Buscar

Apostila da Disciplina TRABALHO DOCENTE NA SALA DE AULA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

Trabalho Docente na Sala 
de Aula e Seus Aspectos 
Constituintes 
 
 
o Inclusiva; As Pesquisas sobre Trabalho Docente e suas 
Contribuições; A Importância da Formação Continuada do 
Educador no Contexto Atual.Ementa: Abordagens Teóricas 
dos Processos de Ensino e Aprendizagem; A Didática e o 
Currículo na Organização do Trabalho Docente; 
Planejamento e Avaliação dos Processos de Ensino e 
Aprendizagem; A Diversidade na Sala de Aula: o Papel do 
Professor na Educaçã 
 
Françoise Danielli 
01/01/2017 
 
Todos os direitos reservados ao IBF Pós-Graduação 
Trabalho Docente na Sala de Aula e seus Aspectos Constituintes 
 
Fraçoise Danielli 
 
 
Resumo 
Implicações teóricas e metodológicas que fazem parte do cotidiano do educador nos 
vários âmbitos educacionais. Aborda as teorias da aprendizagem e suas 
características, além de apresentar a importância do currículo e da didática no processo 
de ensino e aprendizagem. Evidenciada a importância do planejamento no fazer 
pedagógico, da valorização da diversidade e inclusão no âmbito educacional e por fim, 
aprofundada a ideia do educador como pesquisador e a importância da formação 
continuada para o alcance dos objetivos pedagógicos. 
 
Palavras-chave: 
Prática Pedagógica; Ensino Aprendizagem; Didática; Planejamento; Diversidade. 
 
 
Introdução 
 
Com as transformações sociais, culturais, tecnológicas e políticas da sociedade, 
especialmente no último século, é possível afirmar que estamos passando por um 
período de grande reestruturação e reconstrução de hábitos, necessidades, desejos e 
possibilidades. 
Diante desta realidade, todos os âmbitos da esfera social vem, nesse movimento, 
buscando mudança, e um dos mais importantes é o da educação, já que ela nos 
prepara para a vida em sociedade, e nos dá subsídios para sobrevivermos, 
aprendermos, nos desenvolvermos integralmente. 
E pensando no papel da educação de transformador da realidade social, é possível 
afirmar que nesse processo o educador, suas estratégias pedagógicas e seu 
conhecimento são peças fundamentais nessa busca pelo e acesso dos educandos ao 
conhecimento, ao desenvolvimento de competências e habilidades, a oportunidade de 
ampliar seu cognitivo, emocional, físico, social, ou seja, integralmente. Partindo destes 
pressupostos, este conteúdo tem como objetivo refletir sobre a importância do 
educador. 
Para tal, o conteúdo apresenta as abordagens teóricas dos processos de ensino e 
aprendizagem, e como cada uma entende o papel do processo de ensino e 
aprendizagem. Na sequência, é abordada a relação do currículo e da didática no 
processo de ensino e aprendizagem, e a importância do educador consciente das 
relações de poder desses instrumentos. Em seguida, é tratada da importância do 
planejamento e da avaliação nos processos de ensino e aprendizagem, e o papel do 
educador nesse processo, e como esse processo de planejamento e avaliação garante 
uma prática inclusiva, que oportuniza todos os educandos com suas dificuldades e 
potencialidades. E, por fim, a questão da pesquisa no trabalho do educador e a 
importância da formação continuada. 
Bons estudos! 
 
 
1. Abordagens Teóricas dos Processos de Ensino e Aprendizagem 
 
Considerando o processo de globalização em vigência, vivenciamos um momento 
histórico denominado “Era do Conhecimento”, no qual a informação é acessada a 
qualquer momento, em qualquer lugar, o que faz com que as possibilidades de 
aprendizado estejam a um click e parecem acontecer naturalmente, pela grande 
quantidade e variedade de ferramentas tecnológicas que estão a nossa disposição, 
dando-nos a possibilidade de interagirmos em tempo real com culturas, acontecimentos 
e fatos pelo mundo inteiro. 
 
Diante de uma epidemia de informação, vivenciamos também um mal-estar social, que 
evidencia a necessidade urgente de todos se sentirem corresponsáveis e 
comprometidos na construção de uma sociedade mais justa, mais humana. 
 
Neste cenário, desenhado no século XXI, o papel da educação é enfatizado 
consideravelmente, pois nele identificamos a possibilidade de viabilizarmos e 
investirmos no desenvolvimento da humanidade. 
“A educação surge como um trunfo indispensável à humanidade na construção 
dos ideais da paz, da liberdade e da justiça social”. (Delors, 1998) 
 
O que se é esperado da educação vai ao encontro de um projeto de superação das 
situações de dominação, exclusão e desumanização. 
Uma educação ancorada em princípios de solidariedade, ética, tendo a 
democracia como princípio norteador na gestão e efetivação de um projeto de 
cooperação entre as nações, com o objetivo de unir, desenvolver 
economicamente e humanamente, almejando a construção de uma sociedade 
sustentável. 
 
