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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUIMÍCA 1 - 216 EXPERIÊNCIA DE REYNOLDS EQUIPE 2 : BIANCA LIBERATO RA: 98881 JESSICA VIEL RA: 91652 LARISSA PIANHO RA: 98776 TURMA: 005 PROFESSOR: LUIZ MÁRIO MARINGÁ – PR, 08 DE MAIO DE 2018. 2 SUMÁRIO 1. Introdução .................................................................................................................................. 3 2. Objetivos .................................................................................................................................... 4 3. Fundamentação teórica ............................................................................................................. 5 4. Materiais e Métodos (metodologia) .......................................................................................... 9 5. Resultados e Discussões ........................................................................................................... 11 6. Conclusões................................................................................................................................ 15 7. Referências bibliográficas ........................................................................................................ 16 3 1. Introdução O número de Reynolds é um número adimensional utilizado para se caracterizar o regime de um escoamento de um fluido e é definido pelo quociente entre forças inerciais e forças viscosas. A importância de se calcular este número se dá no fato de que o conhecimento do regime do escoamento de um fluido é fundamental para projetos industriais, uma vez que o mesmo influencia diretamente no dimensionamento de tubulações. Há duas categorias em que se divide o regime de escoamento: laminar e turbulento. O primeiro se dá quando as partículas do fluido se movem em lâminas, ou camadas, em trajetórias bem definidas. O segundo é visto quando as partículas do fluido se movem ao longo da trajetória de maneira aleatória, sem uma organização [1]. 4 2. Objetivos O experimento tem como objetivo calcular o número de Reynolds para um fluido líquido em cada tipo de escoamento observado: laminar e turbulento. Também tem como objetivo observar as diferenças entre esses dois regimes de escoamento e compará-los com as previsões da literatura. 5 3. Fundamentação teórica A experiência de Reynolds demonstrou a existência de dois tipos de escoamento que são classificados como regime laminar e regime turbulento. No regime laminar, a estrutura de escoamento é caracterizada pelo movimento em lâminas ou camadas. As camadas de fluidos deslizam umas sobre as outras sem que ocorra uma mistura macroscópica e a velocidade, escoamento macroscópico, em regime estacionário, é constante em qualquer ponto.[2] A estrutura de escoamento no regime turbulenta é caracterizada pelo movimento tridimensional aleatório das partículas do fluido, sobreposto ao movimento da corrente; ou seja, irá ocorrer mistura das camadas dos fluidos que são ocasionadas pelos turbilhões, e mesmo em regime estacionário a velocidade em um ponto oscila ao redor de um valor médio. Quando a velocidade de um fluido que escoa em um tubo excede certo valor crítico, o regime de escoamento passa de laminar para turbulento, exceto em uma camada extremamente fina junto à parede do tubo, chamada camada limite, onde o escoamento permanece laminar. Além da camada limite, onde o escoamento é turbulento, o movimento do fluido é altamente irregular, caracterizado por vórtices locais e um grande aumento na resistência ao escoamento. O regime de escoamento, se laminar ou turbulento, é determinado pela seguinte quantidade adimensional, chamada número de Reynolds, que pode ser considerado como um quociente entre as forças de inércia e as forças de viscosidade, dado pela equação (1); Re = DV (1) onde é a densidade do fluido, , seu coeficiente de viscosidade, [v], o módulo da sua velocidade média de escoamento para frente e D, o diâmetro do tubo. Esta velocidade média é definida como a velocidade uniforme em toda a seção reta do tubo que produziria a mesma vazão. A velocidade de um fluido em 6 um tubo é A Q v , onde Q é a vazão volumétrica do fluido e A é a área perpendicular ao escoamento. Entretanto, .QQm e assim a equação (2) fica: . . Re A DQm (2) Onde mQ é a vazão mássica do fluido. Sendo t m Qm e 4 D. 2 D .A 22 , obtêm-se a equação (3); ... .4 Re Dt m (3) Assim, através da massa m de um fluido, cuja viscosidade é , que escoa por um tubo de diâmetro D em um intervalo de tempo t, pode-se chegar ao número de Reynolds para o escoamento em questão. O número