Direito Medieval

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DIREITO
MEDIEVAL
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Prof. Dr. Daniel Giandoso
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Roteiro de
Aula
Invasões bárbaras
Direito costumeiro dos bárbaros
Direito romano dos bárbaros
Papel da Igreja
Direito medieval feudal 
Características do common law
Origem e importância do Direito canônico
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Invasões
Bárbaras
Quem eram os bárbaros.
Crise social, econômica e política do
Império.
Inicialmente, não há fusão entre leis
romanas e costumes bárbaros.
Com os reinos bárbaros, houve uma
progressiva pessoalidade das leis, isto é,
em conformidade com cada povo (ex.
francos e galo-romanos)
Durante séculos sobreviverá existência
simultânea de ordens jurídicas paralelas.
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regressão da
barbarização
JACQUES LE GOFF
No gosto, no belo, no monumental,
próprios da civilização grego-romana.
Demográfica (guerras e peste).
Material (construções, arquitetura).
Rede de comunicações (estradas).
Comércio e moeda única.
Nos costumes, violência.
Processo de ruralização e retorno ao
paganismo
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O direito costumeiro 
dos bárbaros
Consolidação dos costumes.
Lex salica emendata (802) - 100 títulos.
Pactus legis salicae (Rei Clóvis 481-511) - 70
títulos.
Castigos públicos e espetaculares.
Indenizações para a vítima e sua família.
Predominância de aspectos penais (roubos).
Conceituações e formalismos romanos dão lugar
à coleção de casos e de costumes.
O direito romano dos bárbaros
Lex romana barbarorum - trata-se de um direito
romano barbarizado ou vulgar.
Havia populações romanizadas nos reinos bárbaros.
Estratégia política em busca de legitimidade e
aceitação.
Uma mescla para conservar algo do direito romano.
 Lex burgundiorum, Lex romana Visigothorum
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PAPEL DA IGREJA
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Cristianizar os costumes.
Conversão dos bárbaros ao
cristianismo.
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Idade Média: ausência de
um Estado centralizado
refletiu no Direito
Força dos costumes locais.
Forte poder dos senhores feudais.
Atuação da Igreja (regular a sociedade cristã), combater
o paganismo e as heresias.
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Direito
medieval feudal 
Sociedade de ordens
Direito das ordens:
oratores
bellatores
laboratores
Sistema feudal
Relação entre os senhores (propriedade da terra
(suserania / vassalagem).
Sistema senhorial
Regula as relações entre os senhores e não-senhores
(servos).
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Desenvolvido pela atuação dos juízes da corte.
real. 
Origem desse processo - normandos.
Tentativa de construir um feudalismo centralizante.
A partir de Henrique II (1154-1189) o common law se
estabiliza.
O Rei se porta como Senhor de todos os senhores.
Impôr a justiça do rei contra os costumes locais.
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O direito inglês
Common law
10 A formação do
common law: o
nascimento de um
sistema legal original.
Rodrigo Freitas Palma
d Discussão do texto
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Implementação do Common law
na Inglaterra medieval
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Súdito formaliza um pedido (proteção) a Curia Regis.
Com o tempo, essa corte jurídica se especializou em diferentes seções.
O chanceler do rei emite writ (breve) ao xerife local. 
Foram estabelecidas fórmulas padronizadas para os writs. 
Era necessário pagar para conseguir o writ. 
Ordem de satisfação ao queixoso. O réu poderia se explicar ao tribunal suas razões.
Principais disputas eram sobre posse de terras.
Julgamento comandado por um juíz do Rei ou por um oficial local. 
Era feito a partir de homens do local que conhecessem os fatos e jurassem dizer a verdade (juri -
homens comuns).
Tentativa de impedir uma excessiva centralização do rei (writs só poderiam operar por meio de
precedentes).
Equity (Tribunal de equidade) - parecer discricionário feito pelo chancelar. Casos não
contemplados pelos precedentes.
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Características do common law
Direito centralizado
Corte do Rei faz a justiça. Processo de
centralização sem combater frontalmente o
modelo anterior, mas criando dispositivos com a
presença de juízes do rei.
Para novos problemas
Tribunal de equidade atuava para complementar o
common law.
A base para a equidade poderia ser o direito civil
romano.
Direito criado pelos juízes
O common law se desenvolveu baseando-se em 
 decisões judiciais. Os juízes forneciam remédios
para resolver problemas concretos.
Então, para caso semelhante, segue o precedente
(jurisprudência).
Parlamento
Atividade legisladora procura se adequar ao
common law de forma suplementar. Não se anula
as decisões judiciárias. Ele é limitado pelo direito
natural e pelo common law, que seria a prática e a
descoberta dos direitos já existentes.
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Outras características do common law
Direito histórico
Não há rupturas com o
passar dos séculos. É
acumulativo, complementar.
Constituição ?
O que os ingleses chamam de Constituição
é o conjunto de regras de origem
jurisprudencial ou legislativa que garantem
as liberdades e os direitos fundamentais e
estabelecem limites às autoridades. Os
Tratados Internacionais de Direitos
Humanos ratificados pela Inglaterra
também fazem parte de sua Constituição
Direito Natural e
common law
juízes guiados pela coerência ou
harmonia da razão aplicavam as
máximas do direito às infinitas
questões humanas. O common law
moderno emergiu de uma
confluência de costumes antigos,
direito natural e razão jurídica
Solução de justiça
Busca-se a justica para os casos
concretos sem se recorrer a uma
fórmula de direito
préestabelecida.
