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HURGOR KTZBERGUER 26-11-2003

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Centro Universitário Nove de Julho 
UNINOVE 
 
 
 
 
Proposta de Análise das Demonstrações Contábeis: 
Abordagem Tradicional Integrada com Modelo Fleuriet 
 
 
 
 
 
Hurgor Kitzberger 
 
 
São Paulo 
2003 
 
Centro Universitário Nove de Julho 
UNINOVE 
 
 
 
Proposta de Análise das Demonstrações Contábeis: 
Abordagem Tradicional Integrada com Modelo Fleuriet 
 
 
 
Hurgor Kitzberger 
Orientadora: Profª Drª Ana Carolina Spolidoro Queiroz 
 
Dissertação apresentada como 
parte das exigências para 
obtenção do título de Mestre 
Profissional em Administração. 
 
 
São Paulo 
2003 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Kitzberger, Hurgor 
 Proposta de análise das demonstrações contábeis : abordagem tradicional integrada 
 com o modelo Fleuriet / Hurgor Kitzberger.__ São Paulo : Centro Universitário Nove 
 de Julho, 2003. 
 113 p. ; 30 cm. 
 Dissertação (mestrado) – Centro Universitário Nove de Julho, 2003 
 Orientador: Ana Carolina Spolidoro Queiroz 
1. Contabilidade 2. Demonstrações contábeis 3. Análise de balanço I. Centro 
Universitário Nove de Julho – Mestrado Profissional II. Título. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Banca Examinadora 
 
Profª Drª Ana Carolina Spolidoro Queiroz 
Prof. Dr. Clóvis Luís Padoveze 
Prof. Dr. Gideon Carvalho de Benedicto 
 
 
 
Dedicatória 
 
 
 
 
À minha esposa Rosely, aos meus filhos 
Anieli, Rodrigo, Rodolfo e José Augusto 
pela compreensão e paciência que 
tiveram durante a realização deste 
trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradecimentos 
 
 
 
Ao Deus do meu coração e da minha compreensão 
por me ter dado saúde, força e luz para realizar 
este trabalho; 
Aos meus pais, Augusto (in memoriam) e Maria 
de Lourdes; a educação que vocês me deram, 
permitiu-me chegar até aqui; 
À minha família pela compreensão dos muitos fins 
de semana e noites ausentes para efetivação do 
curso ; 
A minha orientadora Profª Drª Ana Carolina 
Spolidoro Queiroz, pelo acompanhamento e 
dedicação. 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo 
 
Proposta de Análise das Demonstrações Contábeis: Abordagem 
Tradicional Integrada com Modelo Fleuriet 
O entendimento das Demonstrações Contábeis, mais especificamente 
o Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício são de 
fundamental importância para toda a análise de balanços. Através do 
entendimento da estrutura contábil das demonstrações é que se podem 
desenvolver avaliações mais precisas das empresas. O processo de análise 
requer conhecimentos sólidos da forma de contabilização e apuração das 
demonstrações contábeis, sem os quais ficam seriamente limitadas as 
conclusões extraídas sobre o desempenho da empresa. Os diversos aspectos 
básicos dos objetivos da análise de balanços, as diferentes expectativas de 
seus usuários e a descrição das técnicas científicas mais adotadas da análise 
tradicional são evidenciadas neste trabalho. Michel Fleuriet e outros 
desenvolveram um modelo de administração do capital de giro, que tem sido 
denominado de Análise Financeira Dinâmica, que retoma o tema da liquidez e 
seus indicadores, sugerindo uma abordagem nova e diferente da abordagem da 
análise de balanço tradicional. Para desenvolver seu modelo, Fleuriet separa os 
elementos do giro, classificando-os em dois tipos em relação ao seu 
comportamento com o ciclo operacional, tais como: a) contas cíclicas, ou seja, 
contas de natureza operacional;e b) contas erráticas, ou seja, as demais contas 
do circulante. Nessa linha de raciocínio analisou-se o “Modelo Tradicional” e o 
“Modelo Fleuriet”, e propõe-se o “Modelo Integrado” para análise das 
demonstrações contábeis na administração e planejamento da empresa,onde 
se utiliza elementos da metodologia desenvolvida por Fleuriet, dentro da 
concepção tradicional da Análise de Balanços, complementando-se ainda o 
modelo assim desenvolvido com as abordagens do EBITDA e do método do 
Valor Econômico Agregado – EVA. 
 
ABSTRACT 
 
A PROPOSAL FOR THE ACCOUNT DEMONSTRATION: THE TRADITIONAL 
APPROACH INTEGRATED WITH THE FLEURIET MODEL 
 
 The understanding of the account demonstrations, mainly the balance 
sheets and the income statements, are of great importance in all balance analysis. 
A more precise valuation can be made, through the understanding of the account 
structure of demonstration. The analysis process asks for a very solid knowledge 
about the accounting system and the finding out of these demonstrations. In fact, 
without them, the conclusions about the performance of the organizations will be 
seriously limited. The various aspects of the purposes from the balance analysis, 
the different expectations and the description of the scientific techniques that are 
used in the traditional methods of analysis, which are adopted in most of the cases, 
are shown in this work. Michel Fleuriet and others developed a model, called 
“Dynamic Financial Analysis”, for the administration of the turnover capital. This 
model retakes the theme of profitability and its indicators, which suggests a new 
and different approach from the traditional balance analysis. To develop his model, 
Fleuriet separates the components of the turnover, classifying them in two groups, 
according to its conduct referred to the operational cycle, which are: a) Cyclic 
accounts, which are the operational ones; and b) Erratic accounts, which are all the 
other accounts of the assets. Following this way of reasoning, in the work the 
“Traditional Model” and the “Fleuriet Model” was analyzed, and an “Integrated 
Model”, which uses some elements of Fleuriet methodology in the traditional 
model, as well as the approaches from the EBITDA and EVA, is being proposed for 
the analysis of the account demonstration, in order to help in organizations 
planning and management. 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO...................................................................................1 
 
 
CAPÍTULO 1 – IDENTIFICAÇÃO DA ANÁLISE.................................6 
 
 
1.1 O Balanço Patrimonial e sua Estrutura.........................................6 
1.2 A Demonstração do Resultado do Exercício.................................9 
1.3 Raciocínio Científico......................................................................12 
1.4 Necessidade da Análise................................................................15 
1.5 Limitações da Análise....................................................................17 
 
CAPÍTULO 2 – ANÁLISE FINANCEIRA TRADICIONAL.....................20 
 
 
2.1 Introdução......................................................................................20 
2.2 Análise Vertical..............................................................................21 
2.3 Análise Horizontal..........................................................................23 
2.4 Indicadores Econômicos – Financeiros.........................................24 
2.5 Conclusão de Análise....................................................................47 
 
 
CAPÍTULO 3 – ANÁLISE DO MODELO FLEURIET............................52 
 
 
3.1 Conceito do Modelo Fleuriet..........................................................52 
3.2 As Quatro Variáveis.......................................................................53 
3.3 O Efeito – Tesoura.........................................................................64 
3.4 Conclusão de Análise....................................................................65 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 4 – INVESTIMENTOS......................................................69 
 
 
4.1 Decisão..........................................................................................70 
4.2 Meta do Planejamento...................................................................73 
4.3 Custo de Oportunidade..................................................................754.4 Taxa Mínima de Retorno................................................................78 
4.5 EBITDA - Lucro antes dos Juros, Impostos , 
 Depreciações e Amortizações.......................................................80 
4.6 EVA – Valor Econômico Agregado ou Adicionado 
 (Economic Value Added)..........................................................….82 
 
 
CAPÍTULO 5 - MODELO INTEGRADO DE ANÁLISE 
 CONTÁBIL DE BALANÇO......................................86 
 
 
5.1 Modelos......................................................................................86 
5.2 Painel de Indicadores Integrando o Método de Análise 
 Tradicional e o Método de Fleuriet..............................................94 
5.3 Aplicação Numérica....................................................................96 
5.4 Contribuições..............................................................................99 
 
CONCLUSÃO..................................................................................101 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................104 
 
