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Estrutura e função de lipídeos; Metabolismo de degradação de triglicerídeos e Corpos cetônicos

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Estrutura e função de lipídios 
Lipídios são biomoléculas de estruturas 
diversificadas, o que têm em comum a baixa 
solubilidade em água (Polares/anfipáticos). 
 Entre as várias classes, temos: 
— ácidos graxos; 
— trigliceróis; 
— fósfogliceróis; 
— esfingolipidios; 
— glicolipídios 
— cerídeos 
— esteroides 
 
 Ácidos graxos: 
 São ácidos carboxílicos de cadeia longa. Os que 
ocorrem em seres vivos possuem mais comumente 
o número par de carbonos (sendo os 16 e 18 
carbonos os mais abundantes). 
 
 Eles podem ser: 
— Saturados: onde a cadeia de hidrocarbonetos 
possui todos os carbonos ligados por ligação 
simples. ex: ácido palmítico. 
— Insaturados: que apresentam insaturações em 
suas cadeias de hidrocarbonetos, possuindo 1 
insaturação - monoinsaturados; ou várias 
insaturações - poli-insaturados. 
ᗒ Insaturações são ligações duplas na cadeia de 
hidrocarbonetos. ex: ácido linoleico. 
Nos ácidos graxos de ocorrência natural, 
geralmente a configuração da dupla ligação é cis. 
O ponto de fusão dos ácidos graxos aumenta de 
acordo com o tamanho da cadeia e a solubilidade 
em água decresce de acordo com aumento da 
cadeia. 
Em ácidos graxos com mesmo número de carbonos 
na cadeia de hidrocarbonetos, com a adição de 
insaturação em um, pode-se observar que é 
gerado uma diferença no ponto de fusão gerando 
queda desse valor. 
ex: ácido esteárico — 18:0 — 69,6° 
 ácido oleico — 18:1 (∆°) — 13,4° 
 
— Empacotamento de ácidos graxos saturados e 
insaturados: 
A variação dos pontos de fusão e a solubilidade 
estão relacionadas com as relações 
intermoleculares, logo, quanto mais forte forem as 
interações intermoleculares, mais alto será o ponto 
de fusão. 
 
Essas interações intermoleculares com cadeias 
apolares são interações de contato (interações de 
Van Der Waals). E elas aumentam com o tamanho 
da cadeia, logo, ponto maior a cadeia maior a 
interação molecular E assim se faz mais difícil de 
separar as moléculas (o que caracteriza a fusão). 
O inserimento da dupla ligação causa na molécula 
um efeito de angulação da cadeia carbônica, o 
que torna o empacotamento mais imperfeito, de 
maneira a diminuir a interação entre as moléculas 
(diminuindo o ponto de fusão ao facilitar a 
separação das mesmas). 
Já o aumento da cadeia dificulta a solvatação 
dessas moléculas (tendo mais interação 
intermolecular se torna mais difícil separá-las por 
solvatação). 
 
 
 
 
 
Triacilgliceróis 
 
São as gorduras e óleos. Tri ésteres formados pelo 
álcool glicerol (que é um triol) e três moléculas de 
ácido graxo. 
Eles têm a função de reserva energética nos seres 
vivos e podem se apresentar na forma sólida 
(gorduras) ou na forma líquida (óleos), porém essa 
forma vai depender das características dos ácidos 
graxos que estão formando-os (tamanho da 
cadeia e grau de insaturação). 
 
Eles fazem parte da classe de lipídios chamada de 
saponificável, isso porque os tri ésteres do glicerol 
podem ser hidrolisados (por uma hidrólise básica 
como com uso de Na+), formando novamente 
glicerol e sais de ácidos graxos. Esses sais de ácidos 
graxos são moléculas anfipáticas, com uma porção 
polar iônica e uma cadeia longa, apolar dando 
uma molécula uma propriedade tenso ativa é isso 
funciona como detergente ou sabão. 
— Simples e Mistos: 
São simples quando suas cadeias de ácidos graxos 
são as mesmas. 
São ministros quando possuem cadeias de ácidos 
graxos diferentes entre si. 
 