Não é codificado
Isso não significa que é
direito costumeiro, mas que
não há códigos (civil, penal,
constituições).
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SOBRE A IMPORTÂNCIA DA
JURISPRUDÊNCIA
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A jurisprudência tem, desse modo, papel determinante tanto em sua origem quanto em sua evolução.
Criscuoli afirma que nos quatro grandes períodos históricos do direito inglês, a jurisprudência teve
importante função: 
1 - no período anglo-saxão, anterior à conquista normanda, garantiu-se o respeito aos costumes locais; 
2 - no segundo período, que vai de 1066 até 1485, com o surgimento da Dinastia dos Tudors,
trabalhou-se na elaboração jurisprudencial dos costumes locais e de outras fontes menores do direito,
desenvolvendo-se nessa época o common law; 
3 - durante o terceiro período, que vai da segunda metade do século XV até 1875, consolidou-se o
common law paralelo a equity; 
4 - por fim, no quarto período, que vai das últimas décadas do século XIX até os dias de hoje, a
atividade judiciária passa a lidar com um maior número de leis, bem como com as normas
supranacionais da Comunidade Europeia (CRISCUOLI, 1994, p. 18).
Regulamentação para a atuação
da Igreja
Direito Cnônico para regular a disciplina
do clero, a vida dos fiés (liturgias,
sacramentos, hierarquia e organização
eclesiástica), bem como a atuação da Igreja
na esfera secular.
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Direito Canônico Presença da Igreja nas questões
civis
Pós conversão de Constantino em 312.
Desmantelamento do Império com as
invasões bárbaras.
Poder espiritual e poder temporal 
Em nome do poder temporal, a Igreja
interferia em questões de ordem política e
jurídica na Idade Média
Papa Gregório Magno (590-604)
 
Servus servorum Dei - Servo dos servos de Deus
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Igreja conduz a
Societas Christiana
Orienta ou
arbitra
Questões de ordem
política nos reinos
cristãos.
Julga
Tribunais dos bispos em
pararelo ao tribunal do
rei. Tem mesmo poder.
Cristãos
Muitos se recorrem ao
tribunal do bispo, pois
esperam encontrar mais
misericórdia nas
decisões.
Pobres
Tribunal do bispo era a
única forma dos mais
pobres conseguirem justiça
gratuitamente.
(origem do que chamamos
de defensoria pública).
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Fundamentação bíblica
para a atuação da Igreja
"Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha
Igreja, e as portas do Hades nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as
chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o
que desligares na terra será desligado nos céus" (Mt 16,18-19).
"Se o teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós. Se ele te ouvir, ganhaste o teu
irmão. Se não te ouvir, porém, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para
que toda a questãoseja decidida pela palavra de duas ou três testemunhas.
Caso não lhes der ouvido, dizei-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja der ouvido,
trata-o como o gentio ou o publicano. Em verdade vos digo: tudo quanto
ligardes na terra será ligado nos céu e tudo quanto desligardes na terra será
desligado no céu" (Mt 18, 15-18).
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"A justiça limitava o poder por cima (pela doutrina do direito
natural e pela tradição) e por baixo (direitos dos particulares e
pela autonomia das corporações, assim como pelos costumes),
de modo que toda decisão (administrativa, judicial ou legislativa,
nos termos atuais) deveria ser uma distribuição de justiça (dar o
devido a cada um). Por isso, a atividade legislativa não se
separava totalmente da atividade judicial ou administrativa: a
interpretação, a legislação e a aplicação do direito no caso
concreto se misturavam".
José Reinaldo Lopes
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Aspectos importantes do direito canônico
Gregório VII (1073-1085)
Defende o poder de legislar e criar novas leis de
acordo com as necessidades do tempo. Isso
aumentou muito o cânone. O papa tem o poder de
legislar, de administrar e de julgar.
Primazia da hermenêutica
A interpretação é o ponto central, pois a vida
cotidiada deve ser regulada a partir da
interpretação das Sagradas Escrituras. As
autoridades para a interpretação são os concílios,
o papa e os bispos.
Poder e Direito
Os medievais entendiam que a justiça é a única
atividade do poder. Portanto, política e justiça
caminhavam juntas.
1140 - Decreto de Graciano
Coletânia de 3800 textos comentados. Estabeleceu
princípios para eliminar as antinomias dos cânones. Fazia a 
concordância usando quatro critérios: (a) ratione
significationis; (b) ratione temporis; (c) ratione loci; (d)
ratione dispensationis.
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1234 - Decretais de Gregário IX
Encarreou Raimundo de Peñafort para compilar os
textos posteriores ao Decreto de Graciano.
1231 - Decretal (bula) criação do Tribunal do Santo
Ofício.
Legado do Direito Canônico
Conduzido por profissionais do Direito.
Introduziu sistema de recursos.
Perspectiva investigativa mais que acusatória.
Prevalência da escrita sobre a oralidade. Presença
de um redator especial (notário).
Validação das provas.
Abolição de provas irracionais (ordálio).
Canonistas
Eram os funcionários (burocracia) do papado. Eles
hierarquizavam e harmonizavam todo o direito
utilizando: as Sagradas Escrituras, a patrística, os
Concílios, as decretais, os constumes locais
O processo
As fases processuais são organizadas com clareza.
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