 
ANEXO ...........................................................................................108 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
Quadro: Página 
1 Esquema do Balanço Patrimonial 7 
2 Esquema Geral da Demonstração de Resultados do Exercício 10 
3 Análise das Demonstrações Contábeis e o processo 
 de tomada de decisão 13 
4 Du Pont – retorno sobre o investimento - 31/12/x0 45 
5 Du Pont – retorno sobre o investimento - 31/12/x1 46 
6 Reclassificação de Balanço na abordagem dinâmica 
 do Modelo Fleuriet 55 
7 Necessidade Líquida de Capital de Giro – exemplo 1 57 
8 Necessidade Líquida de Capital de Giro – exemplo 2 58 
9 Necessidade Líquida de Capital de Giro – exemplo 3 59 
10 Necessidade Líquida de Capital de Giro – exemplo 4 60 
11 Necessidade Líquida de Capital de Giro – exemplo 5 61 
12 Modelo Fleuriet – Balanço Patrimonial 65 
13 EBITDA 81 
14 Aplicação Numérica do EVA 84 
15 Modelo de Decisão 89 
16 Painel Comparativo Modelo Tradicional/Modelo Fleuriet 91 
17 Painel de Indicadores Integrando Análise Tradicional/Modelo Fleuriet 92 
18 Painel de Indicadores Integrando Análise Tradicional/Modelo Fleuriet 96 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 Para o bom desempenho de uma organização, muitas vezes torna-se necessário uma visão mais aprofundada sobre os 
resultados por ela obtidos, bem como de seu desempenho, de modo a se detectar os pontos fortes e fracos de seu processo operacional 
e financeiro, objetivando propor alternativas de curso futuro a serem tomadas e seguidas pelos gestores. Assim sendo, seria possível 
obter uma avaliação mais detalhada da situação da empresa, em todos aqueles aspectos desejados. 
 O procedimento mais utilizado para essa avaliação é feito através da análise das informações contidas nas 
demonstrações contábeis. Nesse processo, o analista deve valer-se de uma série de cálculos matemáticos, traduzindo as demonstrações 
contábeis em indicadores. Os indicadores buscam evidenciar as características dos principais inter-relacionamentos existentes entre o 
balanço patrimonial, que apresenta uma visão estática e momentânea da empresa, e a dinâmica representada pela demonstração de 
resultados. 
Em 1986, na UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba – São 
Paulo, na disciplina Análise das Demonstrações Financeiras, quando se 
discorria sobre a análise efetuada no Balanço Patrimonial e na Demonstração 
do Resultado do Exercício, apresentava-se a metodologia tradicional, isto é, 
começando-se através da análise vertical e horizontal, e posteriormente 
calculando-se os indicadores econômico-financeiros (liquidez corrente, liquidez 
seca, liquidez imediata e liquidez geral, endividamento e rentabilidade) . Esta 
metodologia tem em seu bojo central os indicadores de liquidez, principalmente 
o de liquidez corrente, que representa, em dado momento nas demonstrações 
estáticas, a capacidade de pagamento da empresa, bem como a avaliação do 
lucro do investimento, através do índice de rentabilidade do Patrimônio Líquido. 
Desta forma, a análise contábil-econômica constitui-se num processo 
de meditação sobre as demonstrações contábeis, objetivando a avaliação da 
situação da situação da empresa, em seus aspectos operacionais, econômicos, 
patrimoniais e financeiros, e conseqüentemente tornando-se importante 
instrumento de gestão. Vale ressaltar que a análise das demonstrações 
contábeis é comumente chamada de análise financeira ou de balanço, sendo 
mais conhecida como análise de balanço. Neste trabalho as três expressões 
citadas são igualmente utilizadas. 
Ora, nos meios acadêmicos é comum o questionamento de que outra 
metodologia melhor adaptar-se-ia na análise contábil–econômica, visando à 
avaliação da empresa. Assim sendo, partiu-se desta discussão genérica para 
estabelecer o tema deste trabalho, voltado à comparação entre modelos de 
análise das demonstrações financeiras passíveis de orientar o processo 
decisório de uma organização. 
Tendo este assunto amadurecido, aproveitou-se a oportunidade para 
discutir nesta dissertação de mestrado outros modelos e alternativas de análise 
existentes, tais como: 
 
a) Modelo do Professor Fleuriet; 
b) Análise de Investimentos; 
c) EBITDA – Lucro antes dos Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações 
(Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization); 
d) EVA – Valor Econômico Agregado ou Adicionado (Economic Value Added) 
 
O modelo do Professor FLEURIET, também conhecido como modelo de necessidade de investimento em giro, 
propõe-se a analisar o investimento em capital de giro e sua administração, a partir das informações obtidas através das 
demonstrações contábeis. 
 A Análise de Investimentos tem sua idéia central focada no fluxo de caixa 
descontado a uma taxa de atratividade. Os administradores estão continuamente 
buscando ativos tangíveis e intangíveis que possam aumentar o valor de suas 
empresas e resultar em uma valorização da riqueza dos acionistas. Elaborar a 
Análise de Investimentos significa identificar oportunidades potenciais de 
investimento, e atribuir valores a elas, de forma que a administração possa tomar 
decisões acertadas. 
EBITDA é um conceito de geração bruta operacional de lucro. Não considera resultados 
não operacionais, e adiciona ao lucro operacional as depreciações e amortizações. Em 
síntese, o EBITDA é o lucro operacional mais as depreciações e amortizações. 
 EVA é um conceito de custo de oportunidade, ou lucro residual, que foi retomado 
mais recentemente. O conceito de custo de oportunidade é um conceito tradicional da 
teoria econômica, mas que nem sempre tem sido adotado em todas as empresas. Este 
conceito significa, em linhas gerais, que há realmente valor adicionado à empresa, caso 
o lucro líquido após o imposto de renda seja superior à um determinado custo de 
oportunidade de capital. O custo de oportunidade de capital é considerado como o lucro 
mínimo que a empresa deveria ter para remunerar adequadamente o investimento do 
acionista. 
Sendo assim, este estudo efetua a comparação entre dois modelos de análise, que podem 
orientar o decisor da empresa: 
a) modelo de análise tradicional; 
b) modelo de análise do Professor Fleuriet. 
 Estes modelos são analisados em sua estruturação conceitual, aplicabilidade elimitações, e posteriormente são comparados para a formulação de uma proposta de 
modelo conceitual de análise contábil-econômica. 
Tal proposta é apresentada de forma sistêmica ao final desta dissertação, quando são 
descritas as etapas conceituais necessárias para sua operacionalização e incorpora as 
vantagens da simulação de resultados a partir do Balanço Patrimonial e da 
Demonstração de Resultados. Também, ao final, a aplicação numérica é feita no modelo 
proposto mostrando seus pontos fortes e contribuições. Não se tem a pretensão de eleger 
um modelo ideal. Tão pouco se tem a pretensão de que seja possível obter um modelo 
auto-aplicável. 
O objetivo desta investigação, portanto, é o de propor um modelo 
conceitual de análise contábil-econômica, que incorpore a simulação de 
resultados a partir dos principais instrumentos de demonstrações financeiras. 
Justifica-se esse objetivo por quanto acima comentado, isto é, pela necessidade 
que as organizações mais e mais vem apresentando, de obterem dados que 
não apenas mostrem uma fotografia estática de sua capacidade de pagamento 
em um dado momento, mas sim de um instrumento que lhes permita avaliar 
com razoável grau de certeza, a situação da empresa em todos os seus 
aspectos, seus resultados e desempenho, e seus pontos fortes e fracos, no que 
se refere a seu processo operacional e financeiro. 
A metodologia utilizada foi a de pesquisa bibliográfica, uma vez que se procurou 
relacionar os conceitos atuais sobre análise de balanço e modelos desenvolvidos com 
essa finalidade através da consulta a livros, artigos e outros estudos que tratam deste 
assunto. Procurou-se também associar um caráter exploratório ao estudo, propondo-se 
linhas básicas para o desenvolvimento de modelos que poderão ser utilizados em estudos 
futuros, relacionados à administração do capital de giro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1 
IDENTIFICAÇÃO DA ANÁLISE 
 