Os objetivos dos educadores devem conduzir e preparar os educandos para essa 
sociedade veloz e insaciável pelo conhecer, fazendo com que cada um consiga 
desenvolver suas competências e habilidades, a fim de ampliar sua leitura de mundo, 
o que faz com que: 
“cada indivíduo saiba conduzir o seu destino, em um mundo em que a rapidez 
das mudanças se conjuga com o fenômeno da globalização para modificar a 
relação que os homens e mulheres mantêm com o espaço e tempo” (Delors 
1998) 
 
Os espaços de ensino partem ao encontro de proporcionar e possibilitar autonomia 
para os educandos por meio da criação de oportunidades de aprendizado, de 
ambientes que favoreçam ao desenvolvimento e transformação de cada educando e 
da sociedade, o que amplia sua consciência crítica, apresentando-lhes possibilidades 
de viverem em sociedade, evidenciando e valorizando a individualidade e suas 
especificidades. 
 
Os espaços educativos devem proporcionar o desenvolvimento de competências e 
habilidades que garantam o crescimento e aprendizados individuais e em grupos 
sociais, considerando que o principal ator deste processo é o educador, que em seu 
papel de mediador de experiências de aprendizagem consegue ser sensível para 
perceber ao seu redor, e que deve ter propriedade e responsabilidade de seu papel. 
 
O educador precisa utilizar seus conhecimentos para a elaboração de intervenções 
que promovam o desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo e social do educando, a fim 
de contribuir para uma formação de educandos críticos, ativos, cidadãos planetários 
que conheçam seus direitos, e que também, saibam dos seus deveres, 
responsabilidades e compromissos na sociedade, que desenvolvam possibilidade de 
pensar, de sentir e de agir. 
Os educadores: 
“devem despertar a curiosidade, desenvolver a autonomia, estimular o 
rigor intelectual e criar condições necessárias para o sucesso da 
educação formal e da educação permanente.” (Delors 1998) 
 
O educador precisa ter uma visão crítica, responsabilidade no que transmite ao seu 
educando, amparando sua prática pedagógica em alternativas de ensinar criativas, 
inovadoras, atrativas, ampliando os entendimentos e possibilidades dos educandos. 
Pois as transformações acontecem a longo prazo, com resultado das ações 
integradas, no qual o trabalho organizado em conjunto com comunidade esteja 
ao encontro de uma educação de qualidade ancorada na igualdade de direitos. 
 
Para o educador alcançar esse papel de mediador de possibilidades de aprender é 
necessário que ele esteja em formação continuada, motivado, apropriado do seu papel: 
“Apropriado e sabendo o que, como, por que e para quê ensinar” (Freire,1987) 
 
E nesse processo, as instituições de ensino estão diretamente conectadas e são 
responsáveis por meio de suas concepções e métodos de ensino e suas estruturas 
organizacionais, a realizar um trabalho que seja efetivo e que possibiliteos educadores 
constituírem projetos significativos: 
“escolher determinado tipo de educação equivale a optar por um determinado tipo 
de sociedade”. (Delors, 1998) 
 
Diante dessas necessidades é possível afirmar que: a escolha de uma abordagem 
teórica do processo de ensino e aprendizagem, que vai ao encontro dos objetivos 
educacionais, é fundamental para o sucesso na aprendizagem dos educandos. 
 
Mas quais a teorias dos processos de ensino e aprendizagens que existem? 
Iremos conhecer as cinco abordagens, suas potencialidades e fragilidades: 
 
1.1 Abordagem Tradicional 
 
Na abordagem tradicional, a relação entre educando e educador é vertical, em que o 
educador ocupa o centro de todo o processo, cumprindo os objetivos selecionados pelo 
espaço educativo e pela sociedade. 
O educador é o detentor do conhecimento, e utiliza uma postura que tem como objetivo 
transmitir os conteúdos determinados. 
“Ao aluno, neste contexto, está reservado o direito de aprender sem 
qualquer questionamento, através da repetição e automatização de forma 
racional”. (Mizukami, 1986). 
Na abordagem tradicional, a relação de aprendizagem entre educador e educando 
acontece a partir do educador que "transmite, segundo uma gradação lógica, o acervo 
cultural aos alunos. A estes cabe assimilar os conhecimentos que lhes são 
transmitidos.” (Saviani, 1991) 
O educando então só tem acesso ao conhecimento pelo educador, que controla todas 
as ações, que exige obediência e submissão e não aceita contestação, 
desconsideração os saberes dos educandos. 
 
1.2 Abordagem Comportamentalista 
 
O educador é um planejador do ensino e da aprendizagem que trabalha no sentido de 
dar maior produtividade, eficiência e eficácia ao processo, maximizando o desempenho 
do aluno. (Mizukami, 1986) 
O educador, como um analista do processo, procurava criar ambientes favoráveis de 
forma a aumentar a chance de repetição das respostas aprendidas. 
O elemento principal passa a ser a organização racional dos meios, ocupando 
o educador e educando posição secundária, relegados que são as condições 
de executores de um processo cuja concepção, planejamento, coordenação e 
controle ficam a cargo de especialistas supostamente habilitados, neutros, 
objetivos e imparciais. (Saviani, 1991) 
 
1.3 Abordagem Humanista 
 
Nesta abordagem, as qualidades do educador (facilitador) podem ser sintetizadas em 
autenticidade, compreensão empática - compreensão da conduta do outro a partir do 
referencial desse outro - e o apreço (aceitação e confiança em relação ao aluno). 
(Mizakami, 1986) 
Nesta perspectiva, o educador é considerado um facilitador dos processos de 
aprendizagem, se comportando de forma aberta às novas experiências, procurando 
compreender o educando, baseado em uma relação de empática, assim com suas 
dificuldades para conduzi-lo a autorrealização. 
Pode-se perceber que neste caso os objetivos de aprendizagem do educando ficam ao 
seu critério, ou seja o que é mais significativo para ele, tornando o educador um 
facilitador. 
 
