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Apostila - Gestão de Segurança do Trabalho

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Gestão de 
Segurança do 
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SUMÁRIO 
 
1 A GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO ............................................................... 6 
1.1 Histórico e Fundamentos .......................................................................................... 6 
1.1.1 Introdução à Gestão da Segurança do Trabalho ............................................................... 6 
1.1.2 O que é um Sistema de Gestão .......................................................................................... 6 
1.1.3 Sistema de gestão nas organizações ................................................................................. 7 
1.1.4 OIT – organização Internacional do Trabalho .................................................................... 8 
1.2 Construção de um sistema de gestão de Segurança ................................................ 10 
1.2.1 Introdução ........................................................................................................................ 10 
1.2.2 O que é OHSAS 18000? ................................................................................................... 10 
1.2.3 Documentos importantes para SGSST ............................................................................. 11 
1.2.4 Exemplos de Alguns Documentos de Gestão de Saúde e Segurança .............................. 14 
1.3 Projeto de Segurança no Trabalho ........................................................................... 16 
1.3.1 Definição de Projeto aplicado a Segurança do Trabalho .................................................. 16 
1.3.2 Passos para Construção de um Projeto de Segurança..................................................... 16 
1.3.3 Exemplos de projetos aplicados à segurança do trabalho ............................................... 17 
1.3.4 Normalização ................................................................................................................... 18 
1.3.5 Noções de Comunicação empresarial ............................................................................... 19 
1.3.6 Apresentação de Projeto- Como apresentar um Projeto ................................................... 20 
2 GESTÃO DE RISCOS E PERDAS ................................................................................ 22 
2.1 Fundamentos .......................................................................................................... 22 
2.1.1 O Acidente do Trabalho ................................................................................................... 22 
2.1.2 Teoria de Heinrich ............................................................................................................ 23 
2.1.3 Pirâmide de Bird ou Pirâmides de Desvios ...................................................................... 24 
2.1.4 Outros estudos de desenvolvimento de Gerenciamento de Riscos .................................. 25 
2.2 Riscos na Gestão da Segurança do Trabalho ........................................................... 26 
2.2.1 Conceito de Risco ............................................................................................................. 26 
2.2.2 Avaliação, Prevenção e Controle de Riscos ...................................................................... 26 
2.2.3 Conceito de Perigo ............................................................................................................ 27 
2.2.4 Identificação dos Perigos ................................................................................................. 27 
2.2.5 Exemplo prático entre Perigo e Risco ............................................................................... 27 
2.2.6 Medidas preventivas para controle de Perigos e Riscos .................................................. 28 
2.3 Análise Preliminar de Risco - APR ........................................................................... 29 
2.3.1 Conceito de APR ............................................................................................................... 29 
2.3.2 Como elaborar uma boa APR ........................................................................................... 29 
2.4 Melhoria e Redução de Riscos e Perdas ................................................................... 29 
2.4.1 Inspeção de Segurança e Auditorias................................................................................ 29 
2.4.2 Definição de Responsabilidades ...................................................................................... 30 
2.4.3 Definir e Elaborar Plano de Emergência .......................................................................... 30 
2.4.4 Controle de Produtos Químicos ........................................................................................ 31 
2.4.5 Regras e Procedimentos ................................................................................................... 31 
2.4.6 Educação e Treinamentos ................................................................................................ 31 
2.4.7 Ações Preventivas e Corretivas ........................................................................................ 31 
3 PLANO DE ERGONOMIA ............................................................................................ 32 
3.1 Ergonomia ............................................................................................................... 32 
3.1.1 Conceito Geral de Ergonomia ........................................................................................... 32 
 
 
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3.1.2 Elaboração da NR-17 ....................................................................................................... 34 
3.1.3 Metodologia Ergonômica .................................................................................................. 34 
3.1.4 Tipos de Ergonomia ......................................................................................................... 35 
3.2 Antropometria ......................................................................................................... 36 
3.2.1 Antropometria aplicada nos postos de Trabalho ............................................................. 36 
3.2.2 Noções de Base para as diferentes variações corporais: ................................................. 37 
3.2.3 Exemplo de Certo e Errado com relação a postura .......................................................... 39 
3.2.4 Critérios para aplicação de dados antropométricos ......................................................... 40 
3.3 Plano de Ergonomia ................................................................................................ 40 
3.3.1 Análise Ergonômica no Local de Trabalho ....................................................................... 40 
3.3.2 Formação do COERGO ..................................................................................................... 41 
4 PPRA / PCMSO/ PPR ................................................................................................. 43 
4.1 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA .............................................. 43 
4.1.1 O que é o PPRA – NR9 ...................................................................................................... 43 
4.1.2 Objetivo do PPRA .............................................................................................................43 
4.1.3 Responsabilidade na elaboração do PPRA ...................................................................... 44 
4.1.4 Etapas do PPRA ............................................................................................................... 44 
4.1.5 Responsabilidade após o desenvolvimento do PPRA ....................................................... 45 
4.2 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional- PCMSO ................................ 46 
4.2.1 O que é PCMSO – NR7...................................................................................................... 46 
4.2.2 Responsabilidades ........................................................................................................... 46 
4.2.3 Desenvolvimento do PCMSO ............................................................................................ 47 
4.2.4 Dos Primeiros Socorros .................................................................................................... 47 
4.2.5 Informações importantes do PCMSO ................................................................................ 47 
4.3 Programa de Proteção Radiológica - PPR ................................................................. 48 
4.3.1 O que é Radiação Ionizante e Não ionizantes? ................................................................ 48 
4.3.2 Origem das Radiações Ionizantes .................................................................................... 48 
4.3.3 Aplicações na Saúde ........................................................................................................ 49 
4.3.4 Diagnóstico....................................................................................................................... 50 
4.3.5 Controles das Radiações Ionizante e Não Ionizantes ...................................................... 50 
5 PLANO DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO - PPCI ................................................. 51 
5.1 Plano de Prevenção ................................................................................................. 51 
5.1.1 Definição .......................................................................................................................... 51 
5.1.2 Prevenção ......................................................................................................................... 53 
5.2 Legislação ............................................................................................................... 53 
5.2.1 Obrigatoriedade do Plano de Prevenção .......................................................................... 53 
5.2.2 Lei Complementar ............................................................................................................ 54 
5.2.3 Decreto nº 51.803 ............................................................................................................ 55 
5.2.4 Portaria CBMRS nº 002/2016 ......................................................................................... 55 
5.3 Etapas de um Plano de Emergência ........................................................................ 56 
5.3.1 Estabelecimento da Equipe .............................................................................................. 56 
5.3.2 Análise dos Riscos ........................................................................................................... 57 
5.3.3 Desenvolvimento do Plano ............................................................................................... 58 
5.3.4 Implantação do Plano ...................................................................................................... 58 
5.3.5 Gestão de Emergência ..................................................................................................... 60 
5.4 Brigada de Emergência............................................................................................ 61 
5.4.1 O que é a Brigada? .......................................................................................................... 61 
5.4.2 Critérios para seleção dos candidatos ............................................................................. 62 
 
