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Unidade VI - A Teoria na Prática


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Fundamentos 
Metodológicos do 
Ensino de Ciências
A Teoria na Prática
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Wanderli Cunha de Lima
Revisão Textual:
Profa. Esp. Vera Lidia de Sá Cicaroni 
5
• Teoria e Prática
• O Ensino de Ciências
• Educação para Sustentabilidade
Esta unidade tem como tema principal evidenciar a necessidade da dialética entre a teoria e a prática 
como contribuinte para o processo de ensino e aprendizagem de Ciências na Educação Infantil.
A organização desta unidade deu-se com o retorno a alguns assuntos já discutidos na unidade anterior. 
Iniciamos com apontamentos sobre importância de a prática pedagógica favorecer o aprendizado 
significativo pelos alunos. 
Fique atento a essa correlação entre os saberes docentes e a como ela deve estar presente no 
desenvolvimento do trabalho do professor. 
Também nos reportamos às diferentes dimensões do ensino como imprescindíveis para o 
desenvolvimento do trabalho de Ciências na Educação Infantil. E, em seguida, abordamos alguns 
conteúdos que devem estar presentes no ensino de Ciências desde a Educação Infantil.
Para realizarmos aprofundamento da discussão acerca do tema, faremos uma atividade reflexiva, 
com a escrita de um texto argumentativo. Participe dessa atividade, colocando em prática o que foi 
estudado na unidade.
Como você já sabe, é muito importante aproveitar as indicações feitas no material teórico e no 
material complementar. Elas favorecem a compreensão e completam o conteúdo estudado, 
auxiliando no momento da realização das atividades tanto de sistematização do conhecimento 
como de aprofundamento do tema.
 · Nesta unidade buscaremos desmistificar a dicotomia 
culturalmente existente entre teoria e prática. Também faremos 
apontamentos sobre a relação dialética existente entre teoria e 
prática no ensino de Ciências. 
A Teoria na Prática
6
Unidade: A Teoria na Prática
Contextualização
“Didática teórica é aquela desenvolvida nos programas da disciplina, segundo 
pressupostos científicos que visam à ação educativa, mas distanciada desta. 
São pressupostos abstratos que se acumulam sobre o processo de ensino, na 
busca de torná-los mais eficientes. Didática prática é aquela vivenciada pelos 
professores nas escolas a partir do trabalho prático em sala de aula, dentro 
da organização escolar, em relação com as exigências sociais. Esta não tem 
por compromisso comprovar os elementos teóricos estudados em livros ou 
experimentados em laboratórios, mas tem em vista o aluno, seus interesses e 
necessidades práticas.” (PURA, 1989, p. 21).
Partindo dessa afirmação, assista ao vídeo: “Agir e acreditar”, autoquestionando-se sobre:
• Por que é importante, no ensino de Ciências, o conhecimento da teoria e da prática?
• Qual a consequência de não valorizarmos igualmente esses conhecimentos?
• Com que esses conhecimentos irão contribuir para a sua formação enquanto pessoa?
• E na sua formação e atuação profissional, o que implicam esses conhecimentos?
O vídeo está disponível no site abaixo.
http://www.youtube.com/watch?v=G8_1VgQSnTg
7
1. Teoria e Prática
Na Educação, é comum ouvirmos a frase: “Na teoria é fácil, mas na prática a coisa muda 
de figura!”
Mas será que isso é verdade? Nesta unidade, tentaremos desmistificar essa dicotomia.
É certo que, na educação, teoria e prática são as duas faces da mesma moeda e, como tal, 
estão interligadas e são interdependentes. Portanto não se pode falar em uma sem falar na outra.
Na unidade anterior, vimos a importância de o professor se preparar para ministrar aulas 
de Ciências para as crianças, isto é, fazer um planejamento e estudar o conteúdo que será 
apresentado às crianças, a fim de poder fazer “boas perguntas” e estar preparado para dar 
respostas aos questionamentos feitos por elas
Quando o professor assume essa postura, ele está imergindo na teoria. E para quê? 
Podemos concluir que o professor o faz para colocar em prática os 
conhecimentos embasados nas teorias da educação. Dessa maneira, 
sua prática pedagógica tende a contribuir significativamente para o 
aprendizado das crianças.
