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AO JUÍZO DO TRABALHO DE SÃO PAULO-SP MISERICÓRDIA DA SILVA, brasileira, desempregada, estado civil, portadora do RG nº..., inscrita no CPF/MF sob o nº..., residente e domiciliada na cidade de Guarulhos-SP, CEP nº..., endereço eletrônico, vem por meio da sua advogada infra-assinada, com endereço de seu escritório, vem respeitosamente á presença de Vossa Excelência, com fundamentação legal no Artigo 840 da CLT, propor Reclamação Trabalhista pelo rito ordinário, em face da empresa PIEDADE INDUSTRIA DE PRODUTOS INFLAMÁVEIS S/A pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o nº..., com sede localizada no bairro do Jaçanã-SP. 1. DOS FATOS Inicialmente, expõe que a reclamante, MISERICÓRDIA DA SILVA inscrita no CPF/MF sob o nº..., foi contratada para prestar serviços como empregada de segunda-feira a sábado, contando com 30 (trinta) minutos de intervalo, para repouso e alimentação, na empresa PIEDADE INDUSTRIA DE PRODUTOS INFLAMÁVEIS S/A. Entretanto, durante suas atividades na empresa, a reclamante possuía contato direto com produtos químicos, tóxicos e inflamáveis, todavia, a mesma não recebia adicional de insalubridade, além da sua remuneração normal. Outrossim, expõe que nos últimos meses a reclamante estava sendo tratada de forma ostil pelo gerente, dentro da empresa INSDUSTRIA .., como também, este gerente lhe tenha coloca apelids de cunho discriminatório, essas atitudes aconteciam aos olhos de todos os funcionários. Desta feita, um certo dia, ao chegar na empresa, a reclamante, MISERICORDIA DA SILVA inscrita no CPF/MF sob o nº..., foi informada do seu desligamento do quadro de funcionários, sem receber justa causa. Por oportuno, informa que o salário de MISERICORDIA DA SILVA é de R$2.000,00 (dois mil reais) e seu contrato perdurou de janeiro de 2013 até maio de 2020. Cumpre salientar que a reclamante possui duas férias vencidas. 2. DO DIREITO A reclamante foi contratada em janeiro de 2013, tendo seu contrato a duração de 7 (sete) anos e seu salário era de R$2.000,00 (dois mil reais), realizando sua jornada de trabalho de segunda-feira até sábado das 8 (oito) horas até às 17 (dezessete) horas e 30 (trinta) minutos, com 30 (trinta) minutos de intervalo para alimentação e repouso. A reclamante foi demitida pela reclamada em maio de 2020, não sendo explicado ao certo qual foi o motivo de seu desligamento repentino, ressalta-se que essa decisão não teve aviso prévio, muito menos explicação de forma clara. Art. 3º, CLT - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual. 2.1 PERICULOSIDADE Ademais, ressalta um fato importante sobre a jornada de trabalho da reclamante, MISERICORDIA DA SILVA inscrita no CPF/MF sob o nº..., sobre as atividades com grau de periculosidade que ela desenvolvia dentro da empresa. Informa que a reclamante tinha contato direto com produtos químicos tóxicos e inflamáveis, contundo a mesmo não recebia em sua remuneração por esse trabalho, apenas recebia seu salário, nada mais. Nos termos dos artigos 189, 192, e 193,I, II, §1 e §2 da Consolidação das Leis do Trabalho, as atividades de alta periculosidade que eram desenvolvidas pela reclamante são perigosas e indicam um riso a saúde, sendo seu direito ter adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário, o que claramente nunca aconteceu no período em que ela trabalhou na empresa. Art. . 189º. CLT - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. Art. 192º. CLT - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. Art. 193º. CLT- São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial § 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. § 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido. 2.2 AVISO PRÉVIO INDENIZADO Haja vista que não houveram motivos para justificar a justa causa, bem como, ocorreu a falta do cumprimento do aviso prévio, a reclamante pede o que é de direito, nos termos do art. 487 da CLT, a reclamante deveria ter sido avisada da situação com antecedência de trinta dias, o que não ocorreu, visto a reclamante foi surpreendida com sua dispensa. Art. 487º, CLT - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de: I - oito dias, se o pagamento for efetuado por semana ou tempo inferior; II - trinta dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze) meses de serviço na empresa. § 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço. § 2º - A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo. 2.3 FÉRIAS VENCIDIDAS No mais, ressalta que no tocante as férias do trabalhador, ilustra a Constituição Federal em seu artigo 7º, XVII, que é um direito aos trabalhadores urbanos e ruais, é importante aos empregados gozar de suas férias, remuneras. A reclamante possuí 2 (duas) férias das quais não usufruiu, por conseguinte, tem direito a receber suas férias que se encontram vencidas, visto que não lhe foram concedidas pelo reclamado, assim deverá recebê-las em dobro. Art. 7º, CF/88 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; Art. 134º, CLT - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. Art. 137, CLT - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração. 2.4 HORAS EXTRAS NÃO PAGAS Avulta ainda, que em relação a jornada de trabalho da reclamante, se pode observar um descumprimento ao Art. 7º da Constituição Federal, tendo em vista que a reclamante não trabalhava 8 (oito) horas por dia para caracterizar 44 (quarenta e quatro) horas semanais, que é o permitido pela Constituição. Revela que durante todos os dias de trabalho a reclamante trabalhou cerca de 9 (nove) horas por dia,totalizando 54 (cinquenta e quatro) horas semanais, sendo assim um desacordo com o art. 59º, §1, CLT, que trata consequentemente sobre horas extras, da qual não recebia, devido a isso e reclamante teria direito 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal, fato esse que não aconteceu durante o tempo em que prestou serviços a reclamada. Art. 7º CF - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; Art. 59º. CLT - A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. § 1º - A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal. 3. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS A luz do artigo 791- A da Consolidação das Leis do Trabalho requer a Vossa Experiência a condenação do reclamado ao paramento dos Horários Advocatícios de Sucumbência no valor de 20% sobre a liquidação de sentença. 4. PEDIDOS Diante do exposto, requer a Vossa Excelência: a) Verbas rescisórias: aviso prévio indenizado, saldo de salário, 13º salário proporcional, férias vencidas acrescidas do terço constitucional, férias proporcionais acrescidas do terço constitucional, depósito do FGTS, multa de 40% do FGTS, liberação das guias do seguro desemprego ou pagamento de indenização correspondente………. b) Intervalo intrajornada de uma hora extra por dia, com acréscimo de 50%....... c) Adicional de insalubridade em grau máximo e reflexos em DSR’s, férias + 1/3, 13º salário, aviso prévio e FGTS + 40%... d) Honorários advocatícios de 20% Dá-se o valor da causa de R$ Termos em que, Pede deferimento. São Paulo, 28, setembro de 2022. Adovogada (o) - OAB