 
 
 
1.1 O Balanço Patrimonial e sua Estrutura 
 
 
 
A estrutura do balanço, na forma de sua exposição oficial, tem que 
estar em concordância com a Lei 6.404/76, das sociedades anônimas. A 
legislação foi estendida aos demais tipos de sociedades. Assim, temos hoje 
uma padronização das demonstrações contábeis, de acordo com o artigo 179. 
 A legislação prevê as seguintes peças contábeis: Balanço Patrimonial, 
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das 
Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração do Resultado do Exercício, 
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e Notas Explicativas. O 
Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício terão a maior 
atenção em nosso trabalho, em atendimento a finalidade desse estudo. As 
contas agregadas têm a classificação, indicada no quadro 1, a seguir: 
 
Quadro 01 - Esquema do Balanço Patrimonial 
Ativo Passivo 
Circulante Circulante 
Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo 
Permanente Resultados de Exercícios Futuros 
 Patrimônio Líquido 
 
 
 
De acordo com a Lei 6.404 de 15/12/76, no Ativo Circulante são classificados 
os seguintes parâmetros: 
- As disponibilidades, que compreendem o dinheiro em caixa, os depósitos 
bancários à vista e títulos vinculados ao mercado aberto . 
- Os direitos realizáveis nos doze meses seguintes à data do balanço, tais 
como: a) contas de clientes, b) contas correntes, c) títulos a receber, d) 
impostos a recuperar; e, e) quaisquer outros créditos. 
- Os estoques de mercadorias, produtos acabados e em elaboração, e matéria-
prima. 
- O valor das despesas já realizadas, mas que se refiram a exercício seguinte. 
No Realizável a Longo Prazo, aborda-se: 
- Quaisquer direitos realizáveis a prazos superiores a 12 meses e também os 
créditos junto a empresas coligadas ou controladas, contas de diretores e de 
acionistas. 
No Ativo Permanente, classifica-se: 
a) Investimentos 
- As participações permanentes em outras sociedades. 
- Outros investimentos não classificável no ativo circulante e que não se 
destinem à manutenção da empresa. 
b) Imobilizado 
- Os bens destinados à manutenção e à produção da empresa, como os 
imóveis, máquinas, veículos, móveis e utensílios etc. 
c) Diferido 
- O valor das despesas já realizadas, mas que influirão no resultado de mais 
um exercício, isto é, serão amortizadas em mais de um ano. 
No Passivo Circulante, aborda-se: 
- As obrigações em geral, vencíveis nos 12 meses seguintes a contar da data 
do balanço. 
No Passivo Exigível a Longo Prazo, coloca-se: 
- As obrigações vencíveis a mais de 12 meses, também a contar da data do 
balanço. 
Em Resultados de Exercícios Futuros: 
- As receitas referentes a exercícios futuros, diminuídas dos custos ou 
despesas correspondentes. 
 
No Patrimônio Líquido classifica-se: 
a) O capital social, diminuído das parcelas ainda não realizadas; 
b) As reservas de capital; 
c) As reservas de reavaliação; 
d) As reservas de lucros; 
e) Os lucros acumulados; 
f) Por dedução, os prejuízos acumulados; 
g) Por dedução, as ações em tesouraria. 
 
 
1.2 A Demonstração do Resultado do Exercício (D.R.E) 
 
 
A Demonstração do Resultado do Exercício, peça contábil de 
fundamental importância para a análise de balanço, vem assim exposta, 
conforme mostra o Quadro 2: 
 
 
 
 
 
Quadro 02 – Esquema Geral da D.R.E. 
Receita Operacional Bruta 
(-) Deduções 
(=) Receita Líquida Operacional 
(-) Custo das Mercadorias Vendidas 
(=) Lucro Bruto 
(-) Despesas Operacionais 
(=) Lucro ou Prejuízo Operacional 
(+/-) Receitas e Despesas não Operacionais 
(+/-) Correção Monetária do Balanço 
(=) Lucro ou Prejuízo antes do Imposto de Renda 
Contribuição Social 
(-) Provisão para Imposto de Renda e 
Contribuição Social 
(=) Lucro Final 
 
 
A receita bruta das vendas e serviços, é constituída pelo valor bruto 
faturado. O faturamento representa o ingresso bruto de recursos externos 
provenientes das operações normais de venda a prazo ou à vista, no mercado 
interno e externo, de produtos, mercadorias ou serviços. 
As deduções ou devoluções, descontos e impostos, são valores 
incidentes sobre as vendas. 
A receita líquida operacional, que é a diferença entre os dois itens 
anteriores. 
O custo dos produtos, mercadorias e serviços vendidos, que 
compreende todos os custos de produção de bens e serviços, aquisição de 
mercadorias líquidas dos impostos recuperados. 
O lucro bruto, que é o resultado da receita líquida operacional menos o 
custo dos produtos, mercadorias e serviços vendidos. 
As despesas com vendas, despesas financeiras (deduzidas as receitas 
financeiras), despesas administrativas e outras despesas operacionais; 
 O lucro ou prejuízo operacional, que é o resultado do lucro bruto menos as 
despesas operacionais 
 As receitas e despesas não operacionais, que compreendem resultados 
eventuais, basicamente oriundos da alienação de ativos permanentes. 
 O saldo da conta de correção monetária do balanço, quando obrigatória 
por lei. Esta obrigatoriedade está suspensa desde 31.12.95 pela lei 9.249/95 
 O lucro ou prejuízo antes do imposto de renda e contribuição social, que é 
o resultado obtido antes da apuração dos impostos sobre o lucro. 
 A provisão para imposto de renda e contribuição social, que são os 
impostos incidentes sobre o lucro líquido. 
 A participação (nos lucros) dos administradores, empregados e partes 
beneficiárias; e contribuições para fundos de assistência ou previdência de 
empregados. 
 O lucro ou prejuízo líquido do exercício que é o resultado final das 
operações da empresa e lucro ou prejuízo por ação do capital social; que 
consiste apenas numa informação complementar para empresas constituídas 
juridicamente como sociedade anônima, não sendo aplicável para outras 
formas de pessoas jurídicas. 
Esta estrutura, exposta na Lei 6.404/76, tem o caráter de atender o usuário 
externo da informação contábil. Diante disto surge dois grupos de usuários dainformação: o interno que são os dirigentes da empresa e seus funcionários; o externo 
que são os órgãos governamentais, os acionistas que não participam da administração, os 
bancos, fornecedores e credores, e outros que desejam conhecer os dados da empresa 
para futuras negociações; sintetizando: fornecedores interessados em liquidez, 
rentabilidade, endividamento; clientes interessados em segurança no fornecimento; 
bancos comerciais interessados em liquidez e endividamento; bancos de investimentos 
interessados em situação futura, tendência; concorrentes interessados em eficiência, 
pontos fortes e fracos; governo interessado em evolução setorial, tributação; dirigentes 
interessados em instrumento para tomada de decisão; proprietários interessados em 
crescimento do lucro, dividendos e valor do negócio; empregados interessados em 
garantia do emprego e progresso profissional. 
 A informação contábil para uso interno e análise pode ser trabalhada com estrutura 
diferenciada, objetivando maior visão analítica e adaptação à cada empresa. Em outras 
palavras, o Balanço Patrimonial e a D.R.E. podem ser reclassificados obtendo-se assim 
uma evidenciação mais precisa e adequada ao usuário interessado. São exemplos: a 
conta duplicatas a receber apresenta as contas provisão para devedores duvidosos e 
títulos descontados deduzidos do seu total; com a reclassificação a conta títulos 
descontados vai para o passivo circulante, mostrando o total de recursos captados nessa 
modalidade e fazendo parte do total de compromissos assumidos pela empresa. Após 
este ajuste a conta duplicatas a receber fica espelhada apenas com a dedução da conta 
provisão para devedores duvidosos; outro exemplo pode ser a reclassificação das 
despesas e receitas financeiras, excluindo-as do lucro operacional, tratando-as como 
itens distintos na D.R.E. 
 
