LFTP - ARA0144 - A2 - 31 08 2020

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AULA 2 
PROF. ANNA AMÉLIA FREITAS
LEGISLAÇÃO 
FISCAL 
+
TRABALHISTA
+
PREVIDENCIÁRIA 
TEMA I
RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO
1 .1 NOÇÕES GERAIS DO DIREITO DO TRABALHO: 
HISTÓRICO, AUTONOMIA, NATUREZA JURÍDICA, FONTES E 
PRINCÍPIOS 
1 .2 EMPREGADO: CONCEITO, ESPÉCIES E OUTROS TIPOS DE 
TRABALHADORES 
1 .3 EMPREGADOR: CONCEITO, PODERES, GRUPO 
ECONÔMICO/GRUPO DE EMPRESAS, SUCESSÃO 
TRABALHISTA, RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA E SUBSIDIÁRIA
TEMAS DE APRENDIZAGEM
TEMA II
CONTRATO DE TRABALHO 
2 .1 CONCEITO, REQUISITOS, ELEMENTOS, 
ESPÉCIES, CLASSIFICAÇÃO, TERCEIRIZAÇÃO 
2 .2 JORNADA DE TRABALHO, INTERVALOS E 
REMUNERAÇÃO 
2 .3 FÉRIAS: CONCEITO, PRAZO, PERÍODOS 
AQUISITIVO E CONCESSIVO, ABONO 
PECUNIÁRIO, COMUNICAÇÃO E 
REMUNERAÇÃO, FRACIONAMENTO
RELAÇÃO DE TRABALHO X RELAÇÃO DE EMPREGO
EMPREGADO E EMPREGADOR
2.1 - Relação de emprego e relação de trabalho
2.2 – Espécies de Empregados
2.3 - Espécies de Trabalhadores
2.4 - Empregador
2.5 - Poder de direção: organizar, fiscalizar e disciplinar
3TEMAS
EMPREGO TRABALHO
RELAÇÃO DE TRABALHO
(é gênero, nem todos que estão trabalhando são empregados):
X
RELAÇÃO DE EMPREGO
(é apenas uma das espécies da relação de trabalho)
A RELAÇÃO DE EMPREGO envolve três tipos de empregados:
URBANO (regidos pela CLT) 
RURAL (regido por lei específica - Lei 5889/73)
DOMÉSTICO (regidos por lei específica - Lei Complementar 105/5)
DIREITO DO TRABALHO - RELAÇÃO DE TRABALHO
Veste a 
Toga
AULA 2
Em grupo, solucione as 
questões a seguir
AULA 2
SITUAÇÃO PROBLEMA
MOMENTO 
VESTE A 
TOGA
8
Willian tem 65 anos, é casado, pai de Yolanda, Cristina e Marco, 
em janeiro de 2019 foi contratado por Gabriel para cuidar de sua 
fazenda. Suas funções são cuidar das plantas, dos animais para 
alimentar a família de Gabriel. Willian trabalha de segunda a 
sábado, cumprindo a jornada de 44 horas semanais na forma 
estabelecida por Larissa, esposa de Gabriel e recebe um salário 
de R$ 4.000,00. Existe algum vínculo entre Willian e Gabriel? 
Qual (urbano, rural, doméstico)? Justifiquem a resposta.
MOMENTO VESTE A TOGA – SITUAÇÃO PROBLEMA
9
Artigo 3o, CLT - traz o conceito e os requisitos necessários para relação de emprego. O 
empregado tem que ser pessoa física (seja urbano, rural ou doméstico) mas o empregador 
pode ser pessoa física ou jurídica.
REQUISITOS:
1. PESSOA FÍSICA ou pessoa natural
2. PESSOALIDADE (não é qualquer pessoa, é aquela pessoa específica).
3. NÃO EVENTUALIDADE ou habitualidade ou continuidade. Para ser habitual não precisa 
ser todos os dias, pode ser apenas um dia da semana (tratando-se do empregado 
urbano. A legislação do empregado doméstico é diferente, os dias de semana vão 
influenciar na caracterização).
