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RESUMO DE METABOLISMO DOS LIPÍDEOS - COMPLETO

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1 
 
INTRODUÇÃO 
Os triglicerídeos (TAG) são os lipídeos de maior 
quantidade do nosso organismo, correspondem a 20% 
do nosso peso corporal e a nossa maior reserva 
energética. São armazenados no tecido adiposo 
unilocular e por serem apolares podem ser 
armazenados em grande quantidade sem o 
comprometimento osmótico, ou seja, podem ser 
armazenados em grande quantidade nas células, sem 
o risco de reações químicas indesejáveis com outros 
constituintes celulares. 
Por serem insolúveis em água, os triacilgliceróis 
ingeridos devem ser emulsificados antes que possam 
ser digeridos por enzimas hidrossolúveis no intestino, e 
os triacilgliceróis absorvidos no intestino ou mobilizados 
dos tecidos de armazenamento devem ser carregados 
no sangue ligados a proteínas que neutralizam a sua 
insolubilidade. 
MOBILIZAÇÃO DOS TAG 
A formação de micelas na emulsão dos triglicerídeos 
aumenta muito a fração das moléculas de lipídeo 
acessíveis à ação das lipases hidrossolúveis no 
intestino, e a ação das lipases converte os 
triacilgliceróis em monoacilgliceróis, diacilgliceróis, 
ácidos graxos livres e glicerol. Depois disso são 
reconvertidos em triacilgliceróis e empacotados com o 
colesterol da dieta e proteínas específicas em 
agregados de lipoproteínas chamados quilomícrons. 
OBS: Para o armazenamento de triacilgliceróis, que 
chegam por meio da dieta por exemplo, há a 
necessidade deles serem quebrados do lado de fora do 
da célula, e reesterificados dentro, ai dá tudo certo. 
O triglicerídeo é formado por uma molécula de glicerol 
mais três ácidos graxos. 
Nos capilares desses tecidos, a enzima extracelular 
lipase lipoproteica, ativada pela apoC-II, hidrolisa os 
triacilgliceróis em ácidos graxos e glicerol. No músculo, 
os ácidos graxos são oxidados para obter energia; no 
tecido adiposo, eles são reesterificados (esterificar 
significa armazenar) para armazenamento na forma de 
triacilgliceróis. 
Quando a dieta contém mais ácidos graxos do que o 
necessário imediatamente como combustível ou como 
precursores, o fígado os converte em triacilgliceróis, 
empacotados com apolipoproteínas específicas 
formando VLDL. As VLDL são transportadas pelo 
sangue até o tecido adiposo, onde os triacilgliceróis são 
removidos da circulação e armazenados em gotículas 
lipídicas dentro dos adipócitos. 
A superfície das gotículas de gordura possui 
perilipinas, família de proteínas que restringem o 
acesso às gotículas lipídicas, evitando a mobilização 
prematura dos lipídeos. 
Os hormônios glucagon e adrenalina (epinefrina) 
chegam na superfície do adipócito e agem sobre a 
adenilato-ciclase, essa produz AMPc, que ativa a 
PKA dentro do adipócito, essa PKA fosforila a 
perilipina, fazendo com que aconteça mudanças que 
abrem a gotícula de lipídeo, e a perilipina fosforilada 
ativa a triacilglicerol lipase e a lipase sensível a 
hormônio, que age sobre di e monoacilglicerol. 
Os ácidos graxos liberados pela ação das lipases 
chegam no sangue, porém, são apolares e insolúveis, 
então se ligam a albumina sérica para serem 
transportados no sangue. Ligados a essa proteína 
solúvel, os ácidos graxos que de outra maneira seriam 
insolúveis, são transportados aos tecido como o 
músculo esquelético, o coração e o córtex renal. 
O glicerol liberado pela ação da lipase é fosforilado pela 
glicerol-cinase, e o glicerol-3-fosfato resultante é 
oxidado a di-hidroxiacetona fosfato, que pode seguir 
pela via da glicólise ou pela via da gliconeogênese, mas 
preferencialmente vai pela via da gliconeogênese 
no figado para produzir glicose para outros tecidos 
(já que a situação do organismo é de necessidade de 
glicose). 
 
