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46
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA DA AMAZÔNIA 
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
MIRLENE PEREIRA DA COSTA
OS PRINCIPAIS DESAFIOS ENFRENTADOS PELO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA PÚBLICA: uma análise da produção do conhecimento
Abaetetuba-PA
2019
MIRLENE PEREIRA DA COSTA
OS PRINCIPAIS DESAFIOS ENFRENTADOS PELO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA PÚBLICA: uma análise da produção do conhecimento
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Educação e Tecnologia da Amazônia (FAM), no curso de Licenciatura em Educação Física, como requisito para a conclusão de curso.
Orientadora: Profª. Msc. Giselle dos Santos Ribeiro
Abaetetuba-PA
2019
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
Biblioteca do Faculdade de Educação e Tecnologia da Amazônia
	Rxxxp
	Costa, Mirlene Pereira da.
Título do trabalho / OS PRINCIPAIS Desafios enfrentados pelo professor de educação física na escola pública: uma análise da produção do conhecimento. Por Mirlene Pereira da Costa; orientadora Giselle dos Santos Ribeiro. – Abaetetuba, 2018.
112 f.
 
Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação) – Faculdade de Educação e Tecnologia da Amazônia, Curso de Licenciatura em Educação Física, Abaetetuba, 2018.
	
1. Palavra-chave – Palavra-chave – Palavra-chave – Palavra-chave. 2. Palavra-chave – Palavra-chave. 3. Palavra-chave – Finanças. 4. Palavra-chave – Palavra-chave. I. Ribeiro, Giselle dos Santos (orient.).
II. Título.
CDD xx. ed. – xxx.xxxxxxxxx
MIRLENE PEREIRA DA COSTA
OS PRINCIPAIS DESAFIOS ENFRENTADOS PELO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA PÚBLICA: uma análise da produção do conhecimento
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Educação e Tecnologia da Amazônia (FAM), no curso de Licenciatura em Educação Física, como requisito para a conclusão de curso.
Orientadora: Profª. Msc. Giselle dos Santos Ribeiro
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Profª. Msc. Giselle dos Santos Ribeiro - Orientadora
Faculdade de Educação e Tecnologia da Amazônia- FAM
______________________________________________
Professor Avaliador
Faculdade FAM.
____________________________________________
Professor Avaliador
Faculdade FAM.
Monografia aprovada em: ___/___/____
Dedico primeiramente a DEUS que iluminou o meu caminho me dando forçar e coragem durante essa longa caminhada, aos meus pais Marcilene Pereira e Marinho Rodrigues por acreditar em mim e que não medir esforços para a realização desse grande sonho.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar quero agradecer a Deus por ter me dado saúde e força para superar todas as dificuldades enfrentadas. 
A minha família pela excelente educação por me ensinarem a dar valor e correr atrás dos meus sonhos. Por toda ajuda que nos momentos mais difíceis dessa caminhada, não mediram esforços para que pudesse concluir essa etapa. Valeu apena todo sofrimento, valeu a pena todo esforço essa conquista e muito mais sua que minha. 
Aos meus professores pela amizade, pelo convívio, pelo apoio, pela compreensão e por todo conhecimento; em especial a professora Giselle dos Santos Ribeiro pelo seu profissionalismo, pela dedicação e paciência em suas orientações que foram fundamentais na minha vida academia e na construção dessa monografia, contribuindo com o meu desenvolvimento profissional. Bem como, a esta universidade e sua direção por todo carinho e suporte.
 Agradeço também aos meus amigos Manoel de Jesus, Diana Cardoso, Sara Jaqueline e Renan Lobato por todo incentivo, contribuição e compressão nessa caminhada pela amizade profunda compartilhando esse momento tão importante, pois essa convivência foi extremamente significativa na realização desse grande sonho.
RESUMO
O presente estudo trata de uma investigação científica com o objetivo de descrever os “Os principais desafios enfrentados pelo professor de Educação Física no contexto escolar: uma análise da produção do conhecimento” da rede pública. Bem como os desafios que ocorrem nesse processo educacional. Este trabalho foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa e caráter descritivo, com a finalidade aproximar do cotidiano e examinar detalhadamente as necessidades pedagógicas e educacionais da Educação Física, e examinar alguns motivos que impedem um bom desenvolvimento da disciplina no âmbito escolar. O material selecionado foi proveniente de trabalhos publicados considerando dentre estes, artigos e teses, nos quais utilizou-se os quatro tipos de leitura: exploratória, seletiva, analítica e interpretativa e como protocolo de análise, optou-se pela análise de conteúdo. Após o levantamento bibliográfico ficou evidenciado que os dilemas enfrentados pelo professor de Educação Física estão atrelados a desmotivação dos alunos e interação do professor e o espaço físico e a ausência de materiais didáticos pedagógicos pertinentes para os tipos de atividade selecionado pelo professor.
Palavras-chave: Educação Física. Principais Desafios. Professor. Conhecimentos.
ABSTRAT
This study deals with a scientific investigation with the objective of describing the "challenges faced by the Physical Education teacher in the school context: an analysis of the knowledge production" of the public network. As well as the challenges that occur in this educational process. This work was developed through a bibliographical research of qualitative approach and descriptive character, with the purpose of approaching the daily life and examining in detail the pedagogical and educational needs of physical education, and to examine some reasons that hinder the good development of the discipline in the school environment. The selected material came from published works considering articles and theses, in which the four types of reading were used: exploratory, selective, analytical and interpretative, and as the analysis protocol, we opted for content analysis. After the bibliographic survey it was evidenced that the dilemmas faced by the Physical Education teacher are linked to the lack of motivation of the students and the interaction of the teacher and the physical space and the absence of teaching materials relevant to the types of activity selected by the teacher.
Keywords: Physical Education. Challenges. Professor. Knowledge.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 - Seleção de artigos sobre o tema os Principais Desafios Enfrentados pelo Professor de Educação Física na Escola Pública: uma análise da produção do conhecimento.......	18
Quadro 2 - Seleção de artigos para a pré análise.	19
LISTA DE SIGLAS
EFE			Educação Física Escolar
MEC			Ministério da Educação
PCNs			Parâmetros Curriculares Nacionais
PPP			Projeto Político Pedagógico
SciELO		Scientific Electronic Library Online
SEF			Secretaria de Educação Fundamental		
UFPA			Universidade Federal do Pará
UFSM			Universidade Federal de Santa Maria
UnB			Universidade de Brasília
SUMÁRIO
 INTRODUÇÃO	12
1 OS PRINCIPAIS DESAFIOS DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA	23
1.1 A falta de matérias didáticos e de infraestrutura para os professores de Educação Física	23
1.2 As dificuldades da pratica do professor de Educação Física: Aspectos positivo e negativo (des) motivador	27
1.2.1 Aspecto Positivo: Motivador	27
1.2.2 Aspecto Negativo: desmotivador	30
2 O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM EM ESCOLAS PÚBLICAS	33
2.1 O processo de ensino aprendizagem de Educação Física em escolas publicas	33
2.2 A importância da Educação Física para o desenvolvimento dos alunos	42
3..A RELAÇÃO PROFESSOR/INSTITUIÇÃO E AS DIFICULDADES DA EDUCAÇÃO FÍSICA NAS ESCOLAS PÚBLICAS	45
3.1 A Educação Física escolar e o papel das instituições	45
3.2 .A Educação Física escolar e o papel do professor	48
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS	53
 REFERÊNCIAS	56
INTRODUÇÃO
O presente estudo visa abordar as dificuldades enfrentadas pelo professor de EducaçãoFísica em sua prática pedagógica a partir de uma análise da produção do conhecimento.
A educação física é definida segundo Betti (2009, p. 24) como “a disciplina que se utiliza do corpo”, pois é por meio dos seus movimentos que está procura contribuir no processo educativo para o crescimento de toda a dimensão humana. Desta maneira, apresenta-se como imprescindível no sentido de resgatar valores e concepções sociais. Porém, este conceito tão bem explicito, apresenta-se ameaçado atualmente.
Mediante a esta questão fundamental e por intermédio de práticas vivenciadas em escolas durante a formação acadêmica, estágios voluntários, estágios curriculares e práticas de ensino em escolas públicas, surgiu a necessidade de aprofundar conhecimentos a respeito de alguns problemas perturbadores que afligem o professor de Educação Física no âmbito escolar. Visto que, a área da educação tem sido caracterizada como a área que mais enfrenta desafios e conflitos por inúmeros aspectos.
Portanto, ao falarmos de Educação Física na escola, não podemos deixar de citar alguns problemas recorrentes que afetam tanto as instituições públicas, como as privadas. Entre estes, estão a infraestrutura precária e os materiais pedagógicos insuficientes disponibilizados para a prática das aulas de educação física (SILVA, 2008). Além disso, é evidente que as concepções sobre a disciplina em discussão e a forma com essa é desenvolvida são fatores relevantes tanto para o agravo da situação contextualizada, quando para possíveis superação da mesma. 
Sobre isto, observamos que o espaço físico utilizado para essas práticas oferece um eminente risco aos alunos, pois muitas vezes trata-se de lugares com péssima conservação, com aulas a céu aberto, contendo buracos e pedras, o que acaba provocando a distorção da aula, ao invés de promover qualidade de vida e educação através de práticas motoras apropriadas.
Ainda sobre os problemas do espaço físico observado nas escolas, Silva e Damásio (2008), mencionam a proteção ao redor das quadras que são poucas escolas que possuem, materiais sucateados e não apropriados para as modalidades desenvolvidas, o que acaba desmotivando a participação de alguns alunos. Para Silva e Damásio (2008), a diferença de rendimento escolar dos alunos, correlacionado com a estrutura.
 [...] as dificuldades estão relacionadas às condições de trabalho (falta de infraestrutura e material didático, baixo status da disciplina), além de problemas relacionados aos alunos, sobretudo a questão de limites/indisciplina. Como sugestão, atribuem-se aos órgãos públicos e a si próprios alternativas para melhorar a situação da Educação Física na escola (GASPARI et al, 2006, p. 109). 
Em escolas públicas a Educação Física ocorre geralmente no pátio da escola, sendo esse espaço não somente reservado para a prática de Educação Física como também para outros fins. Esse fator afeta diretamente no ensino e aprendizagem, podendo possuir interferência não só de outros alunos como também da própria direção. “[...] a qualidade dos professores quanto as qualidades da infraestrutura física das escolas afetam o rendimento de forma significativa” (ALBERNAZ et al, 2002, p. 20) 
Constata-se ainda, que uma das causas da desvalorização da Educação Física Escolar tem se dado pela falta de instrumentos que possam motivar e despertar o interesse dos alunos nas atividades, tendo em vista que muitas escolas tomam está como uma disciplina não obrigatória, como a demais disciplinas escolares, o que acaba comprometendo o desempenho escolar. Essa desvalorização configura-se, por vezes, numa forma de desrespeito nas dimensões do direito e da estima social dos professores, que os motivam a lutar por reconhecimento (FARIA; MACHADO; BRACHT, 2012, p.126). 
