Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AESPI – ENSINO SUPERIOR DO PIAUI ANDRESSA ALVES ARAGÃO E SILVA ANTONIA RONILDA TAVARES NEVES PERFIL DE CONSUMO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS ATENDIDOS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE TERESINA - PI 2020 2 ANDRESSA ALVES ARAGÃO E SILVA ANTONIA RONILDA TAVARES NEVES PERFIL DE CONSUMO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS ATENDIDOS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE Projeto de pesquisa apresentado à disciplina de Projeto Técnico Científico Interdisciplinar da Associação de Ensino do Piauí - AESPI, para fim de aprovação na disciplina. Orientador: Dr. Francisco das Chagas Araújo Sousa TERESINA - PI 2020 3 RESUMO O presente trabalho teve como objetivo analisar o perfil de consumo de medicamentos por idosos atendidos em uma unidade básica de saúde, desde modo, foram observados quais os fatores que mais influenciam nesse perfil, Os idosos frequentadores atendidos na rede pública municipal em Campo Maior - PI, fazem uso, em média, de pelo menos, 3 medicamentos de uso contínuo ao dia, possuem média de idade de 70 anos, geralmente não possuem, sequer, ensino fundamental completo, casados, residentes de casa própria, consideram-se ter uma saúde dentro dos padrões e realizam a prática da poli farmácia e automedicação, sendo assim, a pesquisa será realizada em uma unidade básica de saúde localizada no município de Campo Maior - PI, cidade com área territorial de 1.699,383 km2 e situada na mesorregião centro norte do estado do Piauí, distante 84 km da capital Teresina. Campo Maior tem uma população de aproximadamente 46.833 habitantes, a analise espera-se que com esse estudo descritivo-exploratório, possamos avaliar o consumo de medicamentos por idosos em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Utilizando uma abordagem quantitativa. Palavras-chaves: Estudo de caso, reposicionamento, adequação, medicamentos por idosos. 4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 5 1.1 Tema ........................................................................................................... 5 1.2 Problema ..................................................................................................... 7 1.3 Hipótese ...................................................................................................... 7 1.4 Objetivos ..................................................................................................... 7 1.4.1 Geral ................................................................................................... 7 1.4.2 Especifico ............................................................................................ 8 1.5 Justificativa ................................................................................................ 8 2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 9 2.1 O processo de envelhecimento ................................................................... 9 2.2 O aumento da população idosa e o impacto na rede pública de saúde .... 10 2.3 A terapêutica na terceira idade .................................................................. 11 2.4 Doenças mais comuns na terceira idade e sua farmacoterapia ................ 12 2.5 Os idosos na visão do Farmacêutico ........................................................ 13 3. METODOLOGIA .......................................................................................... 15 3.1 Desenho do estudo ................................................................................... 15 3.2 Local do estudo ......................................................................................... 15 3.3 População e amostra do estudo ................................................................ 15 3.4 Critérios de inclusão e exclusão ................................................................ 16 3.5 Coleta de dados ........................................................................................ 16 3.6 Análise de dados ....................................................................................... 16 3.7 Aspectos éticos e legais ............................................................................ 17 3.8 Riscos e benefícios.................................................................................... 17 4. ORÇAMENTO ............................................................................................. 18 5. CRONOGRAMA ......................................................................................... 18 6. RESULTADOS ESPERADOS .................................................................... 