em problemas para a empresa. Também é importante analisar as atividades de financiamento, o saldo positivo de fluxo de caixa de financiamentos tende a ser confrontado com o saldo negativo do fluxo de caixa das atividades de investimentos. Ocorre em muitos casos, que as empresas financiem seus investimentos ou com recursos de emissão de ações ou com captação de recursos de terceiros, cujo pagamento será no futuro à medida que os lucros do investimento acontecerem. Assim, a DFC é um instrumento indispensável para a sobrevivência da empresa no mercado, isto é, uma ferramenta norteadora e explicativa sobre as mutações das contas de disponibilidades da organização, através do gerenciamento das entradas e saídas de caixa sendo entendido como a base para todo planejamento e posterior tomada de decisão. Também é visto que este processo pode ocorrer em vários âmbitos do cenário empresarial, como gestão de custos, gestão de despesas, controle de caixa e conceitos primordiais como sobre a ciência contábil e das demonstrações contábeis. A DFC é um mecanismo de planejamento bem detalhado sobre as entradas e saídas da organização mediante ao setor financeiro, ajustado a viabilidade da empresa e avaliação dos gastos e investimentos (FIPECAFI, 2010) De acordo com o CPC 03 (R2) – Demonstração dos Fluxos de Caixa apresenta os seguintes benefícios das informações dos Fluxos de Caixa: “Informações sobre o fluxo de caixa de uma entidade são úteis para proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como as necessidades da entidade de utilização desses fluxos de caixa. As decisões econômicas que são tomadas pelos usuários exigem avaliação da capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como da época de sua ocorrência e do grau de certeza de sua geração (CPC 03 R2). A DFC, quando usada em conjunto com as demais demonstrações contábeis, principalmente o Balanço Patrimonial, proporciona informações que permitem aos gestores avaliarem as mudanças nos ativos líquidos da entidade, sua estrutura financeira (inclusive sua liquidez e solvência) e sua capacidade para mudar os montantes e a época de ocorrência dos fluxos de caixa, a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias e oportunidades. As informações sobre os fluxos de caixa são úteis: i. Para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa; ii. Possibilitam aos usuários desenvolver modelos para avaliar e comparar o valor presente dos fluxos de caixa futuros de diferentes entidades; e iii. Comparação do desempenho operacional por diferentes entidades, visto que reduz os efeitos decorrentes do uso de diferentes critérios contábeis para as mesmas transações e eventos. Vale destacar que as informações históricas dos fluxos de caixa são repetidamente empregadas como indicador do montante, época de ocorrência e grau de certeza dos fluxos de caixa futuros. Ainda são úteis para apurar a exatidão das estimativas passadas dos fluxos de caixa futuros, assim como para analisar a relação entre lucratividade e fluxos de caixa líquidos e o impacto das mudanças de preços. 11.4. A estrutura de apresentação da DFC A Lei 6.404/76 não estabelece um modelo de DFC, mas indica que a DFC deve segregar as alterações ocorridas no exercício em três fluxos: das Operações, dos Financiamentos e dos Investimentos (RIBEIRO, 2018). Assim, as entradas e saídas de caixa devem configurar nos três grupos de atividades: Operacionais, Investimento e Financiamento. i) Atividades Operacionais As Atividades operacionais representam pagamentos e recebimentos atrelados principalmente à geração do lucro operacional da empresa (ALMEIDA, 2018). São as principais atividades de geração de receita e podem ser exemplificadas Recebimentos de clientes oriundos das vendas de bens e de serviços. Pagamentos a fornecedores de bens e de serviços. Pagamentos de impostos que incidem sobre a receita bruta. Pagamentos de despesas administrativas. Pagamentos de despesas com vendas. Pagamentos de impostos que incidem sobre o lucro. ii) Atividades de Investimento As Atividades de Investimento compreendem os pagamentos e recebimentos relacionados com o Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizados, Intangíveis e Ativos Financeiros em instrumentos de capital e em Instrumentos de dívidas não classificadas em equivalentes de caixa (ALMEIDA, 2018). São atividades referentes à aquisição e venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa, tais como Pagamentos de ativos imobilizados. Pagamentos de ativos intangíveis. Pagamentos de investimentos. Recebimentos por vendas de ativos imobilizados. Recebimentos por vendas de ativos intangíveis. Recebimentos por vendas de investimentos. iii) Atividades de Financiamento As Atividades de Financiamento representam os pagamentos e recebimentos vinculados a Passivos e Patrimônio Líquido (ALMEIDA, 2018). Estão relacionados a Empréstimos, Financiamentos e Aporte de Capital, sendo as principais atividades: Recebimentos por integralização do capital social. Pagamentos por devolução do capital aos acionistas. Pagamentos de dividendos. Recebimentos de empréstimos. Pagamentos de empréstimos. 