 
 
2 
 
DEGRADAÇÃO DO AG 
ATIVAÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS 
O ácido graxo precisa ser ativado quando chega no 
figado em acil-CoA graxo, para que ai sim ele consiga 
entrar na mitocôndria. 
O AG vai ser ativado pela acil-CoA-sintetase, 
formando o acil-CoA graxo, isso acontece no 
citoplasma do hepatócito. Nessa etapa de ativação do 
ácido graxo acontecem duas clivagens que são 
mediadas por ATP, ou seja, a ativação do ácido graxo 
gasta 2 ATP. 
TRANSPORTE POR MEIO DA MEMBRANA 
Depois da ativação, esse ácido graxo precisa 
atravessar as duas membranas da mitocôndria, a 
externa e a interna. 
A membrana externa é impermeável ao acil-CoA graxo, 
então a enzima carnitina aciltransferase I (CAT1) 
associa uma molécula de carnitina ao acil-CoA graxo, 
retirando a coenzima A, formando a acil-carnitina graxo, 
atravessando a membrana plasmática externa e 
chegando no espaço intermembrana da mitocôndria. 
Essa molécula vai ser transportada para a matriz 
mitocondrial por meio da translocase, porém, a 
betaoxidação não acontece sobre a acil-carnitina graxo. 
Por isso, na matriz mitocondrial vai ter a carnitina-acil 
transferase 2 (CAT2), que vai remover a carnitina e 
adicionar a coenzima A novamente, refazendo o acil-
CoA graxo. 
OBS: O malonil-CoA inibe a CAT1, ele é o intermediário 
da síntese de acido graxo, que inibe o transporte de 
acido graxo para dentro da mitocôndria, para impedir o 
processo de quebra do ácido graxo, ou seja, a 
betaoxidação. Então, o malonil-CoA é o principal 
inibidor da betaoxidação. 
OBS: A carritina é usada como suplemento nas 
academias para aumentar a queima de ácidos graxos, 
ou seja, massa gorda. Porém, não adianta você 
aumentar a quantidade de carritina, se você não 
aumenta a quantidade de transportadores, ou seja, 
CAT1 e CAT2, então vai ter uma hora que esse 
aumento na degradação de ácidos graxos satura e 
você não tem mais o efeito de antes. A carritina pode 
ser produzida por meio do aminoácido essencial lisina, 
obtido por meio da dieta. 
A etapa de transporte só acontece com ácidos 
graxos com mais de 12 carbonos, os com menos 
conseguem passar pela membrana. 
 
BETA-OXIDAÇÃO 
As reações desse “ciclo” vão ocorrer sobre o carbono 
beta. 
A primeira reação é colocar uma ligação dupla do tipo 
trans nessa molécula, ou seja, Acil-CoA está na matriz 
mitocondrial e sofre ação da enzima acil-CoA 
desidrogenase ou só desidrogenase (reação de 
oxirredução), para que isso ocorra é preciso reduzir um 
FAD, ou seja, há a liberação de um FADH2. 
A segunda reação que vai ocorrer é uma reação de 
hidratação nessa ligação dupla trans, nessa reação vai 
haver a redução de 1 NAD+ em 1 NADH. 
A terceira reação é a tiolise, que é feita pela enzima 
tiolase e consiste em clivar essa ligação dupla trans e 
adicionar uma coenzima A no carbono beta, liberando 
um acetil-CoA e um ácido graxo com dois carbonos a 
menos (lembrar que o ácido graxo que entra nessa via 
possui mais que 2 carbonos). 
Ou seja, o saldo final de 1 volta no ciclo da 
betaoxidação nos dá: 
• 1 FADH2 
• 1 NADH 
• 1 acetil-CoA 
• 1 ácido graxo com menos 2 carbonos. 
OBS: A alta concentração de NADH/NAD+ inibe a 
enzima responsável pela hidratação, e a alta 
concentração de acetil-CoA inibe a tiolase. 
ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA PAR 
Ela deu o exemplo de um ácido graxo de 16 carbonos, 
ou seja, ele vai passar por 7 ciclos, já que no último ciclo 
há uma molécula de 4 carbonos que quando clivada vai 
liberar 2 moléculas de 2 carbonos logo de cara. 
Na degradação desse AG de 16C, vai haver a liberação 
de 7 NADH, 7 FADH2 e 8 acetil-CoA. 
Considerando que 1 FADH2= 1,5ATP e 1 NADH= 
2,5ATP. 
No fim do processamento de AG vamos gerar um total 
de 106 ATP. 
ÁCIDO GRAXOS MONOINSATURADOS 
Esses AG já possuem uma ligação dupla, só que ela 
não pe trans é cis, e a hidratase só age sobre as 
ligações duplas trans. Portanto, haverá uma enzima 
denominada isomerase, que vai converter essa ligação 
dupla cis em uma trans. 
Porém, uma das etapas da betaoxidação é adicionar 
uma ligação dupla, só que nos AG monoinsaturados 
 
