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EXECELENTISSIMO SENHOR DIRETOR DO PROCON

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EXECELENTISSIMO SENHOR DIRETOR DO PROCON-PARÁ
ILDA INDUSTRIA E COMERCIO DE LATICINIOS DA AMAZÔNIA LTDA, empresa legalmente constituída, inscrita no CNPJ sob o nº 34.906.172/0001-40, com endereço à Rod. PA 279, S/N, Perímetros Urbano, Centro Tucumã, Pará, CEP 68.385-000, CONTA CONTRATO Nº 50519589, neste ato representado por seu Procurador, o Sr. IVA VIANA PARÁ SOBRINHO, portador da RG 1885290 SSP/PA e CPF 392.447.682-91, residente e domiciliado à Avenida Gabriel Pimenta, nº 119, Rio Verde, Parauapebas, Pará, vem por meio desta apresentar a seguinte reclamação:
DOS FATOS
1- Nada data de 29/11/2018 a Requerida, através de seus técnicos compareceram na sede da Requerente para efetuarem inspeção de rotina, os quais emitiram o TOI sem a presença de nenhum funcionário da empresa ora Requerente;
2- Em meados de fevereiro a Requerente recebeu uma fatura de energia no valor de R$ 10.251,90 (dez mil, duzentos e cinquenta e um reais e noventa centavos), referente a Consumo não Registrado; (anexo 01)
3- Ressalta-se que em nenhum momento houve qualquer comunicado através de carta sobre o procedimento de recuperação de receitas como determina a legislação, caracterizando assim como apuração unilateral e à revelia do consumidor;
4- Na data de 05/08/2019 a requerente solicitou esclarecimentos a cerca do consumo não registrado; (anexo 02)
5- Em 12/08/2019 a Requerida respondeu o E-mail que fora solicitado os esclarecimentos, e de pronto já respondeu que a reclamação da Requerente não procedia, lembrando que o que foi feito foi um pedido de esclarecimento e não uma relação; (anexo 03)
6- Diante do ocorrido a Requerente já esteve na sede da Requerida com intenção de suspender o fornecimento de energia (corte). Pelo exposto é que se busca a intervenção deste órgão estatal para que se faça justiça, vez que os citados procedimentos forma feitos de forma unilateral e à revelia do consumidor.
DO DIREITO
A Resolução Normativa 414/2010 e suas alterações posteriores tratam de como deve ser feito a recuperação e receitas, e especificamente em seu art. 128, determina todos os procedimentos a sem realizados para se caracterizar fielmente a recuperação de receitas, o que não foi observado pela Requerida, conforme abaixo:
Art. 129. Na ocorrência de indício de procedimento irregular, a distribuidora deve adotar as providências necessárias para sua fiel caracterização e apuração do consumo não faturado ou faturado a menor. 
§ 1o A distribuidora deve compor conjunto de evidências para a caracterização de eventual irregularidade por meio dos seguintes procedimentos: 
I – emitir o Termo de Ocorrência e Inspeção – TOI, em formulário próprio, elaborado conforme Anexo V desta Resolução; 
II – solicitar perícia técnica, a seu critério, ou quando requerida pelo consumidor ou por seu representante legal; 
III – elaborar relatório de avaliação técnica, quando constatada a violação do medidor ou demais equipamentos de medição, exceto quando for solicitada a perícia técnica de que trata o inciso II; (Redação dada pela REN ANEEL 479, de 03.04.2012) 
IV – efetuar a avaliação do histórico de consumo e grandezas elétricas; e 
V – implementar, quando julgar necessário, os seguintes procedimentos: 
a) medição fiscalizadora, com registros de fornecimento em memória de massa de, no mínimo, 15 (quinze) dias consecutivos; e 
b) recursos visuais, tais como fotografias e vídeos. 
§ 2o Uma cópia do TOI deve ser entregue ao consumidor ou àquele que acompanhar a inspeção, no ato da sua emissão, mediante recibo. 