11.5. Métodos de elaboração A DFC possui qualidade de informação muito superior a DOAR (Demonstração de Origem e Aplicação de Recursos). Principalmente por apresentar as deficiências básicas: i. Falta de detalhamento das variações do giro ii. Tratamento dos elementos financeiros como se fossem operacionais. A DFC tem duas formas de apresentação básicas: X’ a. O método indireto, que evidencia a movimentação do saldo de caixa no período, partindo da geração de caixa por meio da Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) e das variações dos elementos patrimoniais do balanço que geram ou necessitam de caixa. A DFC apresentada pelo Método Indireto se assemelha à DOAR, pois a demonstração dos recursos gerados pela empresa é feita através da conciliação do Resultado Líquidodo Exercício com a efetiva variação do caixa, exigindo do analista maior conhecimento de Contabilidade. Para compor essa relação, são aplicados os seguintes ajustes: i. retificar (corrigir) dos efeitos das transações incluídas na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) que não afetaram o caixa, como, por exemplo, Depreciação, Resultados de Equivalência Patrimonial e Imposto de Renda Diferido; e ii. retificar (corrigir) das variações dos ativos e passivos por representarem valores relativos às transações de caixa decorridas antes ou após o período de apuração do resultado. Descrição Exercício atual Exercício anterior 1. Fluxos de caixa das atividades Operacionais Resultado do Exercício antes do CSLL e IR Ajustados por: (+) Depreciação, Amortização etc (+ ou -) Resultado na venda de Ativos não Circulantes (= ou -) Equivalência Patrimonial Variações nos Ativos e Passivos (Aumento) Redução em contas a receber (Aumento) Redução dos estoques Aumento (Redução) em Fornecedores Aumento (Redução) EM Contas a Pagar Aumento (Redução) no IR e CSLL (=) Disponibilidades Líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades Operacionais 2. Fluxos de caixa das Atividades de Investimento (-) Compras de Investimento (-) Compras de Imobilizado (-) Compras de Intangível (+) Recebimento por vendas de Investimentos (+) Recebimento por vendas do Imobilizado (+) Recebimento por vendas de do Intangível (+) Recebimento por vendas de Dividendos (=) Disponibilidades líquidas geradas pela (aplicadas nas) atividades de Investimento 3. Fluxos de caixa das atividades de Financiamento (+) Integralização do Capital (+) Empréstimos tomados (-) Pagamento de dividendos (-) Pagamento de empréstimos (=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de Financiamento 4. Aumento (Redução) nas Disponibilidades (1 + 2 + 3) 5. Disponibilidades no início do período 6. Disponibilidades no final do período (4 +5) Figura 1: Modelo Demonstração dos Fluxos de Caixa – Método Indireto Fonte: Ribeiro (2018, p.428) b. O método direto, que evidencia a movimentação do saldo de caixa do período, coletando as informações específicas das entradas e saídas de numerário constante das contas de disponibilidades (caixa, bancos e aplicações financeiras). A DFC apresentada pelo Método Direto facilita a visualização e a compreensão do fluxo financeiro, demonstrando os recebimentos e pagamentos decorrentes das atividades operacionais da empresa, possibilitando a avaliação do comportamento do seu nível de solvência. Nesse método são apresentados os componentes dos fluxos por seus valores brutos, ao menos para os itens mais significativos dos recebimentos e dos pagamentos. Descrição Exercício atual Exercício anterior 1. Fluxos de caixa das atividades Operacionais (+) Valores recebidos de clientes. (-) Valores pagos a fornecedores e empregados (-) IR e CSLL pagos (-) Pagamentos de contingências (+) Recebimentos por reembolso de seguros (+) Recebimentos de lucros e dividendos de subsidiárias (+ ou -) Outros recebimentos e pagamentos líquidos (=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades Operacionais 2. Fluxos de caixa das Atividades de Investimento (-) Compras de Investimento (-) Compras de Imobilizado (-) Compras de Intangível (+) Recebimento por vendas de Investimentos (+) Recebimento por vendas do Imobilizado (+) Recebimento por vendas de do Intangível (+) Recebimento por vendas de Dividendos (=) Disponibilidades líquidas