3 
 
você já tem essa ligação dupla, só precisa acertar 
direitinho, então na hora do cálculo de rendimento, você 
vai ter a produção de 1 FADH2a menos. 
OBS: Quando a ligação dupla trans não está no 
carbono beta o nosso corpo não consegue clivar, isso 
é característica das gorduras trans, ou seja, vai haver 
um aumento do LDL, que causa um acúmulo de 
gordura, e esse acúmulo de gordura causa um aumento 
no índice de inflamação. 
AG DE CADEIA ÍMPAR 
No último ciclo de betaoxidação, vai ter uma molécula 
de 5 carbonos, depois da clivagem vai liberar um acetil-
CoA e um propionoil-CoA (que possui 3 carbonos na 
sua cadeia). 
O propionoil-CoA não pode entrar na via do ácido 
cítrico, então entra numa outra via onde sofre 
carboxilação (que possui relação com a biotina), e bem 
resumidamente, depois dessa carboxilação, ele sofre 
um rearranjo e passa de metilmalonil-CoA para 
Succinil-CoA, essa reação é feita por uma enzima que 
deriva da vitamina B12. O succinil-CoA pode entra no 
ciclo do ácido cítrico. 
OBS: A anemia perniciosa, doença grave, resulta da 
falha da absorção eficiente de vitamina B12 pelo 
intestino. Indivíduos com essa doença não produzem 
quantidades suficientes do fator intrínseco, 
glicoproteína essencial para absorção da vitamina B12. 
A patologia da anemia perniciosa inclui a produção 
reduzida de eritrócitos, níveis reduzidos de 
hemoglobina e dano progressivo e severo do 
sistema nervoso central. 
A betaoxidação é estimulada em situações de jejum ou 
de demanda energética alta. Um fato importante é 
que os humanos não conseguem produzir glicose a 
partir de acetil-CoA, então o excesso de acetil-CoA 
forma corpos cetônicos. 
“Os lipídios queimam na chama dos glicídios”, 
dizer essa frase significa dizer que os lipídios são 
usados como fonte de energia. 
CETOGÊNESE 
O acetil-CoA pode se juntar com o oxalacetato e ir para 
o ciclo do ácido cítrico e para a cadeia respiratória, 
formando muito ATP. Porém, o hepatócito não 
consegue transportar o acetil-CoA, produzido na 
betaoxidação, para o sangue para que ele chegue em 
outros tecidos, essa exportação pe feita por meio dos 
corpos cetônicos, ou seja, o corpo cetônico é a forma 
que o figado tem para mandar o acetil-CoA para as 
outras células do corpo. Quando esse corpo cetônico 
chega nas outras células, ele é reconvertido em acetil-
CoA, para conduzir o processo energético. 
Os 3 corpos cetônicos possíveis de serem formados 
são: 
• Acetona (ela não é utilizada pelo nosso corpo e 
como é muito volátil acaba sendo eliminada pelos 
pulmões, por isso pessoas em jejum prolongado ou 
diabéticos descompensados possuem o hálito 
cetônico). 
• Acetoacetato 
• Betahidroxibutirato 
Os corpos cetônicos são uma importante fonte de 
energia para o tecido periférico, são solúveis em 
soluções aquosa, são usados nos tecidos extra-
hepáticos, em jejum muito prolongado 75% das 
necessidades do tecido nervoso são supridas pelos 
corpos cetônicos (a principal fonte é a glicose, depois 
os corpos cetônicos, não utiliza ácidos graxos, pois eles 
não vencem a barreira hematoencefálica). 
A tiolase (que está envolvida na betaoxidação) junta 3 
moléculas de acetil-CoA, formando o acetoacetil-CoA. 
Essa molécula é convertida em HMG-CoA, por meio da 
HMG-CoA sintase, e a HMG-CoA liase converte o 
HMG-CoA em Acetoacetato, sendo o primeiro corpo 
cetônico a ser formado. 
Esse Acetoacetato sofre descarboxilação espontânea, 
se transformando em cetona. 
Esse Acetoacetato pode entrar nas células, ser 
convertido em cetona, ou formar o Betahidroxibutirato 
(nessa reação vamos precisar de um NADH). 
Dentro da célula, o acetoacetato sofre ação de 
enzimas, dentre elas a tiolase, formando acetil-CoA, 
que pode entrar no ciclo do ácido cítrico. 
Pergunta da Juliana: Por que o figado não consegue 
utilizar esse acetil-CoA que está sendo produzido? 
Como o fígado é o único lugar que faz a 
gliconeogênese, ele desvia a molécula que iria se juntar 
com a acetil-CoA para entrar no ciclo de Krebs, o 
oxalacetato, para a via de gliconeogênese. Como os 
outros tecidos não fazem gliconeogênese, o 
oxalacetato está disponível, portanto, pode se juntar ao 
acetil-CoA e ir para o ciclo de Krebs. 
CORPOS CETÔNICOS E DIABETES TIPO 1 
Na pessoa com essa doença, há uma ação do sistema 
imune contra as células b-pancreáticas, então, há uma 
produção deficiente de insulina. 
Essa redução da insulina provoca uma redução da 
captação de glicose, e isso causa uma redução do 
malonil-CoA. 
É importante lembrar que o malonil-CoA atua sobre a 
CAT1, inibindo ela, para que a via de degradação de 
 
