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ARTIGO EVASÃO ESCOLAR

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FACULDADE DE TEOLOGIA BATISTA BETEL
CAMPUS ASSIS BRASIL-ACRE
CURSO SUPERIOR DE PEDAGOGIA
GERUBAL PAIVA PEREIRA LIMA
EVASÃO ESCOLAR
ASSIS BRASIL
2017
GERUBAL PAIVA PEREIRA LIMA
EVASÃO ESCOLAR
Artigo apresentado à faculdade de Teologia Batista Betel como requisito parcial para a obtenção do título de graduação de Pedagogia. 
Pr: Francisco Albino de Souza
ASSIS BRASIL
2017
LIMA, Gerubal Paiva Pereira e. EVASÃO ESCOLAR 2017. 17 laudas. Artigo Evasão Escolar. (Graduação em Pedagogia). FACULDADE DE TEOLOGIA BATISTA BETEL, Assis Brasil-Ac, 2017.
RESUMO
O Estudo aborda a evasão escolar e tratam-no a partir de abordagens diferentes; a partir dos fatores externos e de fatores internos. Dentre os fatores externos, são apontadas as necessidades de o aluno trabalhar, as condições básicas para a aprendizagem pela criança, incluindo-se a desnutrição e as desvantagens culturais, e as condições da família destacando-se o nível de escolaridade dos pais e o não acompanhamento dos filhos em suas atividades escolares. E dentre os fatores internos, ressalta-se a não valorização pela escola do universo cultural da criança através do uso de uma linguagem diferenciada, as precárias condições de trabalho e os elementos afetivos na relação professor-aluno. Dessa forma, o objetivo principal deste artigo é promover uma pesquisa sobre como se dá o fenômeno da evasão escolar. Para que seja alcançado temos os objetivos específicos capazes de direcionar as ações sequenciadas de pesquisa e investigação, A metodologia é de caráter bibliográfico, embasada nas teorias de autores que tratam de questões ligadas ao tema.
Palavras-Chave: Evasão escolar; Fatores internos e externos; Valorização.
ABSTRACT
The study addresses the truancy and treat it from different approaches; from external factors and internal factors. Among the external factors are identified the needs of the student work, the basic conditions for learning by children, including malnutrition and cultural disadvantages, and family conditions with emphasis on the education level of parents and not monitoring of children in their school activities. And among the internal factors, we emphasize not appreciation for the child's cultural universe school through the use of a different language, poor working conditions and affective elements in the teacher-student relationship. Thus, the main objective of this article is to promote research on how is the school dropout phenomenon. In order to reach the specific objectives we are able to direct the actions sequenced research and investigation, the methodology is bibliographical, based on the theories of authors who address issues related to the theme.
Keywords: Dodging school; internal and external factors; Valuation.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................05
2. CONCEITO DE EVASÃO ESCOLAR..................…………….......................................06
 3. CAUSAS DA EVASÃO ESCOLAR..............................................................................07
4. FATORES INTERNOS E EXTERNOS QUE GERAM A EVASÃO...............................10
 4.1 Defesa dos fatores externos..............................................................................10
 4.2 Defesa dos fatores internos...............................................................................11
5. O QUE PENSA A ESCOLA O EDUCADOR, FAMILIA E ALUNO...............................13
6. POSSIVEIS ESTRATEGIAS PARA ELIMINAR A EVASÃO ESCOLAR.....................15
CONSIDERAÇOES FINAIS...............................................................................................16
REFERÊNCIAS.................................................................................................................17
1. INTRODUÇÃO
Ao buscar compreender o processo de evasão escolar, o presente estudo, revelou que tanto a Escola quanto a Família, se perdem na dimensão e na complexidade das relações sociais externas e internas que interferem no processo sócio educativo da criança. Acreditamos que muitos dos problemas surgidos no processo educativo são por falta de compromisso e esclarecimento tanto pela família como pela escola do que deve exercer dentro da sociedade em que estar inserido.