 
1.3 Raciocínio Científico 
 
 
A análise de balanços baseia-se no raciocínio científico dentro de um 
modelo de processo de análise. Um exemplo deste modelo pode ser 
visualizado na Figura 01. Para a análise, a necessidade de compreender cada 
item do balanço, tendo que decompô-lo nas partes que o formam, para melhor 
interpretar seus componentes, mas tendo como referencial obter visão de 
conjunto de seu todo. Em outras palavras, interessa conhecer o aspecto 
econômico e o aspecto financeiro. 
O aspecto econômico considera a aplicação e rendimento de capital, 
e o aspecto financeiro envolve somente a capacidade de pagamento e a 
liquidez da empresa. A empresa possui três fontes de recursos para realização 
de seus negócios: a) a captação de recursos próprios; b) as reinversões de 
lucro; demonstradas no patrimônio líquido; c) as fontes de terceiros, 
evidenciadas no passivo circulante e exigível a longo prazo. 
Esses aspectos se entrelaçam e são integrados, razão porque a 
análise de balanço é econômico-financeira. 
 
Quadro 03 – Análise das Demonstrações Contábeis e o processo de tomada de 
decisão. 
Fonte: Adaptado de MATARAZZO (1987; p. 25). 
 
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4 
Escolha de 
Indicadores 
Comparação com 
padrões 
Diagnóstico ou 
conclusões 
Decisões 
 
 ANÁLISE 
 
No processo de análise deve-se observar três etapas básicas: a) 
escolha de indicadores, quando se determina o critério a ser utilizado no 
processo de análise e quais serão os indicadores de medidas de desempenho; 
b) necessidade de comparação com padrões, quando os dados encontrados 
devem sofrer validação com padrões próprios, os construídos especificamente 
para a empresa ou então com padrões do setor no qual ela atua; c) o 
diagnóstico, quando nesta fase ponderam-se as diferentes informações obtidas 
em a e b, e chega-se a um diagnóstico que será apresentado na etapa “c”. O 
processo de análise conforme indica FRANCO (1976; p. 91), é realizado através 
das seguintes etapas: 
1- Decomposição dos fenômenos patrimoniais em seus elementos mais 
simples e irredutíveis (análise propriamente dita). 
2- Determinação da porcentagem de cada conta ou grupo de contas em 
relação ao seu conjunto (coeficientes). 
3- Estabelecimento da relação entre componentes do conjunto (quocientes). 
4- Comparação entre componentes do conjunto em sucessivos períodos 
(índices) 
5- Comparação entre componentes de diferentes conjuntos para 
determinação de padrões”. 
Também sobre este processo, ANTHONY (1976; pp.217-218),explica 
que, em termos gerais, pode-se descrever o processo da análise como o de 
comparar o que realmente aconteceu com um padrão. Um padrão é uma 
medida do que deveria ter acontecido sob as circunstâncias prevalecentes. 
 Para decidir sobre os tipos de comparações úteis, precisamos considerar a 
empresa como um todo – quais os seus objetivos – pois as comparações 
pretendem, essencialmente, lançar luz sobre como a empresa realiza seus 
objetivos. 
 
 
 
 
1.4 Necessidade da Análise 
 
 
 Os usuários necessitam da informação contábil, para formar opiniões e 
tomar decisões concernentes ao negócio. Neste aspecto, entra em evidência a 
necessidade de ordenamento sistemático e critério de padrões. A contabilidade 
sai do processo de escrituração para o estudo das mutações patrimoniais. Os 
cálculos matemáticos dos indicadores efetuados a partir do balanço patrimonial 
e da demonstração de resultados, procuram auxiliar a evidência do 
entendimento da situação da empresa. 
 Diante do exposto, o usuário interno ou externo da informação sente 
necessidade cada vez maior de utilizar esta ferramenta que a contabilidade 
coloca a sua disposição. Conforme coloca PADOVEZE (1997; p. 125), todos 
os cálculos são então baseados no balanço patrimonial e na demonstração de 
resultados. Em razão disso, fica evidente que o mais importante para o analista 
financeiro não é saber calcular ou interpretar os indicadores, mas possuir um 
conhecimento profundo dessas duas principais peças contábeis. Nesse sentido, 
a análise de balanço, em teoria, poderia ser exercida sem os indicadores, 
bastando o conhecimento aprofundado das demonstrações contábeis básicas. 
Sabemos, entretanto, que tais indicadores e as técnicas de análise de balanço 
agilizaram sobremaneira o processo de avaliação da empresa. 
 IUDÍCIBUS (1988; p. 19), assim se expressa sobre este tema: “A 
necessidade de analisar demonstrações contábeis é pelo menos tão antiga 
quanto a própria origem de tais peças. Nos primórdios da Contabilidade quando 
se resumia, basicamente, à realização de inventários, já o “analista” se 
preocupava em anotar as variações quantitativas e qualificativas das várias 
categorias de bens incluídos em seu inventário”. 
 MATARAZZO (1987; pp. 27-28), por sua vez, comenta que a análise de 
balanços tornou-se praticamente obrigatória em 1915 nos Estados Unidos. 
Nesse ano, determinava o Federal Reserve Board (o Banco Central dos 
Estados Unidos) que só poderiam ser redescontados os títulos negociados por 
empresas que tivessem apresentado seu balanço ao banco, medida que 
consagrou definitivamente o uso de demonstrações financeiras como base para 
a concessão de crédito. 
 Entretanto, as demonstrações financeiras na época não eram preparadas 
adequadamente para os fins a que se destinavam. Não havia uniformidade nas 
disposições e na terminologia, nem na classificação de rubricas. 
 Importante contribuição para a melhoria da forma de apresentação das 
demonstrações financeiras foi feita pelo Federal Reserve Board, em 1918, 
através de um livreto que incluía formulários padronizados para Balanço e 
Demonstração de Lucros e Perdas, bem como um esboço de procedimentos de 
auditoria e princípios de preparação de demonstrações financeiras. 
 Também conforme MATARAZZO (1987; p. 27), Alexander Wall, 
considerado o pai da Análise de Balanços, apresentou em 1919, um modelo 
através de índices, e demonstrou a necessidade de considerar outras relações, 
além de AtivoCirculante e Passivo Circulante. 
 Alexandre Wall desenvolveu, posteriormente, em parceria com outros 
autores, fórmulas matemáticas de avaliação de empresas, ponderando diversos 
índices de balanço. 
 Tendo adotado o método de computar vários coeficientes, sentiam os 
analistas a necessidade de padrões de referência que os auxiliassem em suas 
avaliações. 
 Em 1923, afirmava-se no prefácio da obra “Financial and operating ratios 
in management”, de James H. Biss, que em todos os ramos de atividades há 
certos coeficientes característicos que podem ser obtidos através de médias. 
 A partir de 1931, a Dun & Bradstreet passou a elaborar e divulgar índices-
padrão para diversos ramos de atividades, nos Estados Unidos. 
 Em 1925, Stehen Gilman, realizando algumas críticas à análise de 
coeficientes, propôs que fosse substituída pela construção de índices 
encadeados que indicassem as variações havidas nos principais itens em 
relação a um ano-base (iniciando o que se chama análise horizontal). 
 Na década de 30, surgiu dentro da empresa Du Pont, de Nemours, um 
modelo de análise da rentabilidade de empresa que decompunha a taxa de 
retorno em taxas de margem de lucro e giro dos negócios, chamado análise do 
ROI (Return on Investment). 
 Assim, em cerca de 40 anos, assentaram-se as bases das técnicas de 
análise de balanços. 
 No Brasil, até 1968, a Análise de Balanços era ainda um instrumento 
pouco utilizado na prática. Foi criada, nesse ano, a SERASA 
(Centralização de Serviços dos Bancos S. A .), empresa que passou a operar 
como central de Análise de Balanços de bancos comerciais. 
 