 
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5.4.3 Atribuições da Brigada .................................................................................................... 63 
6 PROGRAMA DE PREVENÇAO A SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR ............ 64 
6.1 Programa de Conservação Auditiva - PCA ................................................................ 64 
6.1.1 Significado dentro do Ambiente de Trabalho ................................................................... 64 
6.1.2 Objetivos do PCA .............................................................................................................. 64 
6.1.3 Diferença entre Som e Ruído ............................................................................................ 65 
6.1.4 Principais Benefícios ........................................................................................................ 65 
6.1.5 Modelos de PCA ............................................................................................................... 66 
6.1.6 Controle de Exposição ...................................................................................................... 67 
6.2 Programa de Proteção Respiratória - PPR ................................................................ 68 
6.2.1 Generalidades .................................................................................................................. 69 
6.2.2 Objetivo ............................................................................................................................ 69 
6.2.3 Normas e Recomendações NR 6....................................................................................... 69 
6.2.4 Responsabilidades ........................................................................................................... 69 
6.2.5 Estrutura do PPR.............................................................................................................. 70 
6.2.6 Treinamento ..................................................................................................................... 70 
6.3 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva – EPI e EPC .................................. 71 
6.3.1 Tipos de Equipamentos utilizados ................................................................................... 71 
6.3.2 Obrigação do Empregador ............................................................................................... 72 
6.3.3 Obrigação do Empregado ................................................................................................. 72 
6.3.4 Medidas Técnicas ............................................................................................................ 72 
6.3.5 Vantagens e Desvantagens do uso .................................................................................. 73 
6.4 Proteções de Máquinas ............................................................................................ 74 
6.4.1 Introdução ........................................................................................................................ 74 
6.4.2 Objetivo ............................................................................................................................ 74 
6.4.3 Referências Normativas ................................................................................................... 74 
6.4.4 Tipos de Sistemas de Proteção e Exemplos comuns ........................................................ 75 
7 PROGRAMA DE PROTEÇÃO – CIPA E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇO 
DE SAÚDE ....................................................................................................................79 
7.1 COMISSAO INTERNA PREVENÇÃO DE ACIDENTES – CIPA .................................... 79 
7.1.1 O que é uma Comissão?................................................................................................... 79 
7.1.2 Norma Regulamentadora – NR 5 ...................................................................................... 79 
7.1.3 Formação da Comissão .................................................................................................... 79 
7.1.4 Composição da CIPA ........................................................................................................ 80 
7.1.5 O papel do Cipeiro............................................................................................................ 80 
7.1.6 Inspeção de Segurança .................................................................................................... 81 
7.1.7 Princípios Fundamentais da CIPA ................................................................................... 81 
7.1.8 Mapa de Risco .................................................................................................................. 82 
7.2 Programa de Gerenciamento de Resíduo de Serviço de Saúde - PGRSS ................... 83 
7.2.1 Introdução ........................................................................................................................ 83 
7.2.2 Legislação aplicável ......................................................................................................... 84 
7.2.3 Classificação dos Resíduos Infectantes ........................................................................... 85 
8 PROGRAMAS DE QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE DO TRABALHADOR..................... 87 
8.1 Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT ...................................................... 87 
8.1.1 O que é PAT e qual seu objetivo? ..................................................................................... 87 
8.1.2 Lei 6321/76 ..................................................................................................................... 87 
8.1.3 Vantagens para o Empregado ......................................................................................... 87 
8.1.4 Vantagens para o Empregador que adere ao PAT ........................................................... 87 
 
 
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8.2 Programa Tabagismo ............................................................................................... 88 
8.2.1 Histórico e alguns aspectos de interesse ......................................................................... 88 
8.2.2 Tabagismo na empresa .................................................................................................... 89 
8.3 Doenças Sexualmente transmissíveis – AIDS /HIV .................................................. 89 
8.3.1 O que é o HIV e a AIDS? .................................................................................................. 89 
8.3.2 Como prevenir .................................................................................................................. 90 
8.3.3 Recomendações ............................................................................................................... 90 
8.4 Alcoolismo ............................................................................................................... 90 
8.4.1 O Alcoolismo ..................................................................................................................... 90 
8.4.2 Alcoolismo não é motivo para demissão por justa causa................................................. 91 
9 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 92 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 A GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO 
 Histórico e Fundamentos 
 Introdução à Gestão da Segurança do Trabalho 
Boa parte dos trabalhadores passa parte de sua vida dentro de um ambiente de 
trabalho onde se considera ponto importante e crítico para qualidade de vida de uma 
pessoa. Onde não há um bom controle ou um sistema bem implantado, o profissional 
poderá estar exposto a um ambiente que possa lhe causar algum tipo de doença, 
síndrome, acidente ou até dependência de drogas ou álcool. 
Muitas empresas ou organizações estão tentando promover um ambiente de 
trabalho saudável e seguro através de uma estrutura consistente, onde seus riscos 
estejam controlados e identificados para, assim, melhorar o desempenho geral de todos e 
atender a legislação. 
Para qualquer organização é um enorme desafio implantar um sistema de gestão 
independente do seu tipo ou porte. Dessa forma, tem como uns dos principais desafios 
para a Implantação do Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho os 
seguintes: 
 Bom entendimento da legislação; 
 Confusão entre os processos de gestão e documentação legal; 
 Implantação para as empresas de pequeno e médio porte; 
 Trabalho informal; 
 Mão de obra para serviços de terceiros; 
 Fiscalização; 
 Conscientização dos funcionários e terceiros na empresa. 
 O que é um Sistema de Gestão 
A norma ABNT NBR 18001/2010 define sistema de gestão como sendo “uma 
estrutura organizacional com definições de responsabilidades técnicas e administrativas 
para desenvolver e implantar sua política de Saúde e Segurança no Trabalho, e para 
gerenciar seus riscos por meio de técnicas através das melhores práticas disponíveis”. 
O sistema de Gestão previsto nas OHSAS 18000 e na NBR 18801, por exemplo, 
tem como principal objetivo fornecer ferramentas que servem para nortear os gestores e 
todos os envolvidos no direcionamento de suas ações. Além disso, implantar um sistema 
 
 
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de gestão além de melhorar a imagem da empresa perante a sociedade, também melhora 
o rendimento dos trabalhadores e valoriza o capital humano. 
Um dos principais objetivos de se construir um Sistema de Gestão de Segurança 
no Trabalho é reduzir ou até mesmo eliminar a ocorrência de acidentes. Adotar uma 
visão de prevenção é o primeiro passo para o sucesso de um sistema de gestão, não 
deixar que exista uma lesão ou morte para que sejam tomadas ações ou identificar as 
principais causas dos problemas no ambiente de trabalho. 
Para concluir, o Sistema de Gestão de Segurança nada mais é do que iniciativa 
voluntária das organizações, como forma de melhorar a qualidade de seus produtos, 
processos e principalmente do ambiente de trabalho. 
 
 Figura 1– Sistema de Gestão Integrada 
 Fonte: https://qualityway.wordpress.com/2015/10/26/integracao-de-sistemas-de-gestao-por-marco-
t-bertolino/ 
 Sistema de gestão nas organizações 
A Saúde e Segurança no Trabalho constitui uma das maiores responsabilidades 
do empregador, uma vez que a legislação está cada vez mais exigente e cabe ao 
empregador gerenciar as ações de segurança no trabalho. 
Implantando um Sistema de Gestão de Segurança, a organização gerencia as suas 
ações e assegura de uma maneira organizada, utilizando todas as ferramentas 
necessárias para prevenção de acidentes. Algumas ferramentas são fáceis de implantar, 
outras dependem ativamente da participação dos funcionários, e é neste ponto que as 
coisas ficam mais complicadas se não houver uma estratégia bem planejada. 
 
 
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Algumas delas podemos citar e detalhar conforme a seguir: 
 DDS: Chamada de Diálogo Diário de Segurança, tem como principal 
objetivo alertar diariamente os trabalhadores com assuntos mais diversos 
possíveis relacionados à Saúde e Segurança do Trabalho. Pode durar em 
torno de 10 a 15 minutos ou, conforme o assunto, até mais. O programa “5 
minutos” contribui para a formação de um trabalhador melhor, de um 
facilitador melhor, de um gerente melhor e de uma empresa melhor e 
socialmente mais responsável. Por ser uma das ferramentas mais fáceis de 
ser implantada, não é sem razão que essa é praticada por milhares de 
empresas em todo o Brasil e também em outras partes do mundo. 
 Registro de Prevenção: Essa ferramenta tem como principal objetivo 
registrar os desvios ocorridos durante a jornada de trabalho, sem a 
marcação da pessoa que ocasionou estes desvios. Deve ser bem elaborada e 
ter uma boa divulgação junto a funcionários e chefias. 
 Análise de Risco: Também chamada de Análise Preliminar de Risco ou 
Permissão para Trabalho, é uma das principais e mais importantes 
ferramentas utilizadas na prevenção de acidentes. Visa analisar 
antecipadamente os riscos de cada atividade a ser desenvolvida na 
empresa. 
Visando atender de forma competitiva, muitas destas empresas já possuem alguns 
dos sistemas de gestão como: Ambiental, Segurança e Qualidade, sendo como grande 
desafio manter esta competitividade através de uma integração de maneira a otimizar 
estes recursos. Desta forma podem-se listar as principais vantagens de se implantar um 
Sistema de Gestão de Segurança nas empresas: 
 Assegura de forma clara e demonstrável o comprometimento com a Saúde e 
Segurança no Trabalho; 
 Mantém boa relação com Sindicatos dos Trabalhadores; 
 Fortalece a imagem da empresa para o mercado e para os clientes; 
 Aprimora, controla e gerencia os custos dos acidentes; 
 Estimula e desenvolve soluções de prevenção de acidentes e doenças; 
 Gerencia suas atividades de forma segura; 
 OIT – organização Internacional do Trabalho 
Fundada em 1919, é uma Agência do Sistema das Nações Unidas que tem por 
missão promover oportunidades para que homens e mulheres possam ter acesso a um 
 
