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1 INTRODUÇÃO Os triglicerídeos (TAG) são os lipídeos de maior quantidade do nosso organismo, correspondem a 20% do nosso peso corporal e a nossa maior reserva energética. São armazenados no tecido adiposo unilocular e por serem apolares podem ser armazenados em grande quantidade sem o comprometimento osmótico, ou seja, podem ser armazenados em grande quantidade nas células, sem o risco de reações químicas indesejáveis com outros constituintes celulares. Por serem insolúveis em água, os triacilgliceróis ingeridos devem ser emulsificados antes que possam ser digeridos por enzimas hidrossolúveis no intestino, e os triacilgliceróis absorvidos no intestino ou mobilizados dos tecidos de armazenamento devem ser carregados no sangue ligados a proteínas que neutralizam a sua insolubilidade. MOBILIZAÇÃO DOS TAG A formação de micelas na emulsão dos triglicerídeos aumenta muito a fração das moléculas de lipídeo acessíveis à ação das lipases hidrossolúveis no intestino, e a ação das lipases converte os triacilgliceróis em monoacilgliceróis, diacilgliceróis, ácidos graxos livres e glicerol. Depois disso são reconvertidos em triacilgliceróis e empacotados com o colesterol da dieta e proteínas específicas em agregados de lipoproteínas chamados quilomícrons. OBS: Para o armazenamento de triacilgliceróis, que chegam por meio da dieta por exemplo, há a necessidade deles serem quebrados do lado de fora do da célula, e reesterificados dentro, ai dá tudo certo. O triglicerídeo é formado por uma molécula de glicerol mais três ácidos graxos. Nos capilares desses tecidos, a enzima extracelular lipase lipoproteica, ativada pela apoC-II, hidrolisa os triacilgliceróis em ácidos graxos e glicerol. No músculo, os ácidos graxos são oxidados para obter energia; no tecido adiposo, eles são reesterificados (esterificar significa armazenar) para armazenamento na forma de triacilgliceróis. Quando a dieta contém mais ácidos graxos do que o necessário imediatamente como combustível ou como precursores, o fígado os converte em triacilgliceróis, empacotados com apolipoproteínas específicas formando VLDL. As VLDL são transportadas pelo sangue até o tecido adiposo, onde os triacilgliceróis são removidos da circulação e armazenados em gotículas lipídicas dentro dos adipócitos. A superfície das gotículas de gordura possui perilipinas, família de proteínas que restringem o acesso às gotículas lipídicas, evitando a mobilização prematura dos lipídeos. Os hormônios glucagon e adrenalina (epinefrina) chegam na superfície do adipócito e agem sobre a adenilato-ciclase, essa produz AMPc, que ativa a PKA dentro do adipócito, essa PKA fosforila a perilipina, fazendo com que aconteça mudanças que abrem a gotícula de lipídeo, e a perilipina fosforilada ativa a triacilglicerol lipase e a lipase sensível a hormônio, que age sobre di e monoacilglicerol. Os ácidos graxos liberados pela ação das lipases chegam no sangue, porém, são apolares e insolúveis, então se ligam a albumina sérica para serem transportados no sangue. Ligados a essa proteína solúvel, os ácidos graxos que de outra maneira seriam insolúveis, são transportados aos tecido como o músculo esquelético, o coração e o córtex renal. O glicerol liberado pela ação da lipase é fosforilado pela glicerol-cinase, e o glicerol-3-fosfato resultante é oxidado a di-hidroxiacetona fosfato, que pode seguir pela via da glicólise ou pela via da gliconeogênese, mas preferencialmente vai pela via da gliconeogênese no figado para produzir glicose para outros tecidos (já que a situação do organismo é de necessidade de glicose). 