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Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
• identificar modelos teóricos - e seus principais 
representantes - que conduzem os estudos da 
linguagem no século XX;
• conhecer as divisões da Linguística no século XX.
Conhecer as divisões da Linguística e as linhas teóricas 
predominantes do século XX, de modo a instrumentalizar-
se para apreciar estas teorias aplicadas ao ensino de 
língua materna.M
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2 aula
CORRENTES TEÓRICAS DA LINGUÍSTICA NO 
SÉCULO XX E DIVISÕES
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29Letras VernáculasUESC
 AULA II
CORRENTES TEÓRICAS DA LINGUÍSTICA NO 
SÉCULO XX E DIVISÕES
1 INTRODUÇÃO
Após termos visto um 
pouco do percurso histórico 
dos estudos da linguagem, 
retomaremos, aqui, alguns 
teóricos para aprofundamento 
e sedimentação dos assuntos. 
Falaremos, primeiro, das 
grandes correntes teóricas 
que atravessaram o século XX; 
em seguida, veremos como a 
linguística ficou configurada 
em termos de ramificações. 
Está preparado? Vamos lá?!
Figura 1 - Estátua “O Pensador”, de Auguste Rodin 
(Kadellar)
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:El_
pensador-Rodin-Caixaforum-2.jpg.
30 Módulo 1 I Volume 3 EAD
O que é linguística?Introdução aos estudos linguísticos
2 CORRENTES TEÓRICAS DA LINGUÍSTICA NO 
SÉCULO XX
 Os estudos sobre a linguagem tomaram vários rumos 
no século XX e nem sempre a definição de escolas ou correntes 
teóricas se apresenta como consenso entre os linguistas. 
Destacaremos aqui a classificação mais frequente. Vamos a 
elas!
2.1 Formalismo 
Muitos estudiosos 
defendem a ideia de 
que o Formalismo 
tenha influenciado o 
Estruturalismo e as 
correntes advindas deste 
no século XX: a Escola 
de Praga, considerada 
por muitos como matriz 
da Linguística Funcional, 
tendo à frente as parcerias 
entre Roman Jakobson e 
Nikolai Trubetskoi; e a 
Escola de Copenhagen, de 
base formalista, com Louis 
Hjelmslev.
Pelo fato de o 
formalismo não ter se 
orientado por uma doutrina 
uniforme, surgiram, desde 
o início, concepções 
diferentes dentro do 
próprio movimento, 
que deram origem às 
discordâncias a respeito 
de boa parte dos preceitos 
teóricos sobre língua 
e linguagem. Os dois 
principais grupos surgidos 
Trubetzkoy nasceu em um 
meio extremamente refinado. 
Seu pai era um filósofo de 
primeira classe, cuja linhagem 
ascendia aos governantes 
medievais da Lituânia. Graduou-
se pela Universidade de Moscou 
em 1913, onde lecionou até a 
revolução. Depois disso, foi para a 
Universidade de Rostov-na-Donu, 
em seguida para a Universidade 
de Sofia (1920-1922). Por fim, 
assumiu a cátedra de Filologia 
Eslava na Universidade de Viena 
(1922-1938). Morreu de um 
ataque do coração, atribuído à 
perseguição nazista que sofreu 
após a publicação de um artigo 
de sua autoria, no qual criticava 
duramente as teorias de Hitler. 
Sua principal obra, Grundzüge 
der Phonologie (Princípios de 
Fonologia), foi publicada após sua morte. Nesse livro ele apresenta sua 
famosa definição de fonema como a menor unidade distintiva na estrutura 
de uma língua. Esse trabalho foi crucial para que a fonologia e a fonética 
passassem a ser vistas como duas ciências distintas.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Trubetskoy.
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Nascido em Moscou a 11 
de outubro de 1896, filho 
de engenheiro químico e 
proeminente industrial, Roman 
Osipovic Jakobson cresceu e 
conviveu com a intelectualidade 
russa anterior à Revolução. Desde 
cedo, revelou interesse pelos 
estudos comparativos. Em 1914, 
inscreveu-se no Departamento 
de Eslavística da Universidade 
de Moscou onde linguística era 
disciplina básica. Empenhou-se 
nos estudos interdisciplinares e 
na vinculação entre linguística 
e poética, sendo considerado 
por Haroldo de Campos como “o 
poeta da linguística”.