4 
 
lipídio em energia seja parada, se eu diminuo a 
concentração de malonil-CoA, eu diminuo a inibição 
sobre a CAT1 e eu aumento a quantidade de ácido 
graxo entrando na mitocôndria para sobre o processo 
de quebra para fornecer energia. 
Por que isso ocorre? 
Mesmo que você tenha glicose no sangue, ou seja, uma 
hiperglicemia, essa glicose não consegue entrar nas 
células por causa da falta de insulina, é como se sua 
células entendessem que você está em hipoglicemia, e 
por isso a via de degradação de lipídios está ativada. 
Como eu tenho muito ácido graxo entrando na via de 
degradação, eu aumento a minha quantidade de 
acetil-CoA. Nesse momento é necessário associar 
que, a sua célula (no caso o hepatócito), está 
entendendo que você não tem glicose, então além dela 
ativar a via alternativa de obtenção de energia, ela ativa 
a via da gliconeogênese (o fígado faz essa via), ou seja, 
o oxalacetato é desviado para essa via. Se o 
oxalacetato é desviado para essa via, ele diminui a sua 
concentração, ao mesmo tempo que a concentração do 
acetil-CoA está aumentando, esses dois se ligariam 
para formar o citrato e entrar no ciclo de Krebs, como 
não tem oxalacetato, há uma redução do ciclo de 
Krebs. 
Essa redução do ciclo de Krebs provoca o aumento da 
quantidade de acetil-CoA, que aumenta o processo 
de Cetogênese. Com o processo de Cetogênese 
aumentado, eu tenho uma grande quantidade de 
corpos cetônicos sendo jogados no sangue, gerando 
uma cetoacidose. 
A cetoacidose consiste na acidificação do pH 
sanguíneo, relacionado a concentração de corpos 
cetônicos. Isso é um problema, pois o seu pH 
sanguíneo não pode variar muito, podendo levar ao 
coma e morte. 
 