 § 3o Quando da recusa do consumidor em receber a cópia do TOI, esta deve ser enviada em até 15 (quinze) dias por qualquer modalidade que permita a comprovação do recebimento. 
§ 4º O consumidor tem 15 (quinze) dias, a partir do recebimento do TOI, para informar à distribuidora a opção pela perícia técnica no medidor e demais equipamentos, quando for o caso, desde que não se tenha manifestado expressamente no ato de sua emissão. (Redação dada pela REN ANEEL 418, de 23.11.2010) 
§ 5o Nos casos em que houver a necessidade de retirada do medidor ou demais equipamentos de medição, a distribuidora deve acondicioná-los em invólucro específico, a ser lacrado no ato da retirada, mediante entrega de comprovante desse procedimento ao consumidor ou àquele que acompanhar a inspeção, e encaminhá-los por meio de transporte adequado para realização da avaliação técnica. 
§ 6º A avaliação técnica dos equipamentos de medição pode ser realizada pela Rede de Laboratórios Acreditados ou pelo laboratório da distribuidora, desde que com pessoal tecnicamente habilitado e equipamentos calibrados conforme padrões do órgão metrológico, devendo o processo ter certificação na norma ABNT NBR ISO 9001, preservado o direito de o consumidor requerer a perícia técnica de que trata o inciso II do § 1º. (Redação dada pela REN ANEEL 479, de 03.04.2012) 
§ 7o Na hipótese do § 6o, a distribuidora deve comunicar ao consumidor, por escrito, mediante comprovação, com pelo menos 10 (dez) dias de antecedência, o local, data e hora da realização da avaliação técnica, para que ele possa, caso deseje, acompanhá-la pessoalmente ou por meio de representante nomeado. 
§ 8o O consumidor pode solicitar, antes da data previamente informada pela distribuidora, uma única vez, novo agendamento para realização da avaliação técnica do equipamento. 
§ 9o Caso o consumidor não compareça à data previamente informada, faculta-se à distribuidora seguir cronograma próprio para realização da avaliação técnica do equipamento, desde que observado o disposto no § 7o. 
§ 10. Comprovada a irregularidade nos equipamentos de medição, o consumidor será responsável pelos custos de frete e da perícia técnica, caso tenha optado por ela, devendo a distribuidora informá-lo previamente destes custos, vedada a cobrança de demais custos. 
§ 11. Os custos de frete de que trata o § 10 devem ser limitados ao disposto no § 10 do art. 137
Como se pode observar a Requerente viola quase que em 100% os procedimentos determinados pela Norma, tendo como procedimento um único documento que é o TOI, que de acordo como a jurisprudência Pátria, não é suficiente para caracterizar as supostas irregularidades. Vastas são as decisões dos tribunais anulando tais procedimentos quanto se trata de CRN apresentando como única comprovação o TOI. Diante deste contexto e a jurisprudência formada sobre o assunto, veja-se a seguinte decisão do Superior Tribunal de Justiça – STJ, in verbis:
 AGRAVO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. SUPOSTA FRAUDE NO MEDIDOR DE ENERGIA ELÉTRICA. APURAÇÃO UNILATERAL DA CONCESSIONÁRIA. CORTE NO FORNECIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DO ENUNCIADO N. 83 DA SÚMULA DO STJ.
- A jurisprudência desta Corte pacificou o entendimento de que é ilegítimo o corte no fornecimento de energia elétrica se o débito decorrer de suposta fraude no medidor de consumo de energia elétrica, apurada unilateralmente pela concessionária de serviço público, uma vez que a suspensão pressupõe o inadimplemento de conta regular, relativa ao mês de consumo, devendo a concessionária utilizar-se dos meios ordinários de cobrança. Incidência, na espécie, do enunciado n. 83 da Súmula do STJ. Agravo regimental improvido.