 
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trabalho decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e 
dignidade (OIT, 2016). 
A OIT tem como objetivo promover a justiça social, com uma estrutura na qual os 
representantes dos empregadores, dos trabalhadores e do governo possuem os mesmos 
direitos. 
No Brasil, a OIT representa programas e atividades que tem melhorado as 
condições e organização do trabalho. A OIT não estipula regras nem leis, mas referencia 
que a criação de um sistema de gestão de segurança e saúde deve apresentar 5 (cinco) 
estágios bem definidos, de forma que o Sistema de Saúde e Segurança dos trabalhadores 
possa alcançar o sucesso dentro de uma organização, são eles (OIT, 2005): 
1. Criar uma Política onde a empresa se compromete com a Saúde e 
Segurança no Trabalho: Esta política deve incluir um conjunto de atitudes 
e princípios onde a organização se compromete com relação a todos os itens 
da saúde e segurança dos funcionários e pessoas que estão dentro da 
empresa. 
2. Modo como a empresa está organizada: A implementação de medidas que 
inclui segurança e saúde no trabalho, inclui quase sempre como a empresa 
está planejada e organizada. Exemplo de algumas medidas importantes 
desta organização: conscientizar os trabalhadores por meio de instrumentos 
que visem a melhoria contínua e o esforço destes em participar ativamente 
e de forma responsável com relação a questões de saúde e segurança do 
trabalho; comunicar e alertar internamente de forma a existir uma 
informação compartilhadas dos valores, da missão e principalmente das 
convicções da empresa com relação à saúde e segurança; criar uma cultura 
ativa e participativa por parte da alta administração e dos responsáveis da 
empresa no que tange às questões de saúde e segurança do trabalho. 
3. Planejamento e ações a serem executadas: Este item tem como principal 
objetivo concluir no mínimo os requisitos relacionados às questões legais e 
requisitos específicos dos assuntos relacionados à saúde e segurança do 
trabalho. Estes requisitos devem ser priorizados dentro da organização da 
empresa, como por exemplo: plano de ação para cada um dos assuntos 
levantados, definindo responsabilidades e como serão concluídos 
adequando recursos técnicos, humanos ou financeiros necessários para 
conclusão. 
 
 
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4. Avaliação: É através desta ferramenta que é assegurada a melhoria 
contínua de todo o sistema no campo da saúde e segurança do trabalho. 
Esta avaliação se dá da seguinte forma: monitorar o cumprimento do plano 
de ação das definições e itens levantados, métodos de trabalho da 
instalação dos equipamentos, cumprimento da legislação e os sistemas que 
servem para controlar os acidentes, incidentes, danos patrimoniais e 
também saúde dos trabalhadores. 
5. Ações a serem implementadas para melhoria contínua: para que a 
organização possa conservar e manter a melhoria contínua, é necessário 
que se estabeleça realização de auditorias, revisões de desempenho através 
de indicadores, aplicação de melhores práticas existentes e conhecidas no 
mercado. 
 Construção de um sistema de gestão de Segurança 
 Introdução 
Para a construção de um sistema de gestão não é necessário seguir nenhuma 
norma ou referencial. É importante considerar uma boa estrutura operacional, planejar e 
definir procedimentos e responsabilidades de modo que assegurem que os perigos e os 
riscos foram devidamente identificados e avaliados. 
Para muitas organizações no Brasil ainda está em evolução questões como a 
saúde e segurança no trabalho. As organizações ainda se restringem a coleta de dados 
estatísticos, ações reativas e principalmente respostas a causas trabalhistas. Esta visão 
de gestão está sendo um processo de evolução gradativa e uma das normas mais 
seguidas para implantação de um sistema é a OHSAS18000, (2016). 
Em 1988 entidades normativas elaboraram um conjunto de normas denominadas 
OHSAS (2016), como forma de certificar o sistema os programas de gestão de segurança, 
saúde e meio ambiente. Este sistema de normatização teve por principal objetivo 
substituir todos os guias e normas e unificar em uma norma única e colocá-la em nível 
internacional. 
 O que é OHSAS 18000? 
A OHSAS (2016) é um padrão internacional que estabelece todos os requisitos 
necessários relacionados à Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional nas organizações. 
O objetivo é proporcionar às organizações elementos implementados para saúde e 
segurança ocupacional, independentemente do tipo ou tamanho da empresa. 
 
 
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 Alguns pontos importantes para aplicação desta norma são: estabelecer um 
sistema de gestão para saúde e segurança ocupacional para proteger atividades 
cotidianas mais comuns dentro da empresa, assegurar a conformidade política de saúde 
e segurança ocupacional já estabelecida, demonstrar esta conformidade a outras 
pessoas, buscar certificação deste sistema de gestão através de um organismo externo e 
Implantar, manter e melhorar continuamente um sistema de gestão de saúde e 
segurança ocupacional na empresa. 
Demonstramos na figura a seguir o ciclo da OHSAS 18000. 
 
Figura 2– Espiral doSistema de Segurança e Saúde no Trabalho 
Fonte: British Standards Instituition (2007) 
 Documentos importantes para SGSST 
Como falamos anteriormente, os documentos do sistema de segurança do trabalho 
podem e devem ser confeccionados pela empresa tornando-se um requisito chave para a 
realização de qualquer processo que envolva a comunicação, de modo a permitir que o 
sistema seja mantido e se promova a melhoria contínua. Alguns documentos são 
primordiais e devem ser elaborados por pessoas autorizadas e conhecedoras de todo o 
processo. Nelas se incluem: procedimentos, formulários, registros etc. 
Exemplo de hierarquia de documentação de um Sistema de Gestão de Saúde e 
Segurança do Trabalho: 
 
 
 
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Figura 3– Hierarquia de Documentos do Sistema de Gestão 
Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/2261358/ 
Segundo Mendes (2013), podemos citar vários documentos que são importantes 
para a obtenção de um sistema de gestão de segurança ativo, aplicável e seguro: 
 Manual de Segurança: Manual é uma orientação geral de todo o regimento 
da empresa, isto é, nele deve se estabelecer elementos importantes do 
sistema de gestão, fornecendo orientação sobre a documentação 
relacionada e dando em linhas gerais o funcionamento do Sistema de 
Gestão da Segurança. 
 Normas Técnicas /Normas Regulamentadoras: As normas 
regulamentadoras tratam-se do conjunto de requisitos e procedimentos 
ligados à saúde e segurança do trabalho de forma a serem cumpridas pelas 
empresas privadas e públicas que possuam empregados regidos pela 
Consolidação das leis do Trabalho. 
 Documentos de projetos de segurança: Muito importantes do ponto de 
vista estratégico das empresas, de forma a alcançar a excelência na 
segurança dos negócios, bem como conscientização de se pensar de 
maneira a depositar esforços em propor a qualidade da segurança ao redor 
de toda a organização. 
 Documentos de compra de equipamentos: Planejar a compra dos 
equipamentos, manter o manual de funcionamento a disposição de forma a 
 