Observe que esse movimento se insere no contexto de teoria na 
prática e isso não é um fantasma ao qual devemos temer.
Assim, podemos afirmar que, ao se apropriar do conhecimento 
fundamentado nas teorias de aprendizagem, o professor encontra 
autonomia e segurança na sua prática, pois supera os obstáculos e vê 
a possibilidade de realizar um trabalho de qualidade.
Segundo Pimenta (2005), o saber docente não é formado somente pela prática, mas é 
nutrido pelas teorias da educação. Dessa forma, há uma ressignificação mútua, contribuindo 
para a ação contextualizada e reflexiva do professor.
A Educação, qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento 
posta em prática (Paulo Freire)
Thinkstock.com
Thinkstock.com
8
Unidade: A Teoria na Prática
Conclui-se, portanto, a importância da teoria, pois, a falta de unidade entre os saberes 
docentes – teoria e prática – concebe uma prática pedagógica acrítica, a qual não favorece a 
transformação; ao contrário, somente reproduz a sociedade existente.
[...] os saberes teóricos propositivos se articulam, pois, aos saberes da 
prática, ao mesmo tempo ressignificando-os e sendo por eles ressignificados. 
O papel da teoria é oferecer aos professores perspectivas de análises para 
compreender os contextos históricos, sociais, culturais, organizacionais, e de 
si mesmos como profissionais, nos quais se dá sua atividade docente, para 
neles intervir, transformando-os. Daí é fundamental o permanente exercício 
da crítica das condições materiais nas quais o ensino ocorre (PIMENTA, 
2005, p.26).
De acordo com Nóvoa (1991), a formação do professor deve estar permeada pelo 
desenvolvimento pessoal, profissional e organizacional. 
[...] a formação deve estimular uma perspectiva crítico-reflexiva, que forneça 
aos professores os meios de um pensamento autônomo e que facilite as 
dinâmicas de autoformação participada. Estar em formação implica um 
investimento pessoal, um trabalho livre e criativo sobre os percursos e os 
projectos próprios, com vistas à construção de uma identidade, que é também 
uma identidade profissional (NÓVOA, 1991, p.25).
Dessa perspectiva, vemos que a formação do professor deve contribuir para a reflexão crítica 
acerca da função docente. Dessa forma, ao se pensar em teoria e prática, é necessário combinar 
sistematicamente elementos teóricos com as situações práticas do dia a dia.
Vejamos como isso se dá no ensino de Ciências na Educação Infantil.
 
2. O Ensino de Ciências
Para pensar o ensino de Ciências, temos que nos reportar às diferentes dimensões do conteúdo.
Como vimos anteriormente – em outra unidade – a proposta de ensino atual, por encontrar-
se pautada na formação global do indivíduo, prevê o ensino de conteúdos atitudinais e 
procedimentais e não somente o ensino dos conteúdos conceituais como se dava tradicionalmente.
Essa forma de conceber o ensino de conteúdos, focando os procedimentos e atitudes, de certa 
forma, amplia o trabalho do professor. Isso porque demanda reflexão sobre o que, como, e para 
que ensinar. Portanto, não basta dar um texto e dele retirar perguntas para um questionário; agora 
se faz necessário oportunizar aos alunos condições de desenvolver sua autonomia, estimular a 
cooperação entre eles, visando a um aprendizado que favoreça sua vida em sociedade. 
9
Os conteúdos atitudinais, no ensino de Ciências, não devem ser encarados como uma 
forma de promover “atitude científica” nas crianças, como se viu tradicionalmente, porque 
“adotar os procedimentos próprios da ciência como receita para ajudar a resolver problemas 
cotidianos”, para muitos autores, apresenta sua eficácia ou utilidade duvidosa. (POZO, 
GÓMEZ-CRESPO, 2009, p. 37). 
Domesmo modo, a abordagem do conteúdo procedimental, por muito tempo, teve papel 
secundário no ensino. Muito do que se via era a preocupação com os conceitos, mas poucos 
eram os critérios para se organizar os procedimentos necessários para a aprendizagem (POZO, 
GÓMEZ-CRESPO, 2009). 