2 DEGRADAÇÃO DO AG ATIVAÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS O ácido graxo precisa ser ativado quando chega no figado em acil-CoA graxo, para que ai sim ele consiga entrar na mitocôndria. O AG vai ser ativado pela acil-CoA-sintetase, formando o acil-CoA graxo, isso acontece no citoplasma do hepatócito. Nessa etapa de ativação do ácido graxo acontecem duas clivagens que são mediadas por ATP, ou seja, a ativação do ácido graxo gasta 2 ATP. TRANSPORTE POR MEIO DA MEMBRANA Depois da ativação, esse ácido graxo precisa atravessar as duas membranas da mitocôndria, a externa e a interna. A membrana externa é impermeável ao acil-CoA graxo, então a enzima carnitina aciltransferase I (CAT1) associa uma molécula de carnitina ao acil-CoA graxo, retirando a coenzima A, formando a acil-carnitina graxo, atravessando a membrana plasmática externa e chegando no espaço intermembrana da mitocôndria. Essa molécula vai ser transportada para a matriz mitocondrial por meio da translocase, porém, a betaoxidação não acontece sobre a acil-carnitina graxo. Por isso, na matriz mitocondrial vai ter a carnitina-acil transferase 2 (CAT2), que vai remover a carnitina e adicionar a coenzima A novamente, refazendo o acil- CoA graxo. OBS: O malonil-CoA inibe a CAT1, ele é o intermediário da síntese de acido graxo, que inibe o transporte de acido graxo para dentro da mitocôndria, para impedir o processo de quebra do ácido graxo, ou seja, a betaoxidação. Então, o malonil-CoA é o principal inibidor da betaoxidação. OBS: A carritina é usada como suplemento nas academias para aumentar a queima de ácidos graxos, ou seja, massa gorda. Porém, não adianta você aumentar a quantidade de carritina, se você não aumenta a quantidade de transportadores, ou seja, CAT1 e CAT2, então vai ter uma hora que esse aumento na degradação de ácidos graxos satura e você não tem mais o efeito de antes. A carritina pode ser produzida por meio do aminoácido essencial lisina, obtido por meio da dieta. A etapa de transporte só acontece com ácidos graxos com mais de 12 carbonos, os com menos conseguem passar pela membrana. BETA-OXIDAÇÃO As reações desse “ciclo” vão ocorrer sobre o carbono beta. A primeira reação é colocar uma ligação dupla do tipo trans nessa molécula, ou seja, Acil-CoA está na matriz mitocondrial e sofre ação da enzima acil-CoA desidrogenase ou só desidrogenase (reação de oxirredução), para que isso ocorra é preciso reduzir um FAD, ou seja, há a liberação de um FADH2. A segunda reação que vai ocorrer é uma reação de hidratação nessa ligação dupla trans, nessa reação vai haver a redução de 1 NAD+ em 1 NADH. A terceira reação é a tiolise, que é feita pela enzima tiolase e consiste em clivar essa ligação dupla trans e adicionar uma coenzima A no carbono beta, liberando um acetil-CoA e um ácido graxo com dois carbonos a menos (lembrar que o ácido graxo que entra nessa via possui mais que 2 carbonos). Ou seja, o saldo final de 1 volta no ciclo da betaoxidação nos dá: • 1 FADH2 • 1 NADH • 1 acetil-CoA • 1 ácido graxo com menos 2 carbonos. OBS: A alta concentração de NADH/NAD+ inibe a enzima responsável pela hidratação, e a alta concentração de acetil-CoA inibe a tiolase. ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA PAR Ela deu o exemplo de um ácido graxo de 16 carbonos, ou seja, ele vai passar por 7 ciclos, já que no último ciclo há uma molécula de 4 carbonos que quando clivada vai liberar 2 moléculas de 2 carbonos logo de cara. Na degradação desse AG de 16C, vai haver a liberação de 7 NADH, 7 FADH2 e 8 acetil-CoA. Considerando que 1 FADH2= 1,5ATP e 1 NADH= 2,5ATP. No fim do processamento de AG vamos gerar um total de 106 ATP. ÁCIDO GRAXOS MONOINSATURADOS Esses AG já possuem uma ligação dupla, só que ela não pe trans é cis, e a hidratase só age sobre as ligações duplas trans. Portanto, haverá uma enzima denominada isomerase, que vai converter essa ligação dupla cis em uma trans. Porém, uma das etapas da betaoxidação é adicionar uma ligação dupla, só que nos AG monoinsaturados 3 você já tem essa ligação dupla, só precisa acertar direitinho, então na hora do cálculo de rendimento, você vai ter a produção de 1 FADH2a menos. OBS: Quando a ligação dupla trans não está no carbono beta o nosso corpo não consegue clivar, isso é característica das gorduras trans, ou seja, vai haver um aumento do LDL, que causa um acúmulo de gordura, e esse acúmulo de gordura causa um aumento no índice de inflamação. AG DE CADEIA ÍMPAR No último ciclo de betaoxidação, vai ter uma molécula de 5 carbonos, depois da clivagem vai liberar um