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Bacia Hidrográfica UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DISCIPLINA: IT 517 - HIDROLOGIA E GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS Prof. PhD Henrique Vieira Introdução; Ciclo Hidrológico; Bacia Hidrográfica; Precipitação; Infiltração; Evaporação e Transpiração; Escoamento Superficial; Vazões de Projeto; e, Fluviometria. Programa da Disciplina Conceito de Bacia Hidrográfica; Características físicas da Bacia Hidrográfica; - Área; - Forma; - Sistema de Drenagem; e, - Relevo. Tópicos da Aula Área de formação natural, drenada por um curso d’água e seus afluentes, a montante de uma seção transversal considerada, para onde converge toda a água da área considerada (CRUCIANI, 1976). Bacia Hidrográfica – Conceito É a área a montante de um dado ponto ou seção, tal que a água nela precipitada, que não for evapotranspirada, passa obrigatoriamente por essa seção, considerando um balanço hídrico anual (Duarte et al., 2012). Bacia Hidrográfica Definição da Bacia: Curso d’água Seção transversal de referência (exutório) Informação topográficas Resposta Hidrológica de uma bacia: Transformar uma entrada de volume concentrada no tempo (precipitação) em uma saída de água (escoamento) de forma mais distribuída no tempo. CARVALHO & SILVA (2006). Balanço Hídrico P = E + Q ± ΔS + Consumo Características Físicas de uma BH É a área da projeção da bacia, em um plano horizontal, geralmente expressa em Km² ou ha. Procedimentos de medida: • Quadrícolas; • Planímetro; e, • Programas CAD e SIG. 1a) Área da bacia Planímetro: 10 1.000 Escala x dígitos) (4 Leitura )(m Área 2 2 x Delimitação da área da BH Identificar espigões. Delimitação da área da BH Traçar linha do divisor de águas. Delimitação da área da BH Traçar linha do divisor de águas. Delimitação da área da BH Refinar traçado da delimitação da área. Características Físicas de uma BH Apresentam forma variada, dependendo da estrutura geológica do terreno e do clima da região. Este formato influenciará o escoamento global na bacia. 2a) Forma da bacia Coeficiente de Compacidade (Kc): A P . 0,28 Kc WILSON (1969). Considerações importantes: a) kc entre 1 e 1,25 – BH com alta propensão à cheias. b) 1,25 – 1,5 - Tendência mediana. c) > 1,5 menor propensão à enchente. DUARTE et al., (2006). Características Físicas de uma BH Fator de forma quando fornecido n larguras da BH e IC: Fator de forma (Kf) : 2L A Kf Lmédia kf Laxial DUARTE et al., (2006). a) 1 – 0,75: Sujeito à enchentes. b) 0,75 – 0,50: Tendência mediana. c) < 0,50: menor tendência. 2 kf ( ) BHA Lax Índice de conformação: a) Quanto mais próximo de 1, maior a propensão à enchentes. Características Físicas de uma BH A rede de drenagem de uma bacia era classificada, qualitativamente, conforme se ilustra abaixo: 3a) Sistemas de Drenagem Tipos de cursos d’água; Padrões de Drenagem: DUARTE et al., (2006). Características Físicas de uma BH Padrões de Drenagem: • Dendrítica: É aquele em que a rede de drenagem se assemelha aos ramos de uma árvore. Isso ocorre quando os ângulos que os afluentes formam com o rio principal são agudos. É típica em regiões onde predomina rochas de resistência uniforme; • Treliça: Quando esses ângulos são maiores, tendendo ao ângulo reto, o padrão é dito do tipo treliça. Esse tipo é encontrado em regiões de rochas sedimentares estratificada; • Retangular: Caracteriza-se por possuir ângulos, entre os afluentes e o principal, praticamente retos. Deve-se a ocorrência de falhas nas juntas rochosas; • Paralelo (também chamado de calda equina ou rabo de cavalo) é típico de áreas com declividade forte em uma dada direção, de forma que os afluentes e o principal têm praticamente a mesma direção. • Radial: Quando o relevo é formado por uma grande elevação central, como um vulcão. • Anelar: é típico de regiões muito planas, nas quais o rio principal forma meandros que quase se fecham. Características Físicas de uma BH 3a) Sistemas de Drenagem Padrões de Drenagem: Características Físicas de uma BH É a técnica que consiste em dar número aos cursos d’água, objetivando separar os mesmos em ordens de grandeza semelhantes. Existem vários critérios utilizados, sendo os mais importantes: os critérios de Strahler (1952) e o de Shreve (1967). 