DIREITO DO TRABALHO - RELAÇÃO DE EMPREGO – EMPREGADO URBANO
11
4. SUBORDINAÇÃO JURÍDICA (sujeito as ordens do empregador – Art. 6º., CLT)
✓ Subordinação DIRETA ou subordinação no estabelecimento (trabalha no 
mesmo ambiente que o chefe)
✓ Subordinação À DISTÂNCIA (tele-trabalho, por meio telemático e informatizado 
– não tem espaço físico, trabalha em um site, pela internet, as pessoas podem 
estar em estados diferentes, países diferentes – ambientes virtuais)
✓ Subordinação AO EXTERNO (trabalha externamente ao ambiente da empresa)
✓ EMPREGADO EM DOMICÍLIO, preenche os requisitos da relação de emprego 
mas trabalha da sua própria casa – em home office (Artigo 83, CLT).
DIREITO DO TRABALHO - RELAÇÃO DE EMPREGO – EMPREGADO URBANO
12
5. ONEROSIDADE (trabalho mediante salário, recebe salario em troca de serviços 
prestados)
Estes 5 elementos precisam estar todos juntos para considerar emprego.
6. ALTERIDADE (*) = empregado não corre o risco do negócio, o risco é do 
empregador (alguns doutrinadores o classificam como requisito, outros como 
princípio). Ex.: se o cliente não paga o empregador não quer pagar o empregado. 
Isso não pode pelo princípio da alteridade.
DIREITO DO TRABALHO - RELAÇÃO DE EMPREGO – EMPREGADO URBANO
13
São hipóteses de contratação prazo determinado (Artigo 443, § 2º., alínea):
▪ A (serviço de natureza transitória)
▪ B (atividade empresarial transitória) 
▪ C (contrato de experiência)
Outras regras:
▪ Pode durar no máximo 2 anos (Artigo 445), se for de EXPERIÊNCIA pode durar no máximo 90 dias. 
▪ Só pode prorrogar uma vez (Artigo 451). O contrato determinado começou e acabou, e o 
empregador quer contratar novamente, tem que esperar em regra 6 meses, aí pode fazer outro 
contrato por prazo determinado (Artigo 452). Existem exceções: serviços especializados (só tem 
uma pessoa no Brasil com aquela expertise) ou certos acontecimentos (um evento que está 
prestes a se encerrar).
DIREITO DO TRABALHO - RELAÇÃO DE EMPREGO – EMPREGADO URBANO
REMUNERAÇÃO DO TRABALHO NOTURNO SUPERIOR AO DIURNO
14
Artigo 7o., IX, CRFB/88 (aplica-se ao urbano, rural e doméstico) – remuneração do trabalho 
noturno superior ao diurno.
HORÁRIO NOTURNO - urbano (Artigo 73, CLT) e doméstico (Artigo 14, LC 150/15). Tanto 
para urbano quanto para o doméstico é de 22 às 5h - com isso e nesse intervalo implica 
em adicional de 20% sobre a hora diurna (adicional noturno). Além disso, a hora noturna é 
reduzida: 52 minutos e 30 segundos.
Importante! 
Se ele sai do horário noturno e vai para o diurno ele deixa de receber o adicional.
14DIREITO DO TRABALHO - RELAÇÃO DE EMPREGO – EMPREGADO URBANO
15
Lei 5.889/73 - Artigo 2o. (empregado rural) c/c Artigo 3o. (empregador rural)
16
EMPREGADO RURAL (Artigo 2o.): 
▪ Precisa ser PESSOA FÍSICA;
▪ Que trabalha com PESSOALIDADE;
▪ Existe SUBORDINAÇÃO;
▪ Prestação de serviços de forma NÃO EVENTUAL, ou seja, habitual;
▪ ONEROSIDADE (pagamento pelo serviço prestado);
▪ ALTERIDADE (*) – empregado não corre o risco da atividade econômica
DIREITO DO TRABALHO - RELAÇÃO DE EMPREGO – EMPREGADO RURAL
17
Somado a todos estes requisitos, ele tem que estar LIGADO, VINCULADO A UMA ATIVIDADE 
AGROECONÔMICA (atividade agroeconômica pode ser de: AGRICULTURA ou PECUÁRIA). 
Além disso, esta atividade tem que ser explorada com intuito de gerar lucro, ou seja, 
obrigatoriamente tem que visar o lucro.