(AgRg no AREsp 101624/RS, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/03/2012, DJe 22/03/2012)
No que se refere as apurações de supostas irregularidades nos sistemas de medição de consumidores, tendo como base somente o TOI elaborado de forma unilateral, a Jurisprudência de nosso ordenamento jurídico entende não ser suficiente para a fiel caracterização de apuração de supostos consumos não registrados, e as cortes vem proferindo decisões no sentido de combater tais procedimentos e declarando tais cobranças como nulas, como a decisão exarada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro:
 TJ-RJ - APELACAO : APL 1493565220098190001 RJ 0149356-52.2009.8.19.000, abaixo transcrito:
DECLARATÓRIA CUMULADA COM INDENIZATÓRIA. FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. COBRANÇA BASEADA EM TERMO DE OCORRÊNCIA DE IRREGULARIDADE- TOI. DOCUMENTO UNILATERAL NÃO CORROBORADO POR OUTRAS PROVAS. NULIDADE. DANO MORAL CONFIGURADO NA HIPÓTESE. MANUTENÇÃO DO JULGADO. 1 - O Termo de Ocorrência de Irregularidade (TOI), lavrado unilateralmente pela concessionária, e não corroborado por outras provas nos autos, não serve de suporte à cobrança da dívida. Ausência de realização de perícia no local e não participação do usuário na apuração do alegado débito. Ausência de prova da existência de irregularidade no medidor ou de efetivo consumo pelo demandante. Declaração de inexistência do débito objeto do TOI. Precedentes. 2 - Dano moral configurado. Imputação de fraude ao consumidor sem mínima prova nesse sentido. Violação a direitos da personalidade. Verba arbitrada adequadamente, considerando os princípios atinentes à matéria e as particularidades do caso concreto. Manutenção. DECISÃO MONOCRÁTICA. NEGATIVA DE SEGUIMENTO AO RECURSO.
(TJ-RJ - APL: 1493565220098190001 RJ 0149356-52.2009.8.19.0001, Relator: DES. CARLOS SANTOS DE OLIVEIRA, Data de Julgamento: 25/04/2011, NONA CAMARA CIVEL)
Diante do exposto está demonstrado que à REQUERIDA não assiste razão de cobrar valores, os quais não comprovou conforme determina a legislação, prevalecendo-se somente através da elaboração de um TOI de forma totalmente Unilateral ao seu bel prazer e à revelia do Recorrente, e sem que a REQUERENTE tivesse qualquer possibilidade de defesa, razão pela qual se busca a intervenção do Estado para que se faça justiça.
CONCLUSÃO
Diante do exposto, resta demonstrado que a REQUERIDA agiu de forma a não obedecer aos procedimentos legais contidos na Resolução Normativa 414/2010 ANEEL, bem como ao Código de Defesa do Consumidor, quando da apuração de consumo não registrados. Dessa forma conclui-se que ao usar o TOI como único instrumento de apuração de supostos consumos não medidos, não merece prosperar a referida cobrança, razão pela qual a mesma deve ser anulada com base nos direitos violados já demonstrado da Requerente.
DOS PEDIDOS
Diante das irregularidades praticadas pela Requerida Requer a este órgão de defesa do consumidor que seja:
a) Suspensa a referida cobrança referência 11/2018 no valor de R$ 10.251,90 (dez mil, duzentos e cinquenta e um reais e noventa centavos); até o deslinde da referida Lide;
b) Seja suspensa o corte de energia da Requerente;
c) Seja anulada a referida cobrança por não guardar proporções de legitimidade referente ao procedimento de recuperação de receita, como determina a norma em vigor, mais precisamente o que estabelece o art. 139 da REN 414/2010.
Certo de sua atenção agradecemos-lhes desde já
Belém, 30 de agosto de 2018
_____________________________ 
 IVAN VIANA PARÁ SOBRINHO
 PROCURADOR
 
