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Paper EJA VI[3105]

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EJA: 	FORMANDO O FUTURO
Lucimeri Nair Severino Willrich¹
Maria Aparecida Wojeczko¹
Simone Goldacker¹
Valéria Angela Martins¹
Maitê Daiana Bassani Waltrick²
	
RESUMO
O presente trabalho foi elaborado através de pesquisa documental e de campo. Sua construção foi feita a partir de materiais já elaborados, tais como livros, periódicos e com a prática, buscamos subsídios entre a teoria e a práticas para realização desta pesquisa. Tendo por objetivo caracterizar os principais pontos da alfabetização dos jovens e adultos e analisar a evasão que acontece propondo uma forma de resgatar esses alunos e assim mantê-los até o término de seus estudos. Repensar as práticas pedagógicas e as causas que levam esses alunos a desistirem dos estudos. Propor algumas ações que possam contribuir de alguma forma para que esses alunos possam continuar e finalizar seus estudos. Observando o seu desdobramento, enfatizamos as dificuldades encontradas no decorrer deste processo, analisando os aspectos iniciais para o seu desenvolvimento com ênfase na sua evolução.
 
Palavras-chave: Jovens e adultos, Evasão, Práticas.
1. INTRODUÇÃO
Através desse trabalho mostraremos a grande importância da educação dos jovens e adultos para o nosso país, e que na escola que o aluno dependendo da idade entende que faz parte da sociedade, sendo responsável pelas suas escolhas. Que as oportunidades devem existir para todos independente da classe social, a escola sendo pensada como instituição de ensino que promove inclusão social, procurando conhecer as histórias de vida, promovendo a diversidade entre os alunos tanto em idade e a questão social.
O planejamento sendo trabalhado de maneira que haja o diálogo, desenvolvendo a interação entre ambos, só através dessas trocas de experiências, possibilitando que as ideias sejam aprimoradas, com essas práticas pedagógicas promovendo oportunidades para todos, assim trabalhando para acabar com a evasão das escolas.
Na prática foi comprovado que a evasão acontece bastante, devido a falta de interesse por parte do aluno, sendo a maioria deles adolescentes que ali frequentam mais por obrigação, tendo aqueles que permanecem não havendo reprovação e conseguem sair formados e tendo uma profissão.
O EJA de Blumenau trabalha com vários parceiros que oferece cursos profissionalizantes, a procura desses alunos por curso para sair com uma formação para o mercado de trabalho é grande. A metodologia que é trabalhada no EJA é a interação entre os educandos, proporcionando aprendizagem através das trocas, os adolescentes sentem mais à vontade, com os mais experientes assim uns ajudando os outros. Os mais velhos com suas experiências do mundo e na sociedade e os mais jovens experientes na área das tecnologias, assim com essas trocas se sentem inseridos na sociedade.
O trabalho está estruturado de tal maneira onde abordamos vários tópicos como: a acessibilidade que o CEJA tem de oferecer aos adultos e jovens. Objetivos a ser alcançado na pesquisa, na fundamentação teórica o tema foi conduzido de maneira a explorar sobre a história do CEJA, como iniciou e ainda hoje como acontece, em materiais e métodos utilizamos um documento de certificado de conclusão de ensino médio para ilustrar como era descrito o histórico de conclusão e uma foto do convite de formatura. Em resultados e discussões discorrem as experiências de pessoas que estudaram no CEJA.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Ao falar de educação de jovens e adultos no Brasil parece ser coisa contemporânea, tendo chegado aqui através dos jesuítas, que era apenas para formação dos indígenas e catequistas da igreja católica. Já a partir dos anos 40, em que passou a ser tratada como um sistema diferenciado e significativo para educação brasileira, naquela época vem mostrando como um sistema apto a melhorar. 
		Em 1920 surgindo questionamento, como fazer nas questões do ensino para os adultos, no qual o estado deveria fazer, pois tratava de necessidade pública, possuía uma taxa alarmante de analfabetismo. Tendo como a preocupação não em formar o sujeito como indivíduo, e sim para a aprendizagem profissional. O analfabeto era considerado um peso para o país, pois não contribuía para o desenvolvimento do Brasil, esse profissional não contribuía na recuperação econômica e industrial do país. 
		Segundo PAIVA (2005, p. 202-203) apud ANZORENA (2013, p.175):