3a) Sistemas de Drenagem Hierarquia Fluvial: Características Físicas de uma BH Também conhecida como Lei no Número de Canais foi proposta por Horton (1932). Trata-se da relação entre o número de canais de uma dada ordem (n) e o número de canais de uma ordem superior (n+1). Desse modo, em uma bacia determinada de ordem n, ter-se-á n-1 valores de Rb (conforme tabela abaixo). O valor médio dos Rbs individuais da bacia representa a sua Razão de Bifurcação média. 3a) Sistemas de Drenagem Razão de Bifurcação (Rb): N° de Canais Ordem Rb 32 1 ------ 10 2 3,2 3 3 3,3 1 4 3,0 Rb médio 3,2 LIMA (2008). Características Físicas de uma BH Horton verificou que o número de canais diminui com o aumento da ordem dos canais de forma regular, ou seja, existe uma relação geométrica simples entre o número (NW) e a ordem dos canais (W) 3a) Sistemas de Drenagem Razão de Bifurcação (Rb): LIMA (2008). Características Físicas de uma BH É a razão entre o somatório do comprimento dos rios da bacia por sua área. 3a) Sistemas de Drenagem Densidade de Drenagem: )(Km bacia da Área (Km) rios dos oCompriment )Km / (Km Dd 2 2 CARVALHO & SILVA (2006). Curvímetro Características Físicas de uma BH Esse parâmetro indica a distância média (l) que a água teria que escoar sobre os terrenos da bacia (em linha reta) do ponto de queda até o curso d’água mais próximo. 3a) Sistemas de Drenagem Extensão média do escoamento superficial ( Cm ): A L x 4 CmBH 1 1 1 x 4 4 BH A Cm Cm x L Dd Comp. dos rios A bacia de estudo é transformada em um retângulo de mesma área, cujo comprimento é igual ao somatório do comprimento dos cursos d’água. Características Físicas de uma BH Quanto maior a declividade de uma bacia, maior a velocidade com que a água escoa sobre o terreno e na rede de drenagem, menor o tempo de concentração e maior o pico de descarga superficial. É uma característica importante da bacia, pois permite que se adote um coeficiente de escoamento superficial adequado. Existem vários métodos para calcular essa declividade média, serão abordados os dois principais: 4a) Características do relevo da bacia Declividade média da bacia Características Físicas de uma BH Declividade média da bacia Consiste em: - Digitalizar as curvas de nível e pontos cotados em um programa SIG; - Elaborar o Modelo Numérico do Terreno (MNT); - Com o MNT calcula-se a declividade de cada pixel (menor unidade de representação da bacia em formato raster); e, - Por fim, calcula-se a média das declividades de todos os pixels da bacia. Método do cálculo utilizando SIG Características Físicas de uma BH Declividade média da bacia Consiste em: - Quadricular a bacia a cada cerca de 2 cm, marcar os nós que ficaram dentro da bacia;- Traçar segmentos de reta que representem a menor distância entre 2 curvas de nível; e, - Achar a declividade dos segmentos de reta. Método das quadrículas associadas a um vetor Quando o número de nós é muito elevado, Vilella e Mattos (1973) sugerem que se tire a média ponderada do ponto central de intervalos de classe, tendo como fator de ponderação o número de ocorrências em cada intervalo. DUARTE et al., (2006). Características Físicas de uma BH Altitude média da bacia Existem 4 métodos para a determinação da altitude de uma bacia: (1) Método do