1.4 Abordagem Cognitivista 
 
A abordagem cognitivista é definida por Mizukami (1986, p.77-78) como uma 
abordagem que: 
O educador atua investigando, pesquisando, orientando e criando ambientes 
que favoreçam a troca e cooperação. Ele deve criar desequilíbrios e desafios 
sem nunca oferecer aos alunos a solução pronta. Em sua convivência com 
alunos, o professor deve observar e analisar o comportamento deles e tratá-
los de acordo com suas características peculiares dentro de sua fase de 
evolução. 
Assim, o educador disponibiliza o cenário necessário para o aprendizado do educando, 
considerando o estágio de desenvolvimento em que o educando se encontra. Desta 
forma, o educando não é passivo na relação de aprendizagem, mas necessita de 
estímulos e oportunidades de aprendizados que desenvolvam raciocínio lógico, 
situações com hipóteses, atividades de classificação. 
 
1.5 Abordagem Sócio Cultural 
 
Ao falar de abordagem sóciocultural, a relação entre o educando e o educador é 
horizontal, professor e aluno aprendem juntos em atividades diárias. (Mizukami, 1986) 
Neste processo, o professor deverá estar engajado em um trabalho transformador, 
procurando levar o aluno à consciência, desmistificando a ideologia dominante, 
valorizando a linguagem e a cultura. 
Nesta abordagem, a dialogicidade é parte central do aprendizado, em que o 
educador respeita o conhecimento prévio, as demandas e necessidades do 
educando, valorizando ações como cooperação empatia, e tomadas de decisão 
e troca de saberes entre todos os envolvidos no processo de ensino e 
aprendizagem. 
 
 
2. A Didática e o Currículo na Organização do Trabalho Docente 
 
Cotidianamente, o trabalho pedagógico nos espaços educativos é levado pelas 
abordagens teóricas dos processos de ensino e aprendizagem, como vimos 
anteriormente. 
Além desse norteador, existem outros elementos como a didática, o currículo, o 
planejamento, a intencionalidade, a formação do educador, que são 
fundamentais nos processos de ensino e aprendizagem, e fundamentais para a 
prática de educadores conscientes de sua importância na formação do 
educando. 
 
A didática e o currículo são muito importantes na organização do trabalho do educador, 
pois o sucesso, ou o insucesso, dos processos de aprendizagem, perpassam por esse 
caminho. 
“A Escola que sonhamos, é aquela que assegura a todos a formação cultural e 
científica para a vida social e pessoal, profissional e cidadã, possibilitando uma 
relação autônoma, crítica e construtiva com a cultura em suas várias 
manifestações”. (Libâneo, 1998, p. 3). 
 
Mas como garantir a o aprendizado dos educandos? O que ensinar aos educandos? 
Quais os mecanismos que contribuem para um processo de ensino e aprendizagem se 
efetivarem? 
Pensando no que ensinar, os educadores não criam hipoteticamente os conteúdos a 
serem trabalhados com os educandos, esses conteúdos são determinados pelo 
currículo. 
 
Mas afinal, o que é o currículo? 
Currículo é considerado um artefato social e cultural. Isso significa que ele é 
colocado na moldura mais ampla de suas determinações sociais, de sua 
história e de sua produção contextual. O currículo não é um elemento inocente 
e neutro de transmissão desinteressada do conhecimento social. O currículo 
está implicado em relações de poder, o currículo transmite visões sociais, 
particulares e interessados, o currículo produz identidades individuais e sociais 
particulares. (Tadeu Tomaz da Silva, 1994). 
 
Os currículos escolares foram determinados em algum momento histórico social e 
político, e tem como objetivo embasar, e de certa forma, padronizar o que é importante 
que os educandos aprendam. 
São norteadores das práticas pedagógicas de milhares de educadores pelo 
Brasil, e determinam os conteúdos mínimos a serem abordados em cada ano 
seja na educação infantil, nos anos iniciais, no ensino médio, ou no ensino 
superior. 
 
Na educação brasileira, há inicialmente a LDB (Lei de diretrizes e bases, de 1996.), 
que determina e rege todos os âmbitos do ensino, além dos PCN’S (parâmetros 
curriculares nacionais) do ensino médio, do ensino fundamental, e a RCNEI da 
educação infantil. 
Em cada um desses documentos existem direcionamentos de concepções 
pedagógicas, de desenvolvimento, conteúdos a serem desenvolvidos em cada 
período do ensino, com os respectivos objetivos a serem alcançados. 
 
Além desses documentos nacionais, cada instituição de ensino deve possuir um PPP 
(Plano Político Pedagógico), que direcione seus objetivos mais específicos para sua 
comunidade,ou grupo atendido, pensando que cada espaço educativo, seus 
educandos e educadores são únicos, e tem suas especificidades. 
 