Mas o que podemos conjecturar sobre esses critérios?
Entre os critérios necessários para estruturar os procedimentos, segundo Pozo e Gomez-
Crespo (2009), é possível encontrar:
• o procedimento para adquirir nova informação – o qual se dá a partir da observação, 
do manejo e da seleção de fontes de informação; 
• o procedimento para interpretar ou elaborar dados – interpretação de uma situação 
cotidiana; 
• o procedimento para analisar e fazer inferência – planejar e realizar um experimento, 
tirar conclusões e/ou comparar; 
• o procedimento para compreender e organizar conceitualmente a informação – 
fazer classificações, estabelecer relações; 
• o procedimento para comunicar seus conhecimentos – com a utilização de recursos 
orais, escritos ou pictográficos. 
Glossário
Pictográfico: Em que os conceitos são representados por cenas figuradas ou por símbolos complexos.
Retomemos o que foi estudado na unidade anterior e veremos essa mesma estrutura 
procedimental – adquirir, interpretar, elaborar, analisar, inferir, compreender, organizar e 
comunicar – sendo apontada como imprescindível para o desenvolvimento do trabalho de 
Ciências na Educação Infantil.
Desse modo, ao elaborar as aulas de Ciências para as crianças da Educação Infantil, o 
professor precisa pensar nessas dimensões e relacionar o conhecimento teórico com sua prática.
Não estamos afirmando que isso seja simples ou fácil de fazer, porém necessário, especialmente 
se pretendemos levar nossas crianças ao encontro da aprendizagem significativa.
10
Unidade: A Teoria na Prática
2.1 Estudos da Natureza - As Plantas
Na Educação Infantil devem-se privilegiar os procedimentos para adquirir novas informações. 
É através do procedimento que a criança começa a construir suas primeiras noções. 
A observação e a exploração do meio constituem-se duas das principais 
possibilidades de aprendizagem das crianças desta faixa etária. É dessa 
forma que poderão, gradualmente, construir as primeiras noções a respeito 
das pessoas, do seu grupo social e das relações humanas. A interação com 
adultos e crianças de diferentes idades, as brincadeiras nas suas mais diferentes 
formas, a exploração do espaço, o contato com a natureza, se constituem em 
experiências necessárias para o desenvolvimento e aprendizagem infantis. 
(BRASIL, 1998, p. 178).
A proposição de um problema é o fio condutor para a aprendizagem; a partir dele é possível 
estruturar todos os procedimentos necessários à aprendizagem.
Possibilitar, na Educação Infantil, a introdução do ensino de Botânica pode ser um dos temas 
mais excitantes para as crianças, despertando-lhes um grande interesse. Isto é, de acordo com 
a abordagem feita pelo professor, é possível envolver as crianças nesse tema, favorecendo seu 
interesse e aprendizagem.
Cuidar de plantas e acompanhar seu crescimento podem se constituir em 
experiências bastante interessantes para as crianças. O professor pode 
cultivar algumas plantas em pequenos vasos ou floreiras, propiciando 
às crianças acompanhar suas transformações e participar dos cuidados 
que exigem, como regar, verificar a presença de pragas etc. Se houver 
possibilidade, as crianças poderão, com o auxílio do professor, participar 
de partes do processo de preparação e plantio de uma horta coletiva no 
espaço externo. (BRASIL, 1998, p. 179).
O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (RCNEI) indica uma prática que pode 
acontecer sem maiores percalços dentro de uma escola – plantar e acompanhar o crescimento 
da planta. E dentro dessa prática é possível trabalhar muitos conceitos, como, por exemplo: as 
diferentes espécies, suas propriedades (se é ornamental, um tempero ou um remédio), o ciclo 
vital, entre outros. 
Trocando Ideias
A iniciação ao conhecimento sobre o desenvolvimento da planta pode ser realizada usando a música 
como estratégia de ensino. O vídeo a seguir pode ser uma sugestão.
http://www.youtube.com/watch?v=yLgN1XwAk_k
11
Bizzo (2009) sugere a apresentação de uma planta carnívora como objeto de análise inicial1, 
visto que ela aguça a curiosidade das crianças. 