A Educação Física é uma disciplina discriminada, pois é vista como uma matéria extracurricular apenas como um momento compensatório para a mobilidade imperantes nas matrizes curriculares (SCAGLIA, 2004), ou seja, uma disciplina recreativa fugindo da ideia da educação escolar, sem magnitude. 
Contrariando esta ideia que demonstra a grande falta de conhecimento sobre a disciplina, Soares (2012, p. 125) nos afirma: 
[...] a simples transmissão dos conteúdos e da cultura construída na escola, não prepara o aluno para as exigências da sociedade atual, enquanto o mundo anda muito rápido fora do contexto escolar, o aluno fica entre quatro paredes passivamente sentado, ouvindo os professores falarem ou realizando exercícios. Assim, é urgente que um novo sentido de cidadania seja construído e o lugar mais favorável para que isso aconteça é a escola (SOARES, 2012, p.125)
Com a mudança da matriz curricular, que incluiu as aulas de Educação Física no horário normal de aula, junto com as demais matérias, esse fator limita o trabalho com os alunos comprometendo diretamente na qualidade da aula. A classe dos professores de Educação Física não recebe o devido reconhecimento, a começar pela política do Estado, que ao invés de valorizar o currículo como um todo, faz pouco caso, contribuindo cada vez mais para o desinteresse e desvalorização atingindo principalmente os profissionais da rede pública de ensino. 
Outro problema é o tipo de formação utilizada por alguns profissionais da área. Para Rodrigues (2007), um curso superior de Licenciatura em Educação Física que dura três anos não é suficiente para transmitir conhecimento para a formação de um profissional. É preciso compreender que a necessidade de instituições sérias e comprometidas com a formação de profissionais competentes, oportuniza aos futuros professores tornar-se um cidadão crítico com ampla visão.
Argumento esse que para os professores formados após a mudança que ocorreu em 2015 na Resolução nº 2/2015 a qual define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior, já não é valido, uma vez que capítulo V do documento citado, pontua que, o currículo dos cursos de formação inicial, em nível superior, terão carga horária mínima de 3.200 horas de efetivo trabalho acadêmico, em cursos com duração de, no mínimo oito semestres ou quatro anos, assim distribuídos: 400 horas de prática como componente curricular, distribuída ao longo do processo formativo; 400 horas dedicadas ao estágio supervisionado; 2.200 horas dedicadas às atividades formativas estruturadas pelos núcleos I e II; 200 horas de atividade teórico-práticas de aprofundamento em áreas especifica de interesse dos estudantes, conforme núcleo III (BRASIL, 2015).
Um diferencial importante nesse contexto também relativa as questões a formação dos professores e bastante relevante para a pesquisa é a formação continuada, centrada na reflexão pedagógica dos professores já atuantes nas escolas, que requerem a necessidade de afinar suas práticas ao projeto político pedagógico das instituições que representam, ajustadas com as diretrizes curriculares dos estados e municípios (SANTOS; OLIVEIRA; FERREIRA NETO, 2016). Logo que, a excelência da docência ameniza consideravelmente as problemáticas apontadas.
Deste modo, pretende-se neste estudo identificar como a produção do conhecimento apresenta as dificuldades e as necessidades levantadas pelos professores de Educação Física em relação à prática pedagógica desenvolvida no cotidiano escolar?
Para isso trabalhou-se com as seguintes questões norteadoras: os professores de Educação Física escolar que trabalham nas escolas públicas possuem muitas dificuldades para sua pratica pedagógica cotidiana? De que maneira as necessidades apontadas pelos professores de Educação Física podem afetar sua prática pedagógica na produção do conhecimento? O que o professor de Educação Física tem a dizer sobre a sua profissão e de que forma trabalham para superar as dificuldades encontradas.
Nesse contexto, diante dos problemas citados e das perspectivas sobre a atuação do profissional de Educação Física Escolar (EFE), o objetivo deste trabalho foi analisar como a produção do conhecimento apresenta as dificuldades e quais as necessidades dos professores de EducaçãoFísica em relação à prática pedagógica desenvolvida no cotidiano escolar.
 Além do objetivo central da pesquisa foram elencados três objetivos específicos onde pretende-se identificar por meio das literaturas já produzidas, os principais desafios que o professor de Educação Física escolar enfrenta nas instituições públicas; em seguida analisar as principais necessidades apontadas pelos professores de Educação Física para a prática pedagógica cotidiana na produção do conhecimento; e por fim discutir as possibilidades de superação ou propostas levantadas pelos professores para uma Educação Física escolar qualitativa. Através dessas análises espera-se que possam ser discutidos novos planos de intervenção de diferentes abordagens, com o intuito de melhorar a qualidade do processo ensino-aprendizagem nas aulas de EFE.
Frente a estes questionamentos que foram levantados acima, trago aqui a minha justificativa pessoal para esta pesquisa que, por meio das práticas vivenciadas em escolas durante a formação acadêmica, em estágios voluntários, estágios curriculares e práticas de ensino em escolar públicas, surgiu a necessidade de aprofundar meus conhecimentos a respeito dos problemas que afligem e atrapalham a pratica cotidiana do professor de Educação Física no âmbito escolar. 
A pesquisa traz também a justificativa acadêmico-científica que, através de uma análise de conhecimento em relação à Educação Física escolar podemos observar diversos problemas que os professores da área enfrentam no seu cotidiano, principalmente nas escolas públicas. Um dos fatores principais é a falta de material pedagógico apropriado para desenvolver uma aula de qualidade e o espaço físico bem estruturado.
Abranches e Dorneles (2013), citam que uma das principais dificuldades encontradas pelos professores de Educação Física, levando-se em conta a prática, é a falta de espaço físico, ou que esse espaço seja adequado para tal prática, sendo seguido pela falta de materiais didáticos. Com esses pontos negativos, cabe ao professor ter a criatividade para criar situações, materiais alternativos e atividades adaptadas as realidades. 
De acordo com Fernandez, 2001:
Fracasso escolar afeta o aprender do sujeito em suas manifestações sem chegar a aprisionar a inteligência: muitas vezes surge do choque entre o aprendente e a instituição educativa que funciona de forma segregadora. “Para entendê-lo e abordá-lo, devemos apelar para a situação promotora do bloqueio” (FERNANDEZ, 2001, p. 33).
Neste sentido, observamos o quanto a ausência do Estado afeta a disciplina, no sentido de oferecer espaços inadequados que não cumprem com os parâmetros de qualidade e que consequentemente, acabam comprometendo as atividades propostas pelo professor.
Os docentes de Educação Física, em geral, não usufruem de condições necessárias para realizar uma boa prática pedagógica, sendo comum a falta de espaço físico e a precariedade dos materiais existentes. Esses fatores geram um alto grau de limitação (SOUZA, 2013, p. 25).
Com base na justificativa social desta pesquisa, acredita-se que esse trabalho poderá ser de fundamental relevância tanto para aqueles que atuam na área, quanto para o púbico alvo, pois possibilitara conhecimentos teóricos e práticos, que tem por objetivo conscientizar, sensibilizar e alertar a sociedade sobre a existência das problemática aulas de Educação Física. Através de uma discussão acerca do profissional da Educação Física e a escola pública como centro produtor desse conhecimento, tanto cientifico, como pedagógico, que irá contribuir na formação de novos profissionais. 
Esse estudo tem como proposta compreender melhor sobre as dificuldades que os professores de Educação Física enfrentam no centro educacional, de que forma ocorre esses problemas e como é possível as mudanças por meio das análises que serão apontados nesse trabalho de cunho cientifico e pedagógico.
Portanto, utilizou-se a pesquisa qualitativa, pautando-se na documentação indireta (pesquisa bibliográfica) (MARCONI; LAKATOS, 2005; ANDRADE, 2003). Inicialmente, as atividades desenvolvidas foram direcionadas para levantamento bibliográfico dos temas relacionados as dificuldades enfrentadas pelo professor de Educação Física em sua pratica pedagógica. Para a revisão de literatura foram utilizadas buscas de artigos disponíveis em bases de dados digitais como, biblioteca virtual em educação, google acadêmico, SciELO (Scientific Electronic Library Online) e acervo próprio.
A partir dessa análise de conhecimentos, visa-se apontar elementos que possam refletir a qualidade do espaço do âmbito das escolas nas ações educativas. Esse estudo busca proporcionar, para academia, uma produção de considerável valor para todos que queiram compreender melhor sobre as dificuldades que os professores de Educação Física enfrentam no centro educacional, de que forma ocorre o desafio desses problemas e como é possível as mudanças por meio das análises que serão apontadas nesse trabalho de cunho cientifico e pedagógico.
Por entender que “Cada nova pesquisa só pode ter significado universal com uma pequena adição aos trabalhos anteriores de outros pesquisadores” (ESPIRITO SANTO, 1992, p. 81), é que optamos pela realização de um trabalho que consiste em uma pesquisa exploratória e descritiva, pois, jugamos de suma importância o fortalecimento de ideias que já vem sendo debatidas por outros pesquisadores da área e que ainda hoje, apresentam-se sem solução.
Para tanto, iremos nos valer dessa análise de dados de forma qualitativa, visto que, será trabalhado somente com a análise bibliográfica, fazendo uma releitura de artigos já produzidos e que possuem grande valor informativo de aprendizagem. Materiais estes, retirados de revistas de produção científica como Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, Revista Cientifica da UFPA e Revista Kinesis.
Neste sentido, foram utilizadas fontes secundárias, livros, artigos nacionais como “A educação física, o docente e a escola: concepções e práticas pedagógicas” (BERTINI JUNIOR; TASSONI, et al, 2013), “Os desafios enfrentados pelo professor de Educação Física no ambiente escolar” (JESUS, J. B., 2014), “As Dificuldades Enfrentadas Pelo Professor de Educação Física em Atuar no Ensino Fundamental” (SANTOS; CARDOSO; CARVALHO; LOCATELLI et al, 2018), entre outros, que vem tratar principalmente do cotidiano escolar do profissional da área de Educação Física e dos principais entraves que acompanham a profissão. 
A pesquisa foi realizada de forma exploratória e descritiva, atentando-se aos pontos convergentes e divergentes entre os autores citados uma vez que, cada um possui uma visão diversificada sobre o tema abordado. 
A análise desses dados se deu de forma qualitativa, valendo-se de fontes secundárias, uma vez que julgamos necessário reforçar e alertar, para problemas que ainda hoje são enfrentados nas aulas de Educação Física, foram feitas buscas que estão detalhadas no quadro 1. 
	Quadro 1 –
	Seleção de artigos sobre o tema os Principais Desafios Enfrentados pelo Professor de Educação Física na Escola Pública: uma análise da produção do conhecimento.
	