Baseado nesses pressupostos, o educador se ancora para pensar o que irá abordar, e 
como priorizar o que é mais importante para aquela comunidade educativa. 
 
Não se pode esquecer que o PPP, assim como o currículo, tem uma ideologia e é 
puramente intencional, por isso devem ser documentos construídos por todas as 
pessoas envolvidas nesse processo, e principalmente, estarem em consonância com 
os interesses da comunidade educativa. 
Depois da escolha do que ensinar (currículo), os educadores precisam ter 
domínio de como fazer, é aí que acessamos a didática. 
 
A didática é companheira do currículo nos processos de ensino e aprendizagem: 
[...] A didática ocupa-se dos processos de ensino e aprendizagem na sua globalidade, 
na sua interseção ou interação, com finalidade de orientar o trabalho do professor. 
Portanto, ensino como atividade prática, melhor dizendo práxis, que é também, fonte 
de investigação, estimulando o próprio professor a descobrir suas possibilidades de 
ação. (Libâneo, 1998) 
 
A didática vai além das disciplinas do currículo, do PPP, da matéria propriamente dita, 
ela está vinculada diretamente ao fazer pedagógico, a prática pedagógica, pois tem 
como objetivo organizar e definir os objetivos, conteúdos, pôr em prática os métodos, 
evidenciando como o educador utiliza as ferramentas e possibilidades para ensinar, 
como efetiva o aprendizado, como envolve e sensibiliza os educandos para o aprender 
significativo. A didática tem o objetivo de responder: 
“o para que ensinar, o que ensinar, quem ensina, quem aprende, como se 
ensina, em que condições se ensina”. 
 
A didática e o currículo precisam andar juntos, pois ao pensar nos objetivos da 
educação e dos espaços educativos, de possibilitar o desenvolvimento integral dos 
educandos, é necessário pensar em como os educadores precisam buscar subsídios 
teóricos para ampliar as práxis. 
 
O cotidiano no espaço educativo exige que o educador tenha um planejamento 
intencional, e muitas estratégias para alcançar a diversidade e especificidades dos 
educandos que fazem parte de sua turma, e para isso, precisa de conhecimento e 
flexibilidade em métodos e estratégias, competência que alcançará com conhecimento 
teórico. 
 
O conteúdo que será ensinando precisa fazer sentido para o educando, ter relação com 
sua realidade, e como o educador ensina (a didática) é o que vai realmente fazer a 
diferença na internalização do conhecimento, se apropriar do conhecimento. 
Fazer com que esse aprendizado seja prazeroso, divertido e tenha sentido irá depender 
diretamente desses dois fatores aqui vistos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Planejamento e Avaliação dos Processos de Ensino e Aprendizagem 
 
Após a reflexão do currículo e da didática, outros instrumentos que o educador tem a 
seu favor para realizar uma educação transformadora são o planejamento e a 
avaliação. 
 
Mas afinal, o que é o planejamento? Qual sua importância no processo de ensino 
e aprendizagem? 
 
Pensando que o planejamento faz parte de nosso cotidiano, pois em cada ação 
realizada estamos realizando a ação de planejar mesmo sem darmos conta disso. 
Cotidianamente as pessoas são conduzidas a planejar, a tomar decisões que, 
em alguns momentos, são definidas a partir de improvisações e em outros, são 
decididas partindo de ações previamente organizadas (Kenski, 1995). 
 
Na ação educativa não é diferente, toda prática realizada precisa passar pelo 
planejamento, principalmente por entendermos que a educação não é neutra, ela é 
intencional. 
 
O planejamento é um processo de sistematização e organização das ações do 
educador, que organiza questões centrais do processo de ensino e aprendizagem 
como: o que ele vai ensinar, por que vai ensinar, quando vai ensinar e como vai ensinar. 
É um instrumento da racionalização do trabalho pedagógico que articula a 
atividade escolar com os conteúdos do contexto social (Libâneo, 1991). 
 
Outro aspecto a ser considerado no planejamento é sua coerência com os valores da 
sociedade, do PPP da instituição de ensino, e do currículo, pois tudo está conectado e 
precisa ter relação. 
Também deve-se entender a necessidade de organizar o trabalho pedagógico, 
sobretudo a atividade de ensino, de forma conjunta com os educadores envolvidos de 
uma forma ou de outra nesses processos, pois assim é garantida a interdisciplinaridade, 
a efetivação do currículo, do PPP baseados em discussões democrática e cooperativas. 
Refletir é também avaliar, e avaliar é também planejar, estabelecer objetivos etc. Daí 
os critérios de avaliação, que condicionam seus resultados estejam sempre 
subordinados a finalidades e objetivos previamente estabelecidos para qualquer 
prática, seja ela educativa, social, política ou outra. (Demo, 1999) 
 
Quando o educador pensa sua situação de ensino, ele precisa contemplar os objetivos 
que pretende alcançar com aquela estratégia, por intermédio da elaboração 
internacional de sua prática, posteriormente, ele precisa pensar na ação, ou seja como 
vai acontecer, em seguida, precisa refletir se os objetivos foram alcançados, processo 
realizado pela avaliação, e por fim, realiza a reorganização, o redirecionamento de 
suas práticas, que será realizada no cotidiano do trabalho pedagógico de acordo com 
as demandas. 
 