 
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garantir que a máquina ou equipamento foi projetado cumprindo as 
prescrições mínimas de segurança em sua confecção. 
 Procedimentos internos: Padronizar os procedimentos e nele estabelecer a 
eficiência em suas operações como qualidade, rentabilidade e segurança 
das suas atividades. 
 Listas de verificação e Planos de inspeção: Conhecer o equipamento, 
saber a carga máxima de operação, se o equipamento é o adequado para 
utilização e checar estes equipamentos nos dão a garantia que os mesmos 
estão sendo utilizados de forma segura e adequada. 
 Plano de aferição e calibração de todos os equipamentos que estão 
envolvidos no monitoramento e controle da área de segurança: 
Assegura a confiabilidade dos resultados das medições dos equipamentos 
utilizados, pois, a partir dos resultados obtidos, serão tomadas ações de 
forma a manter o sistema implantado e controlado. 
 Atas de reuniões CIPA: Sendo um dos braços da segurança do trabalho, a 
CIPA tem um papel importante na prevenção de acidentes e doenças 
decorrentes do trabalho. Manter o que foi discutido, estabelecido durante 
uma reunião, além de atender a uma legislação, serve para que os 
trabalhadores possam continuar trabalhando conjuntamente de modo a 
prevenir e melhorar a qualidade do ambiente de trabalho. 
 Programas SIPAT: A SIPAT tem como objetivo mostrar ferramentas de 
forma a conscientizar e orientar os trabalhadores quanto à prevenção dos 
acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho. Mostrar práticas de 
prevenção como forma de melhorar a saúde e segurança de cada 
trabalhador. 
 Relatórios e Registros em geral / Documentação Legal: Fazem parte 
deste escopo: inspeções de parte elétrica NR10, inspeções de caldeiras e 
vasos de pressão caso existam na empresa, análise ergonômica dos postos 
de trabalho, potabilidade da água utilizada para consumo humano e 
Inspeções SPDA – Sistema de Proteção de Descargas Atmosféricas. Estes 
documentos além de serem obrigatórios do ponto de vista legal, constituem 
registros para controle de toda a estrutura importante da gestão. 
 Documentação Médica – NR7: Dentre os principais objetivos da NR7 
estão: avaliar e adequar as condições do trabalhador para determinadas 
atividades; avaliar qualquer deficiência da saúde relacionada à exposição a 
agentes nocivos ao processo, identificar casos de doenças profissionais 
 
 
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relacionadas ao trabalho e estabelecer o perfil da saúde do trabalhador de 
acordo com programa previamente estabelecido. 
 Programa de Prevenção de Riscos: Conjunto de instrumentos utilizados 
pela organização de forma a planejar, operar e controlar as suas atividades 
de forma a manter os riscos abaixo de padrões e valores toleráveis. 
Toda a documentação referente ao sistema de gestão deve estar bem identificada, 
guardada e prontamente recuperada. Deve ser ter em mente aquelas que são exigidas 
por lei e respeitar o período determinado antes de ir para o arquivo morto ou ser 
totalmente destruído. 
 Exemplos de Alguns Documentos de Gestão de Saúde e Segurança 
 
EXEMPLO 1 - CHECK LIST MÁQUINA POLICORTE: 
 
 Figura 4 – Check List Máquina Policorte 
 Fonte: www.actionseg.com 
 
 
 
 
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EXEMPLO 2: CHECK LIST DE EMPILHADEIRA: 
LOGO 
EMPRESA 
CHECK – LIST EMPILHADEIRA 
 
Código: 
SEG-NWN/12 
Folha: 
1/3 
Revisão: 
00 
Setor: 
Operador: 
 
ITENS A SEREM OBSERVADOS S N P NA 
 
O operador está habilitado a operar o equipamento? 
O operador possui identificação da função no crachá? 
Os faróis dianteiros estão funcionando normalmente? 
O stop de freio está funcionando normalmente? 
Os EPI’s estão adequadamente higienizados? 
O funcionário está orientado a cuidar devidamente dos EPIs? 
O sinal sonoro (buzina) está funcionando normalmente? 
O giroflex está funcionando? 
A empilhadeira possui ré sonora e está funcionando normalmente? 
Os pneus estão em boas condições? 
O sistema de alimentação (mangueiras e botijão) apresenta algum aspecto ou odor 
que indique vazamento de gás? 
 
O sistema hidráulico (mangueiras e bomba) apresenta algum aspecto que indique 
vazamento de óleo? 
 
O sistema de frenagem, testado pelo operador no momento da inspeção apresenta 
algum problema? 
 
O sistema de refrigeração do motor (radiador) apresenta nível de água normal? 
O operador está portando os EPI’s (calçado de segurança e protetor auditivo) 
necessários à execução de suas atividades? 
 
A empilhadeira possui extintor de incêndio com carga plena e no prazo de validade 
para recarga? 
 
A empilhadeira está com os retrovisores em boas condições de uso? 
O cinto de segurança está em boas condições de uso? 
A torre, corrente e garfos estão em boas condições de uso? 
Possui equipamentos para isolamento e sinalização de área? 
Os equipamentos atendem em quantidades e tipos, às necessidades? 
Os equipamentos estão em bom estado de conservação? 
Possui placa de manutenção de equipamento? 
 
Diante dos pontos observados nesta inspeção, a empilhadeira está em condições de operar normalmente? Em caso 
negativo emitir um relatório para a supervisão do setor e interditaro equipamento imediatamente. 
Legenda: S - Sim N – Não P - Parcialmente NA – Não se Aplica 
Nome Cargo Visto Data 
 
 
 
 
 
Observações: 
Figura 5 – Check List Empilhadeira 
 Fonte: http://segurancadotrabalhonwn.com/check-list-para-empilhadeira/ 
 
 
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 Projeto de Segurança no Trabalho 
 Definição de Projeto aplicado a Segurança do Trabalho 
Segundo a ABNT a definição de Projeto é a seguinte: 
“Descrição da estrutura de um empreendimento a ser 
realizado. Busca de respostas para problemas que necessitam de 
solução a curto ou a longo prazo (ABNT, 2011; SILVEIRA, 2010)”. 
 
Projeto é um documento no qual se articula uma proposta de pesquisa com o 
objetivo de resolução de um problema levantado. Este problema pode ser empírico ou 
teórico, as questões precisam ser específicas e os objetivos delimitados com clareza. 
Um dos pontos principais em se realizar um projeto é o seu planejamento, pois 
com ele se pode conferir maior eficácia à investigação e alcançar as metas estabelecidas. 
 O projeto é umas das etapas do processo de elaboração, execução e apresentação 
da pesquisa. É também a capacidade de se conceber um plano de ação a ser executado 
em um determinado tempo. 
 Passos para Construção de um Projeto de Segurança 
Segundo Consalter (2012), os passos para construção de um Projeto de Segurança 
em primeiro lugar é ter a definição do tema, isto é, o que será realmente tratado. O tema 
como falamos anteriormente, é o problema em questão que se deseja solucionar. 
Após isso, define-se o objetivo principal e a metodologia a ser utilizada. Descrever 
de forma bem detalhada todos os passos para que o projeto esteja muito bem “calçado” e 
os resultados sejam alcançados e tenham a aprovação dos responsáveis. Esquema básico 
de um projeto de pesquisa: 
 
 Figura 6– Etapas para Projeto de Pesquisa 
 Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/49172/ 
 
 
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 Exemplos de projetos aplicados à segurança do trabalho 
Exemplo 1: Aplicado à Construção Civil 
 
 
Exemplo 2: Aplicado a Indústria de Máquinas 
 
Exemplo 3: Aplicado a Áreas Administrativas 
 
Este projeto terá como objetivo analisar em 
diferentes obras: obras de construção civil, obras 
particulares e obras em construtoras, fatores sobre 
os atos inseguros e os acidentes ocorridos. O 
principal objetivo é mostrar que por meio da 
aplicação de um programa de conscientização e 
treinamento é possível valorizar a segurança do 
trabalho e modificar o modo de pensar e agir de 
todos os envolvidos na construção civil. 
 
Este projeto terá como objetivo verificar o 
elevado número de acidentes ocorridos na área 
de estamparia de uma fábrica de linha branca 
na cidade de São Paulo. O objetivo é 
demonstrar que a aplicação de sistemas de 
proteções de segurança, reduzem número de 
acidentes ocorridos nesta área da empresa. 
 
Este projeto terá como objetivo avaliar o elevado 
número de afastamentos por problemas ergonômicos, 
de um escritório de contabilidade localizado na 
empresa YXZ da Cidade de Porto Alegre. O objetivo é 
demonstrar por meio de entrevistas, estudos e gráficos 
que a aplicação de equipamentos corretos e 
confeccionados ergonomicamente assim como 
ambiente controlado ambientalmente, estes números 
reduzem significativamente. 
 