É importante relacionar essa alta concentração de 
corpos cetônicos com o hálito cetônico, ou seja, muitos 
corpos cetônicos, causam muita descarboxilação 
espontânea, formando a cetona, que causa o hálito 
cetônico no diabético. 
• Cetose: Aumento da concentração de corpos 
cetônicos (produz mais do que consome). 
• Cetonemia: Aumento da concentração de corpos 
cetônicos no sangue. 
• Cetonúria: Aumento da quantidade de corpos 
cetônicos na urina. 
OBS: OBESIDADE E DIABETES TIPO 2, alimentação 
não balanceada acaba por aumentar o depósito de 
gordura no corpo, o que prejudica a ação do GLUT4, o 
que gera uma resistência a insulina. 
SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS 
Ocorre no fígado, tecido adiposo e glândulas mamárias, 
porém o principal é o tecido hepático, a função do tecido 
adiposo é muito mais armazenar do que produzir. Além 
disso, é importante dizer que a síntese desses ácidos 
graxos acontece no citoplasma da célula. 
A maior parte do lipídio produzido vem do excesso de 
carboidrato que consumimos. 
A glicose quando entra na celula tem 3 caminhos 
básicos: é quebrada na via glicolítica para gerar 
enérgica, mas, se o balanço da sua celula estiver 
positivo, a glicose começa a ser estocada em forma de 
glicogênio (glicogênese), se continuar sobrando 
glicose, ela é transformada em uma molécula apolar, 
ou seja, ácidos graxos, por um processo denominado 
lipogênese. 
Para a formação do ácido graxo eu preciso 
essencialmente de 3 coisas: 
1. Acetil-CoA (pode ser obtida do excesso de 
carboidratos ou do excesso de proteínas). 
2. Malonil-CoA. 
3. NADPH (uma das grandes fontes desse é a via das 
pentoses fosfato, que é uma via de oxidação 
alternativa da glicose). 
Em preto a membrana da célulaem vermelho da mitoc. 
 
5 
 
Quando nos alimentamos, disponibilizamos glicose no 
sangue, essa glicose chega nas células e segue pela 
via de glicólise para liberar energia, ou seja, é 
convertida a piruvato no citosol, que vai ser convertido 
em acetil-CoA no citoplasma da mitocôndria. Em 
condições normais, esse acetil-CoA vai se juntar com o 
oxalacetato e formar o citrato ou ácido cítrico, 
entrando no ciclo de Krebs. 
Se o balanço energético dentro da célula for positivo 
mas você ainda tem muita glicose, para que eu vou 
fazer mais ciclo de Krebs para liberar energia?, não tem 
necessidade, então há um acumulo de citrato dentro 
da matriz mitocondrial, pois o ciclo de Krebs não está 
com a intensidade reduzida. 
OBS: O citrato indica a concentração de acetil-CoA, ou 
seja, muito citrato indica muita acetil-CoA. 
Esse citrato sai de dentro da matriz mitocondrial e vai 
para o citosol, pois há enzimas que fazem esse 
transporte. Chegando no citosol, o citrato é 
convertido em acetil-CoA, resolvendo um grande 
problema que era o de transportar a acetil-CoA de 
dentro da mitocôndria para fora dela, já que não 
possuímos receptores que façam esse papel. 
No citosol, a acetil-CoA é convertida em malonil-CoA 
pela enzima acetil-CoA carboxilase (ACC), ou seja, 
forma uma molécula de 3 carbonos, e lembrar que a 
biotina é uma coenzima presente nas reações de 
carboxilação, e esse processo gasta 1 ATP. 
Essa conversão acontece, pois, o malonil-CoA é o start 
para acontecer a síntese de ácidos graxos. 
Então, a partir do malonil-CoA vai sendo formado o 
nosso ácido graxo, ou seja, vão acontecendo reações 
que vão adicionando acetil-CoA junto com o malonil, 
aumentando a cadeia do ácido graxo, porém, nessa 
formação do ácido graxo, são usados 2 NADPH por 
ciclo. 
EXERCÍCIO DA AULA: Qual é o gasto energético para 
a produção de um AG de 16C. 
Vai precisar de 8 acetil-CoA, ou seja, 7 ciclos. 
Então vamos ter o gasto de 7 ATPs e 14 NADPH. 
Então a resposta é: 8 acetil-CoA + 7ATP + 14 NADPH. 
REGULAÇÃO DA ACC 
A ACC é regulada alostericamente pelo seu produto e 
pelo citrato. O seu produto, que no caso é um ácido 
graxo, diminui a atividade dessa enzima, já a presença 
de citrato aumenta a atividade da enzima. 
Ela também pode ser regulada por fosforilação, ou seja, 
controlada pelos hormônios do sangue. 
Quando estamos com uma concentração baixa de 
glicose no sangue, o glucagon é liberado e ele chega 
no fígado e estimula a proteína G, que estimula a 
adenilato ciclase, que produz o AMPc, que ativa a PKA, 
e essa PKA fosforila a ACC, deixando ela inativa, ou 
seja, quando fosforilada, a ACC encontra-se inativa e 
não há síntese de ácidos graxos, eles são desviados 
para degradação de ácidos graxos para produzir 
energia. 
OBS: É importante lembrar que a ACC produz o 
malonil-CoA, e este inibe a CAT1, inibindo a via de 
degradação de ácidos graxos. Se a ACC não está 
produzindo-o, a CAT1 está funcionando livremente, e 
os ácidos graxos estão sendo degradados. 
Já em presença de insulina e adrenalina, o que quer 
dizer que temos glicose, a PKB ativa a ACC, que produz 
o malonil-CoA, que segue na via de síntese dos ácidos 
graxos e age sobre a CAT1, inibindo-a, e travando a via 
de degradação dos ácidos graxos. 
BIOSSÍNTESE DE FOSFOLIPÍDIOS 
Diferente dos triglicerídeos, os fosfolipídios possuem 
apenas duas moléculas de ácido graxo ligadas ao 
glicerol e um fosfato. 
As vias de síntese dos triglicerídeos e dos fosfolipídios 
não são diferentes até chegarem em uma certa fase, 
que é o fosfatidato. Para formar o fosfolipídio daqui, 
são adicionados vários grupos que não precisamos 
decorar. 
Se esse fosfatidato for hidratado, ele forma o 
diacilglicerol, que se receber mais um glicerol forma os 
TAG, que vão ser armazenados no tecido adiposo. 
BIOSSÍNTESE DE ESFINGOLIPÍDIOS 
A esfingosina é a primeira molécula a ser formada e a 
cerina é o precursor das reações para formação do 
esfingolipídio. 
OBS: Pouca informação, mas o que vale é gravar os 
nomes. 
BIOSSINTESE DE COLESTEROL 
LIPOPROTEÍNAS 
São proteínas que se ligam aos lipídios, formando um 
complexo, e tornam viáveis o transporte de lipídios 
apolares pelo sangue que é polar, e possuem sinais de 
endereçamento desses lipídios. 
Quilomícrons É a proteína que 
transporta mais lipídio e 
está relacionado com o 
transporte de lipídios da 
alimentação. Nos vasos 
 