Segundo estudo feito pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, o trabalho infantil, o fracasso escolar, as desigualdades sociais e a baixa renda das famílias são fatores determinantes para a evasão escolar de crianças e adolescentes. A evasão escolar é consequência de um problema gravíssimo que com certeza traz consequências devastadoras na vida de meninos e meninas. Que o esporte, a cultura e o lazer façam parte dessa malha interdisciplinar da Educação Restaurativa, onde o entretenimento seja garantido como uma forma mais ampla da inclusão social desses jovens estudantes. Evasão escolar é o abandono da escola antes da conclusão de uma série ou de um determinado nível por vários motivos que o levaram a justificativa deste artigo.
O fenômeno evasão escolar‚ conceituado como o abandono da escola pelo aluno durante o ano letivo, antes da conclusão de uma série e consequentemente, de um curso. Trata-se de uma verdadeira ameaça à realidade educacional de muitos países do mundo, tendo no Brasil um dos campeões desta situação negativa e vergonhosa. (BISSOLI, 2010, p.4). Foram entendidos como fatores internos que influenciam o aluno a partir de dentro da instituição, e fatores externos que são consequências da vida social do educando.
Aborda-se como objetivo principal o motivo da evasão escolar. E como objetivos específicos: o envolvimento da escola, da família da sociedade nesse processo de fracasso. Este artigo foi elaborado através de pesquisa bibliográfica e temos como principais autores sobre o assunto: Bissoli, Arroyo, charlot, e Queiroz dentre outros citados no decorrer do artigo.
2. CONCEITO DE EVASÃO ESCOLAR
Evasão é um substantivo feminino que nomeia o ato de evadir-se, de fuga, de escape, de sumiço, é a ação de abandono de alguma coisa, de afastar-se do ponto em que se encontra. Do latim “evasione”. No sentido figurado evasão é um subterfúgio, uma evasiva, um ardil, uma resposta vaga quando se procura sair de alguma dificuldade.
Esse é um problema que se perpetua há décadas dentro da educação brasileira. PATO (1996) afirma que reprovação e evasão são fenômenos muito antigos, e persistem desde a década de trinta, sendo uma das mais graves consequências da falta de uma política educacional eficiente no país.
Evasão escolar é o abandono do aluno, que apresar de estar matriculado na escola, deixa de frequentar a sala de aula. Essa evasão é muitas vezes motivada pela necessidade de se entrar no mercado de trabalho para ajudar na renda familiar. É também consequência da falta de interesse pelo estudo, pela dificuldade de aprendizagem, pela falta de incentivo dos pais etc.
Vários fatores podem ocasionar a evasão escolar. Dentre eles, ensino mal aplicado por meio de metodologias inadequadas, professores mal preparados, problemas sociais, descaso por parte do governo. O debate sobre a origem do problema varia conforme o ponto de vista dos debatedores. Pode partir tanto do papel da família quanto do Estado e da escola em relação à vida escolar da criança, ou também das elites dominantes, sejam elas econômicas, religiosas, ou da outra espécie. 
De acordo com os educadores, o resultado do que a falta do ensino e de oportunidade fazem com alguns cidadãos pode ser visto pela pobreza e pelo aumento da violência, problemas que também estão relacionados à educação.
É sabido que a problemática da evasão e da repetência escolar no nosso país tem sido um dos grandes desafios afrontados pelas redes do ensino público, pois os motivos e consequências estão unidos a fatores como social, cultural, político e econômico bem como a escola onde educadora têm colaborado a cada dia para o problemase agravar, frente a um método didático superado.
Para contribuir com essa parceria na construção do novo paradigma, cabe à escola criar um novo olhar sobre a realidade e refletir sobre ela e analisando-a e partindo daí para novos rumos numa ação política pedagógica que abra caminho para o estabelecimento de fecundas articulações entre a escola e a família.
Acredita-se, que uma criança desmotivada não terá bons resultados nos estudos, pois a aprendizagem depende muito da autoestima e principalmente a socialização primária que é a primeira socialização que o indivíduo apresenta na infância, e em virtude da qual se torna membro da sociedade e seus variados grupos sociais. A motivação da criança para aprender, é uma intensa necessidade humana, que colabora de maneira essencial para o processo de formação da vida, sendo indispensável para um desenvolvimento normal e saudável, em busca da sobrevivência.