 
 
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 Normalização 
Conceito de Normalização segundo a ABNT, (2016): 
“A normalização é, assim, o processo de formulação e 
aplicação de regras para a solução ou prevenção de problemas, com 
a cooperação de todos os interessados, e, em particular, para a 
promoção da economia global. No estabelecimento dessas regras 
recorre-se à tecnologia como o instrumento para estabelecer, de forma 
objetiva e neutra, as condições que possibilitem que o produto, 
projeto, processo, sistema, pessoa, bem ou serviço atendam às 
finalidades a que se destinam, sem se esquecer dos aspectos de 
segurança. Norma é o documento estabelecido por consenso e 
aprovado por um organismo reconhecido, que fornece regras, 
diretrizes ou características mínimas para atividades ou para seus 
resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em 
um dado contexto”. 
 As normas asseguram características de produtos ou serviços, como segurança, 
qualidade e confiabilidade ao produto ou material que será apresentado. As normas têm 
uma contribuição enorme nas nossas vidas, quando não estão presentes logo notamos. 
Conforme a ABNT, são enormes os benefícios trazidos pela normalização, como: 
 Padronização de documentos ou serviços oferecidos; 
 Terminologia; 
 Estabelece dimensões padronizadas; 
 Estabelece requisitos de desempenho ou de segurança; 
 Métodos de ensaios e controle de poluição; 
A normalização de documentos é um fator não só de qualidade, mas transferência 
de informações. Identifica melhor um documento, facilita a comunicação e melhora a 
qualidade formal do documento. 
A norma ABNT 14724:2011 descreve as informações para 
elaboração de trabalhos, com vistas à apresentação em instituições, 
bancas ou empresas. Esta norma estabelece uma estrutura 
padronizada de como se fazer um bom roteiro de apresentação. 
 
 
 
 
 
 
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 Noções de Comunicação empresarial 
A comunicação é uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento e 
crescimento de qualquer empresa ou organização. Uma comunicação eficiente traz 
resultados tão importantes que podem até ser medidos no faturamento da empresa. 
Fazer um plano de comunicação é olhar para ela mesma e determinar a sua 
renovação constante. Existem inúmeras ferramentas para desenvolver a comunicação 
dentro de uma organização. Podemos citar como exemplos: comunicação interna, correio 
eletrônico, mala direta, publicidade e propaganda, assessoria de imprensa, marketing, 
reuniões etc. Quem nunca ouviu falar sobre encontro com o presidente, ou café da 
manhã entre diretores e funcionários? 
Para escolher o melhor canal de comunicação, é necessário analisar o contexto em 
que está inserida a comunicação. 
Segundo Kotler (1998) há um modelo tradicional para desenvolvimento de uma 
boa comunicação, conforme abaixo: 
 Emissor: quem emite a mensagem para a outra parte. 
 Codificação: o processo de transformar o pensamento em forma simbólica. 
 Mensagem: o conjunto de símbolos que o emissor transmite. 
 Mídia: os canais de Comunicação através dos quais a mensagem passa do 
emissor ao receptor. 
 Decodificação: o processo pelo qual o receptor confere significado aos 
símbolos transmitidos pelo emissor. 
 Receptor: a parte que recebe a mensagem emitida pela outra parte. 
 Resposta: as reações do receptor após ter sido exposto à mensagem 
 Feedback: a parte da resposta do receptor que retorna ao emissor 
 Ruído: distorção ou estática não planejada durante o processo de 
Comunicação, que resulta em uma mensagem chegando ao receptor 
diferentemente da forma como foi enviada pelo emissor. 
 Quando há falhas ou estes elementos não são respeitados, a comunicação 
enfrenta problemas difíceis que podem trazer sérios danos ou resultados 
para a empresa. 
 
 
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Figura 7– Comunicação empresarial 
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=ZdSaGDugEcc 
 Apresentação de Projeto- Como apresentar um Projeto 
Tão importante quanto fazer um projeto é saber “vendê-lo”, isto é, apresentar de 
forma que o patrocinador (executivo, comitê, instituição etc.) possa avaliar de forma a 
fazer ou não a concessão. Existem várias formas de se fazer uma apresentação, algumas 
mais objetivas outras mais detalhadas, isso dependerá muito do tipo de projeto que está 
sendo realizado. As mais sucintas servem apenas para vender uma ideia, já as mais 
detalhadas servem para análise de viabilidade, investimento, etc. (RODRIGUES, 2011). 
 Abaixo algumas dicas de como se fazer uma boa apresentação de projeto: 
1) Faça um bom planejamento: Defina exatamente quem serão os seus 
espectadores, por que você quer mostrar seu trabalho, onde será mostrado e de 
que forma isso será mostrado (reunião, auditório, etc.). 
2) Escreva um bom roteiro: Defina exatamente sua linha de raciocínio. Faça 
uma boa introdução do assunto. Mostrar alguma figura, imagem, texto 
impactante é uma boa forma de chamar a atenção para o assunto e mostrar a 
sua ideia. 
3) Preocupar-se com o design (contraste, alinhamento e cor), boas figuras e boa 
gramática. 
4) Uso de boas imagens (sejam fotografias tiradas no local de trabalho ou 
inseridas de alguma outra fonte) é bom que sejam impactantes, de boa 
resolução e que sejam adequadas ao assunto tratado. 
5) Pense o lado positivo de estar fazendo aquela apresentação. Quais os ganhos 
e oportunidades que te deram para apresentar um bom trabalho. 
6) Pratique sua apresentação antes do dia marcado. 
7) Não faça muitos rodeios, simplifique sua apresentação. 
 
 
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8) Encerre sua apresentação levantando uma reflexão ou contando uma 
situação, enfim, utilizar-se de algum recurso que demonstre identidade dos 
participantes ao assunto abordado. 
 Isso exigirá trabalho, estudo e persistência, portanto, valerá muito a pena, pois os 
resultados serão recompensadores. 
 
 
 
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2 GESTÃO DE RISCOS E PERDAS 
 Fundamentos 
 O Acidente do Trabalho 
O acidente do trabalho possui dois conceitos: o conceito legal e o conceito 
prevencionista. 
O conceito legal que prescreve a lei nº 8.213/91, em seu artigo 19 que: 
"acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do 
trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos 
segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando 
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a 
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o 
trabalho". 
Tal definição exige que haja uma lesão para que se caracterize como acidente. 
Ruppenthal (2013) traz o conceito prevencionista em que define: 
“É qualquer ocorrência não programada, inesperada, que 
interfere ou interrompe o processo normal de uma atividade, 
trazendo como consequência isolada ou simultaneamente perda de 
tempo, dano material ou lesões ao homem”. 
Quando se pensa em prevenção de acidentes, é preciso ter em mente também os 
cuidados com as doenças ocupacionais. Dois males com alguns pontos em comum, mas 
que se preocupam igualmente por seus aspectos humanitários, sociais e econômicos 
negativos. 
Do ponto de vista prevencionista, devemos prevenir e levantar todas as possíveis 
causas da lesão, implantando medidas e controles proativos. 
Não podemos em hipótese nenhuma deixar de levantar e investigar toda vez que 
um acidente acontece, por mais simples que ele seja, isso tem por finalidade encontrar 
as causas e aplicar as providências necessárias para evitar que novos acidentes 
aconteçam por repetição ou similaridade. 
Quando ocorre o acidente do trabalho, dois fatores principais devem ser 
investigados (RUPPENTHAL, 2013): 
 Ato Inseguro 
 
 
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 Condição Insegura 
Estes atos ou condições inseguras podem ser combinados ou não, para que ocorra 
um acidente de trabalho. Mas o que exatamente é um ato inseguro ou uma condição 
insegura? 
Ato Inseguro é o comportamento do trabalhador, funcionário 
ou pessoa, de forma consciente ou não, que pode levá-lo a sofrer uma 
lesão por estar exposto a um determinado risco de acidente 
(ZOCCHIO,2012). 
Condição Insegura está relacionada ao ambiente de 
trabalho, que de alguma forma compromete a segurança do 
trabalhador, como exemplo, defeitos em máquinas, processos, 
irregularidades técnicas, carência de dispositivos de segurança ou 
riscos ambientais não controlados (ZOCCHIO,2012). 
De todas estas vertentes colocadas, podem surgir várias consequências para o 
empregado e ao empregador como: perda de tempo, danos materiais, lesões e custos. 
 Teoria de Heinrich 
Todo o acidente é causado, ou seja, ele nunca acontece por acaso. Segundo 
Heinrich o acidente seria um somatório em cadeia de 5 (cinco) pontos principais, sendo 
eles (ZOCCHIO,2012): personalidade do acidentado, falha humana, causas básicas e 
imediatas, acidente e lesão conforme figura a seguir, caracterizada pelo efeito 
dominó. 
 