 
1.5 Limitações da Análise 
 
 
 Existem limitações na análise das demonstrações financeiras decorrentes 
da própria fonte utilizada. Para extrair informações confiáveis dos balanços é 
imprescindível conhecer os procedimentos contábeis, a estrutura das 
demonstrações financeiras, além de vivência prática. 
As seguintes precauções devem ser tomadas, visando obter melhores 
conclusões da análise: a) certificar-se de que as demonstrações financeiras 
foram elaboradas segundo critérios contábeis homogêneos, para a seguir 
proceder as classificações necessárias; b) trabalhar com um grupo de índices 
compatível com a finalidade da análise, se para gerenciamento da capacidade 
de pagamentos ou para aquisição de investimentos; c) inteirar-se das 
peculiaridades da empresa e do seu ramo de negócios; d) realizar comparações 
estatísticas, 3 anos, 4 anos e assim sucessivamente; e) complementar com 
avaliação setorial em que se encontra a empresa. Em outras palavras, 
transformando os dados apresentados em informações para a tomada de 
decisão, conforme PADOVEZE (1998; p. 41), que afirma que a informação é o 
dado que foi processado e armazenado de forma compreensível para seu 
receptor e que apresenta valor real ou percebido para suas decisões correntes 
ou prospectivas. Dado é o registro puro, ainda não interpretado, analisado e 
processado. Comunicação é o processo de transmissão de informação e de 
compreensão que somente se efetiva mediante uso de símbolos comuns. 
Resumindo, informação é o dado de forma a ser entendido pelo receptor. A 
transferência de informação é a comunicação. GIL (1978; p.14), por sua vez, 
relata que um sistema de informações tem que trabalhar dados para produzir 
informações. Logo, o dado é a matéria-prima que o sistema de informação vai 
trabalhar, enquanto que informação é o produto final do sistema de 
informações, e deve ser apresentada em forma e conteúdo adequados ao 
usuário. 
Na análise de eficiência e produtividade, bem como de certas relações 
que envolvem valores e quantidades, muitas informações úteis podem ser 
extraídas. IUDÍCIBUS (1988; p. 183), coloca que, além das limitações já 
comentadas, a análise realizada levando-se em conta apenas valores de 
balanços e de outros demonstrativos contábeis tem ainda uma outra limitação 
adicional, que é a de não utilizar quantidades ou unidades físicas, juntamente 
com valores. 
Informações em unidades físicas são freqüentemente tão ou mais importantes do que em 
valores, ou pelo menos realçam a utilidade dos quocientes quando relacionados com 
valores. 
Adicionalmente, uma área que deve merecer uma análise à parte é a 
de fluxo de capital de giro líquido e fluxo de caixa. A análise quantitativa e 
qualitativa das fontes e usos de capital de giro líquido pode fornecer muitas 
indicações úteis para otimizar a estrutura financeira de capital no médio e longo 
prazo. Da mesma forma, uma análise do fluxo de caixa, principalmente o 
projetado, auxilia a desvendar os períodos em que se torna necessário reforço de 
recursos de caixa ou em que devemos aplicar recursos ociosos. 
As conclusões a serem extraídas dos quocientes calculados devem 
ser as mais cuidadosas possíveis, aliando o conhecimento técnico e a 
experiência do analista. Métodos estatísticos podem apenas auxiliar a 
sensibilidade do analista a encontrar algumas pistas. Por outro lado, é bom 
lembrar que a análise de balanços não é realizada apenas através de quocientes. 
Comparações de balanços em várias datas, gráfico mostrando evolução de itens 
em várias datas, estabelecimento de tendências, fazem parte do arsenal à 
disposição do analista para orientá-lo na tomada de decisão, embora a análise 
por quocientes seja, sem dúvida, a parte mais importante. 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 2 
 Análise Financeira Tradicional 
 
 
 
 
2.1 Introdução 
 
 
 
Tem no seu bojo principal a avaliação da situação econômica-
financeira da empresa, servindo-se da metodologia de medição sobre 
demonstrações contábeis, levantando os pontos fortes e os fracos da empresa. 
 Os cálculos, seguindo a metodologia tradicional, são provenientes das 
principais peças contábeis, o balanço patrimonial e a demonstração de 
resultados. 
 Vemos então que, se os cálculos fossem realizados e já apresentados 
nas demonstrações contábeis, a função de calcular não seria importante para o 
analista contábil, mais sim em ter um conhecimento profundo das 
demonstrações financeiras, sendo um “expert” nesse assunto. 
 A análise tradicional compreende em linhas gerais, três grandes conjuntos 
de indicadores: a análise vertical, a análise horizontal e os indicadores 
econômicos – financeiros. 
 
 
2.2 Análise Vertical 
 
 
 A análise vertical, também conhecida como análise de estrutura, e 
utilizada na avaliação estrutural da empresa, determina o percentual de cada 
item em relação ao total do Balanço Patrimonial ou a um valor principal da 
Demonstração do Resultado do Exercício. 
 No balanço patrimonial determina a participação de cada elemento 
patrimonial. Quando se fala em elemento patrimonial entende-se as rubricas 
ligadas ao ativo e ao passivo. O cálculo é baseado no percentual de 100% (cem 
por cento) para o total do ativo e para o total do passivo. Todos os itens estarão 
em relação a esse percentual de cem por cento. 
 Na demonstração de resultados, a receita operacional líquida representa 
100% (cem por cento) e os demais valores estarão em função desse 
percentual. A análise vertical nesse demonstrativo evidencia a participação dos 
custos, das despesas e do lucro ou prejuízo em relação ao parâmetro de 
medição, com isso, medindo a lucratividade que é a relação vendas e lucros. 
 Se a análise é procedida dentro da empresa, proporcionará riquíssimas 
informações para a tomada de decisão. A abertura dos custos, medindo a 
participação de cada componente, em outras palavras, qual a relação da 
matéria– prima com a mão–de–obra-direta e com os outros gastos de 
fabricação, ou interpolando a tríade matéria–prima, mão–de–obra–direta e 
gastos gerais de fabricação. Esta análise aplicada às demonstrações 
publicadas tange somente aos dados divulgados. 
 Esta análise é realizada para a demonstração contábil de uma 
determinada data e deve ser completada com as outras análises, a análisehorizontal e a análise de índices, para que se possa compreender melhor a 
situação da empresa. Para MATARAZZO (1987; p. 222), a análise vertical 
baseia-se em valores percentuais das demonstrações financeiras. Já 
IUDÍCIBUS (1998; p. 138), coloca que este tipo de análise é importante para 
avaliar a estrutura de composição de itens e sua evolução no tempo. FRANCO 
(1976; p. 118), por sua vez, afirma que a determinação da porcentagem de 
cada elemento patrimonial em relação ao conjunto indica o coeficiente dos 
diversos grupos patrimoniais, dando-nos assim idéia precisa de distribuição dos 
valores no conjunto patrimonial. Ora, é importante saber a porcentagem de 
cada grupo em relação ao total do patrimônio, pois, através desta análise, pode-
se aquilatar se há excesso de imobilização, insuficiência de capitais, ou de 
disponibilidades, etc. 
 A análise vertical da demonstração de resultados de períodos sucessivos 
pode fornecer uma boa base para demonstração de resultados projetados. 
Entretanto, algumas limitações quando da mudança no processo tecnológico, 
nos custos dos insumos, nos preços de venda, devem ser cuidadosamente 
observadas quando se utilizam dados históricos. 
 Uma comparação muito utilizada é a comparação com concorrentes ou 
empresas do mesmo setor. 
 