de Reynolds é utilizado como parâmetro primário na determinação do regime (laminar ou turbulento) de escoamentos internos como tubos, dutos, difusores, contrações, válvulas e junções; Reynolds observou que a transição de escoamento laminar para turbulento ocorre entre os números de Reynolds de 2000 a 3000. Embora com grande cuidado se possa manter os escoamentos laminar, em um tubo, para Re até 100.000, escoamentos de interesse para a engenharia possuem uma transição em torno de Re~ 2300 e abaixo de deste pode existir apenas escoamento laminar, daí em diante ocorre a transição e turbulência completa . Esse número de Reynolds (2300) é então denominado número de Reynolds crítico. Com a Lei de Stokes, vimos que a força resistiva sobre uma esfera que se move em um fluido viscoso com uma velocidade não muito grande é proporcional ao módulo desta velocidade. Por outro lado, a força resistiva sobre qualquer objeto sólido que se move em um fluido viscoso com velocidades maiores é aproximadamente proporcional ao módulo da velocidade ao quadrado. Reynolds, estudando a causa destas duas diferentes leis de atrito nos fluidos, descobriu que a mudança da lei de primeira potência para a de segunda potência não era 7 gradual, mas sim, brusca, e ocorria, para qualquer fluido dado e qualquer aparato de medida, sempre na mesma velocidade crítica. Reynolds mostrou experimentalmente que esta mudança acontecia simultaneamente com a mudança no regime do escoamento do fluido no aparato de medida, de laminar para turbulento. [3] O experimento (ver Fig.01) consistia em introduzir um fio de líquido colorido no centro de um tubo através do qual o mesmo líquido, sem corante, escoava com uma velocidade controlada. As baixas velocidades de escoamento, o fio de líquido colorido permanecia reto e contínuo pelo comprimento do tubo e quando certa velocidade crítica era atingida, a linha colorida era violentamente agitada e sua continuidade destruída por curvas e vórtices, revelando assim fluxo turbulento. Exatamente nesta velocidade crítica é que a lei de atrito no fluido passava de uma lei de primeira potência para uma de segunda potência. Fig. 01:-Experiência de Reynolds É importante o conhecimento do regime de escoamento, pois como veremos no decorrer do curso, as equações que descrevem o escoamento são completamente diferentes para os dois tipos de escoamento. A quantidade de turbulência influi diretamente no dimensionamento de tubulações, sendo usada no cálculo de perda de carga, ângulo de curva dos tubos, escolha do tipo de válvulas e conexões, estimativas de rompimento e potência de bombas. Medidores de escoamentos internos com redução de seção também incorporam o número de Reynolds para aumentar a precisão. 8 Embora escoamentosinternos de interesse para a Engenharia sejam turbulentos, o escoamento laminar pode ser importante em certas aplicações, tais como lubrificação ou processos químicos de escoamento. Enquanto no escoamento laminar o desenvolvimento das equações é baseado em métodos matemáticos exatos (tais como soluções analíticas de equações diferenciais), para o caso do regime turbulento faz-se uso normalmente de métodos empíricos (tal como a análise dimensional acoplada a dados experimentais), por ser um escoamento de difícil descrição matemática (pela sua natureza aleatória). [4] 9 4. Materiais e Métodos 4.1 Materiais Para determinar o número de Reynolds da água foi utilizado um cronometro, uma balança semi analítica, uma régua, uma proveta de 1L e a aparelhagem do módulo de Reynolds: tanque de vazão constante, tubos transparentes com e sem deformação, seringa com corante, bomba centrifuga, reservatório, tubos auxiliares e válvulas controladoras da vazão. Um esquema da aparelhagem está ilustrado na Figura 2. Figura 2 – Módulo de Reynolds. A bomba centrifuga bombeia a água de um reservatório para o tanque por meio de um tubo que possui uma válvula de controle da vazão. O tanque está conectado a dois tubos por meio dos quais é possível visualizar o escoamento. 