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GESTÃO EM SERVIÇOS DA SAÚDE C L A U D I A T C H M O L A G A R C I A M A T R I C U L A : 2 0 1 7 2 0 0 6 7 5 C U R S O : E N F E R M A G E M Em 2020, o SUS completa 32 anos de implantação no Brasil. Para entendermos um pouco sobre o quadro caótico presenciado em nosso país antes da criação do SUS, iremos voltar alguns anos na história. O ano era 1964, e após um duro golpe político e a ascensão da ditadura empresarial-militar, militares foram usados pelas classes dominantes do país para interromperem debates como os da reforma agrária, reforma tributária, reforma urbana e reforma sanitária. A ditadura militar durou 21 anos e durante esta, o país se viu mergulhado num cenário de desigualdade social. No ano de 1973, após o governo estar enfraquecido devido à grande dívida externa que assumiu após adquirir inúmeros empréstimos no exterior, a sociedade começava a perceber a realidade de um país cada vez mais desigual e voltado para o interesse da alta classe. Os indicadores de saúde estavam péssimos. Naquele ano, 1.417.500 crianças morreram por causas evitáveis, associadas à desnutrição e à falta de saneamento, como difteria, coqueluche, sarampo, tétano, poliomielite e doenças diarreicas. Dentre estas, havia também a disseminação assustadora da doença de Chagas, peste bubônica, tuberculose, hanseníase, febre amarela, malária, filariose, leishmaniose, estas que indicavam índices terríveis: 72% dos que morriam no país tinham menos de 50 anos e, destes, 46,5% eram crianças menores de quatro. Porém, os sanitaristas da década acreditavam que este quadro epidemiológico não estava ligado apenas à relação simples que liga a pobreza à doença, na verdade, não tinha nada de automático ou natural. Os sanitaristas observavam que mesmo com o crescimento econômico, aumento da reserva nacional e o grande salto no PIB, os indicadores de saúde só pereciam e o quadro epidemiológico se agravava a cada dia. A idéia de que um país mais rico seria a solução para o quadro de saúde dos brasileiros estava cada vez mais incongruente, uma vez que este agravava mesmo com o avanço econômico do país. Inicialmente, à partir do ano de 1920, o país cedia a algumas categorias como ferroviários e marítimos, esquemas de assistência à saúde e benefícios como aposentadoria, o que com o passar dos anos foi se ampliando para todos os trabalhadores do mercado formal. O órgão responsável por conceder estes “benefícios” era o Ministério da Previdência e Assistência Social. O então Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), criado em 1966 foi substituído em 1974 pelo Instituto de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps). Após longos anos de luta de diversos movimentos sociais a favor da reforma sanitária, no dia 17 de maio de 1988, na 267 ª Sessão da Assembléia Nacional Constituinte, é anunciada a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil então, é considerado o único país com mais de 200 milhões de habitantes que possui um sistema de saúde pública universal. O Sistema foi muito bem acolhido pela população, e mesmo sofrendo com a má gestão e falta de insumos, mudou drasticamente o quadro de saúde no Brasil. Hoje, o SUS realiza desde atendimentos primários até procedimentos complexos e oferece atendimento de emergência para pessoas que sofrem acidentes através do SAMU. O sistema de saúde brasileiro também fornece vacinas e remédios gratuitamente para pessoas com diversas doenças, financia pesquisas na área de epidemiologia e fiscaliza a qualidade dos alimentos oferecidos em estabelecimentos comercias por meio da Anvisa. COMPARATIVO A N T E S D O S U S • 1 – Os serviços de saúde no Brasil atendem basicamente às necessidades dos grupos sociais de maior poder aquisitivo e após certo período, passa a atender somente os cidadãos com emprego formal. • 2- Respondem aos interesses dos produtores de insumos, de equipamentos e aos produtores de serviços. A população passa a ser vista como mercadoria. • 3- São serviços voltados para a recuperação e não para a prevenção, concentram -se na solução de problemas degenerativos que afligem as camadas mais elevadas da escala social, ignorando o fato que doenças infecciosas ainda são responsáveis por grande parte da mortalidade e morbidade da população brasileira. • 4- Não havia transparência nos serviços prestados, o que levava às empresas a fraudarem o número de atendimentos para lucrarem mais. • 5- Os hospitais psiquiátricos privados tinham plena liberdade de internar quem quisessem e nas condições que bem entendessem, isso gerou problemas para a Previdência porque a população começou a perceber a facilidade de internação. Então, se utilizava o hospital psiquiátrico como forma de justificar aposentadoria por invalidez, a doença mental virou um dos primeiros itens de pedido de aposentadoria no país. • 6- No começo, médicos, enfermeiros e demais profissionais atendiam só duas vezes por semana. • 7- Sem SUS, o sangue era uma mercadoria como qualquer outra. Podia ser vendido e comprado. E como não havia uma política abrangente de saúde, sua qualidade não era devidamente controlada pelo Estado, tampouco pelo mercado. Isso aumentou a incidência de doenças como Hepatite e AIDS, graças à “máfia do sangue”. D E P O I S D O S U S • ⦁ A Universalidade, uma das diretrizes do SUS, determina que todos os cidadãos brasileiros, sem qualquer tipo de discriminação, têm direito ao acesso às ações e serviços de saúde. • ⦁ No princípio de Integralidade do SUS, observamos que está relacionada à condição integral, e não parcial, de compreensão do ser humano. Ou seja: o sistema de saúde deve estar preparado para ouvir o usuário, entendê-lo inserido em seu contexto social e, a partir daí, atender às demandas e necessidades desta pessoa. • ⦁ São criadas multi-campanhas com o intuito de prevenção de doenças com maior número de prevalência no Brasil. • ⦁ São criados diversos veículos acessíveis a toda população, que trazem dados, orçamentos e situação dos atendimentos prestados. Torna-se possível a transparência dos serviços, inibindo ainda mais as fraudes. • ⦁ Com as novas normas de aquisição de aposentadorias, em parceria com o INSS, são criadas políticas mais rígidas, que evitam a fraude e descartam solicitações levianas. Através de algumas perícias e outros procedimentos, o paciente é avaliado e julgado apto ou inapto para a aposentadoria. • ⦁ Os horários foram de atendimento são ampliados e as unidades funcionam todos os dias da semana. • ⦁ Através do SUS, temos o custeamento da coleta, testes, sorologia, armazenagem e transporte, recrutamento e seleção de doadores, testes hematológicos, separação e preparo dos hemocomponentes. O que quebra por vez o mercado de sangue e evita diversas doenças contagiosas que tiveram seu pico naquela década, como Hepatite e HIV. APÓS O SUS, FORAM CRIADAS DIRETRIZES E POLÍTICAS, QUE ATÉ HOJE SÃO SEGUIDAS. SÃO ELAS:
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