Fosfoglicerídeos (glicerol fosfolipídio) 
Também são tri ésteres do glicerol, porém são 
esterificados com 2 ácidos graxos de cadeia longa 
e com o ácido fosfórico como 3° ácido. 
São principalmente componentes das membranas 
celulares (que se organizam na forma de 
bicamada lipídica). 
O ácido fosfórico é trivalente e carregado 
negativamente em PH 7. Por ser trivalente, o 
grupamento fosfato pode ser ligado a diferentes 
grupos para gerar diferentes fosfolipídios 
complexos, com diferentes propriedades físico-
químicas e conferindo propriedades específicas 
das diferentes membranas biológicas. 
ex: ácido fosfatídico 
 fosfatidil - etanolamina (etanolamina); carga 1) 
 fosfatidilcolina (colina); (carga 0), 
 fosfatidilserina (serina); (carga 0), 
 fosfatidilglicerol (gricerol); (carga -1), 
 fosfatidil inositol 4,5-bifosfato (inositol 4,5-
bifosfato); (carga -4), 
 cardiolipina (fosfatidilglicerol); (carga -2). 
 
Esfingolipidios 
 
Essa classe já não é baseada no glicerol. Possui 
uma esfingosina (vermelho) ligado a uma cadeia 
de ácido graxo (amarelo) e a diferentes 
grupamentos (azul), ligados através da hidroxila do 
C¹ e que dará origem aos diferentes esfingolipidios. 
 
Frequentemente os esfingolipídios são substituídos 
por polissacarídeos, formando assim os glicerol-
esfingolipídeos complexos. 
— Sistema ABO sanguíneo é determinado, em 
parte, por esfingolipídios: 
 
Eles estão inseridos na membrana dos eritrócitos e 
os diferentes antígenos (anti-O, anti-A e anti-B) são 
esfingolipídios substituídos por diferentes 
polissacarídeos. 
Esses polissacarídeos glicosilam várias proteínas 
correspondentes ao sangue de sua tipagem. 
 
 
Esteroides 
Outra classe de lipídios, não relacionada a ácidos 
graxos. 
Como característica estrutural, possui um núcleo 
esteroide. 
ex: colesterol (o mais conhecido) - que também 
funciona como um componente de membrana 
celular modificando as propriedades da membrana 
em que se insere, além de ser precursor de diversas 
substâncias (dentre elas os sais biliares e hormônios 
esteroides). 
 
 
Cerídeos 
São ésteres monoálcoois e tanto o ácido graxo 
quanto o álcool possuem cadeia longa. 
 
ex: cera do favo de mel de abelha - tem 
função isolante e impermeabilizante. 
 
 
Metabolismo de degradação dos 
triacilgliceróis 
O ser humano médio (representado por um 
homem de 70 kg) possui reservas energéticas 
na forma de glicogênio principalmente nos 
músculos (cerca de 350g) e no fígado (cerca 
de 90). Quando completamente oxidados se 
convertendo em CO2 e água (passando 
através da via glicolítica, ciclo de Krebs e 
fosforilação oxidativa), ele fornece cerca de 
4Kcal/g. Considerando a oxidação completa 
de todo glicogênio muscular e hepático, e da 
glicose circulante, seriam gerados e cerca de 
1.800Kcal/g, O que é bem menos que o valor 
das necessidades diárias mínimas (entre 2.700 
a 2.800 Kcal/g). 
Já reserva de triacilgliceróis no tecido adiposo 
é muito maior (9Kg de gordura). 
Os triacilgliceróis são moléculas mais 
energéticas que os carboidratos, a oxidação 
completa de 1 triacilglicerol a CO2 e H2O 
fornece cerca de 9kcal/g e a oxidação de 
9Kg de gordura forneceria cerca de 
81.000Kcal, o que equivale a densidade 
energética suficiente para 1 mês. 
Dessa forma, se pode concluir que os 
triacilgliceróis são a principal forma de reserva 
energética em termos de quantidade de 
energia armazenada por massa. 
— Comparação energética e estrutural entre: 
Glicogênio: 
A glicose é armazenada em forma de um 
polímero de glicose, altamente ramificada, 
que a glicogênio. 
Esse polímero é constituído por 1 milhão de 
moléculas de glicose por moléculas de 
glicogênio. Essas glicoses são unidas por 
ligações alfa-1,4 e as ramificações se iniciam 
por alfa-1,6. Essas ramificações surgem a cada 
8 a 10 unidades de glicose. 
 