10 4.2 Métodos As duas válvulas de saída foram fechadas, enquanto que a válvula da bomba foi totalmente aberta. A bomba foi ligada e sua válvula foi fechada lentamente até que houvesse transbordamento no tanque, o que gerou uma vazão constante. A válvula de saída do tubo sem estrangulamento foi aberta e aplicou-se uma injeção de corante para determinar o tipo de escoamento. Com a ajuda de uma proveta graduada, balança e cronometro, foi determinada a vazão. Todos os dados foram anotados na Tabela 1. A válvula foi fechada um pouco de modo que a vazão diminuísse e foi aplicada uma nova injeção de corante para verificar o tipo de escoamento. Novamente foi determinada a vazão com a ajuda dos mesmo materiais. Foi fechada a válvula do tubo sem estrangulamento, enquanto que a do com estrangulamento foi aberta e os procedimentos foram repetidos, anotando-se os dados na Tabela 2. Para determinar o diâmetros internos dos tubos foi fixada uma vazão bem baixa, injetou-se o corante e foi fechada a válvula de saída antes que ele escoasse para fora do sistema. Uma régua foi posicionada atrás do tubo e foi avaliado o diâmetro interno do tubo. 11 5. Resultados e Discussões Os dados obtidos experimentalmente estão anotados nas tabelas abaixo. Para calcular o volume foi utilizado ρ água = 1g/cm3 e para o cálculo da vazão volumétrica e velocidade foram utilizadas as seguintes equações: O número de Reynolds foi calculado utilizando a equação 1, adotando μ=0,8903 cP (viscosidade da água a 25o- temperatura ambiente no dia da prática). O diâmetro de ambos os tubos era igual a 0,6cm e o diâmetro do estrangulamento era de 0,3cm. 12 Tabela 1 - Dados experimentais para o tubo sem estrangulamento. Tempo (s) Massa de água (g) Volum e (cm3) Vazão volumétrica (cm3/s) Veloci dade (cm/s) Re Regime Turbulento 18,59 313,97 313,97 16,89 60,32 4065,1 4 18,03 294,16 294,16 16,32 58,28 3927,6 6 18,15 297,02 297,02 16,36 58,43 3937,7 7 Regime Laminar 19,37 171,75 171,75 8,87 31,68 2135,0 1 19,94 168,78 168,78 8,73 31,18 2101,3 1 20,41 176,44 176,44 8,64 30,86 2079,7 5 13 Tabela 2 – Dados experimentais para o tubo com estrangulamento. Tempo (s) Massa de água (g) Volume (cm3) Vazão volumétrica (cm3/s) Velocid ade (cm/s) Re Regime Turbulento 14,78 361,81 361,81 24,48 87,29 5882,74 14,53 361,86 361,86 24,90 88,93 5993,26 13,91 346,05 346,05 24,88 88,86 5988,54 Regime Laminar 36,40 199,06 199,06 5,47 19,54 1316,86 40,10 199,00 199,00 4,96 17,71 1193,53 40,22 198,40 198,40 4,93 17,61 1186,79 As divergências entre os valores calculados para a mesma vazão se devem a erro experimentais, como no manuseio do cronometro, na determinação do diâmetro dos tubos, na calibração da balança entre outros. Para a Engenharia, os escoamentos giram em torno de Re=2300, sendo que abaixo desse valor o regime é laminar e acima é turbulento. Os dados experimentais foram condizentes com a teoria, pois os dois regimes laminares observados tem Re<2300 e os turbulentos possuem Re>2300. Além disso, foi possível observar que quanto maior a velocidade, maior o número de Reynolds. Isso porque em maiores velocidades as partículas do fluido tem um movimento mais desordenado, gerando flutuações irregulares, o que caracteriza o regime turbulento. Por esse motivo, quando se aplicava uma injeção de corante no tubo ele rapidamente se misturava com o fluido. Quando a velocidade era menor, o escoamento do fluido era mais ordenado, formado por diversas “camadas” de fluido, por isso o nome regime laminar. Assim, quando se aplicava a injeção do corante era possível ver que ele formava uma linha non centro do fluido. 14 No tubo sem deformação, o regime de escoamento se mantinha constante por todo o seu comprimento, ou seja, se era laminar na altura x, também era na altura y. Entretanto, no tubo com deformação foi observado que o regime mudava de laminar para turbulento após passar pelo estrangulamento. Isso ocorria porque a velocidade é inversamente proporcional a área do tubo, como pode ser visto pela equação. Desse modo, quanto menor o diâmetro do tubo, maior será a velocidade e aumentando a velocidade aumenta-se também o número de Reynolds, o que caracteriza uma maior desordem no escoamento do fluido e a passagem para o regime turbulento. 15 6. Conclusão Por meio do experimento, foi possível observar a diferença entre o regime de escoamento laminar e o turbulento e as variáveis que influenciam isso, como área do tubo e vazão do fluido. Também determinou-se o número de Reynolds para os dois diferentes tipos de escoamento, verificando-se que para maiores velocidades, maio será o número de Reynolds. 16 7. Referências bibliográficas [1] Mecânica dos Fluidos. Disponível em <http://www.engbrasil.eng.br/pp/mf/aula10.pdf> Acesso em 27 de Abril de 2018. [2] SISSON, L. E.; PITTS, D. R., Fenômenos de Transporte,Editora Guanabara Dois. Acesso em 05 de Maio de 2018. [3] BENETT, C. O.& MYERS, J. E., Fenômenos de Transporte – Quantidade de Movimento, Calor e Massa; Editora Mc Graw-Hill do Barsil,São Paulo,1978. Acesso em 05 de Maio de 2018. [4] PERRY, R. H. & GREEN, D. W., Perry’s Chemical Engineers’Handbook, 7ª Edition, McGraw-Hill International editions, 1998. Acesso em 05 de Maio de 2018.
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