PESQUISA NOS PERIÓDICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
	Periódicos 
	Palavras-chaves
	Artigos encontrados
	Títulos incompatíveis
	Leitura do resumo
	Selecionado para serem analisados
	
Revista Motrivivência
	Impasses-Educação física
	
02
	
01
	
01
	
00
	
	Problemas-Educação física
	
02
	
00
	
02
	
01
	Revista Brasileira de Educação Física e Esporte
	
Docente-educação física
	
11
	
08
	
03
	
01
	Revista Cientifica da UFPA
	Desafios-professor-educação física
	
02
	
00
	
02
	
01
	Revista Manancial Repositor da UFSM
	Desafios-Problemas-Educação física
	
16
	
09
	
07
	
03
	Revista Econstor
	Qualidade-Educação física
	
23
	
20
	
03
	
01
	Revista Unb
	Desafios-Educação física
	
04
	
00
	
04
	
01
	Revista Kinesis
	Docente-Desafios-Educação física
	
83
	
81
	
02
	
02
	Revista Pitágoras
	Dificuldades-Educação física
	
9
	
06
	
03
	
01
	X Congresso Nacional da Educação-EDUcere
	
Praticas-Educação física
	
2320
	
03
	
01
	
TOTAL
	
175
	
145
	
30
	
12
Fonte:	Periódicos	Científicos	de	Educação	Física http://coral.ufsm.br/bscefd/index.php/links.uteis/periodocos-cientificos-de-educação-fisica
A presente pesquisa fez uso do material selecionado acima no quadro 1 que foi proveniente de trabalhos já publicados, dentre estes, artigos e revistas, com a utilização das seguintes palavras-chave: Impasses na Educação Física, Desafios na Educação Física escolar, Problemas da Educação Física escolar, Dificuldades na Educação Física escolar, práticas do professor na escola. 
Na análise dos periódicos se utilizou os quatro tipos de leitura citadas por Gil (2002): a leitura exploratória, uma leitura geral do material para analisar o que interessava a pesquisa; a seletiva, para selecionar o que foi utilizado na pesquisa; a analítica, a fim de organizar as informações colhidas nas fontes de forma a obter as respostas do problema da pesquisa e, a interpretativa, que se fez com a ligação de dados oriundos de conhecimentos científicos ou teorias comprovadas.
Com base no tema deste trabalho, o quadro a seguir traz os artigos que foram selecionados para a análise.
	Quadro 2 –
	Seleção de artigos para a pré-análise.
	PERIÓDICOS
	AUTORIA
	TÍTULO
	ANO
	Revista on line de Política e Gestão Educacional
	TEIXEIRA;
SOARES; FERREIRA et al.
	A realidade dos professores de educação física no ensino fundamental I e II, em uma escola pública da sede do município de Massapê – CE
	2018
	Revista Pitágoras
	SANTOS; CARDOSO; CARVALHO; LOCATELLI et al.
	As Dificuldades Enfrentadas Pelo Professor de Educação Física em Atuar no Ensino Fundamental
	2018
	Manancial Repositor digital da UFSM
	BRANDT, LÉOCLA VANESSA et al.
	Aprendizagem da docência na formação inicial: saberes desenvolvidos na inserção em escolas.
	2017
	Revista Kinesis
	SILVEIRA; FRIZZO, et al.
	A Contextualização do Trabalho Docente de Educação Física na Rede Municipal de Ensino de Pelotas: uma crítica ao sistema capitalista de ensino.
	2017
	Manancial
Repositor digital da UFSM
	STIEGEMEIER, ADRIANO, et al.
	A educação física nas escolas de educação infantil na cidade de Panambi/RS.
	2016
	Revista UnB
	JESUS, JOÃO BATISTA, et al
	Os desafios enfrentados pelo professor de educação física no ambiente escolar
	2014
	Revista Kinesis
	ALMEIDA; FENSTERSEIFER et al.
	A Relação Teoria-Prática na Educação Física Escolar: Desdobramentos para Pensar um “Programa Mínimo”
	2014
	Manancial Repositor digital da UFSM
	CAMPOS, TAÍS PORTO, et al.
	Educação física escolar nos desafios da gestão: para além dos espaços físicos.
	2013
	Revista Brasileira de Educação Física e Esporte
	BERTINI JUNIOR, N., & TASSONI, et al
	A educação física, o docente e a escola: concepções e práticas pedagógicas.
	2013
	Manancial Repositor digital da UFSM
	MARQUES, MARTA NASCIMENTO, et al.
	Caminhos e Descaminhos da Prática Pedagógica Em Educação Física Escolar: um Estudo de Caso Com Professores de uma Escola Pública De Santa Maria Rs.
	2011
	X Congresso Nacional da Educação-EDUcere
	MARTINHUK,
FINCK, et al.
	Educação Física Escolar: Análise das Práticas Corporais nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental nas Escolas Públicas Municipais de Ponta Grossa.
	2011
	Manancial
Repositor digital da UFSM
	ILHA, FRANCIELE ROOS DA SILVA, et al.
	O Curso de Licenciatura em Educação Física e os Desafios da Formação Profissional: O Processo de Ensinar e Aprender a Docência.
	2010
	Revista Cientifica da UFPA
	MEDEIROS, et al
	Influências dos Aspectos Físicos e Didáticos Pedagógicos nas Aulas de Educação Física em Escolas Municipais de Belém
	2009
	Motrivivência
	FARIAS; GOULART;
AMORIM, et al.
	Os Principais Problemas da Educação Física e suas relações com a realidade na/da Educação Infantil. Ano XIX, Nº 29, p. 87-102
	