Para tanto, se torna imprescindível a inserção ativa e consciente da comunidade escolar em todas as decisões e encaminhamentos operacionais, a fim de que possa exercitar, compreender e lutar em nome da democracia, da autonomia e da participação nos processos de gestão da escola, do ensino e da aprendizagem. Nesse caso se a família colaborar com a gestão da escola e vice-versa e essa parceria não poderá fazer nada aleatório, mais tudo combinado e sobre um regimento.
3 . CAUSAS DA EVASÃO ESCOLAR
A evasão escolar se constitui como um problema que cresce cada vez mais, afetando principalmente as escolas públicas. Várias discussões e debates têm sido realizados procurando encontrar o “responsável” e a “solução” para este problema. As reflexões têm tomado, como ponto principal de debate, o papel tanto da família como da escola em relação à vida escolar dos alunos.
Conforme Arroyo (1997, p.23), na maioria das causas da evasão escolar, a escola tem a responsabilidade de apontar a desestruturação familiar, e o professor e o aluno não têm responsabilidade para aprender, tornando-se um jogo de empurra. Sabe-se que a escola atual é preciso estar preparada para receber e formar estes jovens e adultos que são frutos dessa sociedade injusta e, para isso é preciso professores dinâmicos, responsáveis, criativos, que sejam capazes de inovar e transformar sua sala de aula em um lugar atrativo e estimulador.
Segundo Bissoli (2010) as causas vão surgindo com o correr do tempo e as transformações criam oportunidades para que elas se transformem em um sério problema para toda a sociedade. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (2010), várias são as possíveis causas da evasão escolar. Tais como:
· Cansaço natural dos alunos, após um dia de trabalho, impedindo frequência regular e atenção às aulas;
· Falta de professores devidamente especializados para o ensino elementar a adultos, de vez que as escolas normais têm como mira especial o ensino a alunos;
· Falta de material didático variado e ajustado aos interesses e necessidades do estudante adulto;
· Instabilidade do local de trabalho, especialmente no caso das domésticas e dos operários em construções, que abandonam a escola onde estavam para não enfrentarem o preço demasiadamente alto das passagens, quando têm que procurar emprego em lugar distante. 
· Falta de acompanhamento dos pais na vida escolar do aluno;
· Dificuldades com transporte escolar: superlotação, precariedade, distante da escola; Dificuldades de aprendizagem;
· Problemas familiares;
Existem outras causas identificadas na experiência do cotidiano da escola, tais como: a falta de autoestima, fragilidade na saúde, má alimentação, desvios por má companhia, ausência de perspectivas futuras, incapacidade para assimilar o que é ensinado, incompatibilidade com professores, além de outras. (BISSOLI, 2010, p.6).
De acordo com Oliveira (2012, p.05 apud Campos 2003), os motivos para o abandono escolar podem ser ilustrados a partir do momento em que o aluno deixa a escola para trabalhar; quando as condições de acesso e segurança são precárias; os horários são incompatíveis com as responsabilidades que se viram obrigados a assumir; evadem por motivo de vaga, de falta de professor, da falta de material didático; e também abandonam a escola por considerarem que a formação que recebem não se dá de forma significativa para eles.
Na opinião de Charlot (2000, p. 18), a problemática da evasão escolar deve ser vista sob vários ângulos, tais como:
“sobre o aprendizado... sobre a eficácia dos docentes, sobre o serviço publico, sobre a igualdade das chances, sobre os recursos que o país deve investir em seu sistema educativo, sobre a crise, sobre os modos de vida e o trabalho na sociedade de amanha, sobre as formas de cidadania”.