cálculo da altitude média do MNT em programa SIG; (2) Método da área sob a curva hipsométrica; (3) Método das áreas entre as curvas de nível; e, (4) Método das quadrícolas. Características Físicas de uma BH Altitude média da bacia m 770 Km 25,177 mx Km 136.542,1 média Altitude totalárea média cota x subárea média Altitude 2 2 Curva hipsométrica. CARVALHO & SILVA (2006). CARVALHO & SILVA (2006). Declividade do Talvegue da bacia Declividade baseada nos extremos (S1) ou Declividade média simples (Is) DUARTE et al. (2012). rio do ocompriment foz cota - nascente cota S1ou Is Declividade ponderada (S2) ou Declividade média do triangulo de área equivalente (I∆) DUARTE Et al. (2012). 2L Aperfil . 2 I Declividade do Talvegue da bacia Declividade equivalente constante (S3) ou Declividade média harmônica equivalente (Ieq) NEGRI (2012). Declividade 15 - 85 (S4) 2 L Ieq ou S3 L1 L2 Ln ... 1 2D D Dn 0,15L - 0,85L 0,15L a referente cota - 0,85L a referente cota S4 em que, L = comprimento do curso d’ água. Obs.: Lembre-se que este é um método gráfico! / arg 20 / 500Dn distvertcurvas l uradacurva Declividade do Talvegue da bacia CARVALHO & SILVA (2006). Perfil longitudinal de um curso d’ água e as linhas de declividade determinadas pelos diferentes métodos. Declividade do Talvegue da bacia Declividade baseada nos extremos (S1) ou Declividade média simples (Is) Linha S1 CARVALHO & SILVA (2006). rio do ocompriment foz cota - nascente cota Sou Is 1 Declividade do Talvegue da bacia CARVALHO & SILVA (2006). Linha S2 Declividade ponderada (S2) ou Declividade média do triângulo de área equivalente (I∆) 2L Aperfil . 2 I 22 Declividade do Talvegue da bacia CARVALHO & SILVA (2006). Linha S3 Declividade equivalente constante (S3) ou Declividade média harmônica equivalente (Ieq) 2 L Ieq ou S3 L1 L2 Ln ... D1 D2 Dn 22 / arg 20 / 500Dn distvertcurvas l uradacurva Declividade do Talvegue da bacia Declividade 15 - 85 (S4) CARVALHO & SILVA (2006). 18,7 3,3 Linha S4 Declividade do Talvegue da bacia Declividade 15 - 85 (S4) CARVALHO & SILVA (2006). 18,7 3,3 Linha S4 665 790 Declividade do Talvegue da bacia Qualquer alteração no uso do solo fazem com que os fluxos envolvidos no ciclo hidrológicos se alterem. Num exemplo de retirada da floresta pode ocorrer: 4a) Cobertura vegetal da bacia Efeito do desmatamento na precipitação: Desmatamento Aumento do albedo Maior flutuação de temperatura Redução da evaporação Redução da infiltração de água no solo No passado: Acreditava-se que a evaporação de áreas continentais constituía a fonte principal de umidade para “alimentar” a precipitação em uma dada área (DUARTE et al, 2012); Atualmente: Sabe-se que a precipitação local depende principalmente dos movimentos de massas de ar globais, o efeito da alteração da cobertura é mínimo (WMO, 1994) Não existe nenhuma evidência de que plantando ou retirando uma floresta se afete a precipitação (McCulloch e Robinsosn, 1993). Declividade do Talvegue da bacia 4a) Cobertura vegetal da bacia Efeito do desmatamento na alteração das vazões: Vazão mínima (Qmín): deverá diminuir com o desmatamento (considerando redução da infiltração); Vazão máxima (Qmáx): deverá aumentar com o desmatamento (considerando redução da infiltração e interceptação foliar, além do maior escoamento superficial). Efeito da mata ciliar (APP): Médias e grandes bacias: se dá mais do ponto de vista ecológico e de manutenção da qualidade da água do que do ponto de vista quantitativo; Pequenas bacias: pode contribuir para o aumento da vazão mínima; EXERCÍCIOS “Se o dinheiro for a sua esperança de independência, você jamais a terá. A única segurança verdadeira consiste numa reserva de sabedoria, de experiência e de competência.” Henry Ford
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