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Unidade 11- Demonstração dos Fluxos de Caixa 
Apresentação 
 
Prezado Estudante, 
Na Unidade 3 verificamos que despesas, como a depreciação, não afetam o Caixa 
da empresa, entretanto, afetam o resultado econômico. 
A Demonstração dos Fluxos de Caixa indica as entradas e saídas de recursos do 
Caixa, e dessa forma, propicia ao gestor uma melhor visão a respeito do planejamento 
financeiro eficiente. 
Na Unidade 11 abordaremos mais detalhadamente a Demonstração dos Fluxos de 
Caixa (DFC). 
Bons estudos 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
 
✓ Compreender a elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa; 
✓ Compreender a análise da Demonstração dos Fluxos de Caixa; 
✓ Esclarecer a importância da Demonstração dos Fluxos de Caixa para o gestor; 
✓ 
 
 
11.1. Introdução – 
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é um relatório contábil que tem por 
objetivo evidenciar as transações ocorridas em determinado período e que provocaram 
modificações no saldo de Caixa da empresa (RIBEIRO, 2018). 
Norma da lei societária brasileira (Lei nº 6.404/76): 
“Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta 
Lei indicarão, no mínimo: 
I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o exercício, 
no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no 
mínimo, 3 (três) fluxos: 
a) das operações; 
b) dos financiamentos; e 
c) dos investimentos.” 
 
Assim, conforme GITMAN (2010) a DFC permite distinguir os fluxos de caixa 
das operações, de investimentos e de financiamentos da empresa e os concilia com 
variações do caixa e títulos negociáveis durante o período. 
A DFC utiliza linguagem e conceitos mais simples, possui uma comunicação 
melhor com a maioria dos usuários das demonstrações, com o principal objetivo de 
fornecer ao gestor informações relevantes sobre os recebimentos e pagamentos de caixa 
de uma companhia durante um determinado período (FERRARI, 2011; ALMEIDA, 
2018). 
A DFC foi regulamentada através do pronunciamento técnico contábil CPC 
03(R2) – Demonstração dos Fluxos de Caixa, dentro do contexto de adoção pelo Brasil 
das normas internacionais de contabilidade (correspondente ao IAS 7 do IASB) e define 
como principais pontos: 
1. A DFC deve contemplar as alterações de caixa e dos recursos equivalentes 
de caixa durante o período; 
2. Os recursos equivalentes de caixa incluem aplicações de curto prazo, 
facilmente conversíveis em dinheiro, e que estão sujeitas a risco pouco 
significativo de mudança do seu valor; 
3. Os fluxos de caixa provenientes das atividades de operação, de 
investimento e de financiamento devem ser apresentados separadamente; 
4. O fluxo de caixa das atividades operacionais deve ser apresentado 
utilizando a metodologia direta (recomendada) ou a metodologia indireta; 
5. Os fluxos de caixa relacionados com os impostos que incidem sobre o 
lucro devem ser apresentados nas atividades operacionais, exceto se 
podem ser identificados especificamente com atividades de investimentos 
e de financiamentos; 
6. As operações de investimento e de financiamentos que não envolvem 
caixa (integralização de capital com bens do ativo imobilizado, por 
exemplo) não deverão ser incluídos a demonstração do fluxo de deverão 
ser incluídas na demonstração do fluxo de caixa. Entretanto, deverão ser 
divulgadas em separado. 
7. As atividades operacionais, estão relacionadas a: recebimentos de clientes 
devido as vendas, pagamentos a fornecedores, pagamentos de impostos 
que incidem sobre a receita bruta, pagamentos de despesas: 
administrativas e de vendas; 
8. As atividades de investimento, estão relacionadas a: pagamentos de ativos 
imobilizados, intangíveis e investimentos, e recebimentos de 
imobilizados, intangíveis e investimentos; 
9. As atividades de financiamento, estão relacionadas a: recebimentos por 
integralização do capital social, pagamentos: por devolução do capital aos 
acionistas, dividendos e empréstimos (ALMEIDA, 2018). 
 
