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Formação, Suspensão e Extinção do Processo

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Processo Civil II 
Prof. Paulo Cavalcanti site: drpaulocavalcanti.com 
- Linhas Gerais; 
- Formação da Relação Processual; 
- Estabilização d Processo; 
- Suspensão do Processo; 
- Suspensão do Processo por morte ou perda da capacidade processual; 
- Suspensão do Processo por convenção das partes; 
- Suspensão do Processo pela arguição de impedimento e suspeição; 
- Suspensão do Processo pela admissão do IRDR; 
- Suspensão do Processo em ração da dependência de julgamento de outra 
causa, declaração de existência ou inexistência de relação jurídica ou 
produção de prova; 
- Suspensão do Processo por motivo de força maior; 
- Suspensão do Processo regulados pelo art. 313, VII do CPC; 
- Suspensão do Processo para verificação de existência de fato delituoso; 
- Extinção do Processo. 
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Formação, Suspensão e Extinção do Processo 
Geralmente, o processo ou a relação processual dele decorrente forma-se, 
desenvolve-se e extingue-se com o alcance de seu objetivo: a composição do 
litígio, preferencialmente por meio da conciliação ou mediação ou, em não sendo 
possível a autocomposição, via sentença judicial. Por meio da petição inicial, o 
autor provoca a jurisdição. Essa por sua vez, verificando ser idôneo o meio 
utilizado para provocá-la e presentes certos requisitos, determina a citação do réu. 
O réu, a seu turno, apresenta defesa. Ultrapassada essa fase de apresentação dos 
fatos pelas partes, passa-se à coleta de provas e, em seguida, o juiz, conhecendo os 
aspectos do litígio, profere decisão de mérito. 
Nem sempre, entretanto, a relação processual se desenvolve assim, 
naturalmente. Ocorre de o meio utilizado pela parte não ser apto ou mesmo de 
faltarem certos requisitos indispensáveis à atuação da jurisdição, hipótese em que a 
petição inicial é indeferida. Ocorre ainda de a relação processual, a despeito de 
instaurada validamente, sofrer certos incidentes de percurso, o que obriga a 
suspender sua marcha. 
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Linhas Gerais 
Como a jurisdição não age de ofício (art. 2º), é necessário que o autor a 
provoque, o que é feito por meio da petição inicial, instrumento adequado à 
propositura da ação. Protocolada a inicial, a ação considera-se proposta (art. 312) e, 
a partir de então, forma-se uma relação linear entre autor e juiz. Coma simples 
propositura da ação, o autor se vincula à relação jurídica processual, tanto que se 
sujeita aos efeitos de eventual sentença que prematuramente venha a extinguir o 
processo. O juiz, por sua vez, também se vincula, visto que fica obrigado a emitir 
pronunciamento jurisdicional, seja para indeferir a inicial, para determinar a 
emenda ou a citação do réu. 
Feita a citação do réu, a relação processual, que antes era linear (autor e juiz) 
passa a ser regular, porquanto estabelece vínculos jurídicos entre autor e juiz, juiz e 
réu, bem como o juiz e os demais sujeitos do processo, incluindo terceiros 
intervenientes, se houver. Os direitos, obrigações e as situações jurídicas derivadas 
do processo não afetam as partes diretamente, mas sempre por intermédio do 
Estado-juízo. 
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Formação da Relação Processual 
“A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a 
coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei nº 10.406, de 10 de 
janeiro de 2002 (Código Civil).” 
 
A litispendência individualiza a demanda posta em juízo, ou seja, o litígio a 
ser composto pelo processo passa a ser aquele deduzido entre as partes nomeadas 
na petição inicial, que também indica o pedido e a causa de pedir. 
Em razão da litispendência formada com a citação válida, ocorre o que 
denomina estabilização do processo, ou, mais precisamente, dos elementos da 
causa, isto é, partes, pedido e causa de pedir. 
Feita a citação, ou estabilizada a relação processual, não se pode aditar ou 
alterar o pedido e a causa de pedir sem o consentimento do réu (art. 329, II). 
Pelo que se extrai do art. 329, a estabilização não é absoluta, porquanto, até a 
citação, pode o autor aditar ou alterar o pedido ou causa de pedir, 
independentemente do consentimento do réu. Feita a citação, a modificação só é 
possível com a autorização do réu. Após a fase do saneamento do processo, a 
alteração do pedido ou da causa de pedir em NENHUMA HIPÓTESE SERÁ 
PERMITIDA. 