 Fonte: www.pucsp.br/pos/cos/
cultura/biojakob.htm.
Figura 2 - Nicolai Trubetskoy, linguista russo, notável 
linguista do século XX.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Trubetskoy.
Figura 3 - Roman Jakobson, um dos fundadores do 
Círculo Linguístico de Praga.
Fonte: http://www.kalipedia.com/fotos/roman 
-jakobson.html?x= 20070417klplyllec_4.Ies.
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31Letras VernáculasUESC
na Europa foram: o Círculo Linguístico de Moscou, fundado em 
1915, e o OPOJAZ (Sociedade para o Estudo da Linguagem 
Poética), fundado em 1916, na cidade de São Petersburgo.
Os linguistas do OPOJAZ e os do Círculo Linguístico de 
Moscou ficaram conhecidos como mecanicistas e orgânicos, 
respectivamente. O método mecanicista considerava que a 
literatura seria o resultado de dispositivos que o autor utiliza – 
manipula – para criar sua obra, considerada como uma entidade 
autônoma. Para os orgânicos, orientados pelos princípios da 
Biologia, o importante eram os estudos sobre as semelhanças 
entre as formas literárias, a recorrência de determinados traços 
linguísticos e a maneira como os mesmos se apresentam e 
definem os diferentes estilos literários. Entendeu a diferença? 
Enquanto uns valorizaram o mecanicismo, outros valorizaram 
a reincidência de formas que compunham os gêneros da 
literatura.
2.2 Funcionalismo/Estruturalismo
As ideias dos formalistas se propagaram e de suas 
oposições desenvolveram-se os trabalhos do funcionalismo, 
que conserva semelhanças com a corrente estruturalista e 
mantém, portanto, vínculos com a Linguística de Saussure - e 
com outras correntes. 
Segundo Paveau e Sarfati (2006, p. 115), 
[...] não constituem corpos teóricos completos e 
autônomos, mas correntes imbricadas umas nas outras, 
ligadas por relações de filiação ou de oposição e por 
escolhas teóricas complexas. De fato, o funcionalismo 
tem seu lugar no conjunto do movimento estruturalista; 
é um estruturalismo específico que se pode chamar de 
estruturalismo funcional. 
De acordo com esses autores, o funcionalismo seria mais 
que um conjunto de teorias, mas “um olhar sobre a linguagem 
e suas relações com o mundo” (Paveau; Sarfati, p.116). Os 
funcionalistas podem, então, ser considerados estruturalistas 
na medida em que seu objeto de estudo é de fato a língua 
como sistema.
Há, entretanto, uma oposição importante no 
32 Módulo 1 I Volume 3 EAD
O que é linguística?Introdução aos estudos linguísticos
posicionamento teórico do funcionalismo em relação ao 
estruturalismo: o formalismo, cujo enfoque privilegia o 
estudo do funcionamento interno do sistema linguístico, ou 
seja, a língua e suas características internas, em seu aspecto 
formal; enquanto o funcionalismo privilegia as transformações 
da linguagem em sociedade, o foco é o significado e o uso 
das formas linguísticas nas situações 
comunicativas. 
Os funcionalistas que mais se 
destacam são: André Martinet e 
Halliday. O primeiro reflete sobre a 
diversidade de línguas e as diferenças 
entre elas. O segundo incorpora a 
dimensão social à Linguística e afirma 
que a linguagem depende da cultura. 
Halliday, dentre outros méritos, destaca-
se também pela elaboração de uma 
Gramática Funcional, definida por 
Neves (1997, p. 20) como uma “teoria 
da organização gramatical das línguas 
naturais que procura se integrar em 
uma teoria global da interação social”. 
O texto, em detrimento da sentença ou 
outras particularidades, é evidenciado como unidade de estudo. 