O EMPREGADO RURAL também: tem direito a anotação na CTPS e tem seus direitos 
constitucionalmente assegurados (Artigo 7o., CRFB/88).
OBS: A instrumentalização dos direitos do empregado urbano estão essencialmente na CLT. 
Os empregados urbanos e rurais foram igualados em direito pela constituição, mas a 
instrumentalização dos rurais será na lei própria do rural (há pequenas diferenças entre 
urbanos e rurais).
17DIREITO DO TRABALHO - RELAÇÃO DE EMPREGO – EMPREGADO RURAL
18
Se o horário noturno do urbano ou doméstico se estende ao diurno como 
uma continuação do trabalho, ele tem todas as vantagens como se ainda 
estivesse no horário noturno (Súmula 60 e 265, TST). Ex.: se ficar até as 8h, 
ele recebe de 5 às 8h com características do noturno (Artigo 73, § 5o., CLT). 
Já o EMPREGADO RURAL (Artigo 7o. da Lei 5889/73):
▪ Se trabalha com PECUÁRIA: o horário noturno de 20 às 4h. 
▪ Se trabalha com AGRICULTURA: o horário noturno de 21 às 5h.
O percentual do rural é de 25%. O rural não possui hora noturna reduzida, ou seja, sua 
hora noturna é de 60 minutos.
18DIREITO DO TRABALHO - RELAÇÃO DE EMPREGO – EMPREGADO RURAL
19
20
Artigo 1o. - Requisitos: pessoa física, pessoalidade, subordinação, onerosidade. 
O trabalho do doméstico tem que ser de NATUREZA CONTÍNUA (é essencial que 
você na análise isole uma semana de trabalho e observe quantas vezes por semana 
ele trabalha, ou seja, para ser considerado empregado doméstico ele tem que 
trabalhar por mais de 2 dias por semana). 
Os direitos constitucionais dos domésticos também estão na constituição, no Artigo 
7o., porém não são todos os incisos que incidem (os 34 aplicam-se para os urbanos e 
rurais, para os domésticos, escolheram 25, previstos no Artigo 7o., § único).
20DIREITO DO TRABALHO - RELAÇÃO DE EMPREGO – EMPREGADODOMÉSTICO
Lei 150/15
21
Para avaliar se o empregado é doméstico, é MUITO IMPORTANTE OLHAR PARA O 
EMPREGADOR.
O empregador doméstico não pode desenvolver atividade econômica, não pode ter 
finalidade lucrativa, só pode ser uma pessoa ou uma família. 
NÃO pode ser uma pessoa jurídica. 
Ex.1: se o empregador faz da casa uma pensão, ela não pode contratar como empregado 
doméstico (será empregado urbano). 
Ex.2: mesmo que o profissional seja formado em enfermagem, seja enfermeiro em hospital 
você pode contratá-lo na sua casa como empregada doméstico se trabalhar para pessoa 
física e família. Como o urbano, doméstico tem a CTPS anotada e o empregador tem prazo 
de 48 horas para devolução da CTPS (Artigo 9o.). 
21DIREITO DO TRABALHO - RELAÇÃO DE EMPREGO – EMPREGADO DOMÉSTICO
Lei 150/15
A pessoa pode começar a trabalhar como empregado doméstico com 18 anos
(Artigo 1o., § único). 
A regra geral para a jornada de trabalho é de 8h diárias, limitadas a 44 horas semanais, vale 
para urbanos, rurais, domésticos (Artigo 7o., XIII, CF). Em casos de prorrogação, a pessoa 
pode receber (pagamento) em horas extraordinárias ou pode compensar as horas (folgas, 
um exemplo seria banco de horas). Posso fazer um banco de horas com o meu doméstico 
(Artigo 2o. da Lei – na compensação basta ter acordo escrito entre o empregado e o 
empregador). O acréscimo será no mínimo de 50% da hora normal (seja empregado 
domésticos, urbanos e rurais - Artigo 7o., XVI). 
Domésticos contratados por TEMPO PARCIAL (Artigo 3º.). Posso fazer com o doméstico um 
contrato de trabalho por tempo parcial, o doméstico poderá trabalhar até no máximo 25 
horas semanais (urbano 30). E HE pode ser no máximo de 1 hora extraordinária diária. AS 
FÉRIAS TAMBÉM SERÃO PROPORCIONAIS. 