É claro que, para propor essa planta como objeto de análise, o professor terá que estudar 
a respeito de suas especificidades, ou seja, quais são as espécies existentes, como as plantas 
carnívoras atraem os insetos e como os digerem, etc.
Outra proposta feita por Bizzo (2009) é o trabalho com sequência de fotos – quando não se 
pode ter a planta para manipulação. Segundo o autor, uma boa sequência de fotos também 
pode ser uma forma interessante de apresentar um problema aos estudantes.
Trocando Ideias
Esse tipo de material – fotos – pode ser facilmente encontrado na internet.
Também se podem ampliar os conhecimentos das crianças sobre esse tema partindo da 
apresentação de vídeos; propondo às crianças a representação teatral – dramatização do 
desenvolvimento de uma planta, por exemplo –; levando-as a passeios nos quais elas entrem em 
contato direto com a natureza, na intenção de observá-la e questioná-la, entre outras situações 
que o professor pode criar com esse propósito.
2.2 Estudos da Natureza - Os Animais
Assim como no ensino com foco nas plantas dentro do estudo da natureza, também o ensino 
com foco nos animais apresenta resultados expressivos de aprendizagem desde a Educação 
Infantil, pois muitos animais fazem parte do dia a dia das crianças, e a outros elas têm acesso 
através das mídias.
 Outros recursos podem ser desenvolvidos na escola com a organização de um trabalho 
pedagógico voltado a esse aprendizado. Sobre isso, os RCNEI sinalizam: 
O contato com pequenos animais, como formigas e tatus-bola, peixes, 
tartarugas, patos, passarinhos etc. pode ser proporcionado por meio de 
atividades que envolvam a observação, a troca de ideias entre as crianças, 
o cuidado e a criação com ajuda do adulto. O professor pode, por exemplo, 
promover algumas excursões ao espaço externo da instituição com o 
objetivo de identificar e observar a diversidade de pequenos animais 
presentes ali. (BRASIL, 1998, p. 178).
Nessa faixa etária, o ensino não deve se prender a conceitos, porque a valorização de termos 
técnicos pode constituir uma formalização não significativa para as crianças por se apresentarem 
de forma descontextualizada (BRASIL, 1998). Por isso os professores devem repensar o modo 
como apresentar a Zoologia e a Biologia aos seus alunos (BIZZO, 2009). 
1 Segundo Bizzo (2009), o estudo de Botânica tem sido realizado com muito êxito, no Ensino Fundamental, quando se apresenta uma 
planta carnívora. Apesar de sua sugestão abarcar crianças maiores do Ensino Fundamental, acreditamos que, também na Educação Infantil, 
seja um trabalho bastante interessante e possível de se realizar.
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Unidade: A Teoria na Prática
Glossário
Zoologia: (proveniente do grego Ζώο, zoon “animal”, e λόγος, -logos “estudo”) é a ciência que 
estuda os animais.
Desconsiderando o conhecimento e as ideias que as crianças já possuem, 
valorizam a utilização de terminologia técnica, o que pode constituir 
uma formalização de conteúdos não significativa para as crianças. Um 
exemplo disso são as definições ensinadas de forma descontextualizadas 
sobre os diversos animais: “são mamíferos” ou “são anfíbios” etc., e as 
atividades de classificar animais e plantas segundo categorias definidas 
pela Zoologia e pela Biologia. Desconsidera-se assim a possibilidade de 
as crianças exporem suas formulações para posteriormente compará-las 
com aquelas que a ciência propõe. (BRASIL, 1998, p. 166).
 Segundo Pozo e Gómez-Crespo(2009), ensinar conceitos muitas vezes pode se resumir 
numa aprendizagem sem significado e, nos melhores casos, servem apenas para que as crianças 
memorizem e reproduzam quando solicitadas. Porém, nesse processo, a compreensão fica à 
deriva, porque “compreender requer pôr em marcha processos cognitivos mais complexos de 
que repetir.” (POZO; GÓMEZ-CRESPO, 2009, p. 82).
O aprendizado da Zoologia pode oferecer a possibilidade da aprendizagem de outros 
conteúdos, como os relativos à saúde, à higiene e ao cuidado e prevenção de acidentes.