Quem é obrigado a apresentar a DFC? 
A Lei 11.638/07 modificou a Lei 6.404/76 incluindo a substituição as 
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) pela Demonstração dos 
Fluxos de Caixa (DFC) (ALMEIDA, 2018). 
Não são todas as empresas obrigadas a apresentar a DFC, a companhia fechada 
com o Patrimônio Líquido, na data do Balanço Patrimonial, inferior a R$2.000.000 (dois 
milhões de reais) não é obrigada a elaborar e publicar a DFC. Contudo, não impede que 
o gestor a utilize para melhorar a gestão de suas disponibilidades. 
O CPC PME1 obriga a elaboração da DFC também para as pequenas e médias 
empresas. 
 
11.2. Caixa e equivalentes de caixa 
Os Fluxos de Caixa englobam não somente o movimento da própria conta Caixa, 
e da conta Banco, como também o movimento dos Equivalentes de Caixa. 
Para Ribeiro (2018) os Equivalentes de caixa são as aplicações financeiras de alta 
liquidez, com vencimentos em prazo não superior a 90 dias. Assim, o fluxo de caixa 
envolve contas classificadas no grupo das Disponibilidades do Ativo Circulante do 
Balanço Patrimonial. 
De acordo com os parágrafos 7 a 9 do CPC 03 (02), os equivalentes de caixa são 
mantidos com a finalidade de atender a compromissos de caixa de curto prazo e não 
para investimento ou outros fins. O critério para ser considerada equivalente de caixa, 
uma aplicação financeira deve ter conversibilidade imediata em um montante conhecido 
de caixa e estar sujeita a um insignificante risco de mudança de valor. Por conseguinte, 
 
1 CPC PME - Comitê de Pronunciamentos Contábeis - Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas 
um ativo financeiro de instrumento de dívida, normalmente, se qualifica como 
equivalente de caixa quando tem vencimento de curto prazo, por exemplo, três meses ou 
menos, a contar da data da contratação. 
Os ativos financeiros em ações de outras entidades (instrumentos de capital) 
devem ser excluídos dos equivalentes de caixa, a menos que eles sejam, em essência, um 
equivalente de caixa, como, por exemplo, nos casos de ações preferenciais resgatável que 
tenham prazo definido de resgate e cujo prazo atenda a definição de curto prazo. 
 
11.3. Objetivos da DFC 
A grande maioria das empresas, diante do atual cenário globalização e alta 
competitividade, sofrem problemas com a situação financeira. Grande parte desses 
problemas são ocasionados por falta da utilização da DFC. 
A falta de geração de caixa em volume suficiente para financiar as operações de 
uma empresa é o que tem levado muitas ao processo de falência, com a ressalva de que 
nem sempre uma empresa lucrativa consegue gerar caixa. 
A DFC tem o objetivo de auxiliar o gestor na evidenciação das entradas e saídas 
financeiras. Assim, como as demais demonstrações contábeis, a DFC tem o objetivo 
fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as 
mudanças na posição financeira da entidade. 
Em resumo, a DFC fornece um resumo das mutações de caixa com relação a três 
importantes áreas da empresa sendo: atividades operacionais, atividades de investimentos 
e atividades de financiamentos. 
É importante destacar que a DFC permite ao gestor ver as alterações das 
disponibilidades do período, quais contas foram responsáveis por esta alteração e qual foi 
o resultado obtido com cada atividade (operacionais, de investimento e de financiamento) 
deste fluxo. 
Segundo a FIPECAFI (2010, p.565) “o objetivo primário da Demonstração dos 
Fluxos de Caixa (DFC) é prover informações relevantes sobre os pagamentos e 
recebimentos, em dinheiro, de uma empresa, ocorridos durante um determinado período”. 
 