Figura 8 – Efeito dominó da Teoria de Heinrich 
Fonte: https://qvtunibero.wordpress.com/page/2/ 
Atos e condições de baixo padrão são os fatores principais para que ocorra um 
acidente ou uma lesão. Mas o que significa exatamente cada uma das peças do dominó 
acima? 
https://qvtunibero.wordpress.com/page/2/
 
 
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 Personalidade: Cada trabalhador traz consigo um conjunto de 
características positivas e negativas, que constituem a sua personalidade. 
Influenciado por características hereditárias ou do meio social, ele pode 
constituir razões fortes para ser irresponsável, teimoso ou possuir algum 
vício, por exemplo. Estas características podem produzir falhas em seu 
comportamento que podem resultar em condições ou atos inseguros, 
situação que pode consequentemente acarretar em lesões ou acidentes. 
Quando isso ocorre, a queda da primeira peça do dominó acaba 
ocasionando a queda da segunda peça e, em sucessão, todas as demais. 
Sendo impraticável modificar a personalidade de todos os funcionários, a 
preocupação em eliminar as causas dos acidentes torna-se o foco principal 
das empresas. 
 Falhas Humanas: Devido a estes traços negativos, o homem pode cometer 
falhas que podem resultar em causas dos acidentes. Trabalhar forte na 
prevenção e tentar criar a consciência da segurança como prática é um dos 
principais objetivos a serem realizados. Tudo isso como forma de criar um 
hábito nas suas vidas. 
 Atos Inseguros ou Condições Inseguras: A segurança do trabalho, não é 
somente ocasionada por problema de pessoal, conhecimentos de 
engenharia e de legislação são importantes para que se tenha uma redução 
da falta de segurança. Essa ideia deve ser adotada e “vendida” para a 
Gerência e todos os trabalhadores. 
 Acidente: Este é a junção de condições e atos não seguros. Torna-se uma 
consequência destes dois itens. 
 Lesão: Nem sempre os acidentes provocam lesões, mas em geral quando 
ocorre um acidente, o risco de que o trabalhador venha a sofrer uma lesão é 
grande. 
 Pirâmide de Bird ou Pirâmides de Desvios 
Nascido em New Jersey, Frank Bird foi contratado pela Companhia Siderúrgica 
Lukens de Coatesville, na Pennsylvania, no período de1950 a 1968 (RICARDO,2013). 
Nesta empresa ele analisou mais de 90 mil acidentes e parte deste estudo compreendeu 
4 mil horas de entrevistas com supervisores de linha e orientou esta sua pesquisa na 
teoria de Heinrich. Baseado em tratamento estatístico, ele relacionou os acidentes 
classificando-os de acordo com sua severidade e sua frequência de ocorrência. A 
pirâmide mostra que a proporção entre os desvios, quase acidentes e acidentes segue 
uma lógica estatística, sendo, a proporção que é 1:10:30:600. 
 
 
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O que quer dizer isso: 
 
Figura 9 – Pirâmide de Frank Bird 
Fonte: http://fabiomatias.blogspot.com.br/2011/08/piramide-de-frank-bird.html 
Para cada 600 incidentes (quase acidentes), pode-se observar 30 danos materiais, 
mas não teve acidente com uma pessoa em si, na parte amarela podemos observar que 
houveram 10 acidentes com pessoa, mas não teve necessariamente afastamento, e na 
parte vermelha sim, 1 acidente com afastamento ou até mesmo óbito da pessoa. 
Em resumo, a Pirâmide serve de base para todos os programas de Segurança. 
Quando falamos em CIPA, SESMT, legislação, Auditorias, EPI, EPC, Treinamentos, NR’s, 
Fiscalizações, todas estas ações são desenvolvidas para justamente ajudar na prevenção 
de riscos e ao controle de perigos, como forma de eliminar o que realmente se encontra 
na base da pirâmide, fazendo com que esta sequência seja interrompida e não ocorrendo 
o que está no topo da pirâmide que é o acidente. 
 Outros estudos de desenvolvimento de Gerenciamento de Riscos 
Em 1970, Fletcher estabeleceu programas de Controle Total de Perdas, isto é, ele 
ampliou a Pirâmide de Bird, não só focando em acidentes pessoais, como qualquer tipo 
de evento ou ocorrência anormal no processo produtivo: vazamentos, falta de 
especificação técnica, interrupção do processo, paradas de máquina, meio ambiente, etc. 
tudo foi tratado como ocorrência, estando na base da pirâmide (RICARDO,2013). Todo 
este levantamento não deixou de lado as ações de prevenção essenciais para a prevenção 
de lesões como: Segurança de Processo, Segurança dos Produtos, Segurança Patrimonial 
e Ambiental. 
Em 1972, criou-se outra mentalidade, atentando-se para a abordagem da 
engenharia de administração, ou seja, agregando confiabilidade à produção. Estes 
estudos vieram a compreender melhor os erros humanos, como erro de projetos na fase 
de concepção, falha em materiais fora de especificação, motivos estes que devem ser 
debitados a organização e não ao operário (RICARDO,2013). 
 
 
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Gerenciar riscos é implantar uma série de medidas e procedimentos que tem por 
finalidade controlar e reduzir, mantendo os padrões de segurança considerados 
toleráveis. 
 Riscos na Gestão da Segurança do Trabalho 
 Conceito de Risco 
Para alguns autores a definição de risco está atrelada à possibilidade de um 
evento não esperado, de modo que possa afetar negativamente a organização em atingir 
seus objetivos. O risco pode apresentar pelo menos dois significados (CARDELLA, 2014): 
 Potencial necessário para causar danos como lesões pessoais, danos a 
equipamentos, meio ambiente, as instalações ou redução da capacidade de 
produção; 
 Probabilidade de causar danos em um período específico, podendo ser indicado 
pela probabilidade de ocorrer um acidente, multiplicado pelo dano que pode 
causar. 
 Avaliação, Prevenção e Controle de Riscos 
O elemento avaliação, prevenção e controle de riscos é o ponto inicial no 
desenvolvimento, compreensão e integração do Sistema de Gestão (CARDELLA, 2014). 
Este elemento identifica os riscos e foca em áreas chaves. Possibilita ainda estabelecer 
prioridades, identificar estratégias de controle, endereçar responsabilidades e prazos 
para o fechamento das ações estabelecidas. O propósito da avaliação de riscos é 
identificar, classificar, desenvolver estratégias para eliminar, prevenir ou controlar os 
riscos, endereçar responsabilidades e estabelecer datas para ações corretivas. 
Os riscos com índices de prioridade alta devem ser imediatamente corrigidos ou 
formalmente endereçados na Avaliação de Riscos. Uma análise detalhada e um plano de 
implantação deverão ser prontamente estabelecidos. 
Para os riscos de prioridade baixa deverão ser determinadas as ações que serão 
endereçadas na operação, como oportunidades de melhorias conforme os recursos 
disponíveis. Medidas de controle, como políticas, programas, procedimentos, regras e 
controle de engenharia, etc. serão utilizados quando outras opções não estiverem 
disponíveis ou seu custo for muito alto. 
 
 
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 Conceito de Perigo 
É a condição potencial (fonte) que provoca o dano no desenvolvimento de uma 
atividade como: lesões, doenças, danos ao meio ambiente, com perda de material em 
processo ou a redução da capacidade produtiva (CARDELLA, 2014). 
 Identificação dos Perigos 
Determinar as possibilidades de ocorrência de um acontecimento não desejado. 
 Exemplo prático entre Perigo e Risco 
 
Figura 10 – Perigo & Risco 
Fonte: http://pt.slideshare.net/pipandrade/manual-higiene-e-segurança-no-trabalho 
Também, na figura 11 podemos identificar várias outras situações de Perigos e 
Riscos em um ambiente de trabalho como: 
 Perigo: Máquinas sem as devidas proteções. Risco: Corte, esmagamento ou 
amputação de membros 
 Perigo: Falta de atenção ao executar uma tarefa. Risco: acidente 
 Perigo: Materiais espalhados sem a devida organização. Risco: acidente, 
tombamento, colisão do equipamento. 
 Perigo: Derramamento de material sobre o chão. Risco: tombamento, 
deslizamento do equipamento causando danos materiais ou pessoais. 
 Perigo: Mal empilhamento dos materiais. Risco: Tombamento e queda sobre 
máquinas ou pessoas. 
 Perigo: Manuseio de máquinas ou equipamentos sem a utilização de 
equipamentos de proteção Risco: acidente com ou sem amputação, risco de 
esmagamento 
 
 
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 Perigo: Ineficiência ou não existência de iluminação adequada para os 
postos de trabalho. Risco: Desempenho ineficiente da tarefa, perda 
gradativa da visão. 
 Perigo: Armazenamento de materiais ou cilindros combustíveis Risco: 
explosão ou incêndio. 
 