2007
	Revista Econstor
	ALBERNAZ; FERREIRA; FRANCO, et al
	Qualidade e Equidade na Educação Fundamental Brasileira.
	2002
	Revista Kinesis
	ANA CLAUDIA OLIVEIRA HOPF, et al.
	Profissão docente: estudo da trajetória de professores universitários de educação física.
	2001
Fonte:	Periódicos	Científicos	de	Educação	Física http://coral.ufsm.br/bscefd/index.php/links.uteis/periodocos-cientificos-de-educação-fisica
Como protocolo de análise, optou-se pela análise de conteúdo na perspectiva de Bardin (2011, p. 47) que é;
Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando a obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens. (BARDIN, 2011, p. 47).
Segundo Bardin (2011), esse tipo de análise envolve três etapas distintas: Pré-analise, descrição analítica e interpretação inferencial.
Na fase da pré-análise, que foi desenvolvida para sistematizar as ideias iniciais colocadas pelo quadro referencial teórico e estabelecer indicadores para a interpretação das informações coletadas. Nesse contexto, foi realizado primeiramente contato com os documentos coletados, onde estes estavam organizados por artigos pesquisados em links, Google Acadêmico e site SciELO, que possibilitou uma leitura dos assuntos do tema em questão e em seguida com base no periódico que foi produzido na metodologia para sistematizar a pesquisa de acordo com a especificidade dos capítulos e subcapítulos norteados pelos objetivos específicos. 
Na fase da descrição analítica, que consiste na construção das operações decodificação separados por temas, foi realizado um detalhamento minucioso das literaturas pesquisadas, fazendo uso de fichamentos, resumos e resenhas destes trabalhos, que segundo Franco (2008, p. 29), é onde se elucida essa parte da análise de conteúdo como “a enumeração das características do texto, resumida após um tratamento inicial”. 
Por último vem a fase da Interpretação inferencial, inferência e interpretação, que consiste em captar os conteúdos apresentados contidos em todo o material coletado, por uma análise comparativa. Nesta fase Franco (2008, p. 29), ressalta que “é o procedimento intermediário que vai permitir a passagem, explícita e controlada, da descrição à interpretação”. Isto posto realizou-se então a triangulação dos dados com base nos autores que abordam a temática da pesquisa para poder assim possibilitar propostas com soluções plausíveis.
Para evidenciar cada passo desta pesquisa, na introdução pretende-se fazer a apresentação do tema, proporcionando ao leitor conhecer os motivos que nos levaram a analisar como a produção do conhecimento apresenta-se nas dificuldades e quais as necessidades dos professores de Educação Física em relação à prática pedagógica desenvolvida no cotidiano escolar. Busca-se ainda, fazer uma breve exposição dos autores usados para embasar tais ideias e questionamentos. 
Assim, segue-se o corpo do texto com a exibição do primeiro capítulo que irá tratar de identificar por meio das literaturas já produzidas, as principais dificuldades que o professor de Educação Física escolar enfrenta nas instituições públicas e os aspectos positivos e negativos des(motivador) na sua pratica docente. Uma vez que, julgamos de suma importância explicitar o dia-dia desses profissionais no ambiente em que atuam. Em seguida 
No segundo capítulo, busca-se através do processo de ensino aprendizagem da Educação Física nas escolas públicas analisar as principais necessidades apontadas pelos professores de Educação Física para a pratica pedagógica cotidiana na produção de conhecimento.
Ao que se segue o terceiro capítulo, com base na relação professor/instituição e as dificuldades da Educação Física nas escolas públicas procuramos discutir as possibilidades de superação ou propostas levantadas pelos professores para uma Educação Física escolar qualitativa. 
Na conclusão, procuraremos identificar se foi possível atingir nossos objetivos, tanto o geral quanto os específicos. Fazendo uma análise sobre a relevância do conteúdo apresentado e buscando apontar possíveis soluções para os problemas enfrentadospelos profissionais de Educação Física dentro das escolas.
1 OS PRINCIPAIS DESAFIOS DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA
A Educação Física percorreu um longo caminho para chegar à área de conhecimento, onde se estuda o movimento do corpo humano, dispõe atualmente de uma proposta transformadora de sua prática, que tem um foco na desestabilização da superioridade mantida por outras tendências (DARIDO; RANGEL, 2005). Contudo, o professor de Educação Física ainda enfrenta muitas dificuldades no processo de ensino-aprendizagem, principalmente em escolas públicas, que muitas vezes acabam desmotivando esse profissional, desencadeando o que chamamos aqui de aspectos positivos e negativos (des) motivador em sua pratica docente.
1.1 A falta de matérias didáticos e de infraestrutura para os professores de Educação Física
Sabe-se que a Educação Física é um componente curricular da Educação Básica conforme determina a Lei n° 9.394/96, (BRASIL, 1996). Nesta perspectiva está disciplina possui então peculiaridades que a diferencia das demais curriculares, pois o espaço e os materiais didáticos destinados para a realização das aulas são diferenciados, e em sua maioria, as aulas são ministradas em espaços abertos e com materiais didáticos específicos como bolas, bambolês, cones, cordas, coletes, e muitos outros.
Em relação aos materiais Bracht (2003), aponta a relação direta que estes possuem com a qualidade das aulas do professor de Educação Física: “[...] a existência de materiais, equipamentos e instalações adequadas é importante e necessária para as aulas de Educação Física, sua ausência ou insuficiência podem comprometer o alcance do trabalho pedagógico” (p. 39).
Os materiais são um suporte que auxiliam na prática pedagógica, pois os mesmos vão dar ao aluno o conhecimento e a vivência prática. É comum ouvirmos relatos negativos em relação a este tópico. A falta de materiais adequados e em quantidades insuficientes diminui o aproveitamento das aulas e, consequentemente, acabam tonando-se desestimulantes. Pesquisas como a de Canestraro, Zulai e Kogut (2008) apontam a falta de materiais com uma das principais dificuldades enfrentadas pelos professores de Educação Física.
Para Rodrigues e Mendes (2012), a disponibilidade de materiais, equipamentos e instalações adequadas é fundamental para as aulas desta disciplina, a ausência ou insuficiência desses itens poderá comprometer o objetivo do trabalho pedagógico. 
Aguiar (2009), destaca também que se a disponibilidade de materiais for diferente das necessidades adequadas para a realização da atividade planejada pelo professor, a qualidade e a dinâmica das aulas podem ser influenciadas. Outro ponto importante é que na maioria das escolas nota-se a falta de investimento com material referente às aulas, manutenção das quadras esportivas e equipamentos.
Para Oliveira (2011), esses recursos são na verdade elementos didáticos que são utilizados no ambiente de aprendizagem, com o intuito de estimular o aluno à participação das aulas de Educação Física. A falta desses recursos didáticos no ambiente escolar torna-se um fator importante, porque estes formam a base da construção do conhecimento e possibilitam a contextualização das teorias ministradas em sala de aula, e são os aliados importantes na sua transmissão, e fundamentais no processo educacional da Educação Física. 
Canestrato et al. (2008), pontua que as escolas, principalmente as públicas são carentes de recursos didáticos para as práticas pedagógicas da Educação Física, esse fato se deve à falta de investimento por parte dos órgãos governamentais e a má conservação dos mesmos, pela exposição diária ao sol e condições climáticas. Ainda falando sobre o material didático, Medeiros (2009, p. 6) considera que:
[...] os recursos didáticos pedagógicos como instrumento de grande valor para a Educação Física porque focalizam o interesse e concentração do educando; esclarece relações entre conteúdos promovendo integração entre conhecimentos; auxiliam na demonstração de estruturas básica de movimento, facilitando a compreensão do aluno; fornecem informações complementares; estimulam a expressão corporal, verbal e escrita; estimula a imaginação e criatividade do aluno (MEDEIROS, 2009, p. 6).
 Já com relação ao espaço, Silva e Damázio (2008) relatam que a ausência ou precariedade do espaço físico nas escolas para as aulas de Educação Física, podem ser observadas sob dois aspectos: o da não valorização social desta disciplina (desvalorização de sua importância no desenvolvimento integral do educando) e o descaso das autoridades para com a educação destinada às camadas populares. 
Espaços adequados para a realização das atividades, tanto as de cunho prático quanto teórico, dão ao professor melhores condições de trabalho e aos alunos qualidade na aprendizagem. A existência (ou ausência) de um bom local também influencia diretamente na motivação dos alunos e do professor no desenvolvimento de boas aulas. 
Farias Filho e Vago (2001) apontam que:
Para o professor de Educação Física desenvolver com excelência sua prática pedagógica, se tornam necessárias condições de trabalho adequadas. Pois a falta de local e materiais disponíveis para realização das atividades é um dos fatores que podem interferir, modificar e até prejudicar o planejamento e a execução das atividades propostas, por outro lado está escassez de materiais e locais pode estimular a criatividade do professor na elaboração das suas aulas. (FARIAS FILHO; VAGO, 2001, p. 86). 
Segundo Oliveira (2011):
Com a estrutura adequada, as interferências externas, que por muitas vezes pode parecer constrangedor para os alunos envolvidos nas atividades e que acaba desmotivando-os, reduzirá, criando assim um ambiente onde o aluno possa se sentir mais motivado e seguro, melhorando assim seu desempenho. Com isso também será possível evitar que os alunos sem prévia orientação a respeito das atividades venham a se machucar e interromper as atividades, possibilitando ao professor ter mais controle sobre sua turma (OLIVEIRA, 2011, p. 17). 
Rodrigues e Mendes, (2012) ainda dizem que, sem investimento em estrutura e a falta de material não há como fazer um trabalho diferenciado com os alunos, quando não há materiais e um local adequado para as aulas e à falta de interesse dos alunos comprometem o aprendizado. 
Muitas vezes esses são fatores que limitam o professor que tem que lidar com essas dificuldades constantemente, e precisa ser criativo para tentar superar esses desafios, sem investimento e material adequado se torna praticamente impossível fazer com que os alunos pratiquem a disciplina. 
Canestraro, Zulai e Kogut (2008) observa também que as condições das instalações, o material didático e o espaço físico interferem de modo significativo no aprendizado, o esforço do professor, por mais criativo que seja, podem fracassar, se não houver espaços e condições materiais que contribuam para a realização de seu plano de trabalho. Portanto, uma escola sem estrutura adequada para as atividades esportivas pode contribuir para que o aluno não pratique ou mesmo desvalorize a disciplina dentro da escola, o que resulta numa ideia de que esta atividade não fará falta para sua formação no processo de conhecimento e desenvolvimento dentro do ambiente escolar.
Nessa perspectiva, o que se vê cada vez mais são professores com dificuldades de se lançarem a novos desafios, não aceitando mudanças com facilidade pela fragilidade a que estão e são expostos diariamente em seu trabalho. Falando de educação de maneira geral 
Ribas (1997), afirma que: 
Apesar do despreparo, a crise da escola e o fracasso escolar não podem ser creditados apenas ao professor. Assim se entende que outros fatores concorrem como: a pobreza material e cultural das famílias e ao sistema educacional, mínima permanência do aluno na escola, escolas péssimas de manutenção e apoio didático deficiente ou inexistente, gestão inadequada e professores mal pagos (RIBAS, 1997, p. 29).
Isso tudo aliado a falta de oportunidades,pode levar o professor a desmotivar-se e cair na acomodação, que mesmo com a elaboração do seu plano de ensino, existe também o desinteresse por parte dos alunos em participar das aulas de Educação física. Necessitando ao professor buscar estratégias que incentive esta participação. 
No trabalho de Damásio e Silva (2008) encontra-se uma discussão político-pedagógica, onde falam que os problemas estruturais em educação implicam em políticas públicas maiores e consideráveis em termos de investimento financeiro. Estas complementam o raciocínio dizendo que “adotando o discurso da ‘criatividade’ como forma de suprir tais lacunas é, no mínimo, romantismo pedagógico e banalização do ato de criar e/ou recriar a partir de um processo que deve reunir condições materiais e trabalho sério” (DAMASIO; SILVA, 2008, p. 6).
As autoras ainda reforçam o pensamento que os problemas de infraestruturas interferem na prática pedagógica do professor de Educação Física e que esse fica sobrecarregado, pois constantemente precisa recorrer a criatividade para tentar driblar as dificuldades que encontra no cotidiano de uma escola com infraestrutura precária, o que também pode ser constatado no trecho abaixo:
 