19 7. REFERÊNCIAS ........................................................................................... 20 5 1. INTRODUÇÃO 1.1. CONSUMO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS Segundo o Ministério da Saúde (MS), cerca de 17,6 milhões de brasileiros são idosos, e a doença e os medicamentos estão presentes no cotidiano desta população, sendo muito particulares as alternativas para gerenciar tal situação. (BRASIL, 2016). Neste sentido, os medicamentos representam um dos itens mais importantes da atenção à saúde do idoso, uma vez que esta faixa etária tende a usar mais produtos farmacêuticos e apresenta particularidades farmacocinéticas e farmacodinâmicas que se combinam com os múltiplos processos patológicos, influências ambientais e variações genéticas, o que torna os idosos particularmente vulneráveis a efeitos adversos. (COELHO, 2014) Segundo dados, por meio de pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que a população, aponta que o Brasil tem 206.081.432 habitantes. Em uma pesquisa realizada em agosto de 2015, esse mesmo levantamento estimou a população, na época, era de 204.450.649. No período de 2005 e 2015, a proporção de pessoas com idade superior a 60 anos de idade, evoluiu em uma velocidade superior em relação à da média mundial, saiu de 9,8% para 14,3%. De acordo com o relatório mundial, o país está se aproximando da taxa projetada em países desenvolvidos. Espera- se, conforme a mesma projeção, que a população mais velha do Brasil dobre em até 24,3 anos. Nessa projeção, em 2015, o país teria 11,7% de idosos, 2,6 pontos percentuais abaixo do apontado pelos dados da Pnad (IBGE, 2015). Com relação ao uso de medicamentos em idosos, destaca-se a prática da polifarmácia, (Souza, 2018) que, somada à presença de várias doenças, alterações fisiológicas e atendimento por diversos médicos, torna os idosos o principal grupo de risco para utilizar medicamentos potencialmente inapropriados (MPI), além de provocar interações medicamentosas e reações adversas a esses medicamentos.( Locatelli,2017) Em meio a essas transformações demográficas, é importante frisar que, juntamente com as modificações observadas e descritas sob o aspecto quantitativo, precisa-se estar atentos aos aspectos que ultrapassam a http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/08/brasil-tem-204-milhoes-de-habitantes-segundo-o-ibge.html 6 quantidade, já que nos preocupamos com a qualidade de vida dessa população (BARREIRA, 2004). Essas mudanças no perfil epidemiológico do país são resultados de diversas transformações vitais da população nos diferentes aspectos: social, econômico e cultural, acarretando em novos olhares e planejamentos, para contemplarem suas expectativas de saúde, bem como atender às demandas biopsicossociais visando ao equilíbrio do processo vital (VIEIRA, 2004). A aplicação de medicamentos constitui-se como uma verdadeira epidemia entre idosos, o que pode estar relacionado a muitos fatores, tais como: umamaior quantidade eminente de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) neste segmento da população; o incremento da medicalização da saúde observada nos últimos anos e propelida pelo poder da indústria farmacêutica; o estimulo à prescrição de medicamentos observado na formação e na prática dos profissionais da área da saúde, entre outros (SECOLI, 2010). Os idosos ilustram-se como os fundamentais consumidores e maiores beneficiados da terapia medicamentosa contemporânea. Estabelece-se que 23% da população brasileira fazem uso de 60% da produção nacional de medicamentos e que 64,5 milhões de pessoas vivem em condições de pobreza não têm como subsidiar suas necessidades básicas, tampouco tem acesso aos medicamentos, excetuando-se os da rede pública, e que mais de 80% tomam, pelo menos, um medicamento diariamente (REVISTA SAÚDE, 2001 apud TEIXEIRA, 2009). A automedicação é uma prática muito comum, vivenciada por civilizações em todos os tempos. É uma técnica caracterizada por iniciativa do próprio paciente ou de seu responsável em obter ou produzir e utilizar um produto que o mesmo acredita que lhe trará benefícios no tratamento de doenças ou alívio dos sintomas de alguma patologia (Paulo G.L, 1988). O baixo poder aquisitivo da população e a precariedade dos serviços públicos de saúde ofertados pela União, estados e municípios, contrastam com a ocasião em se obter medicamentos, sem pagamento de consulta e sem receita médica, em qualquer farmácia, onde, não raro, encontra-se o encorajamento por parte do balconista interessado em ganhar uma comissão pela venda (NASCIMENTO, 2003). O cômputo de idosos