2222DIREITO DO TRABALHO - RELAÇÃO DE EMPREGO – EMPREGADO DOMÉSTICO
Lei 150/15
O doméstico pode ser contratado por prazo determinado (regulado pela mesma linha da 
CLT Artigo 443 - Artigo 4o. ao Artigo 8º. da lei):
▪ Prazo máximo de 2 anos (contratos por prazo determinado). 
▪ Se for de experiência tem limite máximo de 90 dias (Artigo 5º. da Lei). Se ultrapassar 
90 dias, o contrato vira indeterminado (só pode ser prorrogado 1 vez, desde que não 
ultrapasse 90 dias). Se for prorrogado mais de uma vez, o contrato vira indeterminado.
Demissão sem justa causa (Artigo 6o. e Artigo 7o.). Extinção do contrato por prazo 
determinado. Pros urbanos, regidos pela CLT, o tema é tratado no Capítulo Contrato de 
Trabalho (Artigo 442 e sgts). 
2323DIREITO DO TRABALHO - RELAÇÃO DE EMPREGO – EMPREGADO DOMÉSTICO
Lei 150/15
Veste a 
Toga
AULA 2
Em grupo, solucione as 
questões a seguir
AULA 2
EXERCÍCIO 2.1 E 2.2
MOMENTO 
VESTE A 
TOGA
MOMENTO VESTE A TOGA – 2.1
Francisca trabalha na residência de Olivia duas vezes na semana como passadeira. 
Normalmente, o combinado é comparecer ao trabalho às terças e quintas, mas, quando é 
necessário e mediante prévia comunicação, o que acontece com certa frequência, comparece 
em outro dia da semana. Este dia normalmente limita-se a semana, não sendo comum 
ocorrer aos sábados, domingos, feriados e em datas comemorativas. Sua remuneração é feita 
e calculada por dia de trabalho, não há contrato formal e sua CTPS não foi assinada. Quando 
Francisca não comparece, não recebe o pagamento e não sofre nenhum tipo de sanção; 
entretanto, Olivia sempre solicita que a ausência seja previamente comunicada. Francisca 
procura você como advogado (a), para sanar uma dúvida acerca da sua situação de relação 
de trabalho. De acordo com a legislação específica em vigor, qual a situação de Francisca?
Nilton é pai de Paulo, Regina e Andréa e casado com Ilma
há 55 anos. É policial militar de carreira, encontra-se na 
ativa no Estado do Rio de Janeiro. Nos dias de folga 
trabalha como vigilante autônomo no Taquara’s Clube, 
situado na Rua Andrômeda, 171, três dias por semana, em 
jornada de 8 horas diárias, recebe salário mensal e não 
pode ser substituído por qualquer preposto. Nilton recebe 
ordens diretas de Alexandre, Diretor do clube, e por ser 
autônomo, não tem contrato de trabalho e nem CTPS 
anotada. Comente acerca da atividade de Nilton.
MOMENTO VESTE A TOGA – 2.2
NÃO CONFIGURAM VÍNCULO EMPREGATÍCIO
29
TRABALHADOR AUTÔNOMO (não tem SUBORDINAÇÃO, corre o risco da atividade que 
desenvolve, os outros requisitos podem ter ou não). 
A Lei 4886/65 – fala do REPRESENTANTE COMERCIAL AUTÔNOMO (por exemplo). Eu posso 
ter mais de um vínculo de emprego em carteira. 
O advogado pode ser autônomo ou empregado, o médico também, o psicólogo também. 
Estes profissionais podem ter uma atividade como autônomo e outro empregado. 
Pode-se ter dois vínculos de empregado, pois a exclusividade não é condição de emprego, 
só se pactuada, o que não pode é conflitar carga horária.
2929DIREITO DO TRABALHO – PRINCIPAIS RELAÇÕES DE TRABALHO
AUTÔNOMO
30
Trabalhador VOLUNTÁRIO (não recebe salário). Lei 9608/98, Artigo 1o. – traz 
o conceito, realizado o trabalho por altruísmo. 