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Estabilização do Processo 
Da mesma forma, como o autor não pode alterar o pedido ou a causa de pedir 
após a citação, o réu, após apresentar a contestação, não poderá alterar ou aditar, 
ainda que no prazo de defesa. 
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Estabilização do Processo 
Proposta a ação, o normal é o desenvolvimento da relação processual, 
culminando com a composição definitiva do litígio. Ocorre, entretanto, de o 
processo sofrer interrupções, seja por vontade das partes ou em decorrência de 
disposição legal, sem afetar o vínculo estabelecido entre as partes e o juiz. Nesse 
caso, a relação processual entre em crise, fica paralisada, ocorrendo o que se 
chama de “suspensão do processo”. 
As hipóteses de suspensão estão elencadas no rol de incisos do artigo 313 do 
CPC (ler). 
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Suspensão do Processo 
A morte e a perda da capacidade das pessoas indicadas no inciso I do art. 313 
são acontecimentos que têm influência na relação processual, provocando a 
extinção ou a suspensão do processo, daí porque se denomina fato processual. 
Importante destacar que a norte da parte provoca a extinção do processo se a 
ação versar sobre direito intransmissível, a exemplo da ação de alimentos. 
Versando a ação sobre direito transmissível, se não for ajuizada a habilitação, 
o juiz deve determinar a suspensão do processo e a intimação do espólio (caso 
exista inventário, podendo ser inventário negativo) ou os herdeiros (se não 
houver inventário) para se habilitarem no processo. Caso não façam no prazo 
determinado, o juiz poderá extinguir o processo. 
No caso de falecimento do réu, o juiz intimará o autor para que este proceda 
à citação do espólio ou dos herdeiros, este prazo varia de dois até seis meses para 
adoção desta providência. 
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Suspensão do Processo pela morte ou perda da 
capacidade processual. 
Na hipótese de morte do representante legal da parte, duas situações podem 
ocorrer, uma, tendo a parte outro representante, dá-se a mera substituição; duas, 
se a parte não tiver outro representante legal, o juiz deve nomear um curador 
especial. Nas duas hipóteses, a suspensão do processo é momentânea, apenas até a 
substituição do representante legal ou do curador especial nomeado. 
No caso de morte do procurador de qualquer das partes, o processo é 
imediatamente suspenso, ainda que iniciada a Audiência de Instrução e Julgamento, 
marcando o juiz no prazo de 15 dias para constituição de um novo advogado. Se o 
autor não nomear outro advogado no prazo assinalado, extingue-se o processo. Se 
a inércia for do réu, será decretada a revelia. 
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Suspensão do Processo pela morte ou perda da 
capacidade processual. 
As partes podem convencionar a suspensão do processo pelo prazo máximo de 
seis meses, retornando automaticamente seu curso tão logo vença o prazo 
convencionado. 
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Suspensão do Processo por convenção das partes. 
Os motivos que determinam o impedimento e a suspeição são os elencados 
nos artigos 144 e 145 do CPC (ler). 
Destaca-se que a suspensão do processo somente ocorre nos casos de 
arguição de suspeição ou impedimento do juiz. Tratando-se de incidente reativo à 
suposta parcialidade do membro do Ministério Público ou dos auxiliares da justiça, 
o processo não se suspenderá (art. 148, §2º). 
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Suspensão do Processo pela arguição de impedimento ou 
suspeição.Proposto o IRDR (art. 976), as ações individuais sobre o mesmo tema 
(questão de direito) serão suspensas na primeira instância até que o órgão 
colegiado competente do tribunal decida a tese jurídica que ensejou a 
instauração do incidente. A decisão por sua vez, vinculará a decisão dos juízes de 
primeiro grau. 
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Suspensão do Processo pela admissão de Incidente de 
Resolução de Demandas Repetitivas - IRDR. 
O art. 313, V, a, estabelece a suspensão do processo em razão de questão 
prejudicial que deva ser decidida em outro processo. 
Prejudiciais são questões de mérito que condicionam ou influem no 
julgamento de outra demanda. Assim, a usucapião é questão prejudicial em relação 
ao pedido reivindicatório formulado em relação ao mesmo imóvel. 