2.3 Análise Horizontal 
 
 
 A análise horizontal, também titulada como análise de evolução, calcula o 
delta (variação) de um período para outro ou de vários períodos em relação a 
outro período-base. Esta variação é medida em termos de percentuais ou série 
de números índices. A oscilação de crescimento ou diminuição de um 
determinado elemento terá reflexo em outro elemento. Por exemplo, no balanço 
patrimonial, se na conta caixa / bancos houve uma diminuição de 
disponibilidade, poderá ter havido um aumento nas aplicações financeiras ou 
uma redução no ativo circulante; na demonstração de resultados um aumento 
nos custos poderá indicar um aumento nas vendas e uma redução nos 
estoques de produtos acabados. 
 Na análise horizontal nominal considera-se o resultado puro do delta, 
como ele se apresenta de um período para o outro, sem descontar os efeitos da 
inflação do período que estamos considerando para análise. Na análise 
horizontal real, após o cálculo desconta-se a inflação do período, sendo que a 
taxa de desconto pode ser considerada a divulgada pelos órgãos oficiais ou a 
taxa interna da empresa. Outro critério de análise horizontal real pode ser 
obtido transformando os dados das demonstrações contábeis em moeda 
estrangeira, que seja significativa para os períodos considerados. 
 A análise horizontal das contas das demonstrações contábeis, balanço 
patrimonial e demonstração de resultado, mostra as variações que ocorrem em 
valores monetários ou em valores relativos num determinado período de tempo. 
 Enquanto que o balanço patrimonial e a demonstração de resultados, 
refletem a situação numa determinada data, a análise horizontal enfatiza as 
modificações que ocorreram nas contas durante o período. 
 A avaliação das modificações das contas poderá ser realizada através da 
comparação com: a) variações históricas da própria empresa; b) taxas de 
crescimento da economia; c) taxas de crescimento do setor ao qual pertence a 
empresa; d) variações nas contas idênticas das demonstrações contábeis de 
concorrentes próximos. MATARAZZO (1987; p. 223), coloca que a evolução de 
cada conta mostra os caminhos trilhados pela empresa e as possíveis 
tendências. 
 Baseia-se na evolução de cada conta de uma série de demonstrações 
financeiras em relação à demonstração anterior e/ou em relação a uma 
demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da série. Segundo 
IUDÍCIBUS (1988; p. 134), a finalidade principal da análise horizontal é denotar 
o crescimento de itens dos balanços e das Demonstrações de Resultados (bem 
como de outros demonstrativos) através dos períodos, a fim de caracterizar 
tendências. 
 
 
2.4 Indicadores Econômicos – Financeiros 
 
 
Tradicionalmente, o mais importante é avaliação do significado de 
cada quociente, relacionando com os grupos do balanço e da demonstração de 
resultados. De acordo com MATARAZZO (1987; p. 96), “um índice é como uma 
vela acesa num quarto escuro”. 
Índice é a relação entre contas ou grupo de contas das 
Demonstrações Financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da 
situação econômica ou financeira de uma empresa. Assim sendo, “a análise de 
balanços encontra seu ponto mais importante no cálculo e avaliação do 
significado de quocientes, relacionando principalmente itens e grupos do 
Balanço e da Demonstração do Resultado”. (IUDÍCIBUS, 1988, p. 145). 
 O objetivo é mostrar a posição atual da empresa e de posse desse quadro, 
à administração pode projetar plano para o futuro, realçando os pontos fortes e 
fracos. “A característica fundamental dos índices é fornecer visão ampla da 
situação econômica ou financeira da empresa” (MATARAZZO, 1987; p. 96). 
 A utilização de quocientes, tem como finalidade absorver tendências e 
comparar com os padrões criados pela empresa ou então comparar com os 
padrões dos setores, que são divulgados através de publicações técnicas. 
 No gerenciamento interno, a análise deve ser periódica, isto é, mês a mês, 
para que a administração concentre os esforços corretivos. 
 Para que o administrador financeiro possa planejar suas atividades, 
precisa conhecer o ambiente econômico, político e social, podendo afetar nas 
operações da empresa, os seus pontos fortes e os fracos. Os pontos fortes 
devem ser identificados a fim de que possa tirar certas vantagens para a 
empresa, no meio onde atua. Por outro lado, as fraquezas devem ser 
analisadas para que ações corretivas sejam tomadas, em tempo hábil, 
objetivando a melhoria da performance da empresa. De acordo com 
MATARAZZO (1987; p. 96), os índices servem de medida dos diversos aspectos 
econômicos e financeiros das empresas. Assim como um médico usa certos 
indicadores, como pressão e temperatura, para elaborar o quadro clínico do 
paciente, os índices financeiros permitem construir um quadro de avaliação da 
empresa. 
 Um dos principais instrumentos para se avaliar certos aspectos do 
desempenho passado, presente e futuro da empresa é a análise de índices 
financeiros, calculados basicamente a partir das contas do balanço patrimonial 
e da demonstração de resultados. 
 A análise das demonstrações financeiras de uma empresa pressupõe, de 
início, definir o ponto de vista sob o qual se está examinando a empresa. Cada 
tipo de análise tem um propósito ou utilidade que irá determinar as diferentes 
relações a serem enfatizadas na análise. 
 O analista pode, por exemplo, ser o gerente de um banco comercial que 
deve decidir sobre a concessão de um empréstimo de curto prazo para uma 
firma. Nestas condições ele está principalmente interessado na liquidez da firma 
e portanto, deve enfatizar os índices que medem a liquidez e a atividade. 
IUDÍCIBUS (1988; p. 179), relata que a análise de balanços tem auxiliado os 
gerentes de crédito na tarefa de decidir se vale a pena ou não conceder 
créditos a seus clientes. 
Por outro lado, os credores a longo prazo (bancos de investimento, 
bancos de desenvolvimento) devem dar mais ênfase ao potencial de lucro e na 
eficiência operacional do que na liquidez. Do mesmo modo, os investidores, 
acionistas, estão geralmente interessados na eficiência e rentabilidade de longo 
prazo. 
 A administração da empresa está, naturalmente, interessada em todos os 
aspectos da análise financeira. 
 Para obtenção de recursos, tanto a curto como a longo prazo, a 
apresentação de índices favoráveis representa segurança para os credores, 
bancos, fornecedores, acionistas e outros, e para a empresa. 
 Ademais, trata-se de um instrumento de grande utilidade para avaliação 
periódica do desempenho da empresa. 
 A determinação dosíndices financeiros é realizada através do quociente 
entre contas, parciais ou totais, do balanço patrimonial entre si e entre contas 
do balanço patrimonial e contas da demonstração de resultados. 
 Para o cálculo dos índices financeiros ser possível, e os seus resultados 
terem significado, é necessário que tanto as contas do balanço patrimonial 
como da demonstração de resultados sejam enquadrados numa forma 
padronizada permitindo comparações. Cada uma das contas precisa ser 
claramente identificada e analisada para fins de enquadramento. “O primeiro 
passo para a análise é a padronização” (MATARAZZO, 1987; p. 92),. 
 Além disso, deve-se comparar demonstrações financeiras 
correspondentes às mesmas datas, evitando-se possíveis efeitos distorcidos 
devido a sazonalidade das operações da empresa. 
 Calculados os índices, é necessário avalia-los. A avaliação é realizada 
através de comparações com índice médio do setor ou então com séries 
históricas da empresa. IUDÍCIBUS (1988; pp. 174-175), considera que já tivemos 
oportunidade de realçar a importância das comparações. O assunto, todavia, é 
tão crítico que volta-ses a ele. Como se vê,, qualquer análise de balanços de 
terminada empresa deveria ser comparada com: 
a) série histórica da mesma empresa; 
b) padrões previamente estabelecidos pela gerência da empresa; 
c) quocientes análogos de empresas pertencentes ao mesmo ramo de 
atividade, bem como as médias, medianas e modas dos quocientes do 
setor; 
d) certos parâmetros de interesse regional, nacional ou mesmo internacional”. 
 Alguns dos índices médios do setor são fornecidos por publicações 
especializadas anuais tais como: Revista Conjuntura Econômica, Revista 
Exame, Serasa etc. 
A avaliação dos índices financeiros periódicos indica se a empresa 
está operando conforme planejado, além de servir de base para o planejamento 
das operações futuras. 
 Pode-se classificar os índices financeiros sob quatro aspectos 
básicos: 
a) índices que medem a liquidez; 
b) índices que medem a lucratividade e rentabilidade; 
c) índices que medem a atividade; 
d) índices que medem o endividamento. 
 