Elementos para a organização do planejamento: 
 
Fonte: Elaborado pela própria autora 
Outra sugestão: 
 
 
A definição dos objetivos no momento do planejamento é o marco inicial do processo 
da ação pedagógica, pois o educador precisa ter claro o que pretende com sua ação, 
onde pretende chegar, qual o conteúdo que vai abordar, quais as competências e 
habilidades que pretende desenvolver em sua ação. 
Lembrando que todos os passos do planejamento precisam estar 
em consonância com a teoria da aprendizagem, o currículo, o PPP 
e a didática que a instituição acredita. 
 
A ação/execução da proposta pedagógica consiste em como fazer, que atividade 
elaborar para atingir aquele objetivo. Neste caso, o(a) educador(a) precisa pensar 
interdisciplinarmente em uma atividade que engloba a temática: 
Como realizar uma atividade que desenvolva habilidades de escrita? 
 
 
A reflexão do alcance da prática pela avaliação diz respeito a como o educador irá 
fazer para mensurar se alcançou seu objetivo pedagógico, por meio da avaliação dos 
educandos. 
Neste caso, a avaliação educacional é o instrumento que norteia essa prática: 
É um processo pelo qual se procura identificar, aferir, investigar e analisar as 
modificações do comportamento e atendimento do educando, do 
sistema, confirmando se a construção do conhecimento se processou, seja este 
teórico (mental) ou prático. (Santana, 1997) 
 
O direcionamento e a reorganização de estratégias e objetivos tem relação com o 
que o educador realiza com o retorno da avaliação, e os direcionamentos para continuar 
de forma organizada os objetivos de aprendizagem. 
Exemplo: se o educador tem como objetivo ensinar o conteúdo de adição na disciplina 
de matemática, realizou a avaliação e percebeu que pelos resultados seus educandos 
não atingiram os objetivos de aprendizagem, ele precisa encontrar formas de organizar 
seu método ou estratégia pedagógica para alcançar seu objetivo no ensino, e não 
simplesmente seguir em frente no conteúdo, e passar para o conteúdo de multiplicação. 
 
Neste caso, é fundamental que o educador, por ser um profissional doensino, tenha conhecimento e domínio das técnicas e métodos de como 
ensinar, incluindo nesse pacote a formação pedagógica didática, pois a 
forma como ensinamos, como organizamos, a intencionalidade que 
implicamos em cada prática pedagógica, parte do domínio de realizar um 
planejamento coerente. LIBÂNIO (2001). 
 
Características importantes no processo na organização da prática pedagógica no 
planejamento são a flexibilidade, a particularidade e a dinamicidade. 
Esses elementos garantem a oportunidade do educador perceber a diversidade e 
subjetividade de cada educando e, principalmente, que o planejamento que está 
ancorado neste tripé irá valorizar as relações históricos e culturais que permeiam os 
espaços educativos, permitindo o recuo e avanço, dependendo das necessidades dos 
educandos, e que este necessite transpor os conhecimentos já adquiridos pelos 
educandos, precisa oportunizar a vivência de novos aprendizados e o desenvolvimento 
de habilidades e competências, sejam sociais, culturais, emocionais e físicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. A Diversidade na Sala de Aula: o Papel do e Educador na Educação Inclusiva 
 
Quando o educador e a instituição de ensino pensam na sua abordagem teórica de 
ensino, no seu currículo, na didática, no planejamento e na avaliação em consonância, 
precisam pensar em como realizar e valorizar esses processos em uma educação 
inclusiva. 
 
Mas o que é inclusão? Do que estamos falando? 
 
Quando pensamos na trajetória da humanidade em suas relações sociais, não 
podemos em nenhum momento desconsiderar as relações de poder historicamente 
construídas nas relações entre mulheres e homens e seus papéis na sociedade. 
Essas relações foram se construindo em torno das desigualdades sociais, 
econômicas, educacionais, de uma sociedade etnocêntrica, branca, machista, 
patriarcal, heterossexual, cristã, que segregou pessoas com deficiência, 
dualizando as pessoas, denominado o que era normal e o que estava fora da 
norma. 
 
A diversidade é a riqueza de nossas relações, é fundamental para ampliarmos nosso 
aprendizado, mas vive a sombra da intolerância, da indiferença, do ódio e da violência. 
A pergunta que sempre está presente entre os pares que idealizam o respeito à 
diversidade é: 
Como garantir o direito à diversidade no espaço educacional? 
A educação em seus espaços, sejam formais ou informais de ensino, é um ponto de 
encontro da diversidade em que crenças, valores, culturas, de raças e etnias, 
diferenças sexuais, religiosa, deficiências, econômicas, possibilitam (ou deveriam 
possibilitar) aprender, conhecer, desenvolver, ampliar, reconhecer, transformar, 
ressignificar, compartilhar e promover mudança, entretanto, esses acontecimentos nem 
sempre são possíveis, pois os espaços carregados de ideologia e intencionalidade que 
reproduzem interesses de grupos historicamente dominantes, como os homens, 
brancos, heterossexuais e cristãos, que de maneira geral desconsideram e 
desvalorizam seus diferentes (Louro, 2004). 
Gestos, movimentos, sentidos são produzidos no espaço escolar e incorporados por 
meninos e meninas, tornando parte de seus corpos. Ali se aprende a olhar e a se olhar, 
a ouvir, a falar e a calar; se aprende a preferir. 
Todos os sentidos são treinados, fazendo com que cada um e cada uma conheçam 
sons cheiros, os sabores bons e decentes e rejeite os indecentes, aprenda o que e a 
quem tocar (ou, na maioria das vezes, não tocar); fazendo com que tenha algumas 
habilidades e não outras (Louro, 2004). 
 