EXECELENTI
SSIMO SENHOR DIRETOR DO PROCON
-
PARÁ
 
 
 
 
 
ILDA INDUSTRIA E COMERCIO DE LATICINIOS DA AMAZÔNIA LTDA
, 
empresa legalmente constituída, inscrita no CNPJ sob o nº 34.906.172/0001
-
40, 
com endereço à Rod. PA 279, S/N, Perímetros Urbano, Centro Tucumã, Pará, 
CEP 68.385
-
0
00, 
CONTA CONTRATO Nº 50519589, 
neste ato representado por 
seu 
Procurador, o Sr. IV
A VIANA PARÁ SOBRINHO, 
portador
 
da RG 1885290 
SS
P/PA e CPF 392.447.682
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91
, residente e domiciliado à Avenida 
Gabriel
 
Pimenta, nº 119, Rio Verde
, Para
uapebas, Pará
, vem por meio desta apresentar 
a seguinte rec
lamação:
 
DOS FATOS
 
1
-
 
 
N
ada 
data de 29/11/2018 a Requerida
, através de seus 
técnicos
 
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m
pareceram 
na sed
e da Requerente para efetuarem inspeção de r
otina, os 
quais emitiram o TOI sem a 
presença
 
de 
nenhum
 
funcionário
 
da empresa ora 
Requerente;
 
2
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Em meados de 
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a Requerente recebeu uma fatura de energia no valor 
de 
R$ 10.251,
90 (dez mil, duzentos e cinquenta e um reais e noventa 
centavos), referente a Consumo não Registrado
;
 
(anexo 01)
 
3
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comunicado 
através
 
de carta sobre o procedimento 
de recuperação de receitas como determina a 
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consumidor;
 
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Requerida
 
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não procedia, lembrando que o que foi feito 
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EXECELENTISSIMO SENHOR DIRETOR DO PROCON-PARÁ 
 
 
 
 
ILDA INDUSTRIA E COMERCIO DE LATICINIOS DA AMAZÔNIA LTDA, 
empresa legalmente constituída, inscrita no CNPJ sob o nº 34.906.172/0001-40, 
com endereço à Rod. PA 279, S/N, Perímetros Urbano, Centro Tucumã, Pará, 
CEP 68.385-000, CONTA CONTRATO Nº 50519589, neste ato representado por 
seu Procurador, o Sr. IVA VIANA PARÁ SOBRINHO, portador da RG 1885290 
SSP/PA e CPF 392.447.682-91, residente e domiciliado à Avenida Gabriel 
Pimenta, nº 119, Rio Verde, Parauapebas, Pará, vem por meio desta apresentar 
a seguinte reclamação: 
DOS FATOS 
1- Nada data de 29/11/2018 a Requerida, através de seus técnicos 
compareceram na sede da Requerente para efetuarem inspeção de rotina, os 
quais emitiram o TOI sem a presença de nenhum funcionário da empresa ora 
Requerente; 
2- Em meados de fevereiro a Requerente recebeu uma fatura de energia no valor 
de R$ 10.251,90 (dez mil, duzentos e cinquenta e um reais e noventa 
centavos), referente a Consumo não Registrado; (anexo 01) 
3- Ressalta-se que em nenhum momento houve qualquer comunicado através 
de carta sobre o procedimento de recuperação de receitas como determina a 
legislação, caracterizando assim como apuração unilateral e à revelia do 
consumidor; 
4- Na data de 05/08/2019 a requerente solicitou esclarecimentos a cerca do 
consumo não registrado; (anexo 02) 
5- Em 12/08/2019 a Requerida respondeu o E-mail que fora solicitado os 
esclarecimentos, e de pronto já respondeu que a reclamação da Requerente 
não procedia, lembrando que o que foi feito foi um pedido de esclarecimento 
e não uma relação; (anexo 03) 
6- Diante do ocorrido a Requerente já esteve na sede da Requerida com 
intenção de suspender o fornecimento de energia (corte). Pelo exposto é que 
se busca a intervenção deste órgão estatal para que se faça justiça, vez que

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