acetil- CoA e um propionoil-CoA (que possui 3 carbonos na sua cadeia). O propionoil-CoA não pode entrar na via do ácido cítrico, então entra numa outra via onde sofre carboxilação (que possui relação com a biotina), e bem resumidamente, depois dessa carboxilação, ele sofre um rearranjo e passa de metilmalonil-CoA para Succinil-CoA, essa reação é feita por uma enzima que deriva da vitamina B12. O succinil-CoA pode entra no ciclo do ácido cítrico. OBS: A anemia perniciosa, doença grave, resulta da falha da absorção eficiente de vitamina B12 pelo intestino. Indivíduos com essa doença não produzem quantidades suficientes do fator intrínseco, glicoproteína essencial para absorção da vitamina B12. A patologia da anemia perniciosa inclui a produção reduzida de eritrócitos, níveis reduzidos de hemoglobina e dano progressivo e severo do sistema nervoso central. A betaoxidação é estimulada em situações de jejum ou de demanda energética alta. Um fato importante é que os humanos não conseguem produzir glicose a partir de acetil-CoA, então o excesso de acetil-CoA forma corpos cetônicos. “Os lipídios queimam na chama dos glicídios”, dizer essa frase significa dizer que os lipídios são usados como fonte de energia. CETOGÊNESE O acetil-CoA pode se juntar com o oxalacetato e ir para o ciclo do ácido cítrico e para a cadeia respiratória, formando muito ATP. Porém, o hepatócito não consegue transportar o acetil-CoA, produzido na betaoxidação, para o sangue para que ele chegue em outros tecidos, essa exportação pe feita por meio dos corpos cetônicos, ou seja, o corpo cetônico é a forma que o figado tem para mandar o acetil-CoA para as outras células do corpo. Quando esse corpo cetônico chega nas outras células, ele é reconvertido em acetil- CoA, para conduzir o processo energético. Os 3 corpos cetônicos possíveis de serem formados são: • Acetona (ela não é utilizada pelo nosso corpo e como é muito volátil acaba sendo eliminada pelos pulmões, por isso pessoas em jejum prolongado ou diabéticos descompensados possuem o hálito cetônico). • Acetoacetato • Betahidroxibutirato Os corpos cetônicos são uma importante fonte de energia para o tecido periférico, são solúveis em soluções aquosa, são usados nos tecidos extra- hepáticos, em jejum muito prolongado 75% das necessidades do tecido nervoso são supridas pelos corpos cetônicos (a principal fonte é a glicose, depois os corpos cetônicos, não utiliza ácidos graxos, pois eles não vencem a barreira hematoencefálica). A tiolase (que está envolvida na betaoxidação) junta 3 moléculas de acetil-CoA, formando o acetoacetil-CoA. Essa molécula é convertida em HMG-CoA, por meio da HMG-CoA sintase, e a HMG-CoA liase converte o HMG-CoA em Acetoacetato, sendo o primeiro corpo cetônico a ser formado. Esse Acetoacetato sofre descarboxilação espontânea, se transformando em cetona. Esse Acetoacetato pode entrar nas células, ser convertido em cetona, ou formar o Betahidroxibutirato (nessa reação vamos precisar de um NADH). Dentro da célula, o acetoacetato sofre ação de enzimas, dentre elas a tiolase, formando acetil-CoA, que pode entrar no ciclo do ácido cítrico. Pergunta da Juliana: Por que o figado não consegue utilizar esse acetil-CoA que está sendo produzido? Como o fígado é o único lugar que faz a gliconeogênese, ele desvia a molécula que iria se juntar com a acetil-CoA para entrar no ciclo de Krebs, o oxalacetato, para a via de gliconeogênese. Como os outros tecidos não fazem gliconeogênese, o oxalacetato está disponível, portanto, pode se juntar ao acetil-CoA e ir para o ciclo de Krebs. CORPOS CETÔNICOS E DIABETES TIPO 1 Na pessoa com essa doença, há uma ação do sistema imune contra as células b-pancreáticas, então, há uma produção deficiente de insulina. Essa redução da insulina provoca uma redução da captação de glicose, e isso causa uma redução do malonil-CoA. É importante lembrar que o malonil-CoA atua sobre a CAT1, inibindo ela, para que a via de degradação de 4 lipídio em energia seja parada, se eu diminuo a concentração de malonil-CoA, eu diminuo a inibição sobre a CAT1 e eu aumento a quantidade de ácido