A polimerização é uma forma conveniente de 
armazenar a glicose dentro da célula pois ela 
não pode ser guardada de forma 
monomérica, pois na forma monomérica seria 
preciso uma enorme quantidade de água, 
fazendo a solvatação das moléculas de 
glicose e assim aumentando enormemente 
volume da célula e a sua pressão osmótica. 
Logo, a polimerização e o alto número de 
ramificações das moléculas de glicogênio 
diminui enormemente a área superficial de 
espaço entre as moléculas expostas a água, 
diminuindo assim o volume de solvatação e a 
pressãoosmótica, tornando viável o 
armazenamento. 
Triacilglicerol: 
 
O glicerol tem três moléculas de ácidos graxos 
(ácidos carboxílicos - de cadeias longas 
apolares) que se ligam a uma molécula de 
glicerol. 
São pouquíssimo solúveis em água. 
Essas características que fazem dessa 
molécula uma excelente alternativa para o 
armazenamento de energia, pois são 
moléculas que não são solvatados por água, 
diminuindo assim o seu volume de 
armazenamento. 
Outro ponto favorável para os triacilgliceróis 
quando comparados a carboidratos é esse 
rendimento energético do processo de 
oxidação que gera 9Kcal/g, comparado a 
4Kcal/g dois carboidratos. 
Analisando a estrutura química, a razão para 
esse rendimento energético ser maior é porque 
nos triacilgliceróis os carbonos mais típicos têm 
uma forma mais reduzida (metilenos - CH2 - 1 
C ligado a 2 H) e o estado de oxidação, típico 
de um hidrocarboneto totalmente saturado 
(alcano) é um número de oxidação -2. 
Já os C de um carboidrato estão tipicamente 
ligados a 1 H e a 1 OH, tendo número de 
oxidação 0. 
Logo, mostre as siglas heróis os carbonos são 
mais reduzidos que nos carboidratos e 
concluindo assim, é muito mais vantajoso de 
ser armazenar energia na forma de 
triacilglicerol pois eles são muito mais 
energéticos e ocupam um volume menor de 
armazenamento devido a sua insolubilidade 
em água. 
— Conversão dos triacilgliceróis em energia: 
 
Principalmente armazenados no tecido 
adiposo, nas camadas subcutâneas da 
hipoderme. 
Ele determinadas situações como uma 
hipoglicemia (onde o pâncreas produz o 
hormônio glucagon) ou em situações de 
estresse/susto (onde o hormônio adrenalina é 
lançado na corrente sanguínea), esses 
hormônios quando circulantes, alcançam 
receptores específicos presentes na superfície 
dos adipócitos, levando-os a um processo de 
lipólise — mecanismo semelhante ativação da 
glicogenólise no fígado, causada pelo 
glucagon ou no músculo causado pela 
adrenalina. 
O adipócito responde tanto ao glucagon 
quanto adrenalina. Esses hormônios possuem 
receptores específicos na membrana dos 
adipócitos e esse receptor é acoplado, 
através de uma proteína G, a uma enzima 
intracelular chamada adenilato ciclase e ela 
converte ATP em AMPc (o AMPc é totalmente 
diferente do AMP, pois o AMPc serve como um 
segundo mensageiro que não tem relação 
com a baixa de carga energética na célula). 
A quebra de ATP nesse processo é uma 
quantidade muito pequena comparada por 
exemplo a quebra de bebê que acontece na 
contração muscular. 
O AMPc gerado é capaz de ativar a proteína 
quinase (PKA), que fosforila várias enzimas, 
incluindo a triacilglicerol lipase, fazendo então 
com que ela hidrolise os triacilgliceróis em 
glicerol e ácidos graxos. 
Essa cascata de sinalização é chamada de 
transdução de sinal e ela leva a uma 
amplificação do sinal, gerado por um 
hormônio que atinge a superfície da célula e 
leva a ativação de possivelmente milhares de 
moléculas de triacilglicerol no interior da 
célula. 
A triacilglicerol lipase e a principal enzima 
regulada no processo de degradação dos 
triacilgliceróis, nessa hidrolisação o glicerol e os 
ácidos graxos são jogados na corrente 
sanguínea e assim distribuídos para vários 
tecidos. 
ᗒ Lembrando que: o glicerol é um triol polar e 
solúvel no plasma, enquanto que os ácidos 
graxos tem baixo e solubilidade no meio 
aquoso. Logo, existem proteínas 
transportadoras de ácidos graxos — a 
macromolécula Albumina, que se liga aos 
ácidos graxos, carreando-os aos tecidos. 
Assim os tecidos são capazes de usar ácidos 
graxos em forma de energia através da sua 
oxidação. 
— Conversão de glicerol em gliceraldeído 3-
fosfato: 
ᗒ O gliceraldeído 3-fosfato é um intermediário 
da via glicolítica. 
Inicialmente o glicerol é fosforilado pela 
glicerol quinase, gerando o gliceraldeído 3-
fosfato. 
O gliceraldeído 3-fosfato é oxidado pela 
glicerol 3-fosfato desidrogenase (essa 
desidrogenase NAD+ como como fator 
oxidante e ele recebe um H nesse processo), 
formando a diidroxiacetona fosfato. 
Ade diidroxiacetona fosfato sofre então uma 
isomerização, se convertendo no D-
gliceraldeído 3-fosfato e ele pode seguir pela 
via glicolítica até piruvato (o que acontece 
normalmente no músculo) ou pode seguir a via 
da gliconeogênese (no fígado) dependendo 
das necessidades da célula. 
 