 Figura 11– Perigo & Risco 
Fonte: http://pt.slideshare.net/pipandrade/manual-higiene-e-segurança-no-trabalho 
 Medidas preventivas para controle de Perigos e Riscos 
Chegando a seu posto de trabalho o trabalhador já está exposto aos perigos 
potenciais da própria fonte do seu trabalho. Então o empregador se utiliza de todas as 
medidas preventivas como combate a estes riscos potenciais, tais como: Uso de EPI’s 
(Equipamento de Proteção Individual), treinamentos, cartazes, informativos, sistemas de 
segurança e gestão de saúde. Estas são medidas preventivas utilizadas pelas empresas, 
de forma a reduzir e evitar que os trabalhadores expostos a determinado perigo, venha 
ter o risco de se acidentar (CARDELLA, 2014). 
 
 
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 Análise Preliminar de Risco - APR 
 Conceito de APR 
Seu foco está na antecipação e identificação dos Perigos e Avaliação dos Riscos 
durante a criação ou desenvolvimentode uma atividade, sistema, projeto ou máquina. 
Atua sobre os possíveis eventos perigosos ou indesejáveis capazes de gerar perdas na 
fase de execução da atividade ou desenvolvimento de um projeto. Permite ainda 
estabelecer responsabilidades no controle e sua relevância na gestão de riscos. Segundo 
Cardella (2014) para cada risco analisado se busca identificar: 
 Os eventos acidentais a eles associados; 
 As consequências que podem ocorrer com a ocorrência destes eventos; 
 Causas básicas e os eventos intermediários; 
 Os modos de proteção destes eventos básicos e intermediários. 
 Como elaborar uma boa APR 
Conforme Cardella (2014) no cabeçalho da APR deve conter as seguintes 
informações: 
 Logotipo de empresa; 
 Nome da empresa; 
 Trabalho ou tarefa a ser executada 
 Área onde será realizada a atividade 
 Data que a atividade será realizada; 
 Normas de Segurança a serem observadas (NR10 e Serviços) 
No corpo da APR: 
 Operação (descrever passo a passo o que é feito) 
 Os riscos que o funcionário poderá estar exposto (ex. choque, explosão, 
queda); 
 Efeitos que poderão ocorrer (fraturas, queimaduras, lesões, etc); 
 Classificação (frequência e gravidade); 
 Medidas de controle (o que será feito para evitar os riscos presentes). 
 Melhoria e Redução de Riscos e Perdas 
 Inspeção de Segurança e Auditorias 
Realizando periodicamente inspeções e auditorias, se confirma o atendimento e a 
conformidade, verificando se os perigos e os riscos estão sendo realmente controlados e 
 
 
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identificados. Estas inspeções e auditorias têm como principal objetivo, (RUPPENTHAL, 
2013): 
 Complementar auto inspeções; 
 Verificar a adesão dos funcionários as regras e procedimentos 
estabelecidos; 
 Avaliar a efetivação das comunicações e programas de treinamentos; 
 Providenciar a conscientização e conhecimento aos questionamentos dos 
funcionários; 
 Registrar as deficiências e problemas encontrados; 
 Documentar em Plano de ação todas as deficiências encontradas. 
Neste plano de ação serão registradas e documentadas responsabilidades, ações 
corretivas a serem desenvolvidas para sanar os problemas encontrados, e os resultados 
desta auditoria será utilizada para melhoramento e continuidade do sistema. 
 Definição de Responsabilidades 
Como falamos anteriormente, as responsabilidades devem estar bem definidas 
dentro de uma organização. A questão da alta administração em dar o “exemplo” e 
cumprir as diretrizes e procedimentos estabelecidos, serve como referencial aos 
funcionários e terceiros que trabalham na organização. A implantação total do programa 
só se estabelece, se todos os funcionários da base ao topo estiverem alinhados e 
conscientes das suas responsabilidades, (RUPPENTHAL, 2013). 
 Definir e Elaborar Plano de Emergência 
 O plano de emergência é uma das principais etapas de um programa de gestão de 
controle de Perigos e Riscos. Ele só não tem o papel de descrever todos os riscos 
existentes dentro da organização, como também a forma de combate a cada um deles, 
(RUPPENTHAL, 2013). Também determinando responsabilidades, formas de combate e 
tudo o que mais que seja relevante para seu sucesso. Implantar um bom Plano de 
Emergência, definindo todos os itens acima relacionados, realizando simulados e 
conscientização dos funcionários, terceiros e população flutuante, são primordiais para 
uma boa ação caso ocorra algum sinistro, incidente, acidente dentro da empresa. 
Falaremos em aula específica sobre Plano de Prevenção e Combate a Incêndio. 
 
 
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 Controle de Produtos Químicos 
A questão da utilização e manuseio de produtos químicos que são tão prioritários 
quanto aos materiais e ferramentas que são utilizadas dentro de uma organização. 
Estabelecer procedimento quanto a compra, utilização e manuseio é primordial para 
controle dos riscos dos acidentes causados pelo uso incorreto do mesmo. Assim evitamos 
além dos acidentes com funcionários e terceiros o impacto ao meio ambiente e a 
sociedade, (RUPPENTHAL, 2013). 
 Regras e Procedimentos 
A criação de regras e procedimentos são definições e critérios de modo a 
salvaguardar as questões de saúde e segurança dos funcionários e colaboradores. A 
intenção é que Líderes e funcionários se comprometam com o que está estabelecido nas 
regras e procedimentos e que estejam conscientes das práticas normais de operação. 
Estas devem ser revisadas periodicamente e devem estar integrados nas instruções de 
trabalho. No caso da criação de novas regras ou revisão das em vigência, devem ser 
comunicadas aos trabalhadores da área afetadas através de comunicação verbal, 
reuniões ou folhetos, (RUPPENTHAL, 2013). 
 Educação e Treinamentos 
Estabelecer um programa de treinamento onde constem responsabilidades e áreas 
afetadas. Devem ser disponibilizados para que todos os funcionários adquiram 
habilidades e conhecimento de modo a executar as suas tarefas de modo seguro e 
responsável. Podem-se dividir em Treinamentos Mandatórios, Treinamentos para 
Trabalhos Específicos, Treinamento com Ênfase Especial, Treinamento para Lideranças e 
Treinamento para empresas Contratadas, (RUPPENTHAL, 2013). 
 Ações Preventivas e Corretivas 
Levantados os problemas durante as inspeções ou auditorias, requer 
posteriormente o desenvolvimento de um plano de ação, seja corretivo ou preventivo. 
Com este plano poderá se verificar todas as etapas do levantamento dos problemas, as 
adequações necessárias e as responsabilidades das ações a serem executadas. 
 
 
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3 PLANO DE ERGONOMIA 
 Ergonomia 
 Conceito Geral de Ergonomia 
O termo ERGONOMIA tem sua origem no encontro de duas palavras gregas: ergon 
= trabalho e nomos= lei, regra tem por objetivo compreender as regras das leis que 
presidem o trabalho humano. A Ergonomia também leva em consideração a capacidade 
humana, tais como: física, muscular, dimensões corporais, possibilitando também 
interpretar as informações pelo aparelho sensorial (visão e audição) analisando as 
atividades confiadas ao trabalhador e os fatores que influenciam esta relação. 
Já para Wisner (1987), “Ergonomia é o conjunto dos conhecimentos científicos 
relacionados ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e 
dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e 
eficiência”. 
De acordo com o que são desempenhadas, as tarefas podem causar vários 
problemas de desconforto e fadiga. A postura inadequada e movimentos repetitivos 
podem causar lesões, e para evitá-las, é necessário analisar e adequar o trabalho ao ser 
humano. 
 