De acordo com FERREIRA (2011, p. 02), são várias e as mais diversas as causas da evasão escolar ou infrequência do aluno. No entanto, levando-se em consideração os fatores determinantes da ocorrência do fenômeno, pode-se classificá-las, agrupando-as, da seguinte maneira: 
ESCOLA: não atrativa, autoritária, professores despreparados, insuficiente, ausência de motivação etc. ALUNO: desinteressado, indisciplinado, com problema de saúde, gravidez, etc. PAIS/RESPONSÁVEIS: não cumprimento de o pátrio poder, desinteresse em relação ao destino dos filhos etc. SOCIAL: trabalho com incompatibilidade de horário para os estudos, agressão entre os alunos, violência em relação a gangues etc.
Na verdade, muitas são as causas da evasão escolar. Tendo como ponto de partida a questão político- social, pelo fato de não haver uma responsabilidade educacional, por parte daqueles que se responsabilizam pelo governo, em seus diferentes âmbitos. Algumas destas causas são fixas, portanto, crônicas. (BISSOLI, 2010, p.5).
4. FATORES INTERNOS E EXTERNOS QUE GERAM A EVASÃO 
Segundo Queiroz (2004), os estudiosos têm analisado o fracasso escolar, a partir de duas perspectivas: dos fatores externos à escola, e, a partir de fatores internos. Como fatores externos, a autora relaciona o trabalho, as desigualdades sociais, a criança e a família. E como fatores internos a própria escola, a linguagem e o professor.
É lícito acentuar que as pesquisas e os estudos que analisam a evasão escolar apontam para essas duas diferentes abordagens teóricas, a primeira das quais explica a situação com base nos fatores externos à escola, enquanto, a segunda se pauta nos fatores internos da instituição escolar. 
Os fatores externos são o trabalho, as desigualdades sociais, a relação familiar e as drogas. Os internos mais comuns estão assentados na própria escola, na linguagem educacional e no professor.
4.1 DEFESA DOS FATORES EXTERNOS
Explicações a partir dos fatores externos à escola, encontram-se os trabalhos realizados por Meksenas (1998), Arroyo (1991), Gatti et al (in Brandão,1983), e outros. Nos estudos de BRANDÃO et al. (1983), são apresentados os resultados de uma pesquisa desenvolvida pelo Programa de Estudos Conjuntos de Integração Econômica da América Latina (ECIEL), o qual baseou-se em um uma amostra de cinco países latino-americanos, e concluiu que: 
"o fator mais importante para compreender os determinantes do rendimento escolar é a família do aluno, sendo que, quanto mais elevado o nível da escolaridade da mãe, mais tempo a criança permanece na escola e maior é o seu rendimento”.
Assim, a família foi apontada como um dos determinantes do fracasso escolar da criança, seja pelas suas condições de vida, seja por não acompanhar o aluno em suas atividades escolares. Essas desigualdades sociais também presentes na sociedade brasileira, segundo ARROYO (1991:21), são resultantes das "diferenças de classe", e são elas que "marcam" o fracasso escolar nas camadas populares, por que:
"É essa escola das classes trabalhadoras que vem fracassando em todo lugar. Não são as diferenças de clima ou de região que marcam as grandes diferenças entre escola possível ou impossível, mas as diferenças de classe. As políticas oficiais tentam ocultar esse caráter de classe no fracasso escolar, apresentando os problemas e as soluções com políticas regionais e locais”.O fracasso escolar do aluno apresenta de um lado ausência de condições básicas para a aprendizagem, e de outro, em virtude de sua condição de vida, ou seja, por pertencer a uma classe socialmente desfavorecida, e, portanto, por ser portador de desvantagens culturais ou de déficits sócio culturais.
O convívio familiar conflituoso, a má qualidade do ensino, entre outros fatores, são todos considerados partes integrantes e comuns da evasão escolar. É válido dizer que a evasão está relacionada não apenas à escola, mas também à família, às políticas de governo e ao próprio aluno. Assim, a família foi apontada como um dos determinantes do fracasso escolar da criança, seja pelas suas condições de vida, seja por não acompanhar o aluno em suas atividades escolares. 
De acordo com Oliveira (2012, p.05 apud Campos 2003), os motivos para o abandono escolar podem ser ilustrados a partir do momento em que o aluno deixa a escola para trabalhar; quando as condições de acesso e segurança são precárias; os horários são incompatíveis com as responsabilidades que se viram obrigados a assumir; evadem por motivo de vaga, de falta de professor, da falta de material didático; e também abandonam a escola por considerarem que a formação que recebem não se dá de forma significativa para eles.