 Índices que medem a liquidez 
 Geralmente, a primeira preocupação do analista é a liquidez. Terá a 
empresa capacidade de saldar suas obrigações a curto prazo? Embora, para se 
fazer uma análise completa da situação de liquidez seja necessário o uso do 
orçamento de caixa, a simples análise dos índices, resultante das relações 
entre os elementos do ativo circulante e passivo circulante, fornece rapidamente 
a situação de liquidez da empresa. MATARAZZO (1987; p. 111), considera que 
muitas pessoas confundem índices de liquidez com índices de capacidade de 
pagamento. Os índices de liquidez não são índices extraídos do fluxo de caixa 
que comparam as entradas com as saídas de dinheiro. São índices que, a partir 
do confronto dos Ativos Circulantes com as Dívidas, procuram medir quão 
sólida é a base financeira da empresa. Uma empresa com bons índices de 
liquidez tem condições de ter boa capacidade de pagar suas dívidas, mas não 
estará, obrigatoriamente, pagando suas dívidas em dia em função de outras 
variáveis como prazo, renovação de dívidas etc. “Seguindo a trajetória de 
nossas pesquisas chegamos à conclusão de que a teoria da liquidez é de 
natureza fundamental. O reconhecimento, portanto, de um estado de liquidez, 
não pode estar baseado em fórmulas empíricas, mas, sim rigorosamente 
científicas” (SÁ, 1965; p. 119). 
 
Índices que medem a lucratividade e rentabilidade 
 A lucratividade pode ser considerada como o resultado líquido medido em 
termos de lucro, de um conjunto de diretrizes e decisões administrativas 
durante um certo período de tempo. 
 Os índices de lucratividade indicam a eficiência da gestão administrativa 
da empresa. Para IUDÍCIBUS (1988; p. 159), de maneira geral, portanto, deve-se 
relacionar um lucro de um empreendimento com algum valor que expresse a 
dimensão relativa do mesmo, para analisar quão bem se saiu a empresa em 
determinado período. 
 Índices que medem a atividade 
 Estes índices indicam com que eficiência a empresa utiliza os recursos 
disponíveis, tais como: ativo total, estoques, duplicatas a receber etc. 
IUDÍCIBUS (1988; pp. 153-154) afirma: “Estes quocientes, importantíssimos, 
representam a velocidade com que elementos patrimoniais de relevo se 
renovam durante determinado período de tempo. Por sua natureza têm seus 
resultados normalmente apresentados em dias, meses ou períodos maiores, 
fracionários de um ano. A importância de tais quocientes consiste em expressar 
relacionamentos dinâmicos - daí a denominação de quocientes de atividade 
(rotação).” 
 Índices que medem o endividamento 
 Indicam a relação entre as obrigações, passivo exigível e o patrimônio 
líquido ou ativo total. Conforme coloca IUDÍCIBUS (1988; p. 151), “Estes 
quocientes relacionam as fontes de fundos entre si, procurando retratar a 
posição relativa do capital próprio com relação ao capital de terceiros.” 
Damos a seguir as fórmulas para obtenção dos principais indicadores. 
 
 Medidas de liquidez: 
 
1) Índice de liquidez corrente = ILC 
 Ativo Circulante 
 ILC = --------------------------------- 
 Passivo Circulante 
 
Ativo Circulante = caixa e bancos (disponível); duplicatas a receber, títulos a 
receber, contas a receber, estoques. 
Passivo Circulante = contas a pagar, títulos a pagar a curto prazo, empréstimos 
e financiamentos, salários a pagar, impostos a pagar. 
 O ILC mede a capacidade da empresa de saldar os seus compromissos a 
curto prazo.É, segundo MATARAZZO (1987; p. 114), quanto a empresa possui no 
Ativo Circulante para cada Cr$ 1,00 de Passivo Circulante. 
 
2) Índice de liquidez seco – ILS 
Ativo Circulante (-) Estoque 
 ILS = ------------------------------------------------------ 
 Passivo Circulante 
 
 O ILS também mede a capacidade da empresa em saldar os seus 
compromissos a curto prazo, porém sem os estoques. Subtrai-se o estoque do 
Ativo Circulante porque se considera que é o item do realizável a curto prazo 
menos líquido em relação aos demais itens do Ativo Circulante. Por outro lado, 
é mais provável a ocorrência de perdas por obsolescência ou deterioração, no 
caso de liquidação da empresa. De acordo com MATARAZZO (1987; p. 119), 
este índice é um teste de força aplicado à empresa; visa medir o grau de 
excelência da sua situação financeira. De um lado, abaixo de certos limites, 
obtidos segundo os padrões do ramo, pode indicar alguma dificuldade de 
liquidez, mas raramente tal conclusão será mantida quando o índice de Liquidez 
Corrente for satisfatório. De outro lado, o índice de liquidez seca conjugado com 
o índice de Liquidez Corrente é um reforço à conclusão de que a empresa é um 
atleta de liquidez. 
3) Índice de liquidez geral – ILG 
Ativo Total (-) Ativo Permanente 
 ILG = --------------------------------------------------------- 
 Passivo Total (-) Patrimônio Líquido 
 
 Este índice representa a relação entre os ativos circulante e realizável a 
longo prazo e os exigíveis circulante e a longo prazo mais a conta resultados de 
exercícios futuros. Indica a relação entre as contas do ativo e do passivo, 
excluído o patrimônio líquido. O ILG deve ser utilizado para medir e evitar o 
excessivo endividamento da empresa. “Representa quanto a empresa possui 
no Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo para cada Cz$ 1,00 de dívida 
total.” (MATARAZZO 1987; p. 112). 
 Este indicador deve ser analisado com muito cuidado, tendo em vista que 
o perfil do endividamento financeiro de longo prazo das empresas é muito 
diferenciado, bem como o custo financeiro dessa dívida. 
 
Medidas de lucratividade: 
 
1) Margem líquida = ML 
 Lucro Líquido após IR 
 ML = ------------------------------------------------- x 100 
 Receita Operacional Líquida 
 
A ML indica o resultado final dasoperações da empresa. É de 
interesse para os credores e acionistas. Este índice varia com o setor em que 
opera a empresa e com o comportamento da economia em geral. IUDÍCIBUS 
(1988; p. 160), diz que este quociente, apesar dos esforços constantes para 
melhorá-lo, comprimindo despesas e aumentando a eficiência, apresenta-se 
baixo ou alto de acordo com o tipo de empreendimento. 
 
2) Retorno sobre o ativo total – RAT 
Lucro Líquido após IR 
 RAT = ---------------------------------------- x 100 
 Ativo Total 
 
Indica a eficiência global da administração quanto à obtenção de 
lucros com seus ativos. É de grande interesse para a administração da 
empresa. A taxa de retorno sobre o ativo total pode também ser obtido pela 
multiplicação da margem líquida pela rotação do ativo total. MATARAZZO (1987; 
p. 125), coloca que este índice mostra quanto a empresa obteve de Lucro Líquido 
em relação ao Ativo. É uma medida do potencial de geração de lucro da parte 
da empresa. 
 
Margem líquida x giro ativo total = 
 L.L. após IR Receita Operacional Bruta 
 = ------------------------------------ x --------------------------------------- 
 Receita Operacional Bruta Ativo Total 
 
 Este índice deve também ser analisado com cuidado, uma vez que o mais 
adequado é a relação lucro operacional, líquido dos impostos, sobre o ativo 
total. 
 
3) Retorno sobre o patrimônio líquido dos acionistas = RPL 
 
 Lucro Líquido após IR (-) Dividendos Preferenciais 
 RPL = ---------------------------------------------------------------------------- x 100 
 Patrimônio Líquido (-) Capital de Ações Preferenciais 
 
Este índice indica o ganho dos proprietários de ações ordinárias, em 
relação ao patrimônio líquido, ele é considerado o principal indicador de 
sensibilidade. É de grande interesse dos portadores de ações ordinárias da 
empresa. MATARAZZO (1987; p. 127), afirma que o papel do índice de 
Rentabilidade do Patrimônio Líquido é mostrar qual a taxa de rendimento do 
Capital Próprio. Essa taxa pode ser comparada com a de outros rendimentos 
alternativos no mercado, como a Caderneta de Poupança, OTN, CDB, RDB, 
Letras de Câmbio, ações, aluguéis e de outras empresas; com isso se pode 
avaliar se a empresa oferece rentabilidade superior ou inferior. Matarazzo, 
inclusive, considera-o como o indicador definitivo de rentabilidade. 
 