geradas pela (aplicadas nas) atividades de Investimento 3. Fluxos de caixa das atividades de Financiamento (+) Integralização do Capital (+) Empréstimos tomados (-) Pagamento de dividendos (-) Pagamento de empréstimos (=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de Financiamento 4. Aumento (Redução) nas Disponibilidades (1 + 2 + 3) 5. Disponibilidades no início do período 6. Disponibilidades no final do período (4 +5) Figura 2: Modelo de Demonstração dos Fluxos de Caixa – Método Direto Fonte: Ribeiro (2018, p.429) 11.6.Como elaborar o Demonstração dos Fluxos de Caixa Para elaboração da DFC, seja pelo Método Direto ou Indireto, os dados são coletados do Balanço Patrimonial (do exercício atual e anterior) e da DRE (do exercício atual e anterior) e consultas ao Livro Razão (RIBEIRO, 2018). Para facilitar o entendimento iremos apresentar um exemplo prático: Passo 1 – Apresentação do Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial em 31/12/20X2 20X1 20X2 20X1 20X2 Ativo Circulante R$500 R$22.500 Passivo Circulante R$1.000 Caixa R$500 R$1.000 Fornecedores R$1.000 Estoques R$2.500 Clientes R$19.000 Ativo N Circulante R$70.000 R$52.500 Patrimônio Líquido R$70.500 R$74.000 Edifícios R$70.000 R$70.000 Capital Social R$70.500 R$78.000 (-) Deprec Acum (R$17.500) Prejuízo Acum (R$4.000) Total Ativo R$70.500 R$75.000 Total Passivo + PL R$70.500 R$74.000 Passo 2 – Apresentação da Demonstração do Resultado do Exercício Demonstração do Resultado do Exercício em 31/12/2016 Receita de Vendas R$19.000 (-) CMV (R$6.000) (=) Lucro Bruto R$13.000 (-) Despesas Administrativas (R$500) (-) Depreciação (R$17.500) (-) Dividendos Recebidos (R$1.000) (=) Prejuízo do Período (R$4.000) Passo 3 – Elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa É preciso que o gestor analise tanto o Balanço Patrimonial e a DRE separando as contas que envolvem desembolso das disponibilidades e classificá-las de acordo com as atividades Operacionais, Financiamentos e Investimentos. 1. Pelo Método Direto Demonstração dos Fluxos de Caixa em 31/12/20X2 – Método Direto 1. Atividades Operacionais Compra de estoques (R$7.500) Pagamento de despesas administrativas (R$500) Recebimento de dividendos (R$1.000) (=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades Operacionais (R$7.000) 2. Atividades de Investimento $0 3. Atividades de Financiamento R$7.500 Integralização de Capital R$7.500 (=)Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de Financiamento 4. Aumento das Disponibilidades R$500 5. Disponibilidades no início do período R$500 6. Disponibilidades no final do período R$1.000 Para obter o valor de compra de mercadorias, devemos usar a equação: Compra de estoques = fornecedor inicial + (-CMV + estoque inicial – estoque final) + fornecedor final Compra de estoques = $0 + (- $6.000 + $0 – $2.500) + $1.000 = -$7.500 É preciso que o gestor analise tanto o Balanço Patrimonial e a DRE separando as contas que envolvem desembolso das disponibilidades e classificá-las de acordo com as atividades Operacionais, Financiamentos e Investimentos. 2. Pelo Método Indireto Demonstração do Fluxo de Caixa (Método Indireto) em 31/12/20X2 Prejuízo Líquido (R$4.000) +Depreciação R$17.500 1. Atividades Operacionais Estoques (R$2.500) Clientes (R$19.000) Fornecedores R$1.000 (=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades Operacionais (R$7.000) 2. Atividades de Investimento 3. Atividades de Financiamento Integralização de Capital R$7.500 (=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de Financiamento R$7.500 4. Aumento das Disponibilidades R$500 5. Disponibilidades no início do período R$500 6. Disponibilidades no final do período R$1.000 Referências ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Contabilidade Societária. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2018. FERRARI, Ed Luiz. Contabilidade Geral: Teoria e 1000 questões. Niterói,RJ: Impetus, 2011. FIPECAFI. Manual de Contabilidade Societária. São Paulo: Atlas, 2010. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 12 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. PADOVEZE, Clóvis Luís Análise das demonstrações financeiras. São Paulo : Cengage Learning, 2010. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Intermediária. 5 ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018. https://www.contabeis.com.br/termos-contabeis/contabilidade/ SILVA, Alexandre Alcantara de. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis. 4 ed. – São Paulo: Atlas, 2014. SILVA, Alexandre Alcantara de. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis. 5 ed. – São Paulo: Atlas, 2019.
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