4.2 DEFESA DOS FATORES INTERNOS
Os defensores dos fatores internos como determinantes da evasão escolar, como Bourdieu-Passeron (1975, p.38) e Cunha (1997), expressam a ideia de que a escola é responsável pelo sucesso ou fracasso dos alunos, principalmente daqueles pertencentes às categorias pobres da população, explicando teoricamente o caráter reprodutor dessa instituição compreendida como Aparelho Ideológico de Estado. Diferentemente dos autores que apontam a criança e a família como responsáveis pelo fracasso escolar, FUKUI (in BRANDÃO et al, 1983) ressalta a responsabilidade da escola afirmando que:
“O fenômeno da evasão e repetência longe está de ser fruto de características individuais dos alunos e suas famílias. Ao contrário, refletem a forma como a escola recebe e exerce ação sobre os membros destes diferentes segmentos da sociedade".
Segundo CUNHA (1997:29), a responsabilização da criança pelo seu fracasso na escola tem como base o pensamento educacional da doutrina liberal a qual fornece argumentos que legitimam e sancionam essa sociedade de classe, e também tenta fazer com que as pessoas acreditem que o único responsável “pelo sucesso ou fracasso social de cada um é o próprio indivíduo e não a organização social”.
Portanto discutir a questão do fracasso escolar é muito mais do que apontar um ou outro responsável. Como bem lembra CHARLOT (2000:14), a problemática remete para muitos debates que tratam:
 "sobre o aprendizado, obviamente, mas também sobre a eficácia dos docentes, sobre o serviço público, sobre a igualdade das "chances", sobre os recursos que o país deve investir em seu sistema educativo, sobre a "crise", sobre os modos de vida e o trabalho na sociedade de amanhã, sobre as formas de cidadania".
Até mesmo porque para CHARLOT (2000), não existe o fracasso escolar, ou seja, não existe o objeto fracasso escolar, mas sim, alunos em situações de fracasso, alunos que não conseguem aprender o que se quer que eles aprendam que não constroem certos conhecimentos ou competências, que naufragam e reagem com condutas de retração, desordem e agressão, enfim histórias escolares não bem sucedidas, e são essas situações e essas histórias denominadas pelos educadores e pela mídia de fracasso escolar é que devem ser estudadas, analisadas, e não algum objeto misterioso, ou algum vírus resistente, chamado “fracasso escolar”.
5. O QUE PENSA A ESCOLA O EDUCADOR, FAMILIA E ALUNO.
O que fazer diante da problemática da evasão escolar? A maneira como a escola organiza suas atividades escolares e a atitude da família frente aos estudos escolares de seus filhos.
Quanto à escola, esta pode ser responsável pela evasão escolar dos alunos tanto pela figura do Professor - na forma como ministra suas aulas, na maneira de transmitir os conteúdos - como pela falta de uma política da escola que propicie uma maior integração com a família. A escola não reflete sobre a necessidade de redimensionar suas práticas de maneira a possibilitar o interesse dos alunos pelos estudos.
Segundo os professores, à responsabilidade da criança pela sua evasão, esta se dá por falta de interesse do aluno, da sua não participação nas atividades, da falta de perspectiva de vida, e da defasagem de aprendizagem trazida das séries anteriores. A este respeito, observou-se que apesar da constatação de professores que trabalham os conteúdos que não propicia ou não desperta o interesse do aluno e a sua participação nas atividades escolares. Considerando também que o professor não mantém em sua prática contato com a família para saber as razões pelas quais a criança, mesmo frequentando a escola, não participa das atividades escolares, as tentativas de reverter tal processo, quando ocorrem, se limitam às iniciativas individuais em que cada professor busca diversificar a sua maneira de ensinar.