Educar jovens e adultos, em última instância, não se restringe somente a tratar de conteúdos intelectuais, mas implica lidar com valores, com formas de respeitar e reconhecer as diferenças e os iguais. E isto se faz desde o lugar que passam a ocupar nas politicas públicas, como sujeitos de direitos. Nenhuma aprendizagem, portanto, pode se fazer destituída do sentido ético, humano e solidário que justifica a condição de seres humanizados, providos de inteligência [...]. 
		Segundo descrito acima a grande preocupação era preparar mão de obra para a indústria, com a chegada da tecnologia foi preciso de investimentos na educação de homens e mulheres, para que soubessem ler os manuais e saber operar as máquinas informatizada, sendo assim a alfabetização de jovens e adultos tinha por objetivo formar operário, e ter mão de obra qualificada e não a exclusão social, cuja a grande preocupação era a rentabilidade econômica, a pessoa analfabeta era considerada um problema para a sociedade, o ensino preocupavam nas questões políticas e do crescimento econômico do país. As campanhas contra o analfabetismo vêm discutindo alternativas para erradicar e oportunizar uma aprendizagem a todos independendo de idade e posição social.
		Programados para aprender e impossibilitados de viver sem a referência de um amanhã, onde quer que haja mulheres e homens há sempre o que fazer, há sempre o que ensinar, há sempre o que aprender. (PAULO FREIRE, 2016, p. 97.)
		Para Paulo Freire, a educação vem desempenhando um grande papel na sociedade, pois através da educação possibilitando a construção de uma vida mais digna e abrindo caminho para futuro melhor. Por não ter conseguido terminar seus estudos no ensino regular, é percebendo que o melhor caminho e a educação, acabam voltando para o EJA, na busca de oportunidade e conhecimentos e para melhorar a sua qualidade de vida, mesmo assim as dificuldades e tanta que esses alunos acabam encontrando dificuldades em concluir seus estudos e acabando a se invadir da escola, pois a diversidade social e os problemas encontrados no seu dia a dia.
O educador precisa saber trabalhar com as diferenças de idade, etnia e social, porque as oportunidades de alfabetização devem existir para todos independendo o aspecto social, conhecendo a trajetória de cada aluno em que está inserido, deixando de questionar o motivo que saíram da escola. Já que precisam se adequar essas realidades, estando voltando a escola depois de muito tempo, com a ideia de resgate da oportunidade perdida, pois para aprender não há idade.
Haverá necessidade, pois, de proceder de maneira que o aluno sinta que está aprendendo e que pode aprender, desde as primeiras lições. Se, no decorrer das duas primeiras semanas, não chegar a aprender nada, dificilmente voltará ele as aulas. (FÓRUM EJA, CEAA, 2019.)
A diferença entre as idades dentro da sala de aula são fatores que atrapalham nesse primeiro momento, pois um aluno de 15 anos e um de 43 anos estão em tempos diferentes no que diz respeito a aprendizagem, e quando o mesmo se percebe em um ambiente onde não está entendendo nada do proposto se desestimula, e acaba por desistir dos estudos. 
Muitos deles foram obrigados a desistir dos estudos, pois foi preciso começar a trabalhar logo cedo para contribuir na renda familiar, ou no caso de mulheres que casaram muito novas e o marido as impediu de continuarem seus estudos por ciúmes e afins. 
Conforme Paulo Freire, (2011, p.94.) Como educador é preciso conhecer os grupos, que vou trabalhar, fazendo leitura de cada um e de seu contexto. Tendo aqueles que estão forçados em estarem ali, aqueles que querem aprender, outros buscando conhecimentos para transformar
suas vidas, é preciso trabalhar todas essas diversidades tanto com diferença de idades quanto diferença social. A dificuldade desses alunos de aprender é tanto, o envolvimento com drogas, ciúme do parceiro, trabalho e a família, com tantos problemas tendo dificuldades em concentração.
O professor como mediador e articulador deve criar estratégias para que o aluno se sinta acolhido, depois de uma jornada de trabalho, cansaço físico e mental, muitas vezes com problemas financeiros e familiares precisando de pessoas com paciência para que possa dar seguimento aos estudos.
Quando Freire, (1996, p.159) fala da questão do ensinar que significa querer bem os educandos, está se referindo ao sentido de se doar, entrar na história de cada um, conhecendo suas necessidades, seus interesses, suas experiências, suas expectativas para poder assim articular com o conhecimento a ser construído.
Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens educam entre si, mediatizados pelo mundo [...] desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os “os argumentos de autoridade” já não valem. Em que, para ser-se, funcionalmente, autoridade, se necessita de estar sendo com as liberdades e não contra elas. (FREIRE, 2011, p. 95.) 
Ao abrir as janelas da educação para os alunos, o professor deve observar atento, que esse olhar seja de construção e muito conhecimento, havendo trocas de experiências entre ambos, através dessa janela os alunos consigam explorar novos conhecimentos, alcançando seus horizontes tão desejados. Trazendo um planejamento científicos, usando do senso crítico com o que já é familiarizado com meio social de seus alunos, deixando livres nas suas escolhas para que possam administrar sus medos e fracassos, orientando qual o melhor caminho para desvendar os mistérios que só através do conhecimento podemos construir uma vida melhor.
	Possibilitando uma prática que o diálogo sendo muito importante, tanto entre a equipe gestora, professores e alunos, principalmente ao se tratar do aprimoramento profissional, trabalhando o ensino e almejando reflexão sobre a evasão desses alunos, qual a melhor maneira para contribuir que esse aluno permaneça na escola. Fazendo das aulas momento de muitas trocas de experiências, possibilitando que cada aluno seja único nesses momentos das trocas, que suas ideias sejam aprimoradas que a escola será capaz de transformar pela voz influenciando na construção do ensino e o conhecimento.
	Que nas práticas pedagógicas havendo dialogo desenvolvendo através da pesquisa a interação e ajudar da melhor maneira, visando contribuir com a diminuição da evasão escolar dos jovens e adultos, que o empenho coletivo transforme a proposta de adesão divulgando a participação de todos os envolvidos, sabendo ouvir e trabalhando em conjunto o interesse que a conquista e a melhor forma de educação, proporcionando através das trocas de experiências, um ambiente que provoque pensadores conscientes nas suas escolhas e conhecimento.
O Conceito de Alfabetização de jovens e adultos vai se movendo em direção da educação popular na medida em que a realidade começa a fazer alguma exigência à popular na medida em que a realidade começa a fazer alguma exigência à sensibilidade e a competência científica dos educadores e educadoras. Uma destas exigências tem que ver com a compreensão crítica dos educadores do que vem ocorrendo na cotidianidade do meio popular (FREIRE, p. 16, 2016).
 O EJA sendo uma escola de educação para jovens e adultos, no qual foi criado para acolher todos os alunos que queiram concluir os estudos, seja do ensino médio ou ensino fundamental. No qual muitos desses alunos abandonaram, a escola convencionais por dificuldades ou por escolha de vida, muitos são inseridos ao EJA depois de completar 15 anos de idade, no qual o aluno é encaminhado com a permissão dos pais ou familiares, mas muitos voltam depois de anos de abandono de sala de aula através da fábrica por exigência ou por si mesmo para poder mudar de vida para até mesmo conseguir fazer uma faculdade. No EJA se cria laços no qual vem abrindo novos olhares, abrem novas janelas e novas oportunidades para poder transformar a vida e vibrar junto com cada conquista. 
O bom relacionamento entre ambos auxilia o professor na sua prática pedagógica e consequentemente, propicia a compreensão do aluno na sua aprendizagem. (LAIBIDA, 2013, p. 6).
A educação dos jovens e adultos é diferente o qual se tem maneiras de dar aula para aquele aluno, Freire fala sobre a dificuldade de grau no quais professores se devem capacitar para poder trabalhar com esse meio, que o apoio dos familiares é muito importante para que isso aconteça, pois, trabalhar com a educação de jovens e adultos requer paciência, atenção, envolvimento com os educandos e escola, ou ver dele é ter um olhar a educação de jovens e adultos diferente, pois se não tiver um olhar diferente ele poderá se desmotivar e querer sair novamente de sala de aula, mas isto acontece ainda hoje em dia, por falta de apoio. Freire se preocupava era com as pessoas analfabetas, mas para ele o pior analfabeto é aquele que não sabia ler o mundo, que ler e escrever eram um desafio possível que toda pessoa era capaz de aprender, mas escrever e ler o mundo não, para ele tinha outro acreditar no qual a educação era desconhecida, que a grande chave para a alfabetização para Freire é ter um educando envolvido e ter um professor capacitado para poder dar a cada educando condições de conseguir ensinar aprender. 
3. MATERIAIS E MÉTODOS
 