E qual impacto da análise da DFC no dia a dia da empresa? 
Do modo lógico, se uma empresa apresenta constantes resultados negativos, a 
primeira decisão a tomar pelos gestores é a redução de gastos, mas para o uso correto da 
redução de gastos se faz preciso apresentar a presença oucontinuidade de cada gasto 
comparando com a qualidade do valor desembolsado e para isso é indispensável o uso da 
DFC. Na grande maioria das empresas, principalmente nas micro e pequenas, a utilização 
e análise da DFC são praticamente inexistentes, pois os gestores da mesma pouco 
conhecem sobre essa prática, e desconhecem o importante relatório para a tomada de 
decisões gerenciais. 
O ponto de análise mais importante é a necessidade do saldo positivo do fluxo de 
caixa operacional, uma vez que seu principal formador é o lucro operacional. Este fluxo 
representa a razão de ser da organização, porque o lucro operacional reflete a eficácia 
empresarial (PADOVEZE, 2010). 
As vezes pode haver saldo negativo do fluxo operacional em algum período. O 
que não pode acontecer é saldo negativo constante. De um modo geral, saldos negativos 
constantes do fluxo de caixa operacional indicam prejuízo ou excesso de retenção no 
capital de giro (por excesso de estoques, aumento de inadimplência etc. (PADOVEZE, 
2010). 
É importante salientar que: “o fluxo de caixa das atividades de investimentos 
normalmente é negativo, uma vez que a empresa tende a estar sempre investindo e 
raramente desinvestindo (PADOVEZE, 2010, p.58). 
Padoveze (2010) destaca que o fluxo de caixa das atividades de investimentos 
deve ser analisado em relação ao futuro da empresa, uma vez que os investimentos são 
feitos no pressuposto de retorno futuro, em horizontes temporais normalmente acima de 
cinco anos. E caso ocorra constante fluxo negativo das atividades de investimentos e 
fluxos de caixa das atividades operacionais de períodos futuros negativos, significa que o 
lucro esperado dos investimentos não aconteceu, resultando em problemas para a 
empresa. 
Também é importante analisar as atividades de financiamento, o saldo positivo de 
fluxo de caixa de financiamentos tende a ser confrontado com o saldo negativo do fluxo 
de caixa das atividades de investimentos. Ocorre em muitos casos, que as empresas 
financiem seus investimentos ou com recursos de emissão de ações ou com captação de 
recursos de terceiros, cujo pagamento será no futuro à medida que os lucros do 
investimento acontecerem. 
Assim, a DFC é um instrumento indispensável para a sobrevivência da empresa 
no mercado, isto é, uma ferramenta norteadora e explicativa sobre as mutações das contas 
de disponibilidades da organização, através do gerenciamento das entradas e saídas de 
caixa sendo entendido como a base para todo planejamento e posterior tomada de decisão. 
Também é visto que este processo pode ocorrer em vários âmbitos do cenário empresarial, 
como gestão de custos, gestão de despesas, controle de caixa e conceitos primordiais 
como sobre a ciência contábil e das demonstrações contábeis. 
A DFC é um mecanismo de planejamento bem detalhado sobre as entradas e 
saídas da organização mediante ao setor financeiro, ajustado a viabilidade da empresa e 
avaliação dos gastos e investimentos (FIPECAFI, 2010) 
De acordo com o CPC 03 (R2) – Demonstração dos Fluxos de Caixa apresenta os 
seguintes benefícios das informações dos Fluxos de Caixa: 
 
“Informações sobre o fluxo de caixa de uma entidade são úteis para 
proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar 
a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como as 
necessidades da entidade de utilização desses fluxos de caixa. As decisões 
econômicas que são tomadas pelos usuários exigem avaliação da capacidade 
de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como da época de sua 
ocorrência e do grau de certeza de sua geração (CPC 03 R2). 
 
A DFC, quando usada em conjunto com as demais demonstrações contábeis, 
principalmente o Balanço Patrimonial, proporciona informações que permitem aos 
gestores avaliarem as mudanças nos ativos líquidos da entidade, sua estrutura financeira 
(inclusive sua liquidez e solvência) e sua capacidade para mudar os montantes e a época 
de ocorrência dos fluxos de caixa, a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias e 
oportunidades. 
As informações sobre os fluxos de caixa são úteis: 
i. Para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa; 
ii. Possibilitam aos usuários desenvolver modelos para avaliar e comparar o 
valor presente dos fluxos de caixa futuros de diferentes entidades; e 
iii. Comparação do desempenho operacional por diferentes entidades, visto 
que reduz os efeitos decorrentes do uso de diferentes critérios contábeis 
para as mesmas transações e eventos. 
 
Vale destacar que as informações históricas dos fluxos de caixa são repetidamente 
empregadas como indicador do montante, época de ocorrência e grau de certeza dos 
fluxos de caixa futuros. Ainda são úteis para apurar a exatidão das estimativas passadas 
dos fluxos de caixa futuros, assim como para analisar a relação entre lucratividade e 
fluxos de caixa líquidos e o impacto das mudanças de preços. 
 