— Conversão de ácidos graxos para o uso 
energético: 
A primeira coisa que ocorre ao ácido graxo 
quando absorvido pela célula é ser 
transformado em uma forma mais ativa, o Acil-
CoA, sendo ele também uma forma mais 
energética — um ácido graxo ligado a uma 
coenzima A). Isso se dá pela enzima Acil-CoA 
sintase e é um processo que requer energia. 
ᗒ Quanto o termo dinâmica do processo: 
A oxidação do ácido graxo possui barreira 
energética, o que é conveniente pois caso 
contrário ela aconteceria de forma 
espontânea e consequentemente de maneira 
descontrolada. 
O primeiro processo requer energia as demais 
etapas ocorrem de forma espontânea, 
liberando energia. 
Primeiramente ocorre a quebra de ATP, 
formando uma adenosina que não fica solta 
no citoplasma pois ela é rapidamente 
atacada por uma coenzima A. 
Segundamente, o ataque dessa coenzima A 
desloca AMP formando assim o Acil-CoA. 
Ao mesmo tempo que ocorre o processo da 
primeira etapa espontânea, foi gerada um 
piruvato, logo: tanto o ataque da coenzima-A 
quanto a hidrólise de pirofosfato acontecem 
de forma simultânea. Processos esses 
exergonicos e extremamente favoráveis. 
Então, a princípio a ligação do ácido graxo a 
coenzima A não é um processo 
energeticamente favorável, mais acoplado a 
hidrólise do ATP, se torna um processo 
energeticamente favorável. 
O ácido graxo em sua forma ativa se encontra 
no citosol e a síntese do Acil-CoA, embora 
com aconteça também no citosol, vai sofrer 
oxidação dentro da matriz mitocondrial. 
Para que o Acil-CoA seja transportado para 
dentro da mitocôndria e, se faz necessário um 
transportador específico chamado 
transportador de acilcarnitina-carnitina. É um 
transporte relativamente simples, mas que 
envolve a conversão do Acil-CoA em uma 
substância intermediária, que é a acilcarnitina 
(logo o Acil-CoA é transportado para uma 
molécula de carnitina) — esse processo é feito 
pela enzima carnitina-Acil-transferase 1. 
A carnitina-acil-transferase se encontra no 
espaço intermembranar da mitocondria, já 
que Acil-CoA entra até o espaço 
intermembranar por transporte passivo, pois a 
membrana externa da mitocôndria é bastante 
permeável, entretanto, a membrana interna 
da mitocôndria é bastante seletiva, então 
nesse espaço intermembranar a carnitina-acil-
transferase transfere o grupamento acil da 
coenzima A para a carnitina formando 
acilcarnitina. Assim, o transporte é capaz de 
levar a acilcarnitina para dentro da matriz 
mitocondrial. 
Dentro da matriz mitocondrial se tem uma 
outra enzima, carnitina-acil-transferase 2, que 
faz o processo inverso do corrido no espaço 
intermembranar. 
A molécula de acil-carnitina transfere de volta 
o grupamento acil da acil-carnitina para uma 
coenzima A já presente no espaço da matriz 
mitocondrial. O resultado disso é a liberação 
da carnitina que retorna ao espaço 
intermembranar esse liga novamente a um 
grupamento acil, formando novamente Acil-
CoA. 
 
