CONTESTAÇÃO TRABALHISTA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE CANOAS/RS
Processo nº ...
ABC Ltda, já qualificada nos autos do processo em epígrafe, vem respeitosamente à presença de vossa excelência, por meio de seu representante constituído apresentar com base no artigo 847 da CLT:
CONTESTAÇÃO DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Em face da reclamação trabalhista movida por VITOR OLIVEIRA, igualmente qualificado, pelos fatos e fundamentos a seguir dispostos:
I. SINTESE DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Alega o RECLAMANTE que fora admitido pela RECLAMADA em 01/01/2018 até o dia 31/12/2018, já considerado período de aviso prévio, na função de Mecânico de Manutenção, com jornada de trabalho de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h com 1h de intervalo, e nos sábados das 8h às 12h, com salário de R$: 3.000,00 acrescido de adicional de insalubridade em grau médio, e que fora transferido para a cidade de Passo Fundo/RS, para realizar as atividades assim contratadas até o fim de seu contrato de trabalho com demissão sem justa causa.
Com base nisso, ajuizou reclamação trabalhista pleiteando:
a) Pagamento de 1h de intervalo intrajornada não gozado aos sábados no valor de R$ 2.000,00.
b) Adicional de insalubridade em Grau máximo e seus reflexos, no total de R$ 17.787,55, considerando o salário contratual;
c) Pagamento do adicional de transferência de 25%, no valor de R$ 11.117,22;
II. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A RECLAMADA, data venia, discorda das alegações feitas na reclamatória trabalhista, impugnando, especificamente, as pretensões discriminadas nos termos articulados que passa aduzir:
III. INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL
a) Suposto adicional de insalubridade em grau máximo.
A RECLAMADA contesta o pedido e alegação da RECLAMANTE constante na petição inicial referente ao suposto adicional de insalubridade em grau máximo, pois não foram apresentadas provas e muito menos fundamentos que buscassem luz as alegações da RECLAMANTE, além deste ponto, o grau de insalubridade de grau médio (20%) condiz com a realidade do contrato de trabalho durante a sua duração.
Portanto, requer em relação ao pedido de adicional de insalubridade, com a extinção do processo sem resolução do mérito em relação a esse pleito, na forma do Art. 330, § 1º, inciso I, e do Art. 485, inciso I, ambos do CPC/15.
Requer, portanto, a IMPRODECENCIA DO PEDIDO.
b) Suposto intervalo intrajornada
Em relação a jornada de trabalho, uma vez que laborava de segunda a sexta-feira das 8h as 17h com intervalo de 1h e aos sábados das 8h às 12h.
Transcrevo artigo abaixo:
“Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.”
Conforme a Artigo 71 da CLT, não resta dúvidas de que o pleito é indevido, uma vez que não possuía direito de intervalo intrajornada aos sábados;
Requer, portanto, a IMPRODECENCIA DO PEDIDO.
c) Suposto adicional de transferência:
A RECLAMANTE requer que haja pagamento de 25% de adicional de transferência, com fundamento que foi transferido para PASSO FUNDO/RS, tendo lá fixado residência definitiva
A RECLAMADA, impugna tal pedido, pois a transferência foi definitiva, não ensejando o adicional de transferência temporária, de acordo com o artigo 469, § 3º da CLT e OJ 113 do TST, qual transcrevo abaixo:
Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio .
§ 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação. (Parágrafo incluído pela Lei nº 6.203, de 17.4.1975).
ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. ART. 469, § 3º DA CLT. OJ 113 DA SDI-I DO TST. O requisito legal a legitimar a percepção do adicional de transferência é o caráter provisório da mudança. Esta é a dicção lógica que se infere do § 3º, art. 469, da CLT e, ainda, nos termos da OJ nº 113 da SDI do TST. Emergindo de norma interna da própria empresa tal circunstância (caráter provisório das transferências dos seus empregados entre as suas unidades, nos três primeiros anos), a referência no mesmo regulamento de que todas as transferência de seus empregados são definitivas não pode prevalecer, em face das próprias regras ali insertas. Resta evidente, assim, que o procedimento visou desvirtuar a legislação trabalhista, incidindo à hipótese a regra do art. 9º da CLT. Devido o acréscimo legal previsto no § 3º, do art. 469 consolidado.
(TRT-10 - RO: 81200701310004 DF 00081-2007-013-10-00-4 , Relator: Desembargadora Elaine Machado Vasconcelos, Data de Julgamento: 12/12/2007, 1ª Turma, Data de Publicação: 18/01/2008)
Requer, portanto, a IMPRODECENCIA DO PEDIDO.
IV. Diante do exposto, requer:
1. O Acolhimento da preliminar de INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL.
2. Improcedência total dos pedidos feitos pela RECLAMANTE na presente ação reclamatória trabalhista. 
Protesta provar por todos os meios de prova admitidos em direito, notadamente o depoimento pessoal do representante legal da Reclamada, sob pena de confissão (En. 74 do TST), testemunhal, pericial e juntada de novos documentos.
Nestes termos, pede deferimento
Canoas, 27 de setembro de 2020.
Advogado...OAB/Nº...
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