Na perspectiva da família os fatores determinantes da evasão escolar dos filhos devem-se à “má companhia” e a falta de interesse “aulas chatas” e também á necessidade de trabalhar por parte de alguns alunos. E também saem da escola por motivo de mudança de zona urbana para zona rural, por falta de vagas e Tem ainda o fator da violência, preconceito e bulling no interior da escola. No que tange à “má companhia” os pais/responsáveis em geral, afirmam que esta é consequência da necessidade de se ausentarem para trabalhar durante o dia todo e, em virtude disto, não têm tempo para acompanhar seus filhos, não somente no que diz respeito às atividades escolares, mas também, no que diz respeito às amizades. Em alguns desses fatores a família apoia a desistência e até mesmo às vezes incentiva. 
Essa situação é vinculada a muitos obstáculos, considerados, na maioria das vezes, intransponíveis para milhares de jovens e crianças que se afastam da escola e não concluem a educação básica. Dentre tais índices, destaca-se a necessidade de trabalhar para ajudar a família e, também, para seu próprio sustento. O ingresso na criminalidade e na violência são outros pontos comuns para tal evasão. O convívio familiar conflituoso, a má qualidade do ensino, entre outros fatores, são todos considerados partes integrantes e comuns da evasão escolar. É válido dizer que a evasão está relacionada não apenas à escola, mas também à família, às políticas de governo e ao próprio aluno.
Na sociedade atual onde predomina a competição e o egoísmo, valores que tornam mais difícil a aceitação de quem tem dificuldade, e até de quem não têm o fator da empatia e o de colocar-se no lugar do outro, são fundamentais para o fortalecimento da autoestima do aluno. O apoio aos pais e professores por outros profissionais é indispensável, mas há um fator ainda mais importante: a afetividade. A instituição tem que incluir sustentar, acompanhar, apoiar, enriquecer e oferecer tudo o que essa pessoa necessita em sua singularidade para ter êxito no objetivo educativo de integrar.
Já o educador tem o papel de não ser um facilitador, mas um mediador da aprendizagem, apontar caminhos e fomentar o espírito investigativo em seus alunos, a fim de que este busque por seus próprios meios e tentativas solucionar seus problemas e acreditar que tem condições dentro de suas potencialidades de participar efetivamente do funcionamento da escola e do processo de construção do conhecimento.
6. POSSIVEIS ESTRATÉGIAS PARA ELIMINAR A EVASÃO ESCOLAR
A instituição escolar teria que promover uma política de interação entre a família e a escola, procurando se informar sobre aquela criança que abandonou os estudos, os motivos de sua evasão e principalmente buscar maior participação da família na sua educação. Os professores acreditam que se a família participasse mais e se a escola desenvolvesse esta política de interação com a família, talvez fosse possívelreduzir a evasão escolar de seus alunos. 
Em relação à família, a atitude com a criança que evade consiste basicamente em conversar com os filhos sobre a importância dos estudos em suas vidas, pois acreditam que, através dos estudos, seus filhos terão um "futuro melhor". Este fato mostra que, embora a família conceba a escola como um espaço de ascensão social através do qual seus filhos possam "mudar suas vidas", ela não vai à escola saber por que seu filho a abandonou, como também, parece não tomar atitudes concretas que garantam o seu retorno à sala de aula.
O acompanhamento eficiente da frequência que também deve estar na pauta das reuniões pedagógicas, ajuda a mapear o problema e identificar os motivos das faltas. Dependendo da razão, é possível escolher a melhor forma de reverter o quadro: Com conversas com pais e alunos, visitas às famílias, aulas de reforço e campanhas internas e na comunidade.
 O objetivo é trabalhar com as crianças que estão em sala de aula apresentando-lhes a importância da formação escolar em sua vida e incentivando-as a participarem das atividades escolares. Paralelamente a estas atividades, a escola poderia buscar a participação da família no processo de formação de seus filhos e construir um espaço de discussão para que tanto a escola quanto a família.