ᗒ a coenzima A extramitocondrial não se 
mistura com a coenzima a Intramitocondrial. 
— Oxidação de ácido graxo dentro da 
membrana da mitocôndria (beta-oxidaçao): 
 
A primeira etapa é um processo de 
desidrogenação que usa o cofator FAD como 
oxidante, a enzima que catalisa é Acil-CoA 
desidrogenase, que remove 1 H do C alfa e 1 H 
do C beta, formando uma dupla ligação entre 
o C alfa e o C beta. 
A segunda etapa é marcada pela adição de 
H2O nas duplas ligações (reação de 
hidratação), processo catalisado pela Enoyl-
CoAhidratase. É adicionado 1 H no C alfa e 1 
OH no C beta, formando um álcool que é o 
beta-hidroxil-CoA. 
Na terceira etapa se tem novamente uma 
desidrogenação, usando NAD+ como cofator 
oxidante e a enzima que realiza essa catálise é 
a beta-hidroxiacil-CoA desidrogenase. Ocorre 
uma remoção de H do C alfa, formando NADH 
e a formação de uma dupla ligação no C 
beta. 
Na quarta e última etapa, ocorre um ataque 
da coenzima A no C beta, gerando uma lise 
da ligação entre o C alfa e C beta. Essa lise é 
chamada de triolise, já que a lise ocorre por 
adição de um triol (no caso da coenzima A) 
de maneira que ela se ligue no C beta, 
gerando essa quebra. 
Essa quebra resulta em 1 Acetil-CoA e 
novamente 1 Acil-CoA, como se tinha no 
começo. 
 
Esse substrato de acetil-CoA vai repetir essa 
série de reações, retornando ao início dessa 
série até a nova formação de uma molécula 
de acetil-CoA. 
O ácido usado vai sendo quebrado de 2 em 2 
carbonos a cada volta da cadeia. 
ex: ácido palmítico (faz 7 voltas na beta-
oxidaçao e forma 8 moléculas de acetil-CoA). 
ᗒ O processo se chama beta-oxidação por ser 
resumidamente o processo de uma oxidação 
do C beta. 
ᗒ 2 características importantes da beta-
oxidação: 
Ocorre dentro da mitocôndria, assim como 
ciclo de Krebs. 
Tem necessidade de cofatores FAD e NAD+, 
além da necessidade de que os FADH2 e 
NADH gerados sejam reoxidados na cadeia 
transportadora de elétrons, para que o 
processo continue acontecendo. 
Assim como o ciclo de Krebs, é um processo 
que só acontecem vias aeróbicas, logo em 
situações de falta de oxigênio (anabólicas), 
esse processo de beta-oxidação não 
acontece. 
Essas moléculas de acetil-CoA formadas 
dentro da mitocôndria estão destinadas a 
continuarem sua oxidação O que acontece 
no ciclo de Krebs. 
Os 8 acetil-CoA são direcionadas ao ciclo e 
completamente oxidados até CO2 — 16 CO2 
ao total. Essa oxidação também gera mais 
NADH e FADH2 (64ē) e eles precisarão serem 
real que cidades na cadeia transportadora de 
elétrons (com os H sendo oxidados a H2O) que 
gera ATP e esse TP retornará para beta-
oxidação. 
 