Como você já viu, os formalistas da Escola de Copenhagen 
divergiam teoricamente dos funcionalistas do Círculo de Praga 
no que concerne à concepção de língua. Para aqueles, a língua 
é uma estrutura autônoma e deve ser interpretada como “uma 
unidade encerrada em si mesma” (CUNHA, 2003, p. 19). Para 
estes, a linguagem é veículo de interação social, e busca a 
motivação para os fatos da língua no contexto do discurso, 
ultrapassando a investigação apenas da estrutura gramatical.
Assim, funcionalistas criticam formalistas pelo fato de 
estes estudarem a língua de maneira descontextualizada, sob 
a perspectiva da forma, desconsiderandoos falantes-ouvintes 
e as condições de produção, elementos estes considerados 
primordiais pelos funcionalistas. Para estes, interessa 
compreender a função que a forma linguística desempenha na 
interação comunicativa.
É importante citar que, apesar de focalizarem pontos 
Aluno do linguista britânico J. R. Firth, Michael 
Halliday desenvolveu amplamente as ideias 
de Firth numa direção peculiar. Iniciou suas 
lucubrações teóricas na década de 1960 com 
uma nova abordagem da análise gramatical, 
denominada por ele Gramática de Escala e 
Categorias. Halliday chegou a construir um corpo 
de teoria articulado e audacioso que acabou se 
tornando conhecido como Linguística Sistêmica. 
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Michael_
halliday.
André Martinet, linguista francês, foi professor 
da Universidade de Nova York. Dirigiu a revista 
Word (Nova York) e La Linguistique (Paris). Entre 
suas atividades no campo da Lingüística, citam-
se muitas obras particularmente voltadas para 
estudos fonético-fonológicos. Ingressou como 
catedrático de Linguística Geral na Sorbonne, em 
1965, ano em que fundou a revista La Linguistique. 
Entre nós, uma de suas obras mais conhecidas, 
traduzida para o português, é Elementos de 
linguística geral. Fonte: http://www.filologia.org.
br/filologo/pub_filologo18.html.
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Os estudos funciona-
listas têm avançado 
bastante no Brasil, 
principalmente a 
partir dos anos 90. 
Dentre os vá-rios 
estudiosos dedicados 
a este paradigma, 
podemos citar: 
Ataliba T. de Cas-
tilho, Maria Angélica 
Furtado da Cunha, 
Maria Helena de 
Moura Neves, Rodolfo 
Ilari, Sebastião 
Votre, dentre outros.
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33Letras VernáculasUESC
diferentes da linguagem, essas correntes teóricas não se 
excluem, mas se auxiliam para uma melhor compreensão dos 
fenômenos linguísticos.
2.3 Gerativismo 
 
Como você viu na aula anterior, Chomsky postula que 
todos os indivíduos têm condições de produzir, a partir de um 
número finito de regras, um número infinito de frases em sua 
língua, mesmo que nunca as tenha ouvido ou pronunciado. 
Essa capacidade é o que caracteriza a chamada competência 
linguística que, ao lado do desempenho (exercício efetivo da 
competência), forma uma das dicotomias mais conhecidas.
Chomsky concentrou esforços em elaborar uma teoria 
que não se limitasse ao descritivismo intenso, presente em 
correntes anteriores (como, por exemplo, no estruturalismo); 
seu objetivo era explicar os motivos das transformações de uma 
determinada língua e, além disto, as suas possibilidades de 
sequências e combinações verbais. Na sua teoria, ele distingue 
três componentes que são fundamentais: o sintático (que tem 
a função de gerar), o fonológico (responsável pela imagem 
acústica elaborada pelo componente sintático) e o semântico 
(que tem a função de interpretar esta imagem). 
Para o linguista, a interação entre esses componentes se 
dá a partir da aplicação de regras que ocorrem em dois níveis 
distintos: a estrutura profunda (não visível, não pronunciada) 
e a superficial (visível, pronunciada). Conforme Mancilha, em 
seu texto eletrônico, 
[...] ideias e pensamentos complexos chegam à 
superfície como linguagem, depois que uma série 
de ‘transformações’ os convertem em frases bem 
formuladas. Estas transformações agem como um tipo de 
filtro para as nossas experiências profundas. O processo 
de transformação da estrutura profunda em estrutura 
superficial (linguagem) é chamado de ‘derivação’.