FIGURA 1: CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DE ENSINO MÉDIO
 
FIGURA 2: CONVITE DE FORMATURA
FONTE: Convite de Formatura do CEJA (Centro de Educação de Jovens e Adultos), trinta de novembro de dois mil e sete.
		Esta pesquisa foi elaborada com a utilização da pesquisa DOCUMENTAL, com leitura de periódicos, entrevistas realizadas no CEJA, livros, artigos.
		Foi utilizada a metodologia de pesquisa exploratória documental em dados secundários QUALITATIVA, bem como aproximação do campo a ser pesquisado através da entrevista.
		Este é o certificado de uma aluna que fez o CEJA, depois de anos afastada de uma sala de aula, seu sonho sempre foi estudar e concluir seus estudos na idade apropriada, porém isso não foi possível, pois sua família era de origem humilde e tinha uma quantidade de filhos muita grande em fase escolar, onde tinham que escolher em estudar ou comer. Seus pais também não priorizavam os estudos principalmente para mulheres, em sua concepção o pai falava que o estudo era só para os homens. Certamente essa aluna conseguiu voltar e concluiu o ensino médio depois que se casou. 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
		Com nossas experiências como alunos do EJA, também encontramos muitas dificuldades, os conteúdos eram bastante resumidos, estudar individualmente era muito difícil, os professores estavam em sala para tirar nossas dúvidas nos conteúdos que não entendêssemos lembrando uma educação EAD, precisávamos de bastante empenho e dedicação, voltar a estudar depois de muitos anos fora da escola, é difícil por isso a maioria acaba se evadindo da sala de aula.
		A maior dificuldade era conciliar família, trabalho e escola como a grande maioria dos alunos, precisando sair da escola para ajudar no sustento em casa, ou por problema familiar. Encontramos nos professores muito incentivo e ajuda para que nas dificuldades não desistíssemos, com todos os obstáculos que encontramos no caminho, mas sim fazendo deles uma forma de aprendizado, entendendo que o melhor não é desistir e sim realizar nossos objetivos, para que tudo isso aconteça e que o melhor caminho é a educação.
5. CONCLUSÃO
		
		Acerca desse trabalho, concluímos quão importante se faz o EJA na vida de muitos cidadãos, desse método de ensino abre um leque de possibilidades infinitas. Faz com que muitos sonhos outrora
impossíveis passem a se tornar próximos da realidade. Podemos observar como o professor tem um papel fundamental nesse processo, pois além de passar conhecimento, ele também é muitas vezes incentivador, para que o aluno não desista quando houver as dificuldades. O olhar cuidadoso do professor em perceber os alunos que tem em sala de aula é fundamental, pois partindo desse princípio sabemos que será uma turma mista com diversas idades, mas com atenção e cuidado com os materiais propostos, todos concluíram.
		Nesse contexto entendemos também que para que se desenvolva um ensino de qualidade principalmente no segmento EJA, é preciso que também se desenvolva ações políticas para que este fazer educativo se torne ainda mais eficiente.
REFERÊNCIAS
ANZORENA, Denise Izaguirre, BENEVENUTTI, Zilma Mônica Sansão. Educação de Jovens e Adultos. Indaial: Uniasselvi, 2013.
FREIRE, Paulo; Pedagogia da indignação. São paulo,2016.
FÓRUM EJA. Campanha de educação de adolescentes e adultos. Disponível em: http://www.formueja.org.br/book/expot/html/1564. Acesso em: 03, nov. 2019.
FREIRE, Paulo; Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, 2011.
FREIRE, Paulo; Pedagogia da Autonomia. 12 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
LAIBIDA, Vera Lúcia Bortolleto. PRYJMA, Marielda Ferreira. Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do processo PDE: Evasão escolar na educação de jovens e adultos. (EJA): Professores voltados na permanência do aluno na escola, Paraná, volume I, 18 p. 2013.
1 Nome dos acadêmicos
2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Pedagogia (PED 1761) – Prática do Módulo VI – 21/11/2019

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