A articulação destas instituições, no caso, Escola e Família, pressupõe, ainda, a inserção de ambas nos movimentos sociais que lutam pelo acesso da população à condição de cidadania e à construção de políticas educacionais que possibilitem uma melhoria real da educação no país.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Verifica-se que as famílias devem ser conscientizadas sobre a importância do estudo para os filhos. Não há duvida de que o meio em que o aluno vive é o familiar, cuidando dela, possivelmente se aportarão benefícios à questão educacional. São necessárias ações governamentais que visem à melhoria do nível de emprego permitindo melhores condições financeiras para que os pais possam arcar com as despesas da educação dos filhos, sem necessidade destes terem de se preocupar com sua sobrevivência priorizando o trabalho em detrimento dos estudos. O aluno deve estar dentro de um colégio de bom aspecto, dotando-a de classes mais ventiladas, menos lotadas, com possibilidade de desenvolver esportes através de uma estrutura adequada. Vale ressaltar que para que uma escola possa atender toda a comunidade de estudantes e professores, é preciso estar bem equipada. Hoje não se concebe uma escola, mesmo primária, sem equipamentos de informática, sem copiadora, sem equipamentos audiovisuais ou auditórios. Vale ressaltar que o professorado é, e sempre será, um dos construtores importantes da questão educacional. É necessário proporcionar-lhe salários dignos, além de conceder cursos periódicos para aperfeiçoamento de seus conhecimentos e técnicas pedagógicas, Para o aluno, deve-se dar maior incentivo e melhorar a motivação das aulas, a os pais o dever de ter maior participação na vida escolar dos filhos e mobilizar as famílias acerca da importância dos estudos para eles. A aproximação entre alunos, professores e núcleo gestor das escolas é outro fator importante que, ao acontecer, proporciona a satisfação de todos que dela participam. Esses esforços devem centrar-se em políticas educacionais que ofereçam condições de trabalho pedagógico, não atentando somente para a consequência do problema: A evasão. Mas a um conjunto de estratégias que levam ao melhor funcionamento para todas as partes. 
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ARROYO, Miguel G. da. Escola coerente à Escola possível. São Paulo: Loyola, 1997 (Coleção Educação popular – nº 8.).
AZEVEDO, Francisca Vera Martins de. Causas e consequências da evasão escolar no ensino de jovens e adultos na escola municipal “Expedito Alves”. Disponível em: http://webserver.falnatal.com.br/revista_nova/a4_v2/...Acesso em: 13/12/2011.
BRANDÃO, Zaia et ali. O estado da arte da pesquisa sobre evasão e repetência no ensino de 1º grau no Brasil. In Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v. 64, nº 147, maio/agosto 1983, p. 38-69.
BISSOLI, S.C.A: EVASÃO ESCOLAR: o caso do Colégio Estadual Antonio Francisco Lisboa. Disponível em: < http://www.repositorio.seap.pr.gov.br/arquivos/File/artigos/educacao/evasao_escolar. pdf>. Acesso em: 20 de maio de 2010.
BOURDIEU, P; PASSERON, J. C. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975.
CHARLOT, Bernard. Da Relação com o Saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. 
CUNHA, L. A. Ensino Médio e Ensino Profissional: da fusão à exclusão. In: Reunião Anual da Anped, 20., 1997, Caxambu. (Mimeo). 
DIGIÁCOMO, Murilo José. Evasão Escolar: Não Basta Comunicar e as Mãos Lavar. Disponível em: http://w.ww.mp.ba.gov.br/atuacao/infancia/evasao_escola_murilo.pdf. Acesso em: 31/10/2011. 
FERREIRA, Luiz Antonio Miguel. Evasão Escolar. Disponível em: http://www.abmp.org.br/textos/159.htm. Acesso em 13/12/2011.
FUNDAÇÂO GETULIO VARGAS. Motivos da Evasão Escolar. Disponível em: <http://www.fgv.br/cps/tpemotivos/> Acesso em: 20 de maio de 2010.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Cientifica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MORAES, R.E. Evasão escolar. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/748-4.pdf Acesso em: 20 de maio de 2010.
QUEIROZ, Lucileide Domingos. Um Estudo Sobre a Evasão Escolar: para se pensar na inclusão escolar. Disponível em: www.anped.org.br/reunioes/25/lucileidedomingosqueirozt13.rtf. Acesso em 13/12/2011.

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