RESUMO: 
ᗒ Ácidos graxos são muito importantes na 
geração de energia. São a principal reserva 
energética e consistem em moléculas 
extremamente energéticas. 
ᗒ Sua oxidação ocorre basicamente dentro 
da mitocôndria no processo de catálise de 2 
em 2 C, gerando bastante Acetil-CoA. 
ᗒ Esse processo é acoplada ao ciclo de Krebs 
é a fosforilação oxidativa. 
 
Corpos cetônicos
São acetona, acetoacetato e beta-
hidroxibutirato. 
 
Foram substâncias inicialmente observadas no 
sangue e urina de diabéticos não tratados. 
ᗒ Diabetes: doença metabólica relacionada à 
insulina. 
Formas mais comuns de diabetes: 
— Diabetes tipo 1: 
Também chamada de diabetes 
juvenil/insulino-dependente, já que está 
relacionada a deficiência na produção de 
insulina. 
— Diabetes tipo 2: 
Desensibilização dos receptores de insulina, ou 
seja, mesmo com uma produção normal ou 
até mais elevada de insulina, ela acaba não 
conseguindo fazer sua função na célula. 
Doentes de diabetes costumam apresentar: 
Acentuada perda de peso (embora a 
obesidade se relaciona com o diabetes tipo 2, 
os indivíduos acometidos com essa diabetes 
apresentam também uma perda de peso 
repentina). 
Por conta dessa perda de peso e a presença 
de corpos cetônicos no sangue na urina, foi 
desde o princípio ou associada a quebra de 
ácidos graxos. 
Antes de se conhecer a via da beta oxidação, 
se acreditava que a quebra de C acontecia 
de 4 em 4 e não de 2 em 2, para justificar o 
surgimento desses compostos com 4C 
(acetoacetato e beta-hidroxibutirato). 
ᗒ O único órgão capaz de produzir os corpos 
cetónicos é o fígado. 
Além do diabetes, existem outras situações 
que promovem o surgimento de corpos 
cetônicos de forma elevada, dentre elas o 
jejum muito prolongado ou uma dieta pobre 
em carboidratos (ex: dieta das proteínas, 
visando o emagrecimento). 
ᗒ Nessas 3 situações, se tem predominância 
do hormônio glucagon. 
No caso de jejum prolongado, as nossas 
reservas de glicogênio não são suficientes para 
manter a glicemia nos níveis normais. O mesmo 
acontece na dieta pobre em carboidratos. 
No caso do diabético a falta da resposta da 
insulina faz também com que o efeito do 
glucagon seja prolongado. 
O efeito de glucagon estimula a lipólise, 
ativando no adipócito a hidrólise de 
triacilgliceróis, mobilizando na corrente 
sanguínea o glicerol e os ácidos graxos, que 
irão sofrer beta-oxidação, gerando ao final do 
processo o acetil-CoA. 
Esse acetil-CoA deveria continuar a ser 
oxidado pelo ciclo de Krebs, porém no fígado, 
devido ao efeito intenso do glucagon, os 
intermediários do ciclo de Krebs são desviados 
para serem usados na gliconeogênese. 
ᗒ O fígado tem esse papel de manter a 
glicemia do corpo então é o único tecido do 
corpo que faz a gliconeogênese, ou seja, 
desvia o oxalacetato do ciclo de Krebs para a 
produção de glicose. 
Com o oxalato sentado sendo desviado para 
a gliconeogênese, o acetil-CoA produzido na 
beta oxidação fica impedido de entrar no 
ciclo de Krebs e o acúmulo de seu nos 
hepatócitos leva a produção de corpos 
cetônicos pela condensação dessas 
moléculas de acetil-CoA. 
 