Figura 12– Ergonomia 
Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/336270/ 
No início a seleção tinha como foco o treinamento de acordo com trabalho ou 
tarefa, sempre procurando a adequação do homem ao trabalho, o que não era nada 
eficaz. Foi aperfeiçoando o homem a máquina que houve uma melhora significativa no do 
sistema, foi quando os esforços foram sendo direcionados no sentido de adequação do 
trabalho ao homem. Aperfeiçoando ferramentas, o ambiente de trabalho e os 
equipamentos. 
 
 
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Embora a origem da ergonomia date de 1949 quando o Engenheiro inglês Kenneth 
Frank Hywel Murrell oficializou a primeira sociedade deergonomia do mundo, o 
Ergonomic Research Society, os preceitos que regem a ergonomia começaram nos 
primórdios da história da humanidade. Supõe-se que na pré-história o homem tenha 
adaptado a pedra às suas necessidades, como por exemplo, adaptando a anatomia da 
mão à pedra utilizada tornando o seu manuseio mais seguro e eficaz baseado no formato 
dos utensílios e as ferramentas utilizadas naquela época para caça e defesa pessoal. 
 
Figura 13 – Pré-História 
Fonte: http://www.coladaweb.com/historia/pre-historia 
A época renascentista foi a que marcou o início dos estudos na área, a figura de 
destaque de Leonardo da Vinci (1452-1519), autor da figura do homem Vitruviano. A 
principal relevância do trabalho de Leonardo foi a combinação do homem inserido em 
um círculo e um quadrado, considerando a movimentação natural do corpo humano e o 
espaço circundante. Hoje o conhecimento destas formas é aplicado em projeto 
denominado Antropometria. 
Com a Revolução Industrial, a concepção de ergonomia foi ganhando novas 
proporções, abrangendo o regime de trabalho e sua jornada assim como as condições 
ambientais em que eram desenvolvidas. 
Com o crescente complexo de equipamentos técnicos nos anos de 1940, a 
Ergonomia então se tornou disciplina científica, pois as pessoas não conseguiam 
entender estes equipamentos e até mesmo utilizá-los. Inicialmente estes problemas eram 
mais evidentes no setor militar, portanto, com a Segunda Guerra Mundial percebeu-se 
também a dificuldade de utilizar no cotidiano civil. Isso levou vários acadêmicos e 
psicólogos militares a realizarem investigações sobre a interação das pessoas, 
equipamentos e ambiente. Inicialmente foi no ambiente de trabalho, mas posteriormente 
 
 
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a Ergonomia foi reconhecida em outras áreas, como projetos de produtos para 
consumidores (carros, computadores, etc.). 
 Elaboração da NR-17 
Em 1986, diante da grande quantidade de casos de tenossinovite ocupacional por 
parte de digitadores, os diretores da área de saúde do ´Sindicato dos Empregados em 
Empresa de Processamento de Dados no Estado de SP, entraram em contato com a 
Delegacia Regional do Trabalho, buscando recursos para prevenir as referidas lesões 
(MTE, 2012). 
Foi constituída então uma equipe composta por médicos, engenheiros e 
representantes sindicais que por meio de fiscalizações, verificaram as condições de 
trabalho e a interferência destas na saúde dos trabalhadores. 
Exceto os aspectos de ruído, iluminação e a temperatura, não havia nenhuma 
outra exigência de legislação que pudesse de alguma forma apoiar ou obrigar as 
empresas a modificar a forma de produção e melhorar a saúde dos trabalhadores. 
Durante 1988 a 1989, a Associação de Profissionais de Processamento de Dados, 
realizaram reuniões com representantes da Secretaria de Segurança e Medicina do 
Trabalho para elaborar normas que estabelecessem limites à cadência de trabalho, 
estabelecendo também outros critérios como mobiliários, ambiência térmica, ambiência 
luminosa e o nível de ruído. Algum período depois veio alterações da NR -17 a partir de 
seminários e sugestões para alteração. Em março de 1990, a Ministra do Trabalho, 
assinou a portaria que alterava a NR-17. Após esta publicação, a Norma atingiu toda a 
classe patronal, principalmente Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, não se 
limitando apenas a área de processamento de dados. 
 Metodologia Ergonômica 
Aqui vamos descrever um pouco de como pode ser implantado um Plano de 
Avaliação Ergonômica. Este plano pode ser mutável, e aplicado conforme se deseja 
dentro de uma empresa ou organização. 
Para realização deste plano, pode-se utilizar alguns documentos base: 
Procedimentos internos, NR-17, Norma Regulamentadora-NR5 (CIPA), Identificação dos 
perigos e riscos de segurança e Saúde, Manual de Saúde e Segurança. 
A criação de um Comitê de Ergonomia dentro da empresa com representantes 
contemplando as diversas áreas tem como principal objetivo facilitar e encaminhar as 
 
 
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ações necessárias identificando as necessidades da organização. Este comitê pode ser 
composto por: médico do trabalho, um responsável que faça a interface entre o comitê e 
a alta administração, um secretário que centraliza todas as informações e por fim um 
responsável por conduzir as análises (investigação preliminar, filmagem, análise RULA e 
MACRO). 
A metodologia, pode ser aplicada da seguinte forma, (CORRÊA, 2015): 
1- Estabelecer funções críticas: Esse levantamento é realizado em toda a 
organização, podendo ser dividida em parte fabril e administrativa, onde são 
verificadas todas as funções em cada setor para se conseguir uma melhor 
análise ergonômica. 
2- Investigação e Análise: a metodologia pode ser realizada da seguinte forma: 
Investigação Preliminar: Esta avaliação preliminar é realizada com base em 
um formulário, e por método quantitativo estabelece-se um valor. Por exemplo: 
De 0 a 20 pontos: o posto de trabalho é considerado satisfatório; 
De 21 a 30 pontos: Posto precisa de análise mais profunda (Análise RULA E 
MACRO); 
Acima de 31 pontos: É necessário priorizar as ações neste posto de trabalho. 
Análise RULA: Esta análise procura identificar, no posto de trabalho os 
movimentos feitos pelos funcionários no decorrer de suas funções diárias. Os 
resultados encontrados devem seguir ações pré-determinadas. 
Análise MACRO: Esta análise tem como objetivo identificar no posto de 
trabalho o número de repetições e a frequência com que o funcionário realiza 
os movimentos na execução diária de suas funções. 
3- Filmagem: A filmagem tem como principal objetivo registrar e observar 
detalhadamente o ciclo completo da tarefa que está sendo realizada no posto de 
trabalho. 
Pode-se determinar o arquivamento dos registros utilizados no Programa de 
Ergonomia, ficando sempre disponíveis aos funcionários e para as autoridades 
competentes. A divulgação dos resultados pode ser realizada através de palestras, 
treinamentos ou reuniões. 
 Tipos de Ergonomia 
 Ergonomia de Concepção: esta ergonomia também chamada de 
Ergonomia Proativa, iniciada no Planejamento de um novo posto de 
trabalho. Realiza-se uma análise profunda deste local, detalhando a tarefa, 
 
 
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conforto e postura do trabalhador, criando um posto de trabalho 
ergonomicamente adequado, (CORRÊA, 2015). 
 Ergonomia de Correção: É realizada no posto já instalado, corrigindo ou 
adaptando ergonomicamente o mesmo. Também chamada de ergonomia 
reativa, pois reage aos problemas já detectados. 
Objetivos da Ergonomia: 
 
Figura 14– Objetivos na Ergonomia no Ambiente de Trabalho 
Fonte: http://www.ergoss.com.br/2015/09/ergonomia-no-trabalho-8-situacoes-a-evitar/ 
 Antropometria 
 Antropometria aplicada nos postos de Trabalho 
Podemos observar que o corpo humano se assemelha a um conjunto de alavancas, 
formado por articulações e ossos que são movimentados pelos músculos. Para que não 
haja movimentos bruscos é necessário que um dos músculos se contraia e outro se 
distenda. 
Os estudos antropométricos projetam a altura adequada para cada pessoa e as 
diferenças individuais, na elaboração de equipamentos e postos de trabalho. 
 
 
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Figura 15– Ergonomia Antropometria

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