Buscar

LAZER, APRENDIZAGEM, INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA

Prévia do material em texto

Itaboraí-RJ 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADRIANA DA COSTA VIEIRA 
BRUNA CABRAL DA SILVA 
DANIELLY SOARES DELFINO DO NASCIMENTO 
JÉSSICA KELLE ARAÚJO DA SILVA 
KARINE DOS SANTOS OLIVEITA TEIXEIRA 
LARISSA SOUZA 
SANDRA CABRAL DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO 
PEDAGOGIA 
 
 
LAZER, APRENDIZAGEM, INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE DE 
CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA 
Itaboraí-RJ 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LAZER, APRENDIZAGEM, INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE DE 
CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA 
Trabalho Lazer,Aprendizagem, Inclusão e Acessibilidade 
de crianças com deficiência, apresentado ao 1º 
Semestre do Curso de Pedagogia da UNOPAR – 
Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial 
para a obtenção de média bimestral para as disciplinas: 
Educação Inclusiva, LIBRAS – Língua Brasileira de 
Sinais ,Educação e Tecnologias, Homem, Cultura e 
Sociedade, Práticas Pedagógicas: Identidade Docente, 
Educação a Distância. 
Professor(es): 
 
Tutor à Distância: Raquel Maria da Silva 
Tutor Presencial: Rosane 
ADRIANA DA COSTA VIEIRA 
BRUNA CABRAL DA SILVA 
DANIELLY SOARES DELFINO DO NASCIMENTO 
JÉSSICA KELLE ARAÚJO DA SILVA 
KARINE DOS SANTOS OLIVEITA TEIXEIRA 
LARISSA SOUZA 
SANDRA CABRAL DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3 
 
2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................. 4 
 
4 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 9 
 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 90 
 
 3 
1 INTRODUÇÃO 
 
Ao longo dos anos as leis que garantem o acesso das crianças com deficiências nas escolas 
vêm sofrendo mudanças, fomentando cada vez mais o processo de inclusão. Sabemos que não 
basta somente a escola aceitar o ingresso do aluno com deficiência, pois incluir vai além 
disso, caso contrário prevalecerá o princípio de integração. O Estatuto Da Pessoa Com 
Deficiência em seu Artigo 27 declara: " A educação constitui direito da pessoa com 
deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao 
longo de toda a vida, de formas alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos 
e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses 
e necessidades de aprendizagem. 
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade 
assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma 
de violência, negligência e discriminação." 
Baseados nesse exposto abordaremos o tema Lazer, Aprendizagem, Inclusão e Acessibilidade 
de crianças com deficiência. Falaremos um pouco da evolução da legislação que garante o 
direito da criança com deficiência, não só ao que tange ao acesso a escola, mas também ao 
lazer, que é de suma importância, e está relacionado com o processo de aprendizagem e 
desenvolvimento. 
 
 
 4 
2 DESENVOLVIMENTO 
 
A lei Brasileira Nº 13.146/2015 de Inclusão da Pessoa com Deficiência no seu artigo 2º 
define: “Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de 
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais em interações com diversas barreiras, 
podem obstruir sua participação plena a efetiva na sociedade em igualdade de condições com 
as demais pessoas.” 
Mas que barreiras seriam essas? De acordo com a Lei 13.146/2015 Art 3º Inciso IV: 
 Barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a 
participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à 
acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à 
informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros, classificadas em: 
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos ao 
público ou de uso coletivo; 
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados; 
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes; 
d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou 
comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e 
de informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da informação; 
e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que impeçam ou prejudiquem a 
participação social da pessoa com deficiência em igualdade de condições e oportunidades 
com as demais pessoas; 
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o acesso da pessoa com deficiência às 
tecnologias; 
 