A criação de alguns animais na instituição, como tartarugas, passarinhos 
ou peixes, também pode ser realizada com a participação das crianças 
nas atividades de alimentação, limpeza etc. Por meio desse contato, as 
crianças poderão aprender algumas noções básicas necessárias ao trato 
com os animais, como a necessidade de lavar as mãos antes e depois do 
contato com eles, a possibilidade ou não de segurar cada animal e as 
formas mais adequadas para fazê-lo, a identificação dos perigos que cada 
um oferece, como mordidas, bicadas etc. (BRASIL, 1998, p. 178-179).
Pensar no ensino de Ciências partindo de atividades experimentais – e, quando falamos 
em experimentos, estamos nos referindo ao contato das crianças com esses animais e não de 
experimentos de dissecação deles –, as quais ofereçam às crianças um enriquecimento acerca 
do seu conhecimento cotidiano, pode “transformar a aprendizagem em um momento prazeroso, 
descontraído e lúdico, rico de significados, sendo agradável para os alunos e professores.” 
(SILVA; AIKAWA; TERÁN, 2012, p. 138).
Propor às crianças atividades lúdicas no ensino de Zoologia deve ser visto como um meio 
para se ensinar os conceitos referentes aos componentes do ambiente onde cada espécie se 
desenvolve, seus hábitos e características.
13
Muitos são os temas pelos quais as crianças se interessam: pequenos 
animais, bichos de jardim, dinossauros, tempestades, tubarões, castelos, 
heróis, festas da cidade, programas de TV, notícias da atualidade, histórias 
de outros tempos etc. As vivências sociais, as histórias, os modos de vida, 
os lugares e o mundo natural são para as crianças parte de um todo 
integrado. (BRASIL, 1998, p. 163).
Também os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) fazem referência ao desenvolvimento 
dessa forma de trabalho como primordial para obtenção de aprendizagem pelas crianças.
A coleta de informações sobre a vida de determinados animais em seus 
ambientes pode ser feita pela observação de figuras, leituras de pequenos 
textos realizadas pelo professor para a classe, cultivo de plantas, criação 
de pequenos animais (tatuzinhos de jardim, minhocas, borboletas, 
besouros), em que se preservem as condições de sua vida na natureza, 
ou ainda por meio de filmes e de contato com pessoas que conheçam a 
vida dos animais e das plantas. (BRASIL, 2001, v. 4, p. 67) 
Segundo o documento, são momentos em que se oportuniza aos alunos condições de 
organização para que se possam realizar os cuidados necessários à manutenção das criações 
desses pequenos animais, além de proporcionar sua observação em longo prazo.
E, ainda, Bizzo (2009) ressalta que a diversidade do padrão dos animais excede, 
numericamente, a dos vegetais e alerta para o fato de que “ao expor de maneira muito sintética 
a diversidade zoológica, perde-se de vista a grande riqueza de países megadiversos, como o 
Brasil.” (BIZZO, 2009, p. 114). 
Com isso, o autor quer dizer que o 
professor deve suscitar situações em que as 
crianças possam observar e perceber essa 
multiplicidade de espécies animais.
 Por conseguinte, observa-se a considerável 
variedade de assuntos que podem ser 
abordados no ensino. 
Conforme Bizzo (2009), não se deve 
descartar o estudo das zoonoses ao abordar 
diferentes seres vivos.
[...], não se pode deixar de lado uma visão mais ampla de saúde, mas, 
ao mesmo tempo, não se pode negligenciar o entendimento de agentes 
etiológicos e os vetores de importantes endemias de interesse social. 
(BIZZO, 2009, p. 120).
Thinkstock.com
14
Unidade: A Teoria na Prática
Isso significa levar para a sala de aula algumas considerações, possíveis na Educação Infantil, 
sobre alguns problemas de saúde pública e sobre o que e como fazer para se prevenir – incluindo 
a importância das vacinas, da higiene pessoal e do ambiente, etc.. 
A seleção de conteúdos por parte dos professores de Educação Infantil deve considerar a 
“relevância de certos assuntos na realidade social na qual a escola está inserida, mostrando a 
importância dos estudos de Zoologia realizados na disciplina de Ciências.” (BIZZO, 2009, p. 122).