graxo entrando na mitocôndria para sobre o processo de quebra para fornecer energia. Por que isso ocorre? Mesmo que você tenha glicose no sangue, ou seja, uma hiperglicemia, essa glicose não consegue entrar nas células por causa da falta de insulina, é como se sua células entendessem que você está em hipoglicemia, e por isso a via de degradação de lipídios está ativada. Como eu tenho muito ácido graxo entrando na via de degradação, eu aumento a minha quantidade de acetil-CoA. Nesse momento é necessário associar que, a sua célula (no caso o hepatócito), está entendendo que você não tem glicose, então além dela ativar a via alternativa de obtenção de energia, ela ativa a via da gliconeogênese (o fígado faz essa via), ou seja, o oxalacetato é desviado para essa via. Se o oxalacetato é desviado para essa via, ele diminui a sua concentração, ao mesmo tempo que a concentração do acetil-CoA está aumentando, esses dois se ligariam para formar o citrato e entrar no ciclo de Krebs, como não tem oxalacetato, há uma redução do ciclo de Krebs. Essa redução do ciclo de Krebs provoca o aumento da quantidade de acetil-CoA, que aumenta o processo de Cetogênese. Com o processo de Cetogênese aumentado, eu tenho uma grande quantidade de corpos cetônicos sendo jogados no sangue, gerando uma cetoacidose. A cetoacidose consiste na acidificação do pH sanguíneo, relacionado a concentração de corpos cetônicos. Isso é um problema, pois o seu pH sanguíneo não pode variar muito, podendo levar ao coma e morte. É importante relacionar essa alta concentração de corpos cetônicos com o hálito cetônico, ou seja, muitos corpos cetônicos, causam muita descarboxilação espontânea, formando a cetona, que causa o hálito cetônico no diabético. • Cetose: Aumento da concentração de corpos cetônicos (produz mais do que consome). • Cetonemia: Aumento da concentração de corpos cetônicos no sangue. • Cetonúria: Aumento da quantidade de corpos cetônicos na urina. OBS: OBESIDADE E DIABETES TIPO 2, alimentação não balanceada acaba por aumentar o depósito de gordura no corpo, o que prejudica a ação do GLUT4, o que gera uma resistência a insulina. SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS Ocorre no fígado, tecido adiposo e glândulas mamárias, porém o principal é o tecido hepático, a função do tecido adiposo é muito mais armazenar do que produzir. Além disso, é importante dizer que a síntese desses ácidos graxos acontece no citoplasma da célula. A maior parte do lipídio produzido vem do excesso de carboidrato que consumimos. A glicose quando entra na celula tem 3 caminhos básicos: é quebrada na via glicolítica para gerar enérgica, mas, se o balanço da sua celula estiver positivo, a glicose começa a ser estocada em forma de glicogênio (glicogênese), se continuar sobrando glicose, ela é transformada em uma molécula apolar, ou seja, ácidos graxos, por um processo denominado lipogênese. Para a formação do ácido graxo eu preciso essencialmente de 3 coisas: 1. Acetil-CoA (pode ser obtida do excesso de carboidratos ou do excesso de proteínas). 2. Malonil-CoA. 3. NADPH (uma das grandes fontes desse é a via das pentoses fosfato, que é uma via de oxidação alternativa da glicose). Em preto a membrana da célulaem vermelho da mitoc. 5 Quando nos alimentamos, disponibilizamos glicose no sangue, essa glicose chega nas células e segue pela via de glicólise para liberar energia, ou seja, é convertida a piruvato no citosol, que vai ser convertido em acetil-CoA no citoplasma da mitocôndria. Em condições normais, esse acetil-CoA vai se juntar com o oxalacetato e formar o citrato ou ácido cítrico, entrando no ciclo de Krebs. Se o balanço energético dentro da célula for positivo mas você ainda tem muita glicose, para que eu vou fazer mais ciclo de Krebs para liberar energia?, não tem necessidade, então há um acumulo de citrato dentro da matriz mitocondrial, pois o ciclo de Krebs não está com a intensidade reduzida. OBS: O citrato indica a concentração de acetil-CoA, ou seja, muito citrato indica muita acetil-CoA. Esse citrato sai de dentro da matriz mitocondrial e vai para o citosol, pois