Pode receber salário in natura – não precisa ser só em dinheiro, pode ser 
em benefícios. Alguns voluntários recebiam lanche e passagem, isto tem 
caráter indenizatório, não caracteriza vínculo de emprego.
303030DIREITO DO TRABALHO – PRINCIPAIS RELAÇÕES DE TRABALHO
VOLUNTÁRIO
Trabalhador EVENTUAL (trabalha de forma eventual, esporádica) -
pessoa que vive de bicos, trabalha pra um, fica um tempo sem 
trabalhar e depois trabalha para outro. Ex.: freelancer.
Freelancer, também conhecido popularmente no Brasil pelas expressões freela
ou frila, é o termo inglês para denominar o profissional eventual que se 
autoemprega em diferentes empresas ou guia seus trabalhos por projetos, 
captando e atendendo seus clientes de forma independente.
DIREITO DO TRABALHO – PRINCIPAIS RELAÇÕES DE TRABALHO
EVENTUAL
32
Trabalhador AVULSO (trabalha em situação eventual, esporádica). O porto tem seus 
empregados celetistas mas ele precisa de avulso em atividades sazonais e específicas, este 
é o AVULSO PORTUÁRIO. 
O porto quando precisa de trabalhos extraordinários, ele entra em contato com o ÓRGÃO 
GESTOR DE MÃO-DE-OBRA (O.G.M.O.). É uma espécie de banco de dados, eles tem o 
cadastro deste tipo de trabalhador. O porto paga para o OGMO e este repassa para o 
empregado. 
Na época da Constituição (Artigo 7o., XXXIV, CRFB/88) os avulsos conseguiram colocar 
igualdade de direitos com os urbanos, mesmo não sendo empregados. Logo, o avulso tem 
todos os direitos garantidos na Constituição como se empregado fosse.
323232DIREITO DO TRABALHO – PRINCIPAIS RELAÇÕES DE TRABALHO
AVULSO
33
Trabalhador COOPERADO ou COOPERATIVADO (Artigos 442, parágrafo único, CLT). Alguns 
empregadores mandaram os empregados embora orientando-os para montarem uma 
cooperativa e trabalhar pra eles, prestando serviços. 
Isso gerou uma fraude muito grande, as empresas usavam os empregados de forma 
regular, e os empregadores tinham mão-de-obra subordinada e se utilizavam do modelo 
de cooperativa, o juiz tinha que descaracterizar). Criou-se então a Lei 12690/12 –
cooperativas de trabalho (objetivo é eliminar a possibilidade de utilizar a cooperativa para 
manter a relação “sem vínculo” de emprego). O Artigo 7o. da lei define os critérios para 
contratação de cooperativa, e estas pessoas passaram a ter uma série de direitos, 
continuam sem ser empregados. Por exemplo, ele tem direito a uma retirada mensal (não 
é salario porque não é empregado), se trabalhar a noite tem direito a uma retirada maior.
333333DIREITO DO TRABALHO – PRINCIPAIS RELAÇÕES DE TRABALHO
COOPERADO
34
ESTAGIÁRIOS (Lei 11788/08). Artigo 1o. – traz o conceito de estágio, ato educativo supervisionado
(a lei define os tipos de ensino que ele deve vinculado e a parte prática. Precisa ter nexo de 
causalidade entre o que está estudando e a parte prática que vai desenvolver no estágio. 
TERMO DE COMPROMISSO DE ESTÁGIO (Artigo 3o. da Lei) – quem assina é o estagiário,a 
instituição de ensino e a empresa que oferece o estágio não tem contrato de trabalho, tem um 
ato de formalização desta contratação. Período máximo 2 anos, se for portador de deficiência 
pode ficar um período maior.
Direitos (Artigo 10 e sgts da Lei): tem direito a receber bolsa, se o estágio é não obrigatório a 
empresa tem que custear o transporte, após 12 meses ele tem direito a um descanso (não é férias, 
ele não tem direito ao 1/3 constitucional, recebe naquele mês a bolsa auxílio). 
*Se o estagiário for em juízo e provar que houve os requisitos da relação de emprego ele passa a ser 
empregado. Estagiário não é empregado mas aprendiz é equiparado. 
343434DIREITO DO TRABALHO – PRINCIPAIS RELAÇÕES DE TRABALHO
ESTAGIÁRIOS
35
APRENDIZ (relação de emprego – Artigo 7o., XXXIII, CF). Aprendiz é empregado (portanto 
tem os direitos garantidos).
▪ É proibido trabalho noturno, perigoso e insalubre para menores de 18 anos, é proibido 
qualquer trabalho até 16 anos, salvo o aprendiz a partir de 14 anos (Lei 13.420/17). 
▪ O aprendiz tem que ser maior de 14 anos e menor que 24 anos (portador de deficiência 
pode ter 24 anos ou mais). 
▪ Tem uma lei própria para regular o FGTS, o percentual é 2%
▪ É garantido para o aprendiz o salário mínimo hora. 
▪ O contrato de aprendizado uma vez pactuado pode durar no máximo 2 anos, porém os 
portadores de deficiência, não tem duração máxima. 
353535DIREITO DO TRABALHO – PRINCIPAIS RELAÇÕES DE TRABALHO
APRENDIZ
36
▪ O contrato de aprendizado é um contrato de trabalho especial, tem que ser 
obrigatoriamente por escrito, obrigatoriamente determinado, anotação na CTPS
▪ Matrícula e frequência do aprendiz: caso não tenha completado o ciclo escolar. O objetivo 
é o desenvolvimento de uma atividade técnico profissional metódica. 
▪ Formas de extinção do contrato (Artigo 433): o prazo acabou, a pessoa atingiu a idade 
limite, pode ocorrer término antecipado por desempenho do aprendiz, em caso de perda 
de ano letivo porque abandonou a escola – frequência – ausência injustificada a escola). 
▪ O curso de aprendizagem pode ser oferecido pelo Sistema S ou outras entidades (Artigo 
430, CLT).
363636DIREITO DO TRABALHO – PRINCIPAIS RELAÇÕES DE TRABALHO
APRENDIZ
Veste a 
Toga
AULA 2
Em grupo, solucione as 
questões a seguir
AULA 2
EXERCÍCIO 2.3
MOMENTO 
VESTE A 
TOGA
39
Diferencie e relacione os requisitos, elementos que 
desconfiguram a relação de emprego, faltante em cada 
relação de trabalho relacionada abaixo:
AUTÔNOMO, VOLUNTÁRIO, AVULSO, EVENTUAL, 
COOPERADO, ESTAGIÁRIO, EVENTUAL, APRENDIZ
MOMENTO VESTE A TOGA – 2.3
41
Como vimos, o 
EMPREGADOR 
DOMÉSTICO 
precisa ser pessoa 
física ou família e 
não pode ter 
finalidade 
lucrativa.
O EMPREGADOR 
RURAL, eu olho para 
atividade 
desempenhada 
(quem está 
explorando?) 
Para que a plantação 
seja considerada 
rural, tem que ter fim 
lucrativo. 
O 
EMPREGADOR 
URBANO é a 
EMPRESA.
414141DIREITO DO TRABALHO – EMPREGADOR
▪ O conceito de empregador (Artigo 2º., CLT), traz palavras chaves: EMPRESA, 
ATIVIDADE ECONÔMICA (o empregado não é vinculado a pessoa que o contratou, 
mas sim a empresa, a atividade econômica, ou seja, vincula a quem explora a 
atividade econômica), INDIVIDUAL OU COLETIVA, quando ASSUME OS RISCOS DA 
ATIVIDADE DESENVOLVIDA (alteridade)
▪ Quando o empregador faz isso ele ADMITE, ASSALARIA, DIRIGE. Comanda; dá ordens; 
fiscaliza para ver se as ordens estão sendo cumpridas – EXERCENDO A DIREÇÃO e seus 
3 decorrentes poderes: fiscalizador ou controlador; organizador ou regulamentar e 
disciplinar. 
▪ O PODER DIRETIVO é de onde derivam todos os poderes.
DIREITO DO TRABALHO – EMPREGADOR
43
Como o empregado é um trabalhador subordinado, este se encontra em obediência ao
PODER DE DIREÇÃO do empregador. O empregador possui a titularidade de organizar a 
produção de bens e serviços fornecidos pela empresa através de sistematização das 
atividades exercidas pelo empregado.
O poder de direção está regulado no Art. 2º, caput, da CLT:
“admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço”
Faz-se necessário mencionar que o poder diretivo do empregador deve ser sempre 
exercido de maneira responsável e coerente, com sensatez, transparência e 
equanimidade.
43434343DIREITO DO TRABALHO – EMPREGADOR – PODER DE DIREÇÃO
44
▪ O empregador tem todo o direito de organizar o seu empreendimento, a sua
empresa.
▪ O PODER ORGANIZADOR ou regulamentar consiste na organização das 
atividades do empregado, inserindo-as no conjunto das atividades de produção, 
visando a obtenção dos objetivos econômicos e sociais da empresa.
▪ Dentro de tal poder, o empregador estabelecerá a “estrutura” da empresa, 
iniciando pela escolha da atividade que será desenvolvida até a quantidade de 
funcionários, bem como suas funções. 
▪ Cabe ao empregador elaborar o regulamento da empresa.
4444444444DIREITO DO TRABALHO – EMPREGADOR – PODER ORGANIZADOR
▪ O PODER DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO, visa manter a ordem e a disciplina. Tal poder
está disposto no contrato de trabalho.
▪ Consiste na faculdade do empregador fiscalizar e controlar as atividades profissionais
dos seus empregados.
▪ Verifica-se claramente tal poder na marcação do cartão ponto, pois decorre do poder de 
fiscalizar o horário de seus empregados.
▪ O poder de controle dá ao empregador o direito de fiscalizar o trabalho, a forma de sua
realização e a utilização de material e as ferramentas de trabalho.
DIREITO DO TRABALHO – EMPREGADOR – PODER FICALIZADOR
O PODER DISCIPLINAR é o direito do empregador impor sanções disciplinares ao
empregado, ou seja, pode ser definido como poder que cabe ao seu titular, o 
empregador, de aplicar sanções, tendo em contrapartida a sujeição do sujeito
passivo, o empregado.
Basea-se na relação entre empregado e empregador, sustentado pela
subordinação. O empregador, na sua titularidade, não pode aplicar seu poder de 
forma excessiva, pois a punição deve estar de acordo com o nível de gravidade da 
ação do empregado, razão pela qual, o empregador pode utilizar três meios.
DIREITO DO TRABALHO – EMPREGADOR – PODER DISCIPLINAR
Artigo 3o. – traz três formas de punição:
▪ Advertência - falta leve, punição mínima, como um puxão de orelha, é censurar a pessoa 
– pode ser oral ou por escrito. A advertência vem na doutrina e na jurisprudência mas 
não tem previsão na CLT.
▪ Suspensão Disciplinar (Art. 474, CLT) – falta média, punição moderada - máximo de 
tempo para suspensão: 30 dias, não trabalha e não recebe. Se ele ficar mais de 30 dias, é 
como se o empregador mandasse embora sem justa causa, seria uma rescisão injusta. 
▪ Justa Causa (Artigo 482, CLT) – falta grave, punição máxima – quem vai classificar a falta 
como leve, média ou grave é o empregador. Cada falta só pode ter uma única punição 
(não posso advertir e suspender como punição para a mesma falta). 
OBS: multa, transferência para outro local, não são formas de punir os empregados.
DIREITO DO TRABALHO – EMPREGADOR – PODER DISCIPLINAR
Veste a 
Toga
AULA 2
Em grupo, solucione as 
questões a seguir
AULA 2
EXERCÍCIOS 
2.4-5-6-7-8-9-10
MOMENTO 
VESTE A 
TOGA
50
MOMENTO VESTE A TOGA – 2.4
Analise as assertivas abaixo e assinale a (s) alternativa (s) correta (s) em relação ao disposto na 
Consolidação das Leis do Trabalho:
I- A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, de forma 
contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º da CLT.
II- O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, 
verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de 
trabalho intermitente.
III- Durante o período de inatividade, o empregado poderá prestar serviços de qualquer 
natureza a outros tomadores de serviço, que exerçam ou não a mesma atividade econômica, 
utilizando contrato de trabalho intermitente ou outra modalidade de contrato detrabalho.
51
MOMENTO VESTE A TOGA – 2.5
De acordo com o disposto na Consolidação das Leis do Trabalho, considera-se empregado a:
a. pessoa jurídica que prestar serviços de natureza eventual a empregador, sob a dependência 
deste e mediante salário ou outra espécie de remuneração.
b. pessoa física ou jurídica que prestar serviços de natureza eventual a empregador, ainda que sem 
dependência deste e mediante qualquer forma de remuneração.
c. pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, ainda que sem a 
dependência deste e independente de salário ou remuneração.
d. pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência 
deste e mediante salário.
e. pessoa física ou jurídica que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a 
dependência deste e mediante qualquer tipo de remuneração.
Acerca da relação de trabalho e da relação de emprego, analise as seguintes afirmativas 
identificando se são falsas ou verdadeiras. 
I. Um profissional autônomo que presta serviços a uma determinada empresa faz parte 
de uma relação de emprego. 
II. A não eventualidade é uma das características da relação de emprego. 
III. É perfeitamente possível existir vínculo de emprego voluntário de forma gratuita. IV. O 
contrato de trabalho temporário pode tratar sobre o desenvolvimento de atividades-
meio e atividades-fim que serão executadas na empresa tomadora dos serviços. V. As 
ações oriundas das relações de trabalho, diferente das de emprego, devem ser 
processadas e julgadas na Justiça Comum.
MOMENTO VESTE A TOGA – 2.6
A Consolidação das Leis do Trabalho trouxe requisitos para a caracterização da relação 
de emprego. A respeito dos requisitos da relação de emprego, assinale a 
alternativa incorreta.
a. É requisito da relação de emprego a subordinação jurídica.
b. É requisito da relação de emprego a prestação de serviços de natureza não eventual.
c. É requisito da relação de emprego a onerosidade.
d. É requisito da relação de emprego a personalidade jurídica do empregado.
MOMENTO VESTE A TOGA – 2.7
Nas relações de trabalho no Brasil, há um instrumento decorrente de previsão legal 
que objetiva estabelecer condições de trabalho aplicáveis às relações individuais de 
trabalho, no âmbito das representações dos trabalhadores, observado o princípio da 
unicidade sindical que estabelece a representação única por categoria e base 
territorial. Qual é esse instrumento?
a. A Responsabilidade Social.
b. A Decisão Colegiada.
c. A Negociação Coletiva.
d. O Acordo Transparente.
MOMENTO VESTE A TOGA – 2.8
A condição de empregado pressupõe:
a. a prestação de serviços com pessoalidade, de forma não eventual e sob dependência 
econômica do empregador.
b. a não eventualidade na prestação dos serviços e a subordinação jurídica ao empregador.
c. a prestação de serviços nas dependências do empregador e sob dependência econômica.
d. o registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social e a subordinação jurídica ao 
empregador.
e. o registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social, o controle da jornada de trabalho 
e a dependência econômica ao empregador.
MOMENTO VESTE A TOGA – 2.9
O Direito do Trabalho é ramo jurídico privado, específico, autônomo e especializado, que 
regula certo tipo de relação laborativa na sociedade contemporânea. Acerca desse assunto, 
analise as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente 
ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado. 
( ) O direito do trabalho envolve tanto o estudo do direito individual quanto do direito coletivo. 
O direito individual do trabalho trata das regras, princípios e institutos jurídicos que regulam a 
relação empregatícia e as relações de trabalho especificadas. 
( ) A relação de emprego requer a prestação de um serviço por pessoa física a outrem. Já a 
relação de trabalho requer que esse serviço seja prestado por pessoa física e com pessoalidade, 
mediante uma contraprestação onerosa, com subordinação jurídica perante o 
empregador e de forma não eventual, ou seja, em caráter contínuo e permanente. 
( ) A Carteira de Trabalho e Previdência Social é obrigatória para o exercício de qualquer 
emprego, inclusive de natureza rural, ainda que em caráter temporário, e para o exercício por 
conta própria de atividade profissional remunerada.
MOMENTO VESTE A TOGA – 2.10
PERGUNTAS e DÚVIDAS
OBRIGADA!
prof.annafreitas@gmail.com
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