2.3 Ser Humano
A criança, na faixa etária que compreende a Educação Infantil, demonstra grande interesse e/
ou curiosidade não só pelos assuntos relacionados ao conhecimento sobre as plantas e animais, 
mas também pelo seu próprio corpo. 
 De acordo com os RCNEI (1998), na Educação Infantil inicia-se o trabalho para que as 
crianças possam conhecer seu corpo, e as intervenções realizadas pelos professores devem 
aguçar a curiosidade delas de forma que possam reformular suas ideias iniciais. 
Na educação infantil, é possível realizar um trabalho por meio do qual 
as crianças possam conhecer o seu corpo e o que acontece com ele em 
determinadas situações, como quando correm bastante, quando ficam 
muitas horas sem comer etc. Partindo sempre das ideias e representações 
que as crianças possuem, o professor pode fazer perguntas instigantes 
e oferecer meios para que as crianças busquem maiores informações e 
possam reformular suas ideias iniciais. (BRASIL, 1998, p. 190)
A partir do conhecimento sobre o funcionamento 
do corpo, é possível às crianças aprender também a 
cuidar de si mesmas de modo que evitem acidentes e 
mantenham a saúde (BRASIL, 1998).
Por outro lado, o conhecimento da dimensão 
corporal é bastante relevante para as crianças frente às 
mudanças sentidas e vivenciadas por elas na infância. 
(LANES, 2011).
O corpo é a base de percepção e organização da vida humana nos sentidos 
biológico, antropológico, psicológico e social. Desse modo, no âmbito 
educacional, particularmente no que concerne ao seu caráter socializador 
e definidor de identidades individuais e sociais, essa afirmação torna-
se essencial a ser valorizada e considerada, pois a dimensão corporal 
constitui-se uma dimensão relevante para as crianças, sobretudo na 
infância, em que estatura, forma, aparência, sexo e desempenho se 
caracterizam como uma fonte flexível, sofrendo constantes mudanças, 
que podem ser visualizadas, sentidas e vivenciadas “materialmente” ou 
“corporalmente” pelas crianças. (LANES, 2011, p. 14 e 16).
Thinkstock.com
15
Ampliar o conhecimento da criança acerca do mundo natural e social é condição necessária 
para que elas desenvolvam atitudes de respeito e preservação à vida. Nessa expectativa, o 
trabalho com os seres vivos oferece inúmeras oportunidades de aprendizagem para as crianças 
na fase de Educação Infantil. (BRASIL, 1998). 
3. Educação para Sustentabilidade
Pensar em sustentabilidade implica pensar nos componentes da natureza e na relação 
do homem com a natureza. O reconhecimento da ação do homem na paisagem merece 
consideração, pois essa percepção pelas crianças é imprescindível para sua compreensão da 
realidade social e natural, bem como das formas de nela intervir. (BRASIL, 1998).
Então, o que é sustentabilidade?
 
 Explore
Para conhecer um pouco mais sobre o assunto, assista ao vídeo O que é sustentabilidade? O vídeo, 
disponível no site indicado abaixo, explica de forma simples e rápida o que é sustentabilidade.
http://www.youtube.com/watch?v=HAtJgPODRs4
Assim, o termo sustentabilidade abarca quatro conceitos que devem, desde cedo, serem 
apresentados às crianças. Ademais, é preciso estimulá-las a compreender o seu significadoprincipal, ou seja, aprender que sustentabilidade é o equilíbrio entre o que precisamos da 
natureza e o que oferecemos em troca a ela. Desse modo, pressupõe a modificação de atitudes 
decorrentes da sociedade contemporânea, as quais estão tornando eivada nossa natureza.
No ensino de Ciências, a relação existente entre os seres 
vivos deve ser evidenciada, expandindo do micro, para o meso 
e, na sequência, para o macroambiente, a fim de fomentar a 
preocupação ambiental.
O estudo dos seres vivos deve revelar, progressivamente, uma trama 
complexa de relações, o que implica expandir os limites dos ambientes 
considerados, evitando restringir-se a microambientes, como aquários ou 
terrários. Embora eles sejam contextos interessantes para uma primeira 
aproximação do tema, é necessário ter em mente que a compreensão 
dos problemas atuais implica reconhecer as relações que ocorrem entre 
regiões muito distantes (BIZZO, 2009, p. 123). 