há enzimas que fazem esse transporte. Chegando no citosol, o citrato é convertido em acetil-CoA, resolvendo um grande problema que era o de transportar a acetil-CoA de dentro da mitocôndria para fora dela, já que não possuímos receptores que façam esse papel. No citosol, a acetil-CoA é convertida em malonil-CoA pela enzima acetil-CoA carboxilase (ACC), ou seja, forma uma molécula de 3 carbonos, e lembrar que a biotina é uma coenzima presente nas reações de carboxilação, e esse processo gasta 1 ATP. Essa conversão acontece, pois, o malonil-CoA é o start para acontecer a síntese de ácidos graxos. Então, a partir do malonil-CoA vai sendo formado o nosso ácido graxo, ou seja, vão acontecendo reações que vão adicionando acetil-CoA junto com o malonil, aumentando a cadeia do ácido graxo, porém, nessa formação do ácido graxo, são usados 2 NADPH por ciclo. EXERCÍCIO DA AULA: Qual é o gasto energético para a produção de um AG de 16C. Vai precisar de 8 acetil-CoA, ou seja, 7 ciclos. Então vamos ter o gasto de 7 ATPs e 14 NADPH. Então a resposta é: 8 acetil-CoA + 7ATP + 14 NADPH. REGULAÇÃO DA ACC A ACC é regulada alostericamente pelo seu produto e pelo citrato. O seu produto, que no caso é um ácido graxo, diminui a atividade dessa enzima, já a presença de citrato aumenta a atividade da enzima. Ela também pode ser regulada por fosforilação, ou seja, controlada pelos hormônios do sangue. Quando estamos com uma concentração baixa de glicose no sangue, o glucagon é liberado e ele chega no fígado e estimula a proteína G, que estimula a adenilato ciclase, que produz o AMPc, que ativa a PKA, e essa PKA fosforila a ACC, deixando ela inativa, ou seja, quando fosforilada, a ACC encontra-se inativa e não há síntese de ácidos graxos, eles são desviados para degradação de ácidos graxos para produzir energia. OBS: É importante lembrar que a ACC produz o malonil-CoA, e este inibe a CAT1, inibindo a via de degradação de ácidos graxos. Se a ACC não está produzindo-o, a CAT1 está funcionando livremente, e os ácidos graxos estão sendo degradados. Já em presença de insulina e adrenalina, o que quer dizer que temos glicose, a PKB ativa a ACC, que produz o malonil-CoA, que segue na via de síntese dos ácidos graxos e age sobre a CAT1, inibindo-a, e travando a via de degradação dos ácidos graxos. BIOSSÍNTESE DE FOSFOLIPÍDIOS Diferente dos triglicerídeos, os fosfolipídios possuem apenas duas moléculas de ácido graxo ligadas ao glicerol e um fosfato. As vias de síntese dos triglicerídeos e dos fosfolipídios não são diferentes até chegarem em uma certa fase, que é o fosfatidato. Para formar o fosfolipídio daqui, são adicionados vários grupos que não precisamos decorar. Se esse fosfatidato for hidratado, ele forma o diacilglicerol, que se receber mais um glicerol forma os TAG, que vão ser armazenados no tecido adiposo. BIOSSÍNTESE DE ESFINGOLIPÍDIOS A esfingosina é a primeira molécula a ser formada e a cerina é o precursor das reações para formação do esfingolipídio. OBS: Pouca informação, mas o que vale é gravar os nomes. BIOSSINTESE DE COLESTEROL LIPOPROTEÍNAS São proteínas que se ligam aos lipídios, formando um complexo, e tornam viáveis o transporte de lipídios apolares pelo sangue que é polar, e possuem sinais de endereçamento desses lipídios. Quilomícrons É a proteína que transporta mais lipídio e está relacionado com o transporte de lipídios da alimentação. Nos vasos 6 sanguíneos, os lipídios sofrem ação das lipases e saem do complexo com o quilomícron. Depois disso os quilomícrons remanescentes são captados para o fígado, liberando-os na forma de VLDL. VLDL É a segunda maior proteína, ele sai do fígado, carregando os lipídios produzidos lá, no sangue ele também sofre ação de lipases, perdendo quase todo o seu conteúdo lipídico, ficando só o colesterol, então, ele passa a ser chamado de IDL. IDL O IDL pode retornar ao figado, ou pode perder mais lipídio ainda, virando o LDL. LDL Esse tem a função de levar o colesterol para os tecidos periféricos que não receberam nada ainda, e ela é a principal responsável por iniciar o processo de aterosclerose. HDL