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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS UNIDADE CONTAGEM CURSO DE DIREITO Direito do Trabalho II 7º Período – Turno Noite TRABALHO – CÁLCULO DE VERBAS TRABALHISTAS VALOR: 20 pontos ALUNO: _____________________________________________________ CASO PROBLEMA: Aderbal procurou assistência de profissional da advocacia, relatando que fora contratado, em 1º/10/2011, para trabalhar no Frigorífico Carne Boa, situado em Betim/MG, especialmente manipulando as carnes estocadas nas câmaras frias, laborando a maior parte do tempo em um ambiente artificialmente frio, e foi imotivadamente demitido, em 03/10/2019, sem prévio aviso. Afirmou estar desempregado desde então. Relatou que recebia remuneração mensal no valor de R$ 3.000,00, que nunca recebeu adicional de insalubridade, e, também, que nunca usufruiu do intervalo legalmente previsto para a função que exercia. Afirmou ter usufruído férias regulares até 2014, assim como o recebimento de 13º salário desse período. No entanto, de 2015 até o final do contrato, a empresa entrou em grave crise financeira, e, desde então, não paga o 13º dos seus empregados. Aderbal também relata que, desde 2015, por causa da crise e da redução, pelo empregador, do quadro de funcionários, não tirou mais férias, trabalhando ininterruptamente. Salientou o empregado que laborava de segunda a sexta-feira, das 5:00h às 17:00h, com uma hora de intervalo intrajornada, e que nunca recebeu horas extraordinárias. Pontuou também que as verbas rescisórias não foram pagas, apesar de a CTPS ter sido devidamente anotada no ato de sua admissão e demissão. O empregador tampouco lhe concedeu as guias para o saque do FGTS e para o recebimento do seguro-desemprego. Em face dessa situação hipotética, efetue os cálculos referentes ao montante de verbas trabalhistas a que João Batista tem direito a receber, para subsidiar a propositura de uma Reclamatória Trabalhista, apontando o embasamento legal ou jurisprudencial. Cálculos Prescrição quinquenal: Conforme o Art. 11 da CLT, poderá o empregado reclamar os últimos cinco anos trabalhados contados da propositura da demanda trabalhista. Considerando que ajuizamos a ação na data de demissão do cliente, o período imprescrito será de 03/10/2014 a 03/10/2014. Insalubridade: Conforme disposto no parágrafo único do Art. 253 da CLT, Considera-se artificialmente frio, o que for inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio, a 15º (quinze graus), na quarta zona a 12º (doze graus), e nas quinta, sexta e sétima zonas a 10º (dez graus). Desta forma, mesmo o cliente afirmando que trabalhou nessas condições, somente a perícia técnica poderá identificar se realmente a atividade foi laborada nessas condições e por certo lapso de tempo seria insalubre, observando a utilização dos EPI’s para caracterizar o grau de insalubridade correto. Como advogado, solicitaremos na Petição Inicial a realização da Perícia Técnica judicial no local de trabalho do reclamante. Para fins de cálculos, consideraremos o grau máximo de 40% do salário mínimo vigente de R$ 998,00. Ou seja, 40% de R$ 998, 00 ao mês, 60 meses. Total da Insalubridade será R$ 58.980,00 Intervalo Térmico: Conforme disposto no Art. 253 da CLT, os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo. Então, a cada 1h40 o reclamante tem direito a 20 minutos de repouso. Considerando o labor de segunda a sexta-feira, das 5:00h às 17:00h, com uma hora de intervalo intrajornada, o reclamante terá 11 horas efetivamente trabalhadas por dia e 2 horas de intervalor térmico. A cada ano ele realiza 520 horas extras. 520xR$ 20,42.
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