11.4. A estrutura de apresentação da DFC 
A Lei 6.404/76 não estabelece um modelo de DFC, mas indica que a DFC deve 
segregar as alterações ocorridas no exercício em três fluxos: das Operações, dos 
Financiamentos e dos Investimentos (RIBEIRO, 2018). 
Assim, as entradas e saídas de caixa devem configurar nos três grupos de 
atividades: Operacionais, Investimento e Financiamento. 
 
i) Atividades Operacionais 
As Atividades operacionais representam pagamentos e recebimentos atrelados 
principalmente à geração do lucro operacional da empresa (ALMEIDA, 2018). 
São as principais atividades de geração de receita e podem ser exemplificadas 
Recebimentos de clientes oriundos das vendas de bens e de serviços. 
Pagamentos a fornecedores de bens e de serviços. 
Pagamentos de impostos que incidem sobre a receita bruta. 
Pagamentos de despesas administrativas. 
Pagamentos de despesas com vendas. 
Pagamentos de impostos que incidem sobre o lucro. 
 
ii) Atividades de Investimento 
As Atividades de Investimento compreendem os pagamentos e recebimentos 
relacionados com o Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizados, Intangíveis 
e Ativos Financeiros em instrumentos de capital e em Instrumentos de dívidas não 
classificadas em equivalentes de caixa (ALMEIDA, 2018). 
São atividades referentes à aquisição e venda de ativos de longo prazo e de outros 
investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa, tais como 
Pagamentos de ativos imobilizados. 
Pagamentos de ativos intangíveis. 
Pagamentos de investimentos. 
Recebimentos por vendas de ativos imobilizados. 
Recebimentos por vendas de ativos intangíveis. 
Recebimentos por vendas de investimentos. 
 
iii) Atividades de Financiamento 
As Atividades de Financiamento representam os pagamentos e recebimentos 
vinculados a Passivos e Patrimônio Líquido (ALMEIDA, 2018). 
Estão relacionados a Empréstimos, Financiamentos e Aporte de Capital, sendo as 
principais atividades: 
Recebimentos por integralização do capital social. 
Pagamentos por devolução do capital aos acionistas. 
Pagamentos de dividendos. 
Recebimentos de empréstimos. 
Pagamentos de empréstimos. 
 
11.5. Métodos de elaboração 
A DFC possui qualidade de informação muito superior a DOAR (Demonstração 
de Origem e Aplicação de Recursos). Principalmente por apresentar as deficiências 
básicas: 
i. Falta de detalhamento das variações do giro 
ii. Tratamento dos elementos financeiros como se fossem operacionais. 
 
A DFC tem duas formas de apresentação básicas: 
X’ 
a. O método indireto, que evidencia a movimentação do saldo de caixa no 
período, partindo da geração de caixa por meio da Demonstração de Resultado 
do Exercício (DRE) e das variações dos elementos patrimoniais do balanço 
que geram ou necessitam de caixa. 
A DFC apresentada pelo Método Indireto se assemelha à DOAR, pois a 
demonstração dos recursos gerados pela empresa é feita através da conciliação do 
Resultado Líquidodo Exercício com a efetiva variação do caixa, exigindo do analista 
maior conhecimento de Contabilidade. Para compor essa relação, são aplicados os 
seguintes ajustes: 
i. retificar (corrigir) dos efeitos das transações incluídas na Demonstração do 
Resultado do Exercício (DRE) que não afetaram o caixa, como, por exemplo, 
Depreciação, Resultados de Equivalência Patrimonial e Imposto de Renda 
Diferido; e 
ii. retificar (corrigir) das variações dos ativos e passivos por representarem 
valores relativos às transações de caixa decorridas antes ou após o período de 
apuração do resultado. 
 