Ele é a lipoproteína que capta o colesterol dos tecidos periféricos, levando esse colesterol ao figado, e ele consegue utilizar ele para formar os sais biliares, que é liberado e absorvido no intestino delgado (eu absorvo a bile para pegar o colesterol e reutilizá-lo). APOLIPOPROTEÍNAS É bem avulsa essa parte então dei uma simplificada para melhorar o entendimento. ApoB-48 Está no quilomícron. Relacionada ao transporte de colesterol. ApoC Está no quilomícron, VLDL, HDL. Ativa a lipase lipoprotéica. ApoE Está no quilomícron, VLDL, HDL. Encaminha as lipoproteínas para o figado para fazer a depuração do que restou no complexo. ApoB-100 VLDL, LDL Faz com que o LDL consiga entregar o colesterol aos tecidos periféricos. ApoA HDL Relacionada ao transporte de glicerol. SINTESE O colesterol pode ser origem endógena (produzido no figado), ou exógena (pela dieta). Ele é muito importante na formação da membrana plasmática das células, é o precursor dos hormônios esteroides (que são formados a partir do colesterol no REL – os principais são glicocorticoide, mineralocorticoide, testosterona, estrogênio e progesterona), ele é precursor da vitamina D (função de aumentar a absorção de cálcio, que é importante para a formação de ossos e dentes, contração muscular, coagulação sanguínea e liberação de vesículas sinápticas), o colesterol ainda é precursor de sais biliares (que não é a mesma coisa que bile, que é o conteúdo como um todo, e os sais biliares são um componente da bile, que tem a função de emulsificar a gordura). O colesterol é transportado pelo organismo na sua forma esterificada, ele atinge essa forma por meio da ação da enzima ACAT. É a partir da acetil-CoA que se forma o colesterol, ou seja, ocorre a junção de dois acetil-CoA, formando um acetoacetil-CoA, que recebe mais um acetil-CoA e vira HMG-CoA, isso é feito pela enzima HMG-CoA sintase. Esse HMG-CoA vai ser convertido em mevalonato pela enzima HMG-CoA redutase. Nessa reação são consumidos dois NADPH e as estatinas são inibidoras da enzima HMG-Coa redutase. OBS: O principal alvo farmacológico é a HMG-CoA redutase, que é onde conseguimos com mais eficiência regular a via de biossíntese do colesterol, por isso a reação em si de formação do glicerol não é tão necessária. 7 Essa HMG-Coa redutase pode ser regulada de 4 formas principais: 1. Regulação hormonal. 2. Regulação por proteólise (que significa quebra de proteínas). 3. Pelo nível de tradução do DNA. 4. Pelo nível de transcrição do DNA. A partir da insulina (que vem do estado alimentado), estimula a desfosforilação da redutase, ou seja, deixa ela ativa, estimulando o processo de produção de colesterol. O glucagon éo hormônio do jejum, estimula a fosforilação da redutase, deixando a HMG-CoA redutase inibida, parando o processo de produção de colesterol. Em relação a proteólise, se está acontecendo uma grande produção de colesterol, a enzima acaba sendo degradada para controlar essa produção, ou seja, há um quebra da proteína. Os baixos níveis de colesterol estimulam uma proteína denominada SER-BP, que é uma ativadora transcricional do gene da HMG-CoA redutase, ou seja, aumenta a transcrição do gene especifico da HMG-Coa redutase, que aumenta a quantidade de RNAm, que aumenta a tradução desse gene e aumenta a quantidade de HMG-CoA redutase, aumentando a quantidade de enzimas você aumenta o processo de produção de colesterol. CORRELAÇÕES CLÍNICAS Aterosclerose: É a reação inflamatória causada pelo excesso de colesterol. O LDL em excesso é oxidado, sendo reconhecido como partícula estranha, e, assim, desencadeia uma resposta inflamatória e forma uma acúmulo de células na parede do vaso, denomina placa de ateroma. Essa placa pode gerar trombos, que se soltos podem ocasionar um AVE. Hipercolesteromia familiar: É a alta taxa de LDL no sangue, que inibe a síntese dos receptores de LDL da célula, fazendo com que haja uma grande concentração de LDL no sangue, aumentando a chance de ter aterosclerose. O medicamento para esse problema são as estatinas que inibem a HMG-CoA redutase.
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