RESUMINDO: 
ᗒ Temos a formação dos corpos cetônicos no 
fígado quando duas situações ocorrem ao 
mesmo tempo: beta oxidação intensa e 
gliconeogênese também intensa. 
ᗒ A formação de corpos cetónicos e 
benéficas em vários sentidos: 
A condensação de acetil-CoA acaba 
liberando a coenzima A, permitindo que o 
fígado possa continuar a produzir energia 
através da beta-oxidação para e suas 
necessidades. 
ᗒ Na beta-oxidação formam-se coenzimas 
reduzidas, direcionadas para a fosforilação 
oxidativa, onde a produção de ATP. Isso é 
importante para que o fígado uma vez que 
não esteja fazendo glicólise e nem o ciclo de 
Krebs, posso fazer gliconeogênese, o que 
consome ATP. 
ᗒ Os corpos cetônicos são exportados juntos 
com a glicose produzida na gliconeogênese. 
ᗒ O fígado produz os corpos cetônicos e os 
esportes para tecidos extra hepáticos, 
juntamente com essa glicóse produzida na 
gliconeogênese. 
ex de tecidos: coração, músculo esquelético, 
rins e cérebro. 
Esses tecidos aproveitam assim os corpos 
cetônicos para a produção de energia na 
tentativa de poupar a glicose, que se encontra 
em situação escassa. 
ᗒ Por outro lado, a produção de corpos 
cetónicos tem a desvantagem da cetocidade 
(diminuição do pH sanguíneo , uma vez que o 
acetoacetato e beta-hidroxibutirato são 
substâncias relativamente ácidas. 
— Condensação de acetil-CoA em corpos 
cetônicos: 
Na primeira etapa, 2 moléculas de acetil-CoA 
se condensa e essa reação é catalisada pela 
tiolase, formando assim o Acetoacetil-CoA 
com a liberação de uma coenzima A. 
Na segunda etapa, se tem a utilização de mais 
um Acetil-CoA, com a liberação de mais uma 
coenzima A, formando beta-hidroxi-beta-
metilglutaril-CoA (HMG-CoA) por ação da 
HMG-CoA liase. Existe a quebra de HMG-CoA 
em acetoacetato com a liberação vdd 1 
molécula de acetil-CoA. 
ᗒ O acetoacetato é o principal corpo 
cetônico e outros corpos cetônicos (acetona e 
beta-hidroxibutirato) se formam a partir dele. 
O acetoacetato vira beta-hidroxibutirato pela 
redução, usando NADH e a reação é 
catalisada pela enzima beta-hidroxibutirato 
desidrogenase. 
O acetoacetato forma a acetona por 
descarboxilização, através da enzima 
acetoacetato descarboxilase. 
 
— O aproveitamo dos corpos cetônicos pelos 
tecidos extra-hepáticos: 
Ele envolve a reconversão dos corpos 
cetónicos em acetil-CoA, que serão então 
encaminhados para o ciclo de Krebs. 
ᗒ Tecidos hepáticos e extra-hepáticos: 
No tecido hepático, o acetil-CoA não 
conseguia ser encaminhado ao ciclo de Krebs. 
Isso se dá pelas diferenças entre os tecidos, já 
que o fígado possuicomo função principal a 
manutenção da glicemia, utilizando primeiro a 
reserva de glicogênio, mas no caso do jejum 
prolongado, de diabetes ou de dietas pobres 
em carboidratos, as reservas de glicogênio se 
encontram esgotadas e o fígado faz 
gliconeogênese. 
ᗒ O fígado é o único órgão que desvia o 
oxaloacetato do ciclo de Krebs para a 
realização de gliconeogênese — função 
também exclusiva desse tecido. O músculo, 
em comparação, não realiza esse mecanismo, 
logo, neles intermediários do ciclo de Krebs 
não são diminuídos. 
ᗒ Diferentes quinases: 
No hepatócito, célula do fígado: glicoquinase; 
Célula muscular: hexoquinase. 
A diferença entre elas é que a glicoquinase 
possui menos afinidade pela glicose, dessa 
fórmula, a via glicolítica no fígado possui sua 
velocidade reduzida quando a concentração 
de glicose começa a cair, o que não 
acontece no músculo. Logo, um músculo 
mantém a sua vida glicolítica ativa mesmo 
quando a concentração de glicose sanguínea 
não é grande, o fígado para ver glicolítica 
antes. 
ᗒ Diferentes transportadores de glicose: 
No hepatócito: GLUT-2 — possui menos 
afinidade pela glicose, então quando as 
concentrações da mesma começam a cair o 
fígado para de absorver glicose do sangue. 
No músculo: GLUT-4 — tem mais afinidade pela 
glicose. 
Dessa forma, quando ficamos hipoglicêmicos, 
o fígado é o único a diminuir a absorção de 
glicose e a fazer gliconeogênese para manter 
a glicemia. Os tecidos extra-hepáticos 
permanecem com a via glicolítica ativa, ainda 
que em menor velocidade e não desviam os 
intermediários do ciclo de Krebs para a 
gliconeogênese por isso o acetil-CoA vindo da 
beta-oxidação ou de corpos cetônicos pode 
ser oxidado no ciclo de Krebs é isso contribui 
para obtenção de energia juntamente com os 
ácidos graxos em momentos de glicose 
escassa. 
— Conversão de corpos cetônicos em acetil-
CoA nos tecidos extra-hepáticos: 
Na primeira etapa o beta-hidroxibutirato, por 
oxidação, é convertido em acetoacetato pela 
enzima beta-hidroxibutirato desidrogenase. 
Na segunda etapa existe a transferência de 
coenzima-A, do succinil-CoA (intermediário do 
ciclo de Krebs) para o acetoacetato, através 
da enzima beta-cetoacil-CoA transferase, 
transformando succinil-CoA em succinato, e o 
acetoacetato se torna acetoacetil-CoA. 
Na terceira etapa o acetoacetil-CoA sofre 
uma triolise com o ataque da coenzima-A, 
transformando o produto final em 2 moléculas 
de Acetil-CoA. 
Esse produto pode então ser utilizado para a 
produção de energia, entrando no ciclo de 
Krebs. 
 