A prejudicial interna, evidentemente, não provoca suspensão do processo, 
uma vez que a sentença, nesse caso, apreciará conjuntamente a prejudicial e o 
litígio em si. Exemplo disso é que a paternidade é prejudicial em relação ao pedido 
de alimentos, todavia, ainda que o juiz tenha de se pronunciar sobre essa questão na 
ação de alimentos, não há suspensão do processo. 
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Suspensão em razão da dependência do julgamento de 
outra causa, de declaração de existência ou inexistência 
de relação jurídica ou de produção de prova. 
Obs.: 
Embora a redação do art. 337, caput, indique a suspensão do processo, há 
entendimento no STJ segundo o qual a prova testemunhal por carta precatória ou 
rogatória requerida nos moldes desse dispositivo não impede o juiz de jugar a ação, 
nem o obriga suspender o processo, devendo fazê-lo apenas quando considerar 
essa prova imprescindível, assim entendida aquela sem a qual seria inviável o 
julgamento do mérito. A prova meramente útil, esclarecedora ou complementar, 
não deve obstar o curso regular do processo (REsp 1.132.818/SP j. 03/05/2012). 
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Suspensão em razão da dependência do julgamento de 
outra causa, de declaração de existência ou inexistência 
de relação jurídica ou de produção de prova. 
Força maior, no sentido empregado pelo Código Civil, é a razão que torna 
impossível o funcionamento do órgão jurisdicional, como, por exemplo, a greve 
dos serviços judiciários e a calamidade pública. 
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Suspensão por motivo de força maior. 
A incapacidade processual ou irregularidade da representação (art. 76), a 
instauração de incidente de desconsideração da personalidade jurídica – IDPJ (art. 
134, §3º), a oposição proposta antes do início da audiência de instrução e 
julgamento (art. 685, §único), o pedido de habilitação (art. 689), a existência de 
mediação extrajudicial ou de atendimento multidisciplinar nas ações de família (art. 
694, §único), a oposição de embargos monitórios (art. 702, §4º), o reconhecimento 
de repercussão geral no recurso extraordinário (art. 1.035, §5º) e o julgamento dos 
recursos extraordinários e especiais repetitivos (art. 1.036, §1º) são algumas das 
hipóteses de suspensão que estão disposta ao longo do CPC. 
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Suspensão do Processo regulados pelo art. 313, VII do 
CPC. 
Inexiste conexão ou relação de acessoriedade entre o processo de natureza 
cível e o de natureza criminal (art. 935 do CCB). Apesar disso, se a decisão de 
mérito depender da verificação da existência de fato delituoso, pode o juiz 
determinar a suspensão do feito até o pronunciamento da justiça criminal (art. 
315). Se a ação penal não for proposta dentro de três meses, contados da 
intimação do despacho que determinou a suspensão, o processo prosseguirá, 
cabendo ao juiz da causa (cível) examinar incidentalmente a questão. Caso a ação 
penal seja proposta no prazo indicado, o processo poderá ficar suspenso pelo 
prazo máximo de um ano, findo o qual prosseguirá (art. 313, V, a, e §4º). 
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Suspensão do Processo para verificação de existência de 
fato delituoso. 
A ação provoca a jurisdição, que atua por meio do processo, com vistas à 
composição definitiva do litígio. Essa definitividade ocorre com a decisão de 
mérito, mais precisamente com o efeito que torna imutável a sentença, fenômeno 
da coisa julgada. 
O fim último visado pelo processo é a composição definitiva da lide. Todavia, 
nem sempre a relação processual atinge seu objetivo. A fora os incidentes que 
podem provocar a interrupção temporária da marcha processual (suspensão do 
processo), outros fatos extraordinários podem frustrar a finalidade do processo, 
provocando a extinção sem resolução de mérito. 
Quando a relação processual se exaure com a composição da lide, diz-se que 
o processo foi extinto com a resolução de mérito (art. 487). Ocorrendo o 
exaurimento da relação processual, em decorrência das hipóteses descritas no art. 
485, diz-se que o processo foi extinto sem resolução de mérito. 
Em ambos os casos, o ato que põe fim ao processo denomina-se sentença, 
sendo que o recurso cabível é a apelação (art. 1.009). O ato processual que põe 
fim ao processo com a apreciação de mérito é denominada sentença de mérito ou 
definitiva. Se a extinção for sem a apreciação de mérito, o ato é denominado 
sentença terminativa. 
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Extinção do Processo.

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