6 
 
sanguíneos, os lipídios 
sofrem ação das lipases 
e saem do complexo 
com o quilomícron. 
Depois disso os 
quilomícrons 
remanescentes são 
captados para o fígado, 
liberando-os na forma de 
VLDL. 
VLDL É a segunda maior 
proteína, ele sai do 
fígado, carregando os 
lipídios produzidos lá, no 
sangue ele também sofre 
ação de lipases, 
perdendo quase todo o 
seu conteúdo lipídico, 
ficando só o colesterol, 
então, ele passa a ser 
chamado de IDL. 
IDL O IDL pode retornar ao 
figado, ou pode perder 
mais lipídio ainda, 
virando o LDL. 
LDL Esse tem a função de 
levar o colesterol para os 
tecidos periféricos que 
não receberam nada 
ainda, e ela é a principal 
responsável por iniciar o 
processo de 
aterosclerose. 
HDL Ele é a lipoproteína que 
capta o colesterol dos 
tecidos periféricos, 
levando esse colesterol 
ao figado, e ele 
consegue utilizar ele 
para formar os sais 
biliares, que é liberado e 
absorvido no intestino 
delgado (eu absorvo a 
bile para pegar o 
colesterol e reutilizá-lo). 
 
APOLIPOPROTEÍNAS 
É bem avulsa essa parte então dei uma simplificada 
para melhorar o entendimento. 
 