que fazem uso de medicamentos sem a devida orientação médica, em sua maioria, são 7 conduzidos e não conhecem os malefícios que podem causar. É exposto como uma das causas destes constituírem o principal agente tóxico responsável pelas intoxicações humanas registradas no país (LESSA et al., 2008). O delineamento de tratamentos simultâneos de diversas condições de saúde comum em idosos, podem ocasionar, em um regime complexo de medicação. Um trabalho de nível nacional que verificou que a utilização de medicamentos por idosos brasileiros de acordo a faixa etária, constatou que a prática da polimedicação tornar-se maior de acordo a idade, ou seja, quanto maior a idade, mais medicamentos utilizados (SANTOS et al., 2013). 1.2 PROBLEMA Qual o perfil de consumo de medicamentos por idosos e quais os fatores que mais influenciam nesse perfil? 1.3 HIPÓTESE Os idosos frequentadores atendidos na rede pública municipal em Campo Maior - PI, fazem uso, em média, de pelo menos, 3 medicamentos de uso contínuo ao dia, possuem média de idade de 70 anos, geralmente não possuem, sequer, ensino fundamental completo, casados, residentes de casa própria, consideram-se ter uma saúde dentro dos padrões e realizam a prática da poli farmácia e automedicação. As mulheres, em maioria, fazem uso de mais medicamentos que os homens. A maioria faz uso de medicamentos para amenizar problemas gerados pelo sistema cardiovascular. Além de que, muitos deles sofrem de problemas de insônia. 1.4 OBJETIVOS 1.4.1 Geral Descrever o perfil do consumo de medicamentos por idosos atendidos em uma unidade básica de saúde no município de Campo Maior – PI. 1.4.2 Específicos 8 Determinar a prevalência do consumo de medicamentos por idosos; Apontar as classes de medicamentos mais utilizados pelos idosos; Investigar a existência da prática de poli farmácia e automedicação entre os idosos; Identificar as principais falhas no consumo e acondicionamento adequados dos medicamentos por parte dos idosos. 1.5 JUSTIFICATIVA Este trabalho é justificado pela necessidade de pesquisas voltadas ao idoso em relação ao uso de medicamentos feitos pelos mesmos, tendo em vista as pesquisas já existentes que apontam o crescimento cada vez maior de idosos em nosso país que deverá aumentar muito nas próximas décadas (IBGE, 2013). Um consumo cada vez maior de medicamentos entre os idosos indica que esse é o grupo etário que mais lida com o uso de medicamentos na sociedade, representando cerca de 50% dos multiusuários, o que se justifica pelo aumento da predominância de doenças crônicas com a idade (SIMÕES & MARQUES, 2010). Assim, a poli farmácia, caracteriza práticas clínicas comuns aos idosos, podendo enquadrar-se em um tratamento personalizado, desde que o médico prescreva exclusivamente medicamentos essenciais para cada patologia correspondente. Permitindo assim, identificar efeitos colaterais e minimizar os custos do tratamento, ou seja, conduzir e orientar os usuários de vários medicamentos sendo de extrema importância, para que a poli farmácia não constitua fator de risco para o agravo da saúde do idoso (REV. BRAS. GERIATRIA, 2014). 9 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO O conceito de idoso, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da resolução 39/125, sofre uma inconstância entre os países em desenvolvimento e os países desenvolvidos. Nos primeiros, é considerada idosa a população com 60 anos ou mais; nos segundos são idosas as pessoas com 65 anos e mais. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde no Estatuto do Idoso, adota-se que a pessoa que tem 60 anos ou mais é idosa. (SANTOS, 2010), afirma que o idoso é o resultado do seu processo de desenvolvimento, durante todas as fases de sua vida. O processo de envelhecimento procede-se à fase da velhice, mas não se finda nela. Suas alterações naturais são confundidas com enfermidades e dependências, reforçando a cultura e o estereótipo de que velhice e ser velho significam doenças e incapacidades, pois as variações fisiológicas desse processo interferem na capacidade dos idosos de interagir e responder aos estímulos do ambiente exigido pela sociedade. De acordo com Lima et al.; Neri (2006), O envelhecimento pode ser interpretado como um processo sócio vital multifacetado ao longo de todo o curso da vida. A velhice salienta o estado de “ser velho”,é uma condição que resulta do processo de envelhecimento que gerações vivenciaram e vivenciam dentro de contextos sociais, políticos e individuais diversos. Baltes e Smith (2006) ressaltam haver evidências de que a grande maioria dos idosos apresenta nível elevado de comprometimento funcional, dependência