Descrição Exercício 
atual 
Exercício 
anterior 
1. Fluxos de caixa das atividades Operacionais 
Resultado do Exercício antes do CSLL e IR 
Ajustados por: 
 (+) Depreciação, Amortização etc 
 (+ ou -) Resultado na venda de Ativos não Circulantes 
 (= ou -) Equivalência Patrimonial 
Variações nos Ativos e Passivos 
(Aumento) Redução em contas a receber 
(Aumento) Redução dos estoques 
Aumento (Redução) em Fornecedores 
Aumento (Redução) EM Contas a Pagar 
Aumento (Redução) no IR e CSLL 
(=) Disponibilidades Líquidas geradas pelas (aplicadas 
nas) atividades Operacionais 
 
2. Fluxos de caixa das Atividades de Investimento 
(-) Compras de Investimento 
(-) Compras de Imobilizado 
(-) Compras de Intangível 
(+) Recebimento por vendas de Investimentos 
(+) Recebimento por vendas do Imobilizado 
(+) Recebimento por vendas de do Intangível 
(+) Recebimento por vendas de Dividendos 
(=) Disponibilidades líquidas geradas pela (aplicadas nas) 
atividades de Investimento 
 
3. Fluxos de caixa das atividades de Financiamento 
(+) Integralização do Capital 
(+) Empréstimos tomados 
(-) Pagamento de dividendos 
(-) Pagamento de empréstimos 
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas 
nas) atividades de Financiamento 
 
4. Aumento (Redução) nas Disponibilidades 
(1 + 2 + 3) 
5. Disponibilidades no início do período 
6. Disponibilidades no final do período (4 +5) 
Figura 1: Modelo Demonstração dos Fluxos de Caixa – Método Indireto 
Fonte: Ribeiro (2018, p.428) 
 
b. O método direto, que evidencia a movimentação do saldo de caixa do período, 
coletando as informações específicas das entradas e saídas de numerário 
constante das contas de disponibilidades (caixa, bancos e aplicações 
financeiras). 
 
A DFC apresentada pelo Método Direto facilita a visualização e a compreensão 
do fluxo financeiro, demonstrando os recebimentos e pagamentos decorrentes das 
atividades operacionais da empresa, possibilitando a avaliação do comportamento do seu 
nível de solvência. Nesse método são apresentados os componentes dos fluxos por seus 
valores brutos, ao menos para os itens mais significativos dos recebimentos e dos 
pagamentos. 
 
Descrição Exercício 
atual 
Exercício 
anterior 
1. Fluxos de caixa das atividades Operacionais 
(+) Valores recebidos de clientes. 
(-) Valores pagos a fornecedores e empregados 
(-) IR e CSLL pagos 
(-) Pagamentos de contingências 
(+) Recebimentos por reembolso de seguros 
(+) Recebimentos de lucros e dividendos de subsidiárias 
(+ ou -) Outros recebimentos e pagamentos líquidos 
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) 
atividades Operacionais 
 
2. Fluxos de caixa das Atividades de Investimento 
(-) Compras de Investimento 
(-) Compras de Imobilizado 
(-) Compras de Intangível 
(+) Recebimento por vendas de Investimentos 
(+) Recebimento por vendas do Imobilizado 
(+) Recebimento por vendas de do Intangível 
(+) Recebimento por vendas de Dividendos 
(=) Disponibilidades líquidas geradas pela (aplicadas nas) 
atividades de Investimento 
 
3. Fluxos de caixa das atividades de Financiamento 
(+) Integralização do Capital 
(+) Empréstimos tomados 
(-) Pagamento de dividendos 
(-) Pagamento de empréstimos 
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) 
atividades de Financiamento 
 
4. Aumento (Redução) nas Disponibilidades (1 + 2 + 3) 
5. Disponibilidades no início do período 
6. Disponibilidades no final do período (4 +5) 
Figura 2: Modelo de Demonstração dos Fluxos de Caixa – Método Direto 
Fonte: Ribeiro (2018, p.429) 
 
11.6.Como elaborar o Demonstração dos Fluxos de Caixa 
Para elaboração da DFC, seja pelo Método Direto ou Indireto, os dados são 
coletados do Balanço Patrimonial (do exercício atual e anterior) e da DRE (do exercício 
atual e anterior) e consultas ao Livro Razão (RIBEIRO, 2018). 
Para facilitar o entendimento iremos apresentar um exemplo prático: 
 
 
 
 
 