Em todos esses impactos que o educando vivencia no espaço educativo é possível 
afirmar que a inclusão permeia todos os espaços, pois é uma prática social, iniciando 
o âmbito familiar, de entretenimento, em sua cultura, na escola, na relação com os 
outros, nas atitudes nossas e dos outros. 
 
Nas instituições educacionais é fundamental dialogar e colocar em prática reflexões e 
sensibilização por meio da valorização da identidade, diferença e diversidade, pois por 
essas discussões, seja no âmbito dos educandos ou dos educadores, é fundamental 
para a criação de uma cultura de respeito à diversidade entre todos, e sobre os 
educadores que pensem estratégias e construam metodologias, intervenções, didáticas 
que possibilitem essa transformação, salientando que os importantes grupos de 
minorias segregadas ocupam lugares bem marginalizados na sociedade. 
 
Cotidianamente a diversidade nos instiga a perceber como cada educando é diferente 
nos processos de aprender e ensinar, como alguns são mais sensíveis e outros mais 
imponentes. 
Nesse sentido é importante o olhar atento, pois: 
“há diferenças e há igualdades, e nem tudo deve ser igual nem tudo deve 
ser diferente, [...] é preciso que tenhamos o direito de ser diferente quando 
a igualdade nos descaracteriza e o direito de ser iguais quando a diferença 
nos inferioriza.” (Mantoan, 2004) 
 
No momento do planejamento, baseado no currículo e nas teorias de aprendizagem, é 
necessário estarmos cientes da nossa responsabilidade em oportunizar por intermédio 
dos conteúdos, situações de aprendizagem que contemplem todos os educandos e que 
respeite essa belíssima diversidade, incluindo aqui na perspectiva de população que 
tem direito a fazer parte da educação inclusiva, todos os educandos. Pois todas as 
pessoas têm direito e condições de se desenvolver, de receber oportunidades. 
 
Sabemos que na sociedade em que vivemos isso é contradição, ou seja, os educandos 
que não atingem a meta, que não “acompanham” o desenvolvimento da maioria da sua 
turma, fugindo do padrão hegemônico, automaticamente ocupam a margem, são 
excluídos. 
 
E partindo deste pressuposto que a educação inclusiva surge, um paradigma 
educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade 
e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade 
formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e 
fora da escola. (BRASIL, 2008). 
 
Ao pensar em inclusão nos espaços educacionais, além de questões de acesso 
estrutural e de espaço físico, estamos falando de intenção pedagógica, da prática 
pedagógica em si. 
Uma prática que tem como objetivo a inclusão nos espaços educacionais que: 
[...] postula uma reestruturação do sistema educacional, ou seja, uma mudança 
estrutural no ensino regular, cujo objetivo é fazer com que a escola se torne 
inclusiva, um espaço democrático e competente para trabalhar com todos os 
educandos, sem distinção de raça, classe, gênero ou características pessoais, 
baseando-se no princípio de que a diversidade deve não só ser aceita como 
desejada. (BRASIL, 2001, p. 40). 
 
Portanto, é fundamental que nos espaços educacionais, sejam discutidas e refletidas 
sobre as diferenças e a inclusão, e que seja garantido o respeito a todas as pessoas. 
Dialogar sobre as situações de bullying, violência, dialogar sobre a beleza das 
diferenças, sempre dialogar, sempre proporcionar reflexão, provocando as 
criticidades e principalmente, sensibilizando para o respeito. 
 
Essas temáticas, que são demandas recorrentes em espaços educativos, precisam 
fazer parte do PPP (Projeto Político Pedagógico), considerando a relevância social, e 
principalmente pela oportunidade que os espaços educativos tem de transformar e 
ensinar o respeito sobre as diferenças e, principalmente, a de contribuir para 
valorização e auto estima de cada educando. 
 
5. As Pesquisas sobre Trabalho Docente e suas Contribuições 
 
Diante de todos os desafios apresentados até o momento,evidenciando o educador e 
o trabalho docente como peças centrais no sucesso dos processos de ensino e 
aprendizagem, a necessidade de aprofundamento teórico e a formação continuada 
fazem parte de um cenário que exige do educador a busca pela pesquisa e novos 
conhecimentos que façam sentido, frente à demandas que existem nos espaços 
educativos e que estejam conectadas a realidade social, econômica e tecnológica da 
sociedade contemporânea. 
 
Mas como atingir esses objetivos? Quais as qualidades necessárias para uma prática 
docente transformadora? 
 
Além das dimensões emocionais, físicas, políticas, afetivas, éticas, reflexivas e críticas 
que já abordamos até o momento, as relacionadas ao domínio do conhecimento 
científico são fundamentais em todos os âmbitos da sociedade. 
 