Glossário
Eivada: debilitada
16
Unidade: A Teoria na Prática
Não se trata de introduzir conteúdos complexos para as crianças da Educação Infantil, mas de 
não sonegar informações importantes para o desenvolvimento do seu conhecimento científico.
As crianças refletem e gradativamente tomam consciência do mundo 
de diferentes maneiras em cada etapa do seu desenvolvimento. As 
transformações que ocorrem em seu pensamento se dão simultaneamente 
ao desenvolvimento da linguagem e de suas capacidades de expressão. 
(BRASIL, 1998, p. 168).
Levar as crianças a compreender que a ação humana apresenta diferentes formas de relação 
com o meio e que estas se diferenciam de acordo com os diversos grupos e sociedades em cada 
tempo – presente ou passado – é um dos grandes desafios do ensino de Ciências.
Conhecer o mundo implica conhecer as relações entre os seres 
humanos e a natureza, e as formas de transformação e utilização dos 
recursos naturais que as diversas culturas desenvolveram na relação 
com a natureza e que resultam, entre outras coisas, nos diversos objetos 
disponíveis ao grupo social ao qual as crianças pertencem, sejam eles 
ferramentas, máquinas, instrumentos musicais, brinquedos, aparelhos 
eletrodomésticos, construções, meios de transporte ou de comunicação, 
por exemplo. (BRASIL, 1998, p. 186).
Portanto, para que se possam desenvolver determinadas atividades com as crianças na 
área de Ciências Natural faz-se necessário que o professor invista no ensino, buscando 
conhecer a teoria, preocupando-se com a estruturação dos procedimentos, a fim de colocar 
a teoria na prática.
 
17
Material Complementar
• Visite o site do Instituto Biológico e conheça um pouco mais sobre a exposição: “Planeta 
Inseto”
Nessa exposição é possível observar como se dá o ensino de Ciências a partir da ludicidade 
e interatividade. 
Visite o site: http://www.biologico.sp.gov.br/museu.php
• Acesse o link abaixo e assista ao vídeo: “Educação Infantil e o meio ambiente”
Esse vídeo traz algumas ideias sobre como trabalhar a teoria na prática. 
http://www.youtube.com/watch?v=HbG4nrTNprQ
• Para conhecer um pouco mais sobre a importância do perfil do professor para a Educação 
Infantil, acesse: 
http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&v=o4WcvH-2IbI&NR=1
Veja como a professora Maria Malta, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas e 
professora da PUC de São Paulo, aprofunda sobre o assunto.
• Acesse o site: www.terra.com.br/crianças 
Esse site é apropriado para pesquisas escolares, apresentando curiosidades sobre animais 
e plantas, preservação ambiental, entre outras.
É isso aí... Novos conhecimentos para pôr em prática na realização de suas atividades.
18
Unidade: A Teoria na Prática
Referências
BIZZO, Nélio. Mais ciência no ensino fundamental: metodologia de ensino em foco. 
São Paulo: Editora do Brasil, 2009.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria do ensino Fundamental. Parâmetros 
curriculares nacionais: ciências naturais. - 3. ed. - Brasília, DF: MEC, 2001. v.4.
__________. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação 
Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil /Ministério da Educação 
e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998.
LANES, Dário Vinícius Ceccon. Ensino de ciências por meio da recreação na educação 
infantil. 2011. 65 f. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências: Química da Vida e 
Saúde)- Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul, 2011. Disponível em < 
http://w3.ufsm.br/ppgecqv/Docs/Dissertacoes/DarioLanes.pdf>. 
NÓVOA, Antonio. A formação contínua de professores: realidades e perspectivas. 
Aveiro: Universidade de Aveiro, 1991.
PIMENTA, Selma Garrido. O estágio na formação de professores: unidade teórica e 
prática. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
POZO, Juan Ignácio; GÓMEZ CRESPO, Miguel Ángel. A aprendizagem e o ensino de 
ciências: do conhecimento cotidiano ao conhecimento científico; tradução FREITAS, 
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