Acreditamos que as condições materiais (instalações, material didático, espaço físico) interferem de modo significativo nos trabalhos pedagógicos. Os esforços dos professores, por mais criativo que sejam e diante dos mais belos ideais educativos, podem fracassar, caso não encontrem espaços e condições materiais para concretização de seus planos de trabalho (DAMASIO; SILVA, 2008, p. 10) 
Nesse sentido, evidenciamos aqui que os problemas como falta de materiais pedagógicos, e condições precárias de infraestrutura, interfere na prática pedagógica do professor de Educação Física. Estes ficam sobrecarregados, tendo que lançar mão diariamente de certo potencial criativo para tentar superar as dificuldades.
1.2 As dificuldades da pratica do professor de Educação Física: Aspectos positivo e negativo (des)motivador 
1.2.1 Aspecto Positivo: Motivador
A prática pedagógica trata de algo muito maior do que o simples fazer diário do professor, é através dela que este profissional reflete sua visão de mundo, de sociedade, de homem. Tudo isso contribui na sua ação de ensino no contexto escolar. Em consonância com Veiga (1992, p. 16) entendemos a prática pedagógica como “[...] uma prática social orientada por objetivos, finalidades e conhecimentos, e inserida no contexto da prática social. A prática pedagógica é uma dimensão da prática social”.
Vale ressaltar aqui que, embora o cenário ainda seja de grandes dificuldades e deficiências para o profissional de Educação Física, existem professores que em meio a tantas dificuldades transformam os problemas em desafios e acabam encontrando soluções e motivações para práticas pedagógicas de excelente resultado.
Para Chiavenato (1998), é fundamental observar e levar em consideração vários aspectos que interagem significativamente no processo de aprendizagem, pois a motivação está inter-relacionada com a carga de energia acionada no ato de conhecer e aprender qualquer disciplina, incluindo a disciplina de educação Física. A motivação, é sem sombra de dúvidas o fator essencial no processo de ensino, pois está se dá de forma significativa quando satisfaz as necessidades do educando para atingir os objetivos desejados. 
Diante disso, qualquer estímulo pode tornar-se um motivo se for bastante forte. Quanto mais forte for o estímulo, maior função de motivo possuirá. Apesar do esquema ser jugado por sua simplicidade, se adaptar a explicações de grande parte da aprendizagem, pois admite que a existência de forte estímulo ou motivo que pode ser inferida da aprendizagem, é exatamente o motivo ou impulso o primeiro dos quatro fatores fundamentais de aprendizagem (ANGELIN, 1973). 
Ficando óbvio então que a motivação é a chave para o ensino e aprendizagem e os educadores têm o compromisso de despertar este interesse, isto é, motivar os educandos para o ensino de acordo com seus objetivos e necessidades independendo da disciplina. Para Murray (1978), a motivação é um dos fatores determinantes do modo como a pessoa se comporta, envolvendo elementos como: aprendizagem, atenção, criatividade e sentimentos. 
Ainda segundo Murray (1978), os psicólogos, de uma maneira geral, encaram a motivação como um impulso, uma emoção ou um desejo interior que direciona uma pessoa para uma determinada ação. Mas que é uma das mais importantes entre as variáveis afetivas, a motivação vem sendo estudada e pesquisada sob diversos prismas, e o resultado desses estudos têm comprovado que ela é uma das molas propulsoras ligadas ao sucesso na aquisição de qualquer aprendizado. 
A motivação é também um termo bastante abrangente que justificaria o sucesso de um indivíduo ligado ao fato de ele estar motivado, tendo em vista que numerosos estudos têm demonstrado que ela é a chave para o ensino e aprendizagem. Ao observar pessoas trabalhando torna-se evidente que cada uma delas tem estilos e hábitos diferentes (CHIAVENATO, 1998, p.177). 
O desempenho de cada pessoa está fortemente relacionado com suas aptidões e habilidades e principalmente com sua motivação. A motivação se dinamiza através das necessidades humanas (desejos, aspirações, objetivos). A motivação se baseia na hierarquia das necessidades humanas, sendo arranjadas em forma de pirâmide, tendo na base as necessidades mais elementares (fisiológicas) e no topo as mais sofisticadas e elaboradas (auto realização). A motivação funciona de maneira cíclica e repetitiva (MURRAY,1978).
O ciclo motivacional pode ser resolvido com a satisfação, frustração ou compensação da necessidade. Assim, o primeiro ponto a ser verificado é se o professor de Educação Física tem as mínimas condições de atender suas necessidades básicas, como o conforto físico, horários adequados, tempo de descanso. 
Além disso, como anda o orgulho e reconhecimento deste profissional pelos colegas e pela sociedade. Por isso lembramos aqui as Teorias de Herzberg segundo a qual dois fatores são importantes para melhorar o comportamento das pessoas em situação de trabalho: os fatores Extrínsecos –salários –condições, diretrizes e fatores intrínsecos- sentimentos de reconhecimento, auto realização (CHIAVENATO, 1998, p.177). 
A prática de alguns professores tende a melhorar com cursos de formação continuada, mas por outro lado encontramos aqueles que concluíram sua graduação e não evoluíram em sua formação e sabe-se que em um mundo globalizado a luta deve ser constante, pois necessitamos de subsídios para enfrentar as dificuldades que surgem a todo o momento, e termos argumentos para garantir o que queremos, bem como espaço para a reflexão crítica e a formação da identidade docente. 
Outra pontuação relevante sobre a formação continuada que serve como fator positivo para as questões emocionais tanto dos alunos quando dos docentes, é o fato da formação citada está fortemente entrelaça ao projeto da escola em que esse professores lecionam, logo o intuito desses cursos é “oferecer aos professores/as de Educação Física um referencial teórico capaz de orientar uma prática docente comprometida com o processo de transformação social” (SOARES et al., 2012, p. 49).
Ou seja, a possiblidade de interver positivamente na realidade da comunidade onde se encontra a escola, traz mais entusiasmos para as práticas educacionais. 
Nessa linha de raciocínio, reflete na objetividade com que se trabalha as metodologia nas aulas de Educação Física, ou seja, uma prática docente não contextualizada com a realidade dos alunos não estimula a afetividade desses indivíduos, e até mesmo o professor muitas vezes não sabe o que almeja de fato, devido à pouca consciência pedagógica que justifica sua finalidades, é preciso que esse tem bem definido que tipo de homem e sociedade deseja forma (SOARES et al. 2012), e para tal o feito a formação continuada torna-se um diferencial, apenas de não ser solução de todas as problemáticas (RIBAS, 1997). 
Para Palma(2008), os professores se encontram no centro do desenvolvimento e repartição dos conhecimentos e competências entre os indivíduos que formam a sociedade, necessitando, portanto, de sempre estar na busca de mais conhecimentos. 
Freire (1979), dá lições dos saberes necessários a uma prática educativa crítica e reflexiva, com uma visão de mundo calcada na ética, na responsabilidade e na competência, e nessa compreensão faz com que ampliemos, construamos e modifiquemos os novos saberes como professores. 