A inserção de crianças com deficiência na rede regular de ensino sob a perspectiva da 
educação inclusiva, ainda é uma grande desafio a ser vencido. Muitos fatos históricos 
norteiam essa luta. 
O grande marco foi a Declaração de Salamanca, onde foi elaborado foi um documento na 
Conferência mundial sobre Educação Especial na Espanha em 1994, sendo o Brasil foi um 
dos países signatários. A Declaração de Salamanca é considerada um dos principais 
documentos mundiais que visam a inclusão social, ao lado da Convenção de Direitos da 
Criança (1988) e da Declaração sobre Educação Para Todos de 1990. Segundo o documento , 
o princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças deveriam aprender 
juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que podem ter, lembrando 
que qualquer ato discriminatório contra a pessoa com deficiência fere o artigo 27 do Estatuto 
da Pessoa com Deficiência. 
A inserção de pessoas com deficiência na rede regular de ensino exige que a escola se adapte 
as necessidades desse aluno realizando o acompanhamento em tempo integral, assim como, a 
 5 
preparação de todos os funcionários que fazem parte da instituição escolar, importante para 
que não haja qualquer tipo de discriminação, tanto dentro, quanto fora da sala de aula. 
Quando falamos fora da sala de aula, nos referimos também ao lazer e acessibilidade das 
crianças com deficiência, direito assegurado e garantido por lei. 
Para a criança a importância de brincar também está relacionado ao desenvolvimento e 
aprendizagem. E como ficam as crianças com deficiência em relação a este assunto? Na hora 
da recreação as crianças com deficiência conseguem brincar juntas com as demais? Os 
brinquedos nos parques são acessíveis? São questionamentos muito pertinentes quando 
abordamos o tema inclusão, pois está relacionado a acessibilidade e ao lazer também dessas 
crianças. No Brasil, apesar de existirem leis que regulamentam a inserção das pessoas 
portadoras de necessidades especiais na sociedade,muitas especificações contidas nela não são 
cumpridas. Assim, a maioria destas pessoas sofrem exclusão social por não ter o mesmo 
acesso que as pessoas sem nenhuma limitação. Essa dificuldade de acesso às atividades de 
lazer se dá ao grande número de barreiras, sendo elas, arquitetônicas, urbanística, das 
edificações, dos transportes e das comunicações existentes nas cidades. 
 No dia 12 de maio de 2017, o Presidente Michel Temer sancionou a lei que garante Lazer 
para crianças com deficiência. A nova lei obriga os parques públicos infantis a 
fazerem adaptações nos brinquedos.De acordo com a lei de nº 13.443/17, todos os parquinhos 
públicos deverão ter, no mínimo, 5% de seus brinquedos adaptados. E o projeto LIA (Lazer, 
Inclusão e Acessibilidade) que surgiu em 2013 já vinslumbrava um futuro mais feliz para 
nossas crianças com deficiência, ele foi idealizado por uma mãe em Curitiba, a ShirleyOrdônio, que tem três filhos (Leo, Camila e Letícia), e a Letícia, uma das gêmeas, possui uma 
deficiência. Sempre que saía para brincar com o três, a Letícia ficava impedida ou limitada a 
participar da brincadeira por conta da falta de acessibilidade ou ausência de brinquedos 
adaptados. Foi, então, que a Shirley adaptou um balanço com almofadas para a Letícia poder 
brincar. A mãe conta que foi a gargalhada mais linda que ela já ouviu da sua filha. Esse 
projeto ganhou abrangência nacional na promoção da acessibilidade no lazer para jovens com 
qualquer tipo de deficiência. 
 A idéia do LIA consiste em que as crianças possam brincar juntas, livres de qualquer tipo de 
discriminação por conta de suas limitações, não se trata de construir parques ou praças para 
crianças com deficiência brincarem , e sim, de tornarem os parques e praças que já existem na 
cidade acessíveis com brinquedos adaptados, rampas de acesso, sob o conceito de inclusão, 
reformular o espaço arquitetônico, urbanístico, para que todas as crianças possam brincar 
juntas, independentemente de suas diferenças, e como bônus dessa convivência despertar logo 
na infância o significado de empatia nas crianças. 
O LIA cobra das autoridades a implantação de brinquedos adaptados em parques públicos, 
praças e todos os locais de uso público comum. O projeto reúne famílias, amigos, 
profissionais na busca pelo Lazer, Inclusão e Acessibilidade, conscientizando a sociedade de 
que as pessoas com deficiência também tem assegurado este direito. Além disso, promove 
eventos inclusivos, encoraja as famílias a buscarem momentos de lazer para as crianças com 
deficiência e atuam para o fortalecimento dos cuidadores. O LIA já atua em várias cidades do 
Brasil e já obteve algumas conquistas junto às Prefeituras, que colocaram balanços adaptados 
em praças públicas. 
Em 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu artigo 55, afirma como 
obrigação dos pais ou responsável “matricular seus filhos na rede regular de ensino” e 
complementa no seu art. 5º que “nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer 
 6 
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na 
forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais”. O 
período escolar é caracterizado como uma importante fase para o desempenho ocupacional da 
criança, pois, o ingresso à escola faz com que esta seja reconhecida pela sua capacidade de 
realizar tarefas valorizadas em seu meio. Além disso, crescem expectativas quanto ao meio 
social e a comunicação entre professor/aluno e aluno/aluno, tornam imprescindíveis para que 
a criança se adapte ao novo meio. 
 Para tanto, ao se falar em inclusão de crianças com deficiência, faz necessário sabermos a 
diferença entre inclusão e integração, em que a primeira pressupõe que a sociedade precisa 
aceitar o diferente, sendo necessárias modificações que receba todos aqueles que dela foram 
excluídos, envolvendo um processo constante de dinamismo político social. Enquanto que a 
integração pressupõe que a pessoa deficiente precisa se adaptar aos padrões exigidos pela 
sociedade para que seja aceita pela mesma. 
 Diante disso, ao incluir alunos com deficiência em escola da rede regular, se faz necessário 
que a mesma ofereça a este aluno o Atendimento Educacional Especializado (AEE) garantido 
pela Lei nº12.796/2013, incluindo a sala de recursos. O AEE é um direito de todos os alunos 
PAEE matriculados no sistema educacional brasileiro. Neste espaço, deverá ser oferecido 
todo arsenal de instrumentos que o aluno com deficiência vier necessitar, tal como: o uso da 
Tecnologia Assistiva, tida como instrumento de suma importância para obter a permanência 
do aluno com deficiência na escola. Entretanto,a escola comum deve viabilizar sua 
escolarização em um turno e o Atendimento Educacional Especializado em outro turno de 
forma Suplementar ou Complementar. 
O Atendimento Suplementar suplementa a aprendizagem dos alunos com altas habilidades 
/superdotação por meio de enriquecimento curricular nas áreas em que o estudante apresenta 
grande interesse, facilidade ou habilidade 
Já o atendimento Complementar complementa a formação dos estudantes com deficiência e / 
ou com transtorno do espectro autista (TEA). Isso significa trabalhar com recursos que 
possibilitem ao aluno transpor barreiras impostas a sua aprendizagem nas classes comuns. A 
seguir citaremos alguns exemplos: 
Deficiência Visual : É imprescindível o ensino do sistema Braille, a adaptação de materiais de 
forma que se tornem táteis, o ensino do soroban para os cálculos matemáticos. 
 