4) Lucro por ação - LPA 
Lucro Disponível aos Acionistas Comuns 
 LPA = --------------------------------------------------------------- 
 Número de Ações Ordinárias Emitidas 
 
Representa o ganho para cada ação ordinária emitida. É de interesse 
para os acionistas atuais e potenciais e para a administração da empresa. 
5) Dividendos por ação = DPA 
Dividendos Pagos 
 DPA = ------------------------------------------------------- 
 Número e Ações Ordinárias Emitidas 
 
É de interesse dos acionistas comuns e para a administração da 
empresa, no sentido de atrair acionistas atuais ou potenciais para aplicar na 
mesma. 
 
Medidas de atividades: 
 
1) Giro do ativo total = GAT 
Receita Operacional Bruta 
 GAT = --------------------------------------------- 
 Ativo Total 
 
Mede a eficiência da administração quanto à utilização do ativo total, 
circulante, realizável a longo prazo e permanente. Um baixo índice de rotação 
do ativo total revela a existência de um investimento excessivo em ativos e, ou 
um baixo nível de vendas. Para IUDÍCIBUS (1988; p. 157), este quociente de 
atividade expressa quantas vezes o ativo ”girou” ou se renovou pelas vendas. 
Pode ser desdobrado numa série de subquocientes, tais como: Vendas / Ativo 
Circulante, Vendas / Ativo Permanente etc. No numerador, podemos utilizar 
vendas brutas ou, como variante, vendas líquidas. 
 
2) Rotação de estoques = RES 
Custo das Mercadorias Vendidas 
 RES = ------------------------------------------------------ 
 Estoque Médio 
 
Mede a eficiência com que a empresa administra os seus 
investimentos em estoque. Este índice deve ser o mais alto possível, com risco 
mínimo da falta de estoque. Um índice de rotação pequeno indica excesso de 
estoques, representando em circunstâncias normais, um investimento oneroso 
para a empresa. Os estoques podem ser subdivididos em produtos acabados, 
produtos em elaboração, matérias primas e secundárias e materiais diversos. 
“Este quociente, muito divulgado, procura (mensurado pelo custo das vendas) 
representar quantas vezes se “renovou” o estoque por causa das vendas” 
(IUDÍCIBUS, 1988; p. 154). 
 
3) Período dos estoques = PME 
Saldo Médio Estoques 
 PME = -------------------------------------------- x 360 
 Custo Mercadorias Vendidas 
 
É o número médio de dias que ficam os estoques na empresa. A 
manutenção deste exige capital de giro para financiá-lo. Desta forma, quanto 
maior o estoque em número de dias, maior necessidade de recursos possui a 
empresa. 
 
4) Rotação de duplicatas a receber = RDR 
 
 Vendas Anuais a Crédito 
 RDR = ----------------------------------------------------- 
 Saldo Médio Duplicatas a Receber 
 
É o número de vezes que as duplicatas são convertidas em caixa, por 
ano. Mede a liquidez das duplicatas. Quanto maior a rotação, maior a liquidez. 
 
5) Período médio de cobrança = PMC 
Duplicatas a Receber 
 PMC = ----------------------------------------- x 360 
 Vendas Anuais a Prazo 
 
Representa o número médio de dias que a empresa está recebendo 
as duplicatas resultantes das vendas a prazo. Este resultado deve ser 
comparado com o prazo concedido pela empresa, para se determinar o número 
de dias de atraso nos recebimentos. Para melhor análise das duplicatas em 
atraso deve-se distribuí-las em função de períodos de atraso, trinta, sessenta, 
noventa e acima de noventa dias, por exemplo. MATARAZZO (1987; p. 210), 
afirma que a precisão dos índices de prazos médios está diretamente ligada à 
uniformidade das vendas e compras. Se a empresa tem vendas e compras 
aproximadamente uniformes durante o ano, os índices de prazos médios 
calculados a partir dos dados do Balanço e da Demonstração do Resultado 
refletirão satisfatoriamente a realidade. Agora, se as vendas e/ou compras 
flutuarem, tiverem picos e vales ou concentração em determinadas épocas do 
ano, os índices de prazos médios poderão estar completamente distorcidos. 
 
6) Rotação de duplicatas a pagar = RDP 
 Compras Anuais a Prazo 
 RDP = ------------------------------------------------------------- 
 Média dos Saldos de Duplicatas a Pagar 
 
 Representa o número de vezes que as duplicatas a pagar são 
convertidas em caixa, por ano. 
 
7) Período médio de pagamento = PMP 
 Saldo Médio de Duplicatas a Pagar 
 PMP = ------------------------------------------------------- x 360 
 Compras Anuais a Prazo 
 
É o número médio de dias que a empresa está pagando, em média, os 
seus fornecedores. Geralmente, quando a empresa está com problema de 
baixa liquidez, o PMP é superior aquele concedido pelos fornecedores. 
 
 
 
 
 
Medidas de cobertura – endividamento: 
 
1) Índice de endividamento = IE 
 Exigível Total (1) 
 IE = -------------------------------------- 
 Ativo Total 
 
(1) passivo circulante (+) exigível a longo prazo (+) resultado de exercícios 
futuros. 
Mede a capacidade da empresa em saldar os seus compromissos com 
terceiros, no caso de uma eventual liquidação. Quanto menor o índice, menor o 
seu endividamento. MATARAZZO (1987; p. 99) ressalta que os índices desse 
grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras, em termos de 
obtenção e aplicação de recursos. “Este quociente é um dos mais utilizados 
para retratar o posicionamento das empresas com relação aos capitais de 
terceiros” (IUDÍCIBUS, 1988; p. 152 
 
2) Índice de endividamento – IE 
 ExigívelTotal 
IE = ------------------------------------ 
 Patrimônio Líquido 
 
É uma outra maneira de medir o endividamento da empresa. 
Estabelecer a relação entre as dívidas totais, passivo, e o patrimônio líquido. 
 
3) Índice de empréstimo de longo prazo / patrimônio líquido = IEP 
Empréstimo a Longo Prazo 
 IEP = ----------------------------------------------- 
 Patrimônio Líquido 
 
Relaciona os recursos fornecidos por credores de longo prazo, com 
recursos fornecidos pelos proprietários da empresa. Uma administração 
financeira eficiente, normalmente toma empréstimos de longo prazo para 
financiar os investimentos em ativo imobilizado e, ou capital de giro adicional, 
aumento de produção. 
 
4).. Índice de cobertura de juros = ICJ 
 Lucro antes dos Juros e IR 
 ICJ = ---------------------------------------------- 
 Despesa Anual de Juros 
 
Mede a capacidade da empresa de cobrir os juros, juros mais correção 
monetária ou variação cambial, com maior ou menor margem de segurança em 
função e lucro antes do pagamento dos juros e do imposto de renda. 
 
 
Quadro Du Pont Modificado 
 É um gráfico destinado a mostrar as relações entre o retorno sobre o 
investimento, a rotação dos ativos, e a margem de lucro. 
 O quadro Du Pont mostra na primeira parte os ativos: estoques, valores a 
receber, disponível, permanente, totalizando-os por categoria, e divide as 
vendas pelos ativos totais (investimentos) para encontrar o número de vezes 
que gira os ativos. 
 Na parte de baixo o quadro detalha a margem de lucros sobre as vendas. 
Quando dividimos o lucro operacional pelas vendas, descobrimos o percentual 
de lucro em relação às vendas. 
 A rotação dos ativos vezes a margem de lucros é chamada de equação Du 
Pont, que é, uma fórmula que fornece a taxa de retorno sobre os ativos 
multiplicando-se a margem de lucro pelo giro total dos ativos, de acordo com 
WESTON e BRIGHAM (2000; p. 64). Este quadro está apresentado a seguir 
nas páginas 45 e 46. 
 A seguir apresentamos dados dentro de um exemplo numérico de balanço 
patrimonial e