O recurso à reflexão aparece mesmo como parte inerente ao desempenho do bom professor, ainda que ele não se dê conta claramente disso. Os problemas de ordem estrutural, capazes de comprometer o êxito de qualquer proposta pedagógica, devem ser objeto de reivindicação constante por parte dos docentes junto aos gestores da educação pública.
Reportando-se aos fatores políticos e econômicos que interferem na prática pedagógica de professores, a questão salarial e a desvalorização do profissional se enquadram neste grupo. 
Sobre a desmotivação dos profissionais Ribas (1997), nos lembra que: 
[...] apenas a formação contínua não resolve a situação. É necessário acabar com a deterioração das condições de trabalho sofrida pela escola pública, sem deixar de lado a formação dos professores, pois só haverá melhoria na educação com a qualidade destes (RIBAS, 1997, p. 39). 
Acrescentando ao que foi citado, coloca-se a desvalorização em nível salarial como um agravante para a desmotivação profissional. Por essas razões, entende-se por que a maioria afirma sentir-se desmotivada, embora, alguns indiquem que se sentem desafiados (uma forma de motivação) quanto ao próprio desempenho e condições de trabalho, indicando a busca de melhor formação apesar das dificuldades. 
1.2.2 Aspecto Negativo: desmotivador
De acordo com Silva e Damásio (2008), a maioria das escolas públicas estaduais e municipais são constituídas de salas de aulas adequadas para disciplinas como português, matemática, história e outras, mas o que se vê atualmente é que esse problema de espaços de má qualidade afeta todas as disciplinas e em relação à Educação Física muitas vezes o problema de espaço físico é maior pois, geralmente esses espaços são inadequados ou estão em péssimas condições, ou em alguns casos são inexistentes. 
Isto não significa que as demais disciplinas não possam trabalhar fora da sala de aula ou somente teóricas, mas que a Educação Física precisa de espaço adequado para ser desenvolvida, de forma que os alunos tenham condições de se expressar, se soltar, se desenvolver de forma integral, ela precisa ser praticada, vivenciada. 
Quando se fala em levar em consideração os interesses e necessidades dos alunos, para os professores de Educação Física, isto soa como palavras vazias expressas por especialistas em educação e até por governantes. Mas a verdade é que não são dadas condições de concretização das mesmas, pois os alunos têm interesse em praticar a Educação Física em um espaço adequado, ou, pelo menos, acessível para uma aula prática (MARTINELLI, 2006).
Nesse sentido Pirolo (2005), afirma que os alunos também necessitam de condições ideais para aprender e crescer nos aspectos cognitivos, afetivos, psicomotores, sociais e relacionadas à saúde, e o professor de Educação Física sabe que é necessário material e espaço físico para as aulas, pois é preciso praticar as aulas no inverno e no verão, faça chuva ou sol, frio ou calor, com infraestrutura adequada. 
Para Canestraro et al. (2008), já ficou claro que Educação Física não é sinônimo de esporte, mas grande parte dos conhecimentos e vivências dos alunos vem da prática dos mesmos, sem esquecer que o jogo é dos conteúdos preferidos pela maioria dos alunos. Não há disciplina que desenvolva os alunos de forma mais completa e que trabalhe cada um na sua individualidade na busca da tomada de consciência de cada um em relação a seu corpo e capacidades cognitivas, como a Educação Física. 
Gaspari et. al. (2006), afirma que frente a todos esses problemas da falta de material e espaço físico adequado o professor e os alunos se vêm na necessidade de usar a improvisação de locais e materiais. Os professores são obrigados a serem criativos e flexíveis nos seus planejamentos, a fim de assumirem com responsabilidade a sua função, além de se limitarem nos seus conteúdos. 
Para as demais disciplinas os materiais chegam muito mais rápido às suas mãos, pois lhe é exigido, na aplicação de suas aulas, uma sala limpa, organizada com materiais disponíveis e de qualidade, mas a disciplina de Educação Física não vive somente da sala de aula e o Estado desconsidera na maioria das vezes o pedido de material para as aulas práticas (PIROLO, 2005). 
Tal situação dificulta aos professores alcançarem os objetivos propostos com a Educação Física escolar, visto que em meio a essa realidade existe a preocupação deste profissional com a aprendizagem e desenvolvimento dos alunos, bem como o enfrentamento de diversas situações positivas ou negativas que se apresentam nesse meio, pois ser professor não é simplesmente dar aula, expor ideias, mas sim encontrar uma forma de encarar tais situações e fazer com que os alunos aprendam na medida em que os mesmos interajam e exponham suas ideias na construção do seu conhecimento. 
Também é importante salientar que o papel do professor na organização do ensino é insubstituível, porque é ele o responsável por criar situações em que se apresentam problemas de aprendizagem que considerem o nível de desenvolvimento real dos estudantes, instigando e promovendo a atuação desses em sua zona de desenvolvimento próximo ou potencial (SERRÃO, 2006).
Nesse sentido, como princípio teórico para a prática escolar, e pelas dificuldades apresentadas na escola, pela falta de infraestrutura, pela falta de matérias didáticos, pela falta de interesse dos alunos desenvolverem outras vivencias e não apenas aquelas relacionadas ao desporto e pela desmotivação do professor com a preparação das aulas, podemos então ver, que o professor deve ser entendido como um sujeito que possui conhecimentos, estrutura e orienta a sua prática repleta de significados na cotidianidade da escola, ou seja, subjetivamente ele é o verdadeiro ator na ação dos saberes escolares, que pode ser comprovado através de suas práticas no processo de ensino aprendizagem nas escolas públicas como iremos ver a seguir.
Observou-se, portanto, como é importante que a Educação Física, como componente curricular obrigatório, seja organizada e desenvolvida de forma apropriada na escola, tendo por objetivo a formação crítica e reflexiva dos educandos, contribuindo para a legitimidade da área (JARDIM et al., 2014). 
Para que a Educação Física desempenhe o seu papel primordial na formação dos educandos é necessário que as instituições de ensino coloquem à disposição dos docentes, responsáveis pela a disciplina, meios adequados, favorecendo assim o facilitador no desempenho e cumprimento do seu papel de formador no processo de ensino-aprendizagem dos educandos. 
Podemos observar o quanto os recursos materiais de ensino aprendizado implementados nas escolas são ferramentas importantes dentro da prática pedagógica construída e executada pelo professor. Entretanto, podemos perceber que, muitas instituições escolares possuem recursos materiais precários e utilizados de forma “adaptável” pelo corpo docente (MORELLI; PERREIRA, 2014).
É evidente como cada professor de Educação Física cria metodologias diversificadas para tentar vencer os obstáculos existentes na profissão. Essas iniciativas visam a participação efetiva da Educação Física Escolar na formação dos educandos, mesmo diante de tantas dificuldades.
Nessa perspectiva, é atendido o objetivo do capítulo de expor os principais desafios que o professor de Educação Física escolar enfrenta nas instituições públicas, devido discorrer sobre dificuldades da pratica do professor de Educação Física, mostrando os aspectos positivo motivador e negativo (des) motivador, evidenciando especificidades queajudam ou interferem nessa pratica educacional. 
 