 Chomsky foca suas observações na passagem de um 
nível para o outro e nas regras que regem essas transformações. 
Esses preceitos explicam o surgimento do termo gramática 
gerativo-transformacional e alicerçam boa parte dos estudos 
34 Módulo 1 I Volume 3 EAD
O que é linguística?Introdução aos estudos linguísticos
da linguagem depois de Chomsky, que abriu caminho para 
a aplicação da linguística em diversos campos das ciências 
humanas.
3 DIVISÕES DA LINGUÍSTICA
De maneira geral, a Linguística divide-se em:
•	 Fonética: Ocupa-se dos sons da fala e seus 
mecanismos de produção e audição. Este ramo analisa 
e descreve a fala das pessoas da maneira como ela 
acontece, sem a preocupação de interpretar estes 
sons. É graças à Fonética que podemos explicar, por 
exemplo, a pronúncia da palavra tia com os sons [t] e 
[tx], respectivamente, em Pernambuco e na Bahia.
•	 Fonologia: Estuda os fonemas (sons) de uma língua, 
mas focalizando a sua função. Os sons que têm valor 
distintivo (que provocam mudanças no sentido) como 
em mar e mal são chamados de fonemas; mas quando 
não ocasionam mudança de significado, como em tia 
descrito acima, são chamados de variantes.
•	 Morfologia: Estuda a estrutura, a formação, as flexões 
e a classificação das palavras. Estuda, portanto, o 
signo linguístico desde a sua expressão mais simples, 
os morfemas, à combinação entre estes morfemas 
formando unidades maiores, como a palavra e o 
sintagma. A palavra caderninhos, por exemplo, tem três 
morfemas: caderno + inho (diminutivo) + s (plural).
•	 Sintaxe: Ocupa-se da combinação linear entre as 
palavras ou orações. É a sintaxe que determina o tipo 
de estrutura permitida numa língua. A frase: A vida é 
bela, por exemplo, ocorre numa combinação sintática 
permitida em português: artigo + substantivo + verbo 
+ adjetivo. Mas É vida bela a não poderia ser construída, 
pois a estrutura da língua portuguesa não permite esta 
combinação: verbo + substantivo + adjetivo + artigo.
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35Letras VernáculasUESC
•	 Semântica: Estuda a natureza, função e usos dos 
significados. Vale salientar que este ramo não se 
ocupa dos significados dispostos em dicionários, mas 
do modo como os significados ocorrem em contextos 
diferentes.
•	 Pragmática: Estuda a relação entre o discurso que 
envolve o indivíduo e a situação comunicativa em que 
ele é produzido. A Linguística moderna tem voltado o 
seu olhar cada vez mais para os usos da linguagem, 
e não somente para a descrição dos sistemas e suas 
estruturas. 
•	 Psicolinguística: Estuda o processo de aquisição 
e desenvolvimento da linguagem e fornece um 
instrumental teórico-metodológico que nos ajuda 
a compreender melhor como a criança adquire e 
desenvolve sua linguagem materna. Refere-se também 
à percepção da fala e dos distúrbios patológicos que 
podem incidir em consequências durante o processo 
de aquisição. Ocupa-se, por um lado, das relações 
entre linguagem e pensamento e, por outro, pelo 
comportamento humano envolvido no uso efetivo da 
linguagem.
•	 Sociolinguística: Estuda os problemas da variação 
linguística e da norma culta. O principal objetivo desta 
disciplina é investigar o caráter social da linguagem e 
suas repercussões no comportamento dos indivíduos 
a partir das mais variadas situações sociais. Sua 
aplicabilidade é útil também em questões relativas 
à escola e é consenso entre os linguistas que esta 
instituição precisa de uma descrição do maior número 
possível de falares do Brasil, para que se possa traçar 
um perfil da realidade linguística “de uma classe, da 
qual fazem parte alunos procedentes de várias regiões 
do país” (CAGLIARI, 1999, p. 47). De acordo com os 
teóricos que atuam nesta área, o preconceito social 
manifesta-se através de fatos linguísticos, e é por isto 
36 Módulo 1 I Volume 3 EAD
O que é linguística?Introdução aos estudos linguísticos
que ensinar Língua Portuguesa nas escolas ainda é 
considerado um meio de promoção social.