É possível elencar duas possibilidades como contribuições para o trabalho docente: 
A primeira: evidenciar a importância do conhecimento científico para o 
desenvolvimento da educação, por outras instâncias e pessoas. 
A segunda: o educador se lançar para a pesquisa científica a fim de ampliar e 
melhorar sua prática, partindo de suas demandas. 
 
As pesquisas científicas nesse sentido são possibilidades muito eficientes para a 
promoção do conhecimento, pois oportuniza a busca por novas respostas, produzidas 
por rigor metodológico, reflexão, aprofundamento teórico e criticidade do pesquisador. 
 
Quando o educador faz uso do conhecimento científico e da pesquisa em sua prática, 
ele evidencia a potencialidade do seu fazer pedagógico, oportunizando um nível mais 
elabora e sistematizado do ensinar e aprender. 
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino[...] no meu entender, o que há 
de pesquisador no professor não é uma qualidade ou uma forma de ser ou de atuar 
que se acrescente à de ensinar. Faz parte da natureza da prática docente a 
indagação, a busca, a pesquisa. Esses que fazeres se encontram um no corpo do 
outro. Enquanto ensino, continuo buscando, procurando. Ensino porque busco, 
porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, 
intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não 
conheço e comunicar ou anunciar a novidade. (Freire, 2004) 
 
Fazer pesquisa científica é fundamental para o desenvolvimento da sociedade. Fazer 
pesquisa científica baseado nas demandas cotidianas em seu espaço educativo, sem 
dúvidas dá um sentido diferente à pesquisa e consequentemente em conceber e 
praticar a pesquisa. 
Deste modo, fazendo pesquisa, educo e estou me educando com os 
grupos populares. (Freire, 1983). 
 
Esta prática do educador que usa a pesquisa para resolver suas dificuldades e 
problemas é importante, pois utiliza o ponto de partida da sua própria realidade e 
qualifica o educador para mediar e intervir as relações de aprendizagem, valorizando e 
percebendo a realidade social e cultural constituída historicamente, para 
posteriormente, partir da realidade concreta pensando e fundamentado pelo 
conhecimento científico e da teoria, retornando para o espaço como intervenções 
efetivas. 
 
Quando pretendemos conhecer determinada realidade por meio de pesquisa, é 
necessário definir o que se entende por realidade concreta. (Freire, 1983) 
Ou seja, se faz necessário entender a maneira como os sujeitos de diferentes 
grupos sociais compreendem a relação com seu mundo, visto a realidade 
concreta ser uma relação dinâmica e dialética entre subjetividade e objetividade. 
 
Diante de tantas potencialidades sobre a pesquisa científica, é uma crítica relevante a 
ser considerada, que muitas vezes as pesquisas realizadas na universidade pelos 
programas de pós-graduação pensadas para a educação, são estudos que pouco 
contribuem para a dificuldade vivenciada nos espaços educativos, evidenciando assim 
a importância do educador que está diretamente na prática, vivenciando as demandas 
têm em participar do processo de pesquisa. 
 
 
6. A Importância da Formação Continuada do Educador no Contexto Atual 
 
Diante de todas as transformações sociais, econômicas, políticas e tecnológicas, as 
mudanças na dinâmica de interesses e necessidade das pessoas é desenfreada. 
O novo fica obsoleto em pouco tempo, a verdade que era dita ontem, hoje já 
caiu por terra. Ao mesmo tempo em que novas tecnologias, ideias inovadoras e 
instrumentos e conhecimentos são produzidos em prol do desenvolvimento da 
humanidade. 
 
No âmbito escolar não é diferente, por isso vamos falar sobre como é importante a 
formação continuada do educador para que ele possa vislumbrar novas 
possibilidades de pensar e de fazer a sua prática pedagógica, buscando reinventar-se. 
Outro aspecto importante na formação continuada, além do aprofundamento técnico e 
específico da área, é a importância do espaço que os educadores tem para dialogar, 
para reflexão e para a troca de experiências. 
 
No âmbito da educação formal, a formação continuada do educador é garantida e 
exigida pela LDB 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação). A lei garante a 
formação por entender que os educadores precisam de subsídios teóricos e 
metodológicos para garantir de suas responsabilidades como educadores ou estarem 
melhores preparados. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei 9.394/96, no Artigo 13, que 
destaca: Os docentes incumbir-se-ão de: 
I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; 
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do 
estabelecimento de ensino; 
III - zelar pela aprendizagem dos alunos; 
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento; 
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente 
dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento 
profissional; 
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a 
comunidade (BRASIL, 1996, p. 6). 
 
Conforme vimos, as responsabilidades do educador são inúmeras e de extrema 
relevância para o sucesso da educação dos educandos e, além da sua participação e 
responsabilidade do processo de ensino e aprendizagem, a proposta do espaço de 
educação PPP (Plano Político Pedagógico) é tão importante quanto a prática 
pedagógica. 
 