 
ApoB-48 Está no 
quilomícron. 
Relacionada ao 
transporte de 
colesterol. 
ApoC Está no 
quilomícron, 
VLDL, HDL. 
Ativa a lipase 
lipoprotéica. 
ApoE Está no 
quilomícron, 
VLDL, HDL. 
Encaminha as 
lipoproteínas 
para o figado 
para fazer a 
depuração do 
que restou no 
complexo. 
ApoB-100 VLDL, LDL Faz com que o 
LDL consiga 
entregar o 
colesterol aos 
tecidos 
periféricos. 
ApoA HDL Relacionada ao 
transporte de 
glicerol. 
SINTESE 
O colesterol pode ser origem endógena (produzido no 
figado), ou exógena (pela dieta). Ele é muito importante 
na formação da membrana plasmática das células, é o 
precursor dos hormônios esteroides (que são formados 
a partir do colesterol no REL – os principais são 
glicocorticoide, mineralocorticoide, testosterona, 
estrogênio e progesterona), ele é precursor da vitamina 
D (função de aumentar a absorção de cálcio, que é 
importante para a formação de ossos e dentes, 
contração muscular, coagulação sanguínea e liberação 
de vesículas sinápticas), o colesterol ainda é precursor 
de sais biliares (que não é a mesma coisa que bile, que 
é o conteúdo como um todo, e os sais biliares são um 
componente da bile, que tem a função de emulsificar a 
gordura). 
O colesterol é transportado pelo organismo na sua 
forma esterificada, ele atinge essa forma por meio da 
ação da enzima ACAT. 
É a partir da acetil-CoA que se forma o colesterol, ou 
seja, ocorre a junção de dois acetil-CoA, formando um 
acetoacetil-CoA, que recebe mais um acetil-CoA e vira 
HMG-CoA, isso é feito pela enzima HMG-CoA sintase. 
Esse HMG-CoA vai ser convertido em mevalonato pela 
enzima HMG-CoA redutase. Nessa reação são 
consumidos dois NADPH e as estatinas são inibidoras 
da enzima HMG-Coa redutase. 
OBS: O principal alvo farmacológico é a HMG-CoA 
redutase, que é onde conseguimos com mais eficiência 
regular a via de biossíntese do colesterol, por isso a 
reação em si de formação do glicerol não é tão 
necessária. 
 
7 
 
Essa HMG-Coa redutase pode ser regulada de 4 
formas principais: 
1. Regulação hormonal. 
2. Regulação por proteólise (que significa quebra 
de proteínas). 
3. Pelo nível de tradução do DNA. 
4. Pelo nível de transcrição do DNA. 
A partir da insulina (que vem do estado alimentado), 
estimula a desfosforilação da redutase, ou seja, deixa 
ela ativa, estimulando o processo de produção de 
colesterol. O glucagon éo hormônio do jejum, estimula 
a fosforilação da redutase, deixando a HMG-CoA 
redutase inibida, parando o processo de produção de 
colesterol. 
Em relação a proteólise, se está acontecendo uma 
grande produção de colesterol, a enzima acaba sendo 
degradada para controlar essa produção, ou seja, há 
um quebra da proteína. 
Os baixos níveis de colesterol estimulam uma proteína 
denominada SER-BP, que é uma ativadora 
transcricional do gene da HMG-CoA redutase, ou seja, 
aumenta a transcrição do gene especifico da HMG-Coa 
redutase, que aumenta a quantidade de RNAm, que 
aumenta a tradução desse gene e aumenta a 
quantidade de HMG-CoA redutase, aumentando a 
quantidade de enzimas você aumenta o processo de 
produção de colesterol. 
CORRELAÇÕES CLÍNICAS 
Aterosclerose: É a reação inflamatória causada pelo 
excesso de colesterol. O LDL em excesso é oxidado, 
sendo reconhecido como partícula estranha, e, assim, 
desencadeia uma resposta inflamatória e forma uma 
acúmulo de células na parede do vaso, denomina placa 
de ateroma. Essa placa pode gerar trombos, que se 
soltos podem ocasionar um AVE. 
Hipercolesteromia familiar: É a alta taxa de LDL no 
sangue, que inibe a síntese dos receptores de LDL da 
célula, fazendo com que haja uma grande 
concentração de LDL no sangue, aumentando a 
chance de ter aterosclerose. O medicamento para esse 
problema são as estatinas que inibem a HMG-CoA 
redutase.

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