•	 Análise do Discurso: O discurso é estudado como 
prática social, e só pode ser analisado considerando 
seu contexto histórico-social, suas condições de 
produção. Nesta linha, o discurso reflete uma visão de 
mundo determinada, obrigatoriamente vinculada à(s) 
ideologias do(s) seu(s) autor(es) e à sociedade em 
que vive(m). Vale salientar que, atravésdas marcas 
que aparecem na superfície do discurso, o investigador 
guiará a sua pesquisa científica de acordo com a teoria 
(dentro da AD) que norteará o seu trabalho.
Agora que já completamos a nossa aula, vamos agora 
exercitar um pouco!
ATIVIDADE
1. Faça um resumo dos principais movimentos teóricos da Linguística no século 
XX: formalismo, estruturalismo/funcionalismo, gerativismo.
2. Pois é, o caminho percorrido ao longo do século XX abriu espaço para o 
surgimento de importantes disciplinas nas ciências humanas. Considerando 
isto, conceitue as ciências interdisciplinares, definindo seu objeto de estudo e 
objetivos.
3. Vamos sedimentar um pouco mais as definições? 
a. Qual é a diferença mais nítida entre o formalismo e o estruturalismo? 
b. Que contribuições relevantes o gerativismo promove? 
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37Letras VernáculasUESC
 Você viu, nesta aula, que:
• Os estudos sobre a linguagem tomaram vários rumos 
no século XX. A classificação mais frequente, mas nem 
sempre consensual, é: formalismo, estruturalismo/
funcionalismo e gerativismo.
• Pelo fato de o formalismo não ter se orientado por uma 
doutrina uniforme, surgiram concepções diferentes 
dentro do próprio movimento, que deram origem às 
discordâncias a respeito de boa parte dos preceitos 
teóricos sobre língua e linguagem. Os dois principais 
grupos surgidos na Europa foram: o Círculo Linguístico 
de Moscou, fundado em 1915, e o OPOJAZ (Sociedade 
para o Estudo da Linguagem Poética), fundado em 1916, 
na cidade de São Petersburgo.
• O funcionalismo tem seu lugar no conjunto do movimento 
estruturalista. É um estruturalismo específico que se pode 
chamar de estruturalismo funcional. Os funcionalistas 
podem, então, ser considerados estruturalistas na 
medida em que seu objeto de estudo é, de fato, a língua 
como sistema.
• Com o Gerativismo, Chomsky deu ênfase à competência 
linguística do falante, à habilidade que o falante tem 
de gerar e compreender mensagens. Ele distingue três 
componentes que, segundo ele, são fundamentais: 
o sintático (que tem a função de gerar), o fonológico 
(que é a imagem acústica elaborada pelo componente 
sintático) e o semântico (que tem a função de interpretar 
esta imagem). Além disso, postula que as sentenças 
que pronunciamos na estrutura superficial são geradas 
a partir de uma outra estrutura: a profunda. 
• As ciências interdisciplinares da Linguística são: 
Fonética, Fonologia, Morfologia, Sintaxe, Semântica, 
Pragmática, Sociolinguística, Psicolinguística e Análise 
do Discurso.
RESUMINDO
38 Módulo 1 I Volume 3 EAD
O que é linguística?Introdução aos estudos linguísticos
LEITURA RECOMENDADA
Para complementar esta aula, recomendo a leitura das seguintes obras: PAVEAU, Marie-Anne; 
SARFATI, Georges-Elia. As grandes Teorias da Linguística: da Gramática Comparada à 
Pragmática. Trad. Ed. Claraluz. São Carlos: Clara Luz, 2006 e ROBINS, R. H. Pequena História da 
Linguística. Trad. de Luiz Martins. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1993. 