2 O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM EM ESCOLAS PÚBLICAS
Este capítulo está dividido em duas partes. A primeira parte traz uma análise do processo de ensino aprendizagem de Educação Física em escolas públicas, pois é uma disciplina essencial tanto no desenvolvimento das crianças quanto no processo de aprendizagem. Segundo Ávila e Frison (2012, p. 182), trata-se de uma das disciplinas, integradas à proposta pedagógica da escola, que pode ajudar no ensino de estratégias de aprendizagem desde a Educação Infantil. A segunda parte trata da Importância da Educação Física para o desenvolvimento dos alunos.
2.1 O processo de ensino aprendizagem de Educação Física em escolas publicas
Segundo o artigo 205 da Constituição Federal “A educação é um direito de todos e dever do Estado e da família” e está, com a colaboração social, deverá ser promovida e incentivada com o intuito de promover o desenvolvimento pessoal e profissional. O que determina nossa constituição, Ficagna e Orth (apud SOARES et al., 2012, p.1861) “para que uma sociedade plenamente democrática seja construída é essencial que a escola propicie aos educandos que recebam informação e formação que os possibilite a exercer sua cidadania”, possibilitando desta maneira que problemas sejam convertidos em oportunidades. 
Neste sentido, Soares (2012), afirma ainda que é na escola que o ser humano tem suas primeiras experiências fora do eixo familiar e que, portanto, é ela a principal responsável por dar esperanças e perspectivas no modo como o indivíduo verá o mundo. Dessa maneira “espera-se que a escola possa construir em seus educandos a base necessária para serem efetivamente cidadãos agentes transformadores de sua própria realidade e do mundo em que vivem” (SOARES et al., 2012, p. 1858). 
No que diz respeito à Educação Física Escolar, Proença (2012), afirma que “a Educação Física é um componente curricular de suprema importância para a formação do ser humano, visto que ela contribui em primeira instancia para o desenvolvimento psicomotor e psicológico do indivíduo” (PROENÇA, 2017, p. 7). Não podendo desta forma, ser considerada uma ciência exata, pois varia de grupo para grupo de acordo com fatores individuais e sociais. 
Dessa maneira, é de suma importância atualmente fazer uma análise crítica da disciplina de Educação Física, que considere também as dimensões cultural, social, política e afetiva, presentes no corpo vivo, isto é, no corpo das pessoas, que interagem e se movimentam como sujeitos sociais e como cidadãos. E os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) a contemplam com a ideia afirmando que, “a prática da Educação Física na escola poderá favorecer a autonomia dos alunos para monitorar as próprias atividades, regulando o esforço, traçando metas, conhecendo as potencialidades e limitações” (BRASIL, 1997, p. 24)
No entendimento de Betti (2009), enquanto processo individual, a Educação Física desenvolve habilidades humanas. Enquanto fenômeno social, ajuda o homem a estabelecer relações com o grupo a que pertence, o mesmo autor reitera que; 
A tarefa educacional não se resume ao mero exercício de ensinar, pois ensinar é um meio e não um fim. Ensinar envolve objetivos a serem alcançados (para quê), necessidades dos alunos (o quê) e o como ensinar implica fazer corresponder a ação à intenção pedagógica (BETTI, 2009, p. 25)
Assim, entende-se que “a educação física na escola tem como objetivos mostrar a sua identidade, sua razão de ser no currículo escolar, o fazendo por meio do esporte, cultura e lazer” (PROENÇA, 2017, p. 17,). Almeida e Fensterseifer (2014) pontuam também, para que o sujeito venha experimentar sentidos outros para a Educação Física, não esquecendo as estruturas, as representações sociais que atravessam esse universo do movimento humano/práticas corporais. Desta forma, entendemos como primordial a valorização da Educação Física, tão questionada e por vezes até “deixada de lado” no componente curricular. 
Fica claro que a intenção sempre foi aproximar o aluno, novamente à Educação Física de forma lúdica, educativa e contributiva para o processo de aprofundamento dos conhecimentos. Mas isso também está claro que não acontece nas aulas de Educação Física que são ministradas atualmente.
Quando pensamos nas aulas de Educação Física dentro das escolas, observamos que na maioria das vezes, apenas o esporte é trabalhado como conteúdo e mesmo esse não é trabalhado de uma maneira adequada. "A influência do esporte no sistema escolar é de tal magnitude que temos não o esporte da escola, mas, sim, o esporte na escola" (SOARES apud PCNEM, 1998, p. 29). Os professores não lidam com esporte de forma pedagógica, não criam discussões a respeito do assunto, o que seria de grande valia, e principalmente não justificam seu aprendizado. O professor de Educação Física adquire, em sua formação, uma bagagem de conhecimentos considerável, principalmente no sentido biológico. A explicação fisiológica dos benefícios da atividade física para o indivíduo, deve fazer parte do conteúdo das aulas. Passar conhecimentos que vão além da prática dentro das aulas é um ponto defendido nos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Assim, não somente podemos apresentar-nos como competentes profissionais, no momento da organização de campeonatos escolares, como também, orientando os alunos na apresentação de trabalhos na Feira de Ciências da escola, exibição de conceitos adquiridos nas aulas, através de painéis e cartazes, e até a criação de eventos exclusivos da área: semana da saúde, sábados recreativos, torneios envolvendo a comunidade etc. (BRASIL, 1998, p. 33).
O documento prega que os professores devem passar conhecimentos de saúde, como o exercício deve ser realizado corretamente, o quanto deve variar a frequência cardíaca e tudo o mais que cabe à Educação Física como manutenção da saúde. Todos esses conhecimentos devem ser passados através da utilização de práticas corporais que compõem nossa cultura corporal: "os alunos, após ao menos onze anos de escolarização, deve possuir sólidos conhecimentos sobre aquela que denominamos de cultura corporal" (BRASIL, 1998, p. 38). 
Vale ressalta que, os PCNs, após discussão sobre várias teorias da Educação Física, nos dizem que os conteúdos a serem trabalhados são:
Todos aqueles ligados a cultura corporal (dança, jogos, esporte, ginástica e lutas), relacionando-os à conhecimentos de saúde e fisiologia do esforço, criando sujeitos conscientes e críticos aos modismos a ao fenômeno do esporte; fazendo com que o aluno não perca seu gosto pela atividade física e que tenha autonomia para realizá-las corretamente e; principalmente, que esse aluno leve sempre consigo os valores (respeito com o colega, com o adversário, cooperação, solidariedade, entre tantos outros) que as aulas de Educação Física devem passar aos educandos (BRASIL, 1998, p. 30).
Quanto aos professores, esses devem sempre estar incentivando a prática de atividades físicas, reciclando seus conhecimentos na área e respeitando a individualidade e cultura de cada aluno. Ferreira (2006) corrobora que a Educação Física que necessita é a de qualidade, e que a diversidade de conteúdo é um ponto fundamental para se conseguir essa finalidade. Sendo assim, é preciso valorizar neste leque de conteúdos todas as dimensões que influenciam e são influenciadas pelos mesmos. Dessa forma poderemos nos comprometer com uma coerente ampliação das possibilidades da Educação Física na formação.
O professor deve ter determinado o seu projeto político-pegógico. Essa definição orienta a sua prática no nível da sala de aula: a relação que estabelece com os seus alunos, o conteúdo que seleciona para ensinar e como o trata científica e metodologicamente, bem como os valores e a lógica que desenvolve nos alunos (SOARES, et al., 1992, p. 26).
Depois de ressaltar a importância da Educação Física, passamos a explanar como ela é tida hoje dentro das escolas públicas, identificando alguns dos problemas que a envolvem, tais como afirma Rufino(2017), baseado em Hargreaves (2000), a diminuição dos salários, aumento da carga de trabalho, incremento de funções burocráticas, perda de autonomia em processos decisórios sobre suas próprias funções, imposição de currículos de caráter prescritivo, etc.
Primeiro, há uma ausência de significado da Educação Física dentro da escola. O que gera uma desvalorização da disciplina diante às outras, alguns chegam a classificar como um momento de recreação das crianças. De acordo com Neto (1998), os professores de Educação Física devem estar mais presentes nas atividades realizadas pela escola, para expor suas ideias, seus argumentos e questionamentos. Caso isso não aconteça sua disciplina pode sofrer discriminação na escola. 
Segundo, a baixa remuneração dos professores de Educação Física é um importante fator que acaba por desmotivar os docentes, levando-os muitas vezes, a lecionarem em três instituições diferentes, ampliando assim, a carga horária do trabalho, o que de certa maneira, subtrai o tempo de engajamento no planejamento semanal, nas reuniões escolares, na elaboração do projeto político-pedagógico e nas demais atividades que se efetivam na escola. Sobre esse quadro, ressalta-se que a valorização social e real de uma área profissional se reflete nas estruturas de carreira e nos salários, considerando fatores que provocam insatisfação dos docentes diante de muitas dificuldades vivenciadas na escola (MACHADO et al., 2010).
O mesmo autor ainda aponta que em algumas instituições a disciplina não é avaliada por nota, é vista como uma segunda opção quando algum outro professor se ausenta. De acordo com Betti (1992) em algumas quadras próximas às salas de aula a euforia dos alunos ao participar das atividades, é vista pelos demais como indisciplina.
Ainda segundo o autor, outro fator que compromete a disciplina, são algumas questões administrativas e organizacionais que também representam entraves para o desenvolvimento do trabalho articulado nas unidades, que envolvem a falta de um tempo maior para as trocas de experiência e planejamento entre os profissionais envolvidos no processo de construção pedagógica. E neste sentido, de acordo com o que pudemos constatar em nossa pesquisa bibliográfica, o desinteresse dos profissionais da área acaba contribuindo para este quadro.
Nessas perspectivas, vê-se a relevância do incentivo que as formação continuadas trazem para esses profissionais de educação, tanto que “no cenário contemporâneo, essa preocupação tem ganhado certa centralidade” (ANTUNES et al. 2017). Em que a mesma visa a evolução profissional, sendo que “qualquer discussão sobre o desenvolvimento profissional deve tomar em consideração o significado do que é ser um profissional e qual o grau de autonomia destes profissionais no exercício do seu trabalho” (GARCÍA, 2009, p. 12).
Fato esse que arremete a reflexão de como esse professor melhor formado, com mais autonomia, pode interver na realidade negativa que diagnosticas na pesquisa, na assertiva de que, um “professor que não leva a sério sua formação, que não estude e que não se esforce para estar à altura de sua tarefa não tem força moral para coordenar as atividades de sua classe” (FREIRE, 2012, p. 89-90), em contrapartida os quais se interessam pela lutar de realmente educar, conseguem fazer a diferença. 
Nessa questão, uma concepção relevante segundo Silva (2010) é as questões curriculares, uns dos principais focos das formações continuadas, pontuando que a questão central de toda teoria sobre o currículo é: Qual conhecimento se deve ensinar? Isso implica em escolhas e, portanto, seleção. E é justamente esse critério de seleção o diferencial nas práticas educacionais plausível para a realidade das escolas mais carentes de materiais e infraestrutura, pois um currículo que valorize somente esportes não são desenvolvidos da mesma maneira que um planejamento centrado demais elementos da cultura corporal em que a utilização de recursos é adaptável com as especificidades das escolas vivenciadas.