Deficiência Física: O AEE visa a confecção de materiais para que ele possa, por exemplo, se 
comunicar com autonomia, como é o caso das pranchas de comunicação alternativa. É 
importante ensiná-lo a usar as tecnologias assistivas necessárias, entre outras atividades 
Deficiência Intelectual: É importante focar em comunicação, memória, localização, espacial e 
temporal, resolução de problemas etc. O professor do AEE tem como objetivo trabalhar a 
aprendizagem de conceitos e a organização do pensamento do aluno. Assim nas classes 
comuns ele se beneficiará dos conteúdos trabalhados. 
É muito importante frisarmos que o AEE não se trata de aulas de reforço de conteúdos 
ministrados pelo professor nas classes comuns, e sim do desenvolvimento visando 
potencializar as habilidades do aluno de acordo com suas especificidades promovendo sua 
autonomia. 
 7 
Segundo o Ministério da Educação (MEC, p.3, 2009), o Atendimento Educacional 
Especializado (AEE), é um serviço da Educação Especial que identifica, elabora e organiza 
recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreiras para a plena participação dos 
alunos, considerando suas necessidades específicas. Ele deve ser articulado com a proposta da 
escola regular, embora suas atividades se diferenciem das realizadas em salas de aula de 
ensino comum. 
Para tanto, ao buscar incluir a tecnologia na escola, é necessário treinamento e apoio da 
equipe que irá conduzir o uso da Tecnologia Assistiva para que seja utilizada de modo correto 
trazendo benefício ao seu usuário. 
 A tecnologia vem como meio de oferecer às crianças novas oportunidades, 
revelar seu potencial e promovê-las a partir de tais ferramentas. Entretanto, para que haja de 
fato o Atendimento Educacional Especializado, é fundamental a capacitação de professores, 
com intuito de que os mesmos possam estar preparados para lidar com diversas situações que 
poderão vir a ocorrer com a inserção do aluno deficiente na escola regular. Tais situações 
implicam no acompanhamento direto do aluno, na formulação de grupos, para que o mesmo 
possa interagir com os demais colegas, entre outros, que favorecerão o desempenho nas 
atividades, na compreensão dos conteúdos transmitidos ao longo de sua trajetória escolar 
 
 
 8 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Abordamos nesse estudo a importância da inclusão na vida das crianças com deficiência 
física. E por meio da acessibilidade, das tecnologias assistivas, barreiras têm sido transpostas 
e desafios vencidos.A criança com deficiência foi estigmatizada por décadas, passando da 
exclusão para o assistencialismo, e pelo viés da segregação, permeando também a 
discriminação e preconceito. 
Ao longo dos anos através do paradigma da inclusão vemos pessoas que antes eram deixadas 
à margem da sociedade protagonizando a própria história. Do ponto de vista educacional, os 
desafios em relação à inclusão são diversos, dentre eles as barreiras arquitetônicas e 
atitudinais, que inclui o comodismo e a falta de empatia. Dos primeiros anos na escola até a 
idade adulta, a inclusão vem nos mostrar que todos independentemente das suas diferenças 
têm os mesmos direitos ao lazer, ao turismo, a uma educação de qualidade, sendo sujeito 
ativo ao invés de passivo como foi ao longo dahistória. 
Apesar da criação de várias leis que protegem, resguardam e exige o cumprimento dos 
direitos das pessoas com deficiência , mesmo assim ainda temos muito que progredir nesse 
aspecto. A luta por uma sociedade mais justa onde todos possam usufruir das mesmas 
oportunidades é constante e real, e nós, não só como futuros educadores, mas como cidadãos 
conscientes, estamos incumbidos de pleitear para que mais conquistas sejam alcançadas 
através da inclusão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
REFERÊNCIAS 
BRASIL, Ministério da Educação e do desporto. Secretária de Educação 
Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: 
formação pessoal e social. Brasília: MEC/SEF, 1998. v. 2. p. 20.

Mais conteúdos dessa disciplina