R
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F
E
R
Ê
N
C
IA
S
BENVENISTE, E. Problemas de Lingüística Geral I e II. Trad. 
de Eduardo Guimarães et al. Campinas: Pontes, 1989. 
CABRAL,L. G.; GORSKI, E. Lingüística e ensino: reflexões para a 
prática pedagógica da língua materna. Florianópolis: Insular, 1998.
CAGLIARI, L. Alfabetização e Lingüística. São Paulo: Scipione, 
1997.
CAGLIARI, Luiz Carlos; CAGLIARI–MASSINI, Gladis. Diante das 
Letras: a escrita na alfabetização. Campinas: Mercado das Letras, 
1999. 
CÂMARA, JR. História da Lingüística. Petrópolis: Vozes, 1979.
COLLADO, J. A. Fundamentos de Lingüística Geral. Lisboa: 
Edições 70, 1980.
CRYSTAL, D. O que é Lingüística. Rio de Janeiro: Ao Livro 
Técnico, 1981.
CUNHA, Maria Angélica Furtado da; OLIVEIRA, Mariangela Rios 
de; MARTELOTTA, Mário Eduardo (Orgs.). Linguística funcional: 
teoria e prática. Rio de Janeiro: DP&A; Faperj, 2003. 
DUBOIS, J. et al. Dicionário de Lingüística. Trad. de Izidoro 
Brikstein; José Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, s. d. 
FIORIN, J. L. et al. Introdução à Lingüística. São Paulo: 
Contexto, 2003.
Na próxima aula... Iremos aprofundar questões até aqui tratadas, como, 
por exemplo, o conceito de signo na abordagem de Saussure. Até breve!
A
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2
39Letras VernáculasUESC
ILARI, R. A Lingüística e o ensino da língua portuguesa. 4. ed. 
São Paulo: Martins Fontes, 1997. 
JAKOBSON, R. Lingüística e Comunicação. Trad. de Izidoro 
Brikstein; José Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, 1969. 
LYONS, J. Linguagem e Lingüística: uma introdução. Trad. de 
Marilda Winkler Averbug; Clarisse Sieckenius de Souza. Rio de 
Janeiro: Guanabara, 1987. 
MAIA, E. M. No reino da fala: a linguagem e seus sons. 3. ed. São 
Paulo: Ática, 1991.
MENDES, A. M. A. R. Formalismo e funcionalismo linguístico. 
Disponível em: http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?c
od=43783&cat=Artigos&vinda=S/ Acessado em 22 fev. 2009.
MUSSALIM, Fernanda; BENTES, Ana Christina. Introdução à 
Linguística: domínios e fronteiras. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2001. 
NEVES, Maria Helena Moura. Gramática: história, teoria e análise, 
ensino. São Paulo: UNESP, 2001.
NEVES, Maria Helena Moura. Gramática de Usos do Português. 
São Paulo: Editora UNESP, 2000.
NEVES, Maria Helena Moura. A Gramática funcional. São Paulo: 
Martins Fontes, 1997.
ORLANDI, E. O que é Lingüística. São Paulo: Brasiliense, 1992.
 
PAVEAU, Marie-Anne; SARFATI, Georges-Elia. As grandes Teorias 
da Lingüística: da Gramática Comparada à Pragmática. São Carlos: 
Clara Luz, 2006. 
ROBINS, R. H. Linguística Geral. Trad. de Elisabeth Corbetta A. da 
Cunha et al. Porto Alegre: Globo, 1977. 
ROBINS, R. H. Pequena História da Lingüística. Trad. de Luiz 
Martins. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1993. 
SAUSSURE, F. de. Curso de Lingüística Geral. Trad. de Antônio 
Chelini et al. São Paulo: Cultrix, 1989. 
TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação: uma proposta para o 
ensino de gramática no 1º e 2º graus. 5. ed. São Paulo: Cortez, 
2000.
http://www.dicionarioauletedigital.com/ Acessado em 29 mar. 2009.
Suas anotações
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