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O papel do professor e do ensino na Educação Infantil

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TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO 
“O papel do professor e do ensino na Educação Infantil: a perspectiva de Vygotsky, Leontiev e Elkonin”
Muito se discute acerca do papel do professor e do ensino na Educação Infantil, contendo nessas discussões divergentes opiniões sobre o assunto, que vão de considerar as escolas de Educação Infantil apenas um instrumento para o ensino, até considerar o trabalho dos professores de Educação Infantil muito mais abrangente do que apenas a execução do processo de ensino-aprendizagem, incluindo, além do desenvolvimento do aspecto cognitivo, relações educativo-pedagógicas. A análise do desenvolvimento infantil e do ensino de 0 a 6 anos é fundamental para a formação de um professor e ao decorrer deste texto será abordada a perspectiva de três grandes nomes da psicologia: Vygotsky, Leontiev e Elkonin. 
A Educação Infantil muitas vezes não é vista pela sociedade como parte do processo de ensino-aprendizagem, mas sim como apenas a “educação” dos pequenos alunos, ou seja, a relações educativas e sociais coletivas no âmbito escolar, refutando assim o ensino como parte da Educação Infantil, o que fere totalmente o sentido e o objetivo da Educação Infantil na vida das crianças. 
Para Vygotsky, a realidade social em que a criança se encontra é a fonte real de desenvolvimento, sendo os processos biológicos subordinados ao desenvolvimento cultural, pois a cultura dá origem a conduta, muda funções psíquicas e proporciona novos comportamentos em um ser em desenvolvimento. 
A definição de cultura, por Vygotsky, se dá no resultado total das produções do ser humano, ou seja, é tudo aquilo que é contrário ao que é dado pela natureza. O desenvolvimento infantil consiste num sistema singular da formação biológico-social da personalidade, envolvendo o desenvolvimento biológico e o desenvolvimento cultural, porém não é uma mera mistura entre os dois. Desse modo, ele afirma que é a sociedade quem atua em primeiro plano determinando a conduta e no desenvolvimento humanos, e não a natureza. 
É impossível definir exatamente os estágios do desenvolvimento psicológico infantil, com uma ordem que seja válida para qualquer criança inserida em qualquer tempo, época ou contexto, pois cada criança vive em um ambiente único, com experiências totalmente diferentes. 
	A Lei Genética Geral do Desenvolvimento Cultural de Vygotsky, indica que toda função no desenvolvimento cultural infantil aparece em ambos os planos sociais e psicológicos, sendo primeiro notada no primeiro plano, e respectivamente no segundo. Ela se aplica na evolução da atenção voluntária, na formação de conceitos, no desenvolvimento da memória lógica e da vontade. Todos esses fatores são desenvolvidos por funções psicológicas superiores, como foi citado anteriormente, que possibilitam o domínio do próprio comportamento (processos psicológicos) através dos signos, que são estímulos-meios artificiais. É importante salientar que as funções psicológicas superiores têm origem cultural, e não biológica. As palavras são um dos signos mais relevantes, já que com a linguagem, na memória cultural o homem memoriza o que é introduzido a ele, e isso é considerado uma conquista histórica e cultural.
Quanto ao desenvolvimento das funções psicológicas superiores, Vygotsky afirma que a mediação do adulto nesse processo é fundamental e que é papel do ensino promover esse desenvolvimento. Não é suficiente expor o aluno aos estímulos ou apenas disponibilizar a ele elementos culturais diversos, mais do que isso, é preciso que o adulto organize a atividade da criança e tenha a prática envolvida nesse processo. 
Leontiev afirma que o papel do trabalho educacional consiste em operar na atividade infantil e na sua atitude e comportamento perante o mundo. Analisar a atividade da criança é fundamental ao educador para que adquira suporte para uma abordagem precisa no desenvolvimento infantil. Porém, não basta ao educador apenas acompanhar o desempenho espontâneo da criança, ele deve controlar e dirigir esse processo de uma forma racional. 
Elkonin, assim como Vygotsky, acredita que deve acontecer uma organização no ensino, o que irá garantir que a abordagem pedagógica utilizada esteja em consonância com as particularidades de cada período do desenvolvimento. Para ele, a inserção de atividades com objetivo de adquirir habilidades e conhecimento assim como o desenvolvimento da criança no início da escola irão depender do quão preparada está a criança ao ponto que chega na escola de ensino fundamental, o que será consequentemente determinado pela educação que a criança obteve na primeira-infância. Conclui-se assim, que a educação da criança de 0 a 6 anos tem como objetivo a ensinar a pensar. 
Desta forma, é evidente que o ensino não deve se basear e contar com a expectativa da maturação espontânea das funções psíquicas superiores, mas é responsável por promover o seu desenvolvimento, visto que os processos de desenvolvimento não seriam capazes de produzirem-se por si próprios sem a aprendizagem. Este desenvolvimento não está garantido pela biologia humana e pode não acontecer da maneira correta caso não sejam dadas às crianças as condições de educação apropriadas, fazendo com que elas não incorporem essas funções no seu interior. Além disso, com os argumentos apresentados, os três filósofos evidenciam uma relação estreita entre o desenvolvimento infantil e a sociedade em que está inserida. 
Conclui-se que o ensino é compreendido como uma fonte provedora de desenvolvimento e fica clara a importância da intervenção do adulto nesse processo, assim como as condições de vida apropriadas para a crianças em desenvolvimento. Além disto, evidencia-se que o papel do professor é transmitir à criança os traços da atividade e comportamento humanos que existem em sua cultura e fazer com que aconteça a apropriação desta cultura, organizar a atividade da criança e promover seu desenvolvimento psíquico como consequência dessa organização.

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