Passo 1 – Apresentação do Balanço Patrimonial 
Balanço Patrimonial em 31/12/20X2 
 
20X1 20X2 
 
20X1 20X2 
Ativo 
Circulante 
R$500 R$22.500 Passivo Circulante 
 
R$1.000 
 Caixa R$500 R$1.000 Fornecedores 
 
R$1.000 
 Estoques R$2.500 
 
 Clientes 
 
R$19.000 
 
 
Ativo N 
Circulante 
R$70.000 R$52.500 Patrimônio 
Líquido 
R$70.500 R$74.000 
 Edifícios R$70.000 R$70.000 Capital Social R$70.500 R$78.000 
 (-) Deprec 
Acum 
 
(R$17.500) Prejuízo Acum 
 
(R$4.000) 
Total Ativo R$70.500 R$75.000 Total Passivo + PL R$70.500 R$74.000 
 
Passo 2 – Apresentação da Demonstração do Resultado do Exercício 
Demonstração do Resultado do Exercício em 31/12/2016 
Receita de Vendas R$19.000 
(-) CMV (R$6.000) 
(=) Lucro Bruto R$13.000 
(-) Despesas Administrativas (R$500) 
(-) Depreciação (R$17.500) 
(-) Dividendos Recebidos (R$1.000) 
(=) Prejuízo do Período (R$4.000) 
 
 
Passo 3 – Elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa 
É preciso que o gestor analise tanto o Balanço Patrimonial e a DRE separando as 
contas que envolvem desembolso das disponibilidades e classificá-las de acordo com as 
atividades Operacionais, Financiamentos e Investimentos. 
 
 
1. Pelo Método Direto 
Demonstração dos Fluxos de Caixa em 31/12/20X2 – Método Direto 
1. Atividades Operacionais 
 
Compra de estoques (R$7.500) 
Pagamento de despesas administrativas (R$500) 
Recebimento de dividendos (R$1.000) 
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) 
atividades Operacionais 
(R$7.000) 
2. Atividades de Investimento $0 
3. Atividades de Financiamento R$7.500 
Integralização de Capital R$7.500 
(=)Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) 
atividades de Financiamento 
 
4. Aumento das Disponibilidades R$500 
5. Disponibilidades no início do período R$500 
6. Disponibilidades no final do período R$1.000 
 
Para obter o valor de compra de mercadorias, devemos usar a equação: 
Compra de estoques = fornecedor inicial + (-CMV + estoque inicial – estoque final) + 
fornecedor final 
 
Compra de estoques = $0 + (- $6.000 + $0 – $2.500) + $1.000 = -$7.500 
É preciso que o gestor analise tanto o Balanço Patrimonial e a DRE separando as 
contas que envolvem desembolso das disponibilidades e classificá-las de acordo com as 
atividades Operacionais, Financiamentos e Investimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Pelo Método Indireto 
Demonstração do Fluxo de Caixa (Método Indireto) em 31/12/20X2 
Prejuízo Líquido (R$4.000) 
+Depreciação R$17.500 
 
1. Atividades Operacionais 
 
Estoques (R$2.500) 
Clientes (R$19.000) 
Fornecedores R$1.000 
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) 
atividades Operacionais 
(R$7.000) 
2. Atividades de Investimento 
 
3. Atividades de Financiamento 
 
Integralização de Capital R$7.500 
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) 
atividades de Financiamento 
R$7.500 
 
4. Aumento das Disponibilidades R$500 
5. Disponibilidades no início do período R$500 
6. Disponibilidades no final do período R$1.000 
 
Referências 
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Contabilidade Societária. 3 ed. São Paulo: Atlas, 
2018. 
FERRARI, Ed Luiz. Contabilidade Geral: Teoria e 1000 questões. Niterói,RJ: 
Impetus, 2011. 
FIPECAFI. Manual de Contabilidade Societária. São Paulo: Atlas, 2010. 
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 12 ed. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2010. 
PADOVEZE, Clóvis Luís Análise das demonstrações financeiras. São Paulo : Cengage 
Learning, 2010. 
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Intermediária. 5 ed. – São Paulo: Saraiva 
Educação, 2018. 
 
https://www.contabeis.com.br/termos-contabeis/contabilidade/
SILVA, Alexandre Alcantara de. Estrutura, análise e interpretação das 
demonstrações contábeis. 4 ed. – São Paulo: Atlas, 2014. 
SILVA, Alexandre Alcantara de. Estrutura, análise e interpretação das 
demonstrações contábeis. 5 ed. – São Paulo: Atlas, 2019.

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