Para Antunes et al. (2017) a tarefa da escola é desenvolver a reflexão pedagógica sobre o conhecimento científico, uma vez que não o produz, nesse contexto os planejamentos curriculares tem a função social de estimular reflexão pedagógica também dos alunos levando-os a pensar a realidade social por meio de uma lógica dialética (SOARES et al., 2012), onde mundo está em constante transformação e as possibilidades estão sempre ao alcance de quem a busca. 
Logo, entende-se que o profissional de Educação Física tem o papel de ser um supervisor no processo de ensino-aprendizagem e que estes deveriam beneficiar-se de seus conhecimentos teóricos e práticos, para adquirir uma metodologia eficiente. Desejando englobar a todos com seus conteúdos ministrados, proporcionando assim a formação do educando. 
Porém, o que constatamos e que é ressaltado segundo Jesus (2014), é que os referidos professores são considerados no ambiente escolar apenas como um recriador. E que estes, ao invés de lutarem para combater esta ideia errônea, acabam por reforça-la, no sentido de que não impõem sua importância para formação educacional dos discentes.
Sobre isto, baseado em Medina (1987), Proença alega que;
[...] o desleixo com a educação é um grande motivo de preocupação e a educação física sofre preconceitos ainda mais protuberantes. Com isso, a discriminação da educação física escolar continua sofrendo em relação aos demais componentes curriculares. Porém, o que mais surpreende, é a inercia por parte dos próprios profissionais da área e seus representantes que vem aceitando todas as suas sujeições (PROENÇA, 2017, p. 8).
Problema este que, segundo Proença (2017, p. 25) “[...] tem como uma das consequências, a perda da autoestima, impossibilitando o aluno de compreender suas capacidades e colocar seus objetivos em prática no meio social em que ele vive”.
Sobre isto, os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) também destacam a necessidade de estabelecer uma proposta na qual a Educação Física seja integrada as demais disciplinas, buscando alcançar os objetivos educacionais com base nos conhecimentos que lhes são próprios. A chamada interdisciplinaridade segundo Betti (2009, p.186) “surge da tomada de consciência de que a abordagem do mundo por meio de uma disciplina particular é em geral muito estreita”, tornando-se extremamente importante pois examinará uma quantidade bem maior e de diferentes maneiras de aspectos do problema.
Ao deparar-se com a prática, constatamos que a realidade se apresenta de maneira bem mais complexa, pois como relata Almeida e Fensterseifer (2014, p. 22), “a experiência educativa possui um caráter de imprevisibilidade e de abertura a novas experiências, exige a exposição ao risco, às situações abertas e inesperadas” fazendo com que o professor esteja em constante aprendizado e formação, para então ser capaz de lhe dar com as adversidades apresentadas.
Ao deparar-se com o universo da escola pública, percebemos que por vezes, a intervenção elaborada para aquela aula não é a mais adequada e, portanto, cabe ao professor o planejamento prévio de diferentes metodologias que possam vir a ser utilizadas. Para Lopes (2014):
O professor de Educação Física necessita problematizar este conteúdo em suas aulas, podendo promover trabalhos de pesquisas, aulas dialogadas, aulas práticas, vídeos, documentários, festivais, palestras, etc., de modo que também valorize as experiências dos alunos, ou seja, partindo da prática social. A partir daí, começar uma discussão sobre os pontos positivos e negativos que permeiam os conteúdos, possibilitando que o próprio aluno reconheça como ele é essencial para sua formação e possa em outros momentos intervir e questionar as formas como as aulas têm sido reproduzidas na sociedade. Deste modo, poderemos contribuir para a formação de um aluno crítico e verdadeiramente autônomo (LOPES, 2014, p. 22).
Outro fator importante a ser considerado, relacionado ao processo de ensino-aprendizagem de Educação Física nas escolas públicas, percebidodurante nossa pesquisa bibliográfica, diz respeito a desvalorização da referida disciplina nas instituições, com a supervalorização do esporte de alto rendimento e a descoberta de novos atletas. Pois, como afirma Oliveira, isso acarreta na centralização do foco da Educação Física visando somente a competição, “querendo apenas formar futuros atletas, esquecendo-se dos outros pontos cruciais que permeiam a educação, a valorização do SER, a cooperação, os valores da sociedade em que está inserido” (OLIVEIRA, 2011, p.10). 
Ainda segundo Oliveira (2011), essa “esportivização” da Educação Física escolar, deve nos levar a pensar sobre o interesse do Estado na disciplina em questão. É importante refletirmos até que ponto o poder público entende a Educação Física como segmento integrante fundamental da escola, ou preocupa-se somente com a descoberta de novas promessas para o esporte nacional. Pois, entendemos que a disciplina de Educação Física não pode transforma-se em fim em si mesmo, com a supervalorização do desempenho esportivo. 
Sobre essa questão, Proença também demonstra grande preocupação com a temática ao afirmar que, “a educação física é vista como um componente curricular sistemático, visando em geral o ensino do esporte e lazer, onde seus conteúdos estão geralmente relacionados ao esporte” (PROENÇA, 2017, p. 21). Sobre isto, o autor acrescenta ainda, baseado em Canto, que;
A discriminação da educação física nos níveis básicos e tão alarmante que a própria legislação obriga a prática no nível superior e ao mesmo tempo faculta a participação de diversos alunos que se encontrem amparados por suas determinações ilógicas, através da Lei n° 6.503/77 que dispõe (CANTO apud PROENÇA, 2017, p. 21).
Mas, a partir da LDB nº 9.394/1996 a Educação Física passou a ser componente curricular obrigatório da educação básica. A este respeito, Magalhães, Kobal e Godoy (2007, p. 44) informam que:
Em 2001, na tentativa de garantir a presença da Educação Física em toda a Educação Básica, foi acrescentado o termo ‘obrigatório’ a esse texto. Portanto, a Educação Física é componente curricular obrigatório da Educação Básica, que compreende a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio (MAGALHÃES; KOBAL; GODOY, 2007, p. 44). 
Cumpre observar que neste caso, a Educação Física escolar era facultativa nos cursos noturnos, mas a partir de 2003, pela Lei nº 10.793, passou a constar no parágrafo 3º do Artigo 26 desta LDB, a seguinte redação:
§ 3o A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno. I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas. II – maior de trinta anos de idade. III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da educação física. IV – amparado pelo Decreto - Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969; V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º12.2003) VI – que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º. 12.2003) (BRASIL, 1996).
Foi possível constatar, portanto, que houve diversas mudanças no entendimento em relação à Educação Física escolar, visto que até nas leis está disciplina passou por importantes alterações, o que antes era visto somente como uma forma de recreação, de lazer, atualmente passa a ser considerada tão importante para o desenvolvimento do aluno que se tornou componente curricular obrigatório no ensino. Agora baseado em Alves, Proença nos diz que a Educação Física é um componente curricular educacional que deve trabalhar além do físico, o intelecto e as relações sociais e não deve somente restringir-se aos conteúdos ligados ao treinamento esportivo. (PROENÇA, 2017, p. 22) 
Bertini Junior e Tassoni (2013) reforçam a ideia, dizendo-nos que a Educação Física nas escolas não pode estar a serviço do esporte de rendimento, em busca de selecionar os melhores em detrimento dos menos habilidosos, pois isto acaba ocasionando na exclusão de alunos que não possuem grandes aptidões para a prática esportiva. E completam afirmando que, “esse papel ficaria aos clubes que têm como foco principal o sucesso desportivo” (BERTINI JUNIOR; TASSONI, 2013, p. 469).
Não estamos advogando contra o esporte, mas considerando a possibilidade de trata-lo pedagogicamente na educação física, para além de uma monocultura (principalmente futebolística), de esporte e, ainda, vendo-o como um dos temas/conteúdos da educação física escolar, mas não o único. Se não oportunizarmos aos alunos a chance de experimentar boa parte do leque de possibilidades de movimentos sistematizados pelos seres humanos ao longo de vários anos eles estarão perdendo parte do acervo cultural da humanidade e uma oportunidade singular de perceber o mundo e de perceber-se (FENSTERSEIFER; GONZALEZ, apud ALMEIDA e FENSTERSEIFER, 2014, p. 24).
Dessa maneira, compreendemos que é urgente que a Educação Física se livre de velhos dogmas e passe a assumir o seu verdadeiro papel diante do ambiente escolar, protagonizando o processo educativo e não mais como coadjuvante, rompendo com o tratamento tradicional dos conteúdos, que por vezes beneficiam apenas aqueles que já possuem aptidão. Ressaltamos ainda a importância de trabalhar conhecimentos outros que envolvam as práticas corporais, como as danças, as ginásticas, as lutas, entre outros, que visam a cultura corporal. 
Segundo Almeida e Fensterseifer (2014), a recente tradição da Educação Física, tem nos desafiado a construir um “saber” com o “fazer”. Apoiados em Tardif e Levasseur (2011), Rufino (2017, p.1258) afirma que é preciso que o trabalho desempenhado pelos professores seja dinâmico, “[...] porque se inscreve em uma história biográfica e relacional, além de se abrir para o ambiente social, uma vez que acontece a partir de sucessivas interações sociais”. Assim, a análise do trabalho docente deve procurar compreender como essas relações são desenvolvidas e em quais contextos elas acontecem. Uma vez que, “a educação física tem possibilidades de desenvolver capacidades importantes além das físico-motoras, como por exemplo, a consciência coletiva e o conviver em grupo” (BERTINI JUNIOR; TASSONI, 2013, p. 469). 
Desta forma, mediante ao analisado bibliograficamente, entendemos que “a educação Física possui uma área de atuação característica, que não é nem o jogo e nem o esporte, mas na qual estariam presentes características de ambos” (BETTI, 2009, p. 27). Podendo o jogo e o esporte perfeitamente adaptar-se a ela. Pois, segundo o que nos diz Bertini Junior e Tassoni (2013), os jogos devem ser tomados como exemplos de reprodução na quadra, do que está por vir fora dela, no que se refere as formas de se relacionar com o outro. E baseados em Marques (2019), Martinhuk e finck (2011) completam ainda, que o jogo na Educação Física, não deve ser visto como um jogo qualquer, mais um instrumento pedagógico transformador, que representam valores tanto sociais, quanto culturais. 
Para tanto, faz-se necessário ainda, que os conteúdos sejam vistos como meios pelos quais o aluno deve analisar e abordar a realidade, de forma que, com isso, possa ser construída uma rede de significados em torno do que se aprende na escola e do que se vive.
Outra forte sustentação que implica em prejuízo no processo de ensino e aprendizagem dos alunos nas escolas públicas são os autos índices relativo a falta estrutura das escolas brasileiras em relação aos espaços usados para as aulas de Educação Física, como mostrando na pesquisa do IBGE (2015), a qual apresenta que apenas 27% das cidades brasileiras de escolas com campo de futebol, ginásio, piscina ou pista de atletismo, além de mostrar a ausência de instalações esportivas em 65,5% das escolas de educação básica e 60,7 % das escolas de ensino fundamental.
Problemática essa que evidência a maneira a qual são tratados os profissionais da disciplina em questão no contexto educacional, onde suas necessidades básicas muitas vezes não são assistidas pelas autoridades responsáveis, deixando

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