Outro aspecto fundamental que deve ser considerado para ser garantida a formação 
continuada são as mudanças aceleradas e as necessidades que acompanham essas 
demandas relativas às comunidades em que as escolas estão inseridas, como 
violência, pobreza, bullying, inclusão, questões de gênero e sexualidade que exigem 
do educador conhecimento e reflexão cotidiana. 
[...] A ideia-chave de formação continuada é: Pela participação e gestão do trabalho 
escolar, os professores podem aprender várias coisas: tomar decisões coletivamente, 
formular o projeto pedagógico, dividir com os colegas as preocupações, desenvolver 
o espírito de solidariedade, assumir coletivamente a responsabilidade pela escola, 
investir no seu desenvolvimento profissional. Mas, principalmente aprendem sua 
profissão. É claro que os professores desenvolvem sua profissionalidade primeiro no 
curso de formação inicial, na sua história pessoal como aluno, nos estágios, etc., mas 
é imprescindível ter-se clareza hoje de que os professores aprendem muito 
compartilhando sua profissão, seus problemas, no contexto de trabalho. É no 
exercício do trabalho que, de fato, o professor produz sua profissionalidade. (Libâneo, 
2004) 
 
E é nesse sentido que no contexto atual a formação continuada dos educadores 
caminha, para o entendimento de que os espaços educativos são espaços que devemoportunizar a aprendizagem do educador, onde ele possa desenvolver competências e 
habilidades para ensinar sendo ativo em um processo cooperativo em que na 
dialogicidade e na troca de saberes ele ensina e aprende. 
 
E por fim, o educador consegue se perceber enquanto sujeito, que precisa sempre estar 
desenvolvendo suas competências pessoais, que tem relação com a sociabilidade, a 
interação, e o acolhimento e entendimento sobre as especificidades dos educandos e 
suas particularidades, respeitando a diversidade, compreendendo o que está por trás 
dos processos de gestão do espaço do qual faz parte, além de acolher a 
interdisciplinaridade e ludicidade como fundamental para o cotidiano do trabalho 
educativo. 
 
A formação continuada amplia o olhar do educador, fazendo-o realizar uma 
autoavaliação frequente, mantendo-o atualizado e motivado ao cotidiano no espaço 
educacional. 
 
 
Considerações finais 
Como visto, existem as abordagens teóricas da aprendizagem, que servem como 
norteadoras das práticas pedagógicas, são elas: tradicional, comportamentalista, 
humanista, cognitivista, sócio cultural. 
Esses aspectos interferem diretamente na didática e no currículo. O currículo nunca é 
neutro, sempre é intencional e carregado de ideologias. A didática é fundamental no 
processo de ensino e aprendizagem pois determina como vamos ensinar, de que forma 
iremos ensinar determinado conteúdo ou determinada competência. 
Em meio a este processo, o educador precisa pensar em como ensinar, e para isso 
precisa organizar o planejamento, que tem como objetivo direcionar o trabalho do 
educador. É organizado pensando nas abordagens teóricas, no currículo, na didática, 
deve ser intencional e organizado para que o educador consiga atingir seu objetivo de 
aprendizagem. 
Dentro do planejamento o educador precisa estar atento à diversidade existente em 
seu espaço educativo, para assim incluir todos os educandos, independente, de 
religião, deficiência, gênero, sexo, etnia, classe econômica. O educador precisa 
entender que todos são diferentes e que isso deve ser o ponto de partida para a 
aprendizagem. 
E por fim, refletimos sobre a importância da pesquisa no trabalho docente, pois não há 
ninguém melhor que o educador que está vivendo a dificuldade pensar a pesquisa para 
atender suas demandas. Diante disso, ficou evidente a necessidade da formação 
continuada do educador para dar conta das demais da contemporaneidade. 
 
Referências 
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases 
da Educação nacional. Brasília, 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ 
ccivil_03/Leis/ L9394.htm#art92>. Acesso em: 01jun. 2017 
______. Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. 
Brasília, 2008. Disponível 
em:<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=1
6690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-
05122014&Itemid=30192>. Acesso em: 03 jun. 2017. 
 
DELORS, Jacques. Educação um tesouro a descobrir. 1996 
 
DEMO, Pedro. Avaliação qualitativa. 6ª Edição, Campina, SP: Autores Associados, 
1999. 
 
FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. 5. ed. Rio de 
Janeiro: Paz e Terra, 1986. 
 
______, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. 
23 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002. 
 
KENSKI, Vani Moreira. Avaliação da aprendizagem. In: VEIGA, Ilma Passos de 
 
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1991. 
 
______ 
Os campos contemporâneos da didática e do currículo: aproximações e diferenças. 
In: OLIVEIRA, Maria Rita Neto S. Confluências e divergências entre didática e currículo. 
Campinas, Papirus, 1998. (p.53 - 91). 
 
______. Didática: Velhos e novos temas. Goiânia, GO. Edição do Autor - Maio 2002. 
Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAeiboAG/libaneo-
livrodidatica>. Acesso em: 02 jun. 2017 
 
LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva 
pósestruturalista. 7. ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2004 
 
MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: 
Moderna, 2004. 
 
MIZUKAMI, Maria. G. N. Ensino: As abordagens do Processo. São Paulo: EPU, 1986 
 
SAVIANI, Dermeval. - Escola e Democracia. São Paulo: Cortez Editora, 25ª edição, 
1991. 
 
SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que Avaliar? : como avaliar? : critérios e 
instrumentos / Ilza Martins Sant’Anna. – Petrópolis, RJ : Vozes, 1995. 
 
SILVA, Tomaz Tadeu da, MOREIRA, Antonio Flávio (Org.). Currículo, Cultura e 
Sociedade. São Paulo: Cortez, 1995.