—Ácidos fracos de cadeia ímpar são menos 
cetogênicos: 
Conversão de propionil-CoA em succinil-CoA: 
 
Ácidos de cadeia ímpar são menos 
cetogênicos que os ácidos de cadeia par. 
Essa observação foi feita a partir de 
experiências com o fígado isolado. Ao se 
injetar ácidos graxos de cadeia par se 
observava a produção de corpos cetônicos 
porém quando eram ejetados ácidos graxos 
com número ímpar de C (que não são muito 
frequência natureza), ocorre uma formação 
muito menor de corpos cetônicos. 
Foi visto que a formação de corpos cetônicos 
depende de dois fatores: 
Intensa beta-oxidação (ocasionando em uma 
grande produção de acetil-CoA). 
Escassez de intermediários do ciclo de Krebs (O 
que leva ao acúmulo de sete colar e a 
condensação dos mesmos em corpos 
cetônicos). 
A beta-oxidação dos ácidos graxos de cadeia 
ímpar de ferro e dos ácidos graxos de cadeia 
par apenas na última volta. Enquanto em 
ácidos graxos de cadeia parar existe uma 
quebra de 2 em 2 C e na última volta dos 
pares se tem o butinil-CoA (molécula de 4 C) 
que é quebrado em 2 moléculas de 2 C 
formando assim 2 ácidos graxos. No caso dos 
ímpares, se tem na última volta um ácido 
graxo de 5 C (pentanoil-CoA), que é 
quebrado 2 moléculas: uma de acetil-CoA e 
outra de propionil-CoA (de 3 C). 
Logo: A única diferença está na última etapa, 
em que se forma 1 Acetil-CoA e 1 propionil-
CoA (um ácido graxo com 1 C a mais que o 
acetil-CoA), ao invés de 2 acetil-CoA. 
O que leva os ácidos graxos ímpares a serem 
menos cetogênicos, mesmo os maiores. 
Esse propionil-CoA sofre uma reação de 
descarboxilação, formando metilmalonil-CoA, 
e esse metilmalonil-CoA sofre uma 
epimerização seguida de uma mutação 
(mudança de posição) formando o succinil-
CoA (que é um intermediário do ciclo de 
Krebs). 
Isso explica o fato de ácidos graxos de cadeia 
sim parecerem menos cetogênicos que de 
cadeia parar. E além dos ácidos graxos de 
cadeia ímpar formarem acetil-CoA, eles 
também formam o intermediário do ciclo de 
Krebs, diminuindo a escassez desse 
intermediário e permitindo uma melhor 
entrada do acetil-CoA no ciclo, 
consequentemente diminuindo também o 
acumulo desse acetil-CoA gerado.

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