e solidão. Entretanto, envelhecer não é sinônimo de doença, inatividade e contração geral no desenvolvimento. Nos dias atuais, especialistas no estudo do envelhecimento, referem-se a três grupos de pessoas mais velhas: os idosos jovens, os idosos velhos e idosos mais velhos. O termo “idosos jovens” geralmente refere-se ás pessoas entre 65 e 74 anos, que habituam-se estar ativas, cheias de vida e vigorosas. Os idosos velhos de 75 a 84 anos, e os idosos mais velhos, 85 anos, ou mais, são aqueles que têm pré-disposição para a fraqueza e para enfermidade e 10 podem ter impedimentos em desempenhar algumas atividades de vida diária (PAPILIA, 2006). Outra Classificação muito usada é por idade funcional, isto é, o quão bem uma pessoa funciona em um ambiente físico e social em comparação a outras idades cronológicas. Um exemplo de modo claro seria uma pessoa de mais de 90 anos com boa saúde física pode ser funcionalmente mais jovem do que uma pessoa de 65 anos que não está, funcionalmente, ativa (PAPILIA, D.E, 2006.) 2.2 O AUMENTO DA POPULAÇÃO IDOSA E O IMPACTO NA REDE PÚBLICA DE SAÚDE. Projeções do Banco Mundial (IBGE, 2012), apontam que a população idosa brasileira dará um salto de 11% da população em idade ativa em 2005 para 49% em 2050, enquanto a população em idade escolar reduzirá de 50% para 29% no mesmo período. Neste sentido, a rapidez do envelhecimento populacional no Brasilserá significativamente maior do que a que ocorreu nas sociedades mais desenvolvidas (VERAS, 2012). O apressurado crescimento da população idosa suscita um importante impacto em toda a sociedade, principalmente no sistema de saúde (LOURENÇO et. al., 2005), visto que essa porção da sociedade tende a retratar-se em maiores números de processos patológicos crônicos e eventualmente afecções agudas (MARTINS et al., 2008). Uma boa parte dos brasileiros procura pelas unidades públicas quando apresenta algum problema de saúde. Uma pesquisa do Ministério da Saúde, elaborada em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sublinha que 71,1% da população foram a estabelecimentos públicos de Saúde para serem atendidos. Deste total, 47,9% apontaram as Unidades Básicas de Saúde como sua principal porta de entrada aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente são 40.674 unidades em funcionamento em todo o país. Os dados também indicam que as políticas públicas cumprem papel fundamental no acesso a medicamentos. Do total de entrevistados, 33,2% obtêm pelo menos um dos medicamentos no SUS e 21,9%, por meio do Programa Farmácia 11 Popular. Na avaliação do perfil dos usuários da rede pública de saúde, o estudo mostra que os serviços chegam a quem mais precisa. Em uma avaliação do perfil dos usuários da rede pública de saúde, o estudo mostra que os serviços chegam a quem mais precisa. A proporção de indivíduos que mais tiveram acesso a medicamentos nos serviços públicos sobe para 41,4% na população sem instrução ou com fundamental incompleto e para 36,7% entre os de cor parda. O mesmo acontece com o Programa Farmácia Popular, ou seja, quem mais utiliza este serviço são as pessoas de menor escolaridade (IBGE, 2012). 2.3 A TERAPÊUTICA NA TERCEIRA IDADE A prática da polifarmácia por muitas vezes faz-se indispensável, pois muitos idosos possuem doenças e sintomas múltiplos que requerem o uso de vários medicamentos para assegurar uma melhor qualidade de vida (COELHO; MARCOPITO; CASTELO, 2004). Costa; Pedroso (2012) Essa prática não indica necessariamente que a prescrições e o uso dos fármacos estejam inexato.Todavia, existemaltas taxas de prevalência da polifarmácia e o uso de váriosmedicamentos fomenta o risco de reações adversas e interações medicamentosas. É necessária uma abordagem mais criteriosa e sistemática para os idosos que realmente precisam da polifarmácia. Os idosos mais velhos praticavam com maior frequência a polifarmácia, assim como em outros estudos no Brasil. Essa similitude entre a polifarmácia e o aumento da idade pode estar diretamente ligada à uma maior utilização de serviços de saúde pelos idosos mais velhos (ISOAHO, 2012). Entre as classes que mais aparecem nesta pesquisa, as mulheres praticavam com maior frequência a polifarmácia, congênere a outros estudos epidemiológicos nacionais. A maior utilização de medicamentos pelas mulheres idosas pode estar ligada a problemas como ao fato de as mulheres viverem mais que os homens e coabitarem por maior tempo com as doenças crônicas, à maior atenção que dão aos seus problemas de saúde e ao relato de maior solicitação dos serviços de saúde (LOYOLA; UCHOA; LIMA-COSTA, 2007). 12 O número de idosos que relatou praticar automedicação é semelhante ao de outros estudos brasileiros. Mais de 30,0% dos idosos praticavam automedicação no nordeste e prevalência de 46,0% dessa prática foi fitada em Minas Gerais. Na revisão de estudos sobre automedicação entre idosos foram localizadas taxas de 12,0% a 44,0%. Grande parte da população, inclusive a idosa, pratica automedicação para tratar de maiores ou maiores sintomas. Relatos indicam o fácil acesso a medicamentos como fator importante nessa prática (RIBEIRO, 2008). 2.4 DOENÇAS MAIS COMUNS NA TERCEIRA IDADE E SUA FARMACOTERAPIA Juntamente com as transmudações da estrutura etária da população, constatam-se mudanças epidemiológicas, com a inovação das causas principais de morte por doenças parasitárias, de caráter agudo, pelas doenças crônico-degenerativas (diabetes, acidente vascular cerebral, neoplasias, hipertensão arterial, demência senil e outras), que se modificam em problemas de longa duração e envolvem, para atendimento apropriado, grande quantidade de recursos materiais e humanos. Por conviver com problemas crônicos de saúde, os idosos, fazem uso com muita frequência, de serviços de saúde e são consumidores de grande número de medicamentos, que embora necessários em muitas oportunidades, quando mal utilizados podem desencadear complicações sérias para a saúde e exacerbação dos custos individuais e governamentais. Acrescenta-se que devido aos inegáveis ganhos terapêuticos obtidos com o uso dos produtos farmacêuticos, eles transpõem a ser utilizados de forma indiscriminada e irracional, seguindo uma lógica de mercado. Os medicamentos mais utilizados pelos idosos entrevistados foram: hipotensores, principalmente os inibidores da ECA, por 71 idosos; e os bloqueadores do canal de cálcio, por 33 idosos; diuréticos, como o hidrocorotiazida, utilizado por 65 idosos; antiagregante plaquetário, por 49 idosos; ansiolíticos, por 24 idosos; antidepressivo, por 36 deles; além dos hipoglicemiantes; antiinflamatórios não- esteróides; antisecretores e analgésicos. 13 Ressalta-se, que o plumitivo dos idosos, 214 (71,1%), toma os medicamentos sozinhos; quase a metade, 134 (44,5%), faz acompanhamento com mais de um médico; mais de um terço, 102 (33,9%), compra os medicamentos e 83 (27,5%) adquirem alguns em farmácia da rede pública e outros na rede privada. Dos idosos, 182 (60,5%) endossam que não esquecem de tomar os medicamentos e 45 (14,9%) às vezes esquecem. Fazem uso de medicamentos por conta própria 111 (36,9%) idosos e, além disso, 225 (74,5%)afirmam ter recebido orientação quanto ao uso do medicamento e 246 (81,7%) afirmam que sabem a indicação do mesmo, enquanto apenas 82 (27,2%) dizem estar informados sobre os efeitos adversos dos medicamentos que utilizam (PORTAL SAÚDE, 2012). 2.5 O IDOSO NA VISÃO DO FARMACÊUTICO A qualidade de vida do idoso é bastante influenciada por sua capacidade de manter a saúde emocional e física. Velhice não significa estar doente, mas, com o avanço da idade, a capacidade funcional diminui e, com isso, o paciente perde sua independência e autonomia, tendo sua qualidade de vida comprometida. Devido às alterações ocasionadas pelo envelhecimento, o paciente tem mais tendência a apresentar uma evolução nas patologias e, como consequência, aumentar o consumo de medicamentos e as chances de erros de administração ou interações medicamentosas (Fidêncio, 2011). Segundo a Organização Mundial de Saúde, espera-se que 6,4% da população mundial seja composta por idosos e estima-se que haja um crescimento para 800.000/mês, representando a população mais crescente em países desenvolvidos. Essa trajetória demográfica tem provocado um aumento na prevalência de doenças crônicas comuns na velhice, nessa faixa etária as doenças crônicas e degenerativas são comuns e frequentemente se utiliza muitos medicamentos. A prescrição e o uso inadequado dos mesmos podem levar a resultados indesejados, acarretando internações hospitalares evitáveis e elevando os custos do sistema de saúde (Filho, 2012). A partir da década de 70, verifica-se um crescimento considerável da população brasileira acima de 60 anos. Segundo dados do Conselho Estadual do Idoso (2012), hoje em dia existem aproximadamente 17 milhões de idosos 14 no Brasil e estima-se que em 2030 esse número aumentará para 35 milhões, sendo esse o segmento de maior crescimento populacional (Lebrão et. al, 2011; Vera, 2011; Coelho Filho et. al, 2012; Flores, 2012 ; Ribeiro, 2011) As causas de adoecimento e mortede idosos são provindas de vários fatores, sendo um desafio para as políticas públicas e de saúde. As políticas de saúde são caracterizadas pela garantia e disponibilidade de acesso ao serviço de saúde, e qualidade dos medicamentos essenciais (Cintra et. al 2011). A maior disposição a ocorrer doenças crônicas com o envelhecimento requer em seu tratamento modificações no estilo de vida e acompanhamento do progresso do quadro clínico que, se não for controlado corretamente, tende a agravar o prognóstico. O crescimento da prevalência destas doenças na idade avançada posiciona os idosos como o grupo etário que mais utiliza medicamentos na sociedade, chegando a representar mais de 50% dos usuários de diversos fármacos (Almeida et. al, 2013). Avaliando o contexto nacional, é possível constatar que, teoricamente, o SUS acata as recomendações da OMS, agindo nas ações de prevenção, promoção e assistência à saúde dos brasileiros. Mas, na realidade, essas ações precisam ser efetivamente implementadas em diversas partes do país, especialmente com relação ao modelo preventivo preconizado (Baldoni et. al, 2011). A alteração drástica na estrutura etária brasileira, advinda em um tempo relativamente curto, origina grandes dificuldades ao Estado para lidar com o novo perfil epidemiológico que, aos poucos, se sobrepõe, sem ter substituído totalmente o perfil anterior predominante, uma vez que a velocidade dessas modificações não está sendo acompanhada pela saúde de qualidade e distribuição de renda para o paciente idoso (Baldoni et. al, 2011). De acordo com Baldoni et al (2011), com o altíssimo número de idosos que estão sendo incluídos anualmente à população brasileira, não podemos deixar de avaliar suas consequências para o sistema de saúde, como o aumento de atendimentos aos portadores de doenças crônicas complexas, não transmissíveis e onerosas, peculiares da população idosa que persistem por anos e exigem cuidados constantes, exames periódicos e medicação contínua. Essa constatação induz à preocupação imediata com a elevada demanda por serviços de saúde, além do aumento de seus custos. 15 3. METODOLOGIA 3.1 DESENHO DO ESTUDO Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, transversal, com abordagem quantitativa, que tem como objetivo avaliar o consumo de medicamentos por idosos em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). A abordagem quantitativa é adequada à realização deste trabalho pelo fato de seu objeto de pesquisa ser um fenômeno mensurável e pelo fato de se tratar de um tema que exija subjetividade dos seus resultados. De acordo com Lakatos et al., (2019), um estudo descritivo abrange toda a qualquer pesquisa que envolva dados numéricos resultados de investigações, que se apresenta em forma de conjunto de quadros, tabelas e gráficos. 3.2 LOCAL DO ESTUDO A pesquisa será realizada em uma unidade básica de saúde localizada no município de Campo Maior - PI, cidade com área territorial de 1.699,383 km2 e situada na mesorregião centro norte do estado do Piauí, distante 84 km da capital Teresina. Campo Maior tem uma população de aproximadamente 46.833 habitantes (IBGE, 2019). 3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA DE ESTUDO Os participantes da pesquisa serão idosos frequentadores de uma UBS em Campo Maior - PI denominada Unidade Básica de Saúde São Luís/São João/ Água Azul que a utilizam para consultas médicas e aquisição de medicamentos. O estudo será realizado com uma amostra não probabilística do tipo acidental. Esse tipo de amostragem é destituído de rigor estatístico, e o pesquisador utiliza os componentes a que tem acesso, sendo possível que estes representem um universo. Assim sendo, a amostra ficará preestabelecida em 80 idosos. 16 3.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO Os critérios de inclusão serão: idosos a partir de 60 anos, usuários de medicamentos, que aceitarem participar da pesquisa, assinando o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) (APÊNDICE I), e que estiverem em condições físicas e mentais de preencher o instrumento de coleta de dados. Os critérios de exclusão serão: indivíduos abaixo de 60 anos, ou idosos que não façam uso de medicamentos e que não se encontrem em condições de prestar as informações e não aceitarem assinar o TCLE. 3.5 COLETA DE DADOS Os dados da pesquisa serão coletados através de um formulário contendo questões pré-elaboradas sobre o tema em pauta (Apêndice II), além de questões que abordam dados sociodemográficos dos participantes, aplicado aos idosos no momento em que estiverem usufruindo o ambiente por meio de consultas ou coletando os medicamentos para uso próprio. Cada participante da pesquisa será convidado a levar à UBS que frequenta, uma sacola contendo as prescrições médicas e todos os medicamentos que usa, no mínimo, há um mês. Tal procedimento será necessário para a coleta de informações sobre prazo de validade, embalagem original dos medicamentos, armazenamento, existência de bulas, prescrições médicas e frequência de consumo. A coleta de dados será feita nos meses de setembro e outubro de 2020. 3.6 ANÁLISE DE DADOS A análise dos resultados obtidos será processada por intermédio de cálculos estatístico, colocados em números absolutos e percentuais, da forma que melhor demonstrar a quantidade amostral e análise das respostas dos sujeitos. Os dados serão armazenados em planilha do programa Microsoft Office Excel for Windows. Será utilizado o teste t student para amostras 17 independentes. Para verificar associação entre as variáveis qualitativas será utilizado o teste qui-quadrado de Pearson. Será adotado um nível de significância estatística de p<0,05. As análises serão realizadas através do software estatístico SPSS® v.21.0 e dispostos em tabelas. 3.7 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS O Projeto será enviado à Plataforma Brasil e daí direcionado para a análise de uma Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) conforme disponibilidade. O pesquisador responsável e participante, isto é, orientador e orientando, respectivamente, comprometer-se-ão com as normas preconizadas pela Resolução CNS nº 466/2012 e suas complementares, que tratam dos aspectos éticos envolvendo seres humanos. Portanto, a coleta de dados deste estudo somente será realizada após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa. 3.8 RISCOS E BENEFÍCIOS A pesquisa poderá trazer algum risco, caso os participantes sintam-se constrangidos durante a coleta das informações contidas no questionário. Se, porventura, algo do tipo acontecer, os mesmos serão tranquilizados de que a pesquisa não visa expô-los a situações vexatórias e nem causar-lhes estado de sobressalto. Não haverá a identificação no formulário do respondente, o que o deixará à vontade para responder, sem pressão, a todas as perguntas. Será também garantida a confidencialidade e o sigilo das informações coletadas. Depois de preenchidos, os questionários serão guardados em embalagens que garantam o anonimato de cada participante. A pesquisa poderá trazer algum benefício direto aos participantes, pois objetiva-se nesse estudo obter informações relevantes sobre o uso e os cuidados relativos aos medicamentos, a fim de que os idosos tenham maior segurança na utilização dos mesmos, a partir de ações desenvolvidas posteriormente ao estudo por profissionais de saúde que tenham a competência, na unidade básica de saúde, de orientar-lhes sobre os cuidados 18 necessários em todo o processo de utilização de armazenamento de medicamentos 4. ORÇAMENTO Descrição das despesas Quantidade Valor Individual Valor Total Resma de Papel A4 03 R$ 18,00 R$ 54,00 Caneta/lápis 04 R$ 2,50 R$ 10,00 Pen Drive 4GB 01 R$ 25,00 R$ 25,00 Cartucho Preto 02 R$ 80,00 R$ 160,00 Cartucho Colorido 01 R$ 120,00 R$ 120,00 Análise Estatística 01 R$ 200,00 R$ 200,00 Análise Gramatical 01 R$ 100,00 R$ 100,00 Encadernação 03 R$ 5,00 R$ 15,00 Capa Dura 03 R$ 80,00 R$ 240,00 Total Geral......................................................................................(R$ 924,00)* *Todas as despesas serão arcadas pelo pesquisador participante do projeto. 5. CRONOGRAMA 2020 ATIVIDADES FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV Definição do Tema X Elaboração do Projeto X X X Levantamento bibliográfico X X X X X X Envio do Projeto à Plataforma Brasil X Coleta de dados X X 19 Organização e análise dos dados coletados X X Discussão dos resultados X X Redação da Monografia X X X X Defesa da Monografia X Elaboração do artigo científico X Envio do artigo para publicação X 6. RESULTADOS ESPERADOS Espera-se que com esse estudo descritivo-exploratório, possamos avaliar o consumo de medicamentos por idosos em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Utilizando uma abordagem quantitativa é adequada à realização deste trabalho pelo fato de seu objeto de pesquisa ser um fenômeno mensurável e pelo fato de se tratar de um tema que exija subjetividade dos seus resultados, pois determina a prevalência e o consumo, tipo de medicamento, investiga se houve a auto medicação pelo idoso, e se o mesmo e acompanhado pela família ou Unidade básica de saúde. A classe de idosos tem se mostrado um importante preditor do uso de medicamentos em vários estudos, fazendo com que possa haver uma conscientização sobre o uso de medicamentos evitando o consumo desnecessário. Estudos internacionais apontam que o aumento da utilização de serviços de saúde pelos idosos de maior idade pode ser responsável pelo maior uso de medicamentos . Espera-se ainda chamar a atenção dos estudantes acadêmicos da área da farmácia, enfermagem onde os mesmo acabam acompanhando de perto a rotina da população nesta idade, pois com os resultados que serão obtidos por meio deste inquérito postal ampliam o conhecimento a respeito da utilização de medicamentos pelos idosos brasileiros, evidenciando a necessidade de aprimoramento da 20 assistência farmacêutica voltada para esse subgrupo da população, mais vulnerável ao risco de iatrogenia. 7. REFERÊNCIAS 1.Almeida HO,Versiani ER, Dias AR, Novaes MRCG, Trindade EMV. Adesão a tratamentos entre idosos. Com. Ciências Saúde. 2013;18(3):57-67. 2.Araújo ALA,1 Pereira LRL2, Ueta JM 2 Freitas O. Perfil da assistência farmacêutica na atenção primária do Sistema Único de Saúde Ciência & Saúde Coletiva, 13(Sup):611-617, 2013 . 3.Baldoni A.O.1; Pereira L.R.L. O impacto do envelhecimento populacional brasileiro para o sistema de saúde sob a óptica da farmacoepidemiologia: uma revisão narrativa. Rev Ciênc Farm Básica Apl., 2011;32(3):313-321. 4.Barros MBA, Francisco PMSB, Lima MG, César CLG. Social inequalities in health among elderly.Cad Saúde Pública 2011; 27 Suppl 2:S198-208. 5.Carvalho ALM, Leopoldino RWD, Silva JEG, Cunha CP.Adesão ao tratamento medicamentoso em usuários cadastrados no Programa Hiperdia no município de Teresina (PI) Clemilton Pereira da Cunha Ciência & Saúde Coletiva,7(7):1885-1892, 2012. 6.Carvalho D.M.O., Rocha R.M.M., Freitas R.M. Investigação de problemas relacionados com medicamentos em uma instituição para longa permanência para idosos. Rev Eletrônica de Farmácia 2013; X(2):24-41. 7.Cintra FA, Guariento ME, Miyasaki LA.Adesão medicamentosa em idosos em seguimento ambulatorial1 Ciência & Saúde Coletiva, 15(Supl. 3):3507-3515, 2010. 21 8.Coelho Filho JM, Marcopito LF, Castelo A. Perfil de utilização de medicamentos por idosos em área urbana do Nordeste do Brasil. Rev Saúde Pública 2014; 38:557-64. 9.Conselho Estadual do Idoso. Os idosos do Rio Grande do Sul: Estudo multidimensional de suas condições de vida. Porto Alegre: Governo do Estado do Rio Grande do Sul-CEI; 2011. 10. Costa KS, Barros MBA, Francisco PMSB, César CLG, Goldbaum M, Carandina L. Utilização de medicamentos e fatores associados: um estudo de base populacional no Município de Campinas, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública 2011; 27:649-58. 11. D’Andrea RD; Silva GP; Marques LAM; Rascado RR. A importância da relação farmacêutica – paciente: percepções dos idosos integrantes da UNATI (universidade aberta à terceira idade) sobre a atuação do farmacêutico. Rev Eletrônica de Farmácia 2012; IX(2):49-60. 12. Diaz RB. Adesão ao tratamento medicamentoso em idosos. In: Papaléo NM, organizador. Gerontologia: a velhice e o envelhecimento em visão globalizada. São Paulo: Atheneu; 2012 p. 230-241. 13. Fidêncio VM, Yamacita FY. ATENÇÃO FARMACÊUTICA AO PACIENTE IDOSO. V Congresso Multiprofissional em Saúde – Atenção ao Idoso, 2011. 14. Filho ETC. Fisiologia do envelhecimento. In: Papaléo NM, organizador. Gerontologia: a velhice e o envelhecimento em visão globalizada. São Paulo:Atheneu;2012.p.60-70. 15. Flores LM, Mengue SS. Uso de medicamentos por idosos em região do sul do Brasil. Rev Saúde Pública 2011; 39(6):924-929. 22 16. Flores VB, Benvegnú LA. Perfil de utilização de medicamentos em idosos da zona urbana de Santa Rosa, Rio Grande do Sul, Brasil. Cad Saúde Pública 2011; 24:1439-46. 17. Gallo JJ, Whitehead JB, Rabins PV, Murphy JB. Reichel assistência ao idoso: aspectos clínicos do envelhecimento: Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2011. 18. Lebrão ML, Laurenti R. Saúde, bem-estar e envelhecimento: o estudo SABE no município de São Paulo. Rev Bras Epidemiol 2011; 8:127-41. 19. Oliveira MA, Francisco PMSB, Costa KS, Barros ABA.Automedicação em idosos residentes em Campinas, São Paulo, Brasil: prevalência e fatores associados. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 28(2):335-345, fev, 2012. 20. Paschoal SMP. Epidemiologia do envelhecimento. In: Papaléo NM, organizador. Gerontologia: a velhice e o envelhecimento em visão globalizada. São Paulo: Atheneu; 2011. p. 26-43. 21. Ribeiro AQ, Rozenfeld S, Klein CH, César CC, Acúrcio FA. Inquérito sobre uso de medicamentos por idosos aposentados, Belo Horizonte, MG. Rev Saúde Pública 2012; 42:724-32. 22. Rozenfeld S. Prevalência, fatores associados e mau uso de medicamentos entre idosos: uma revisão. Cad Saúde Pública 2013; 19:717-24. 23.Veras R. Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e inovações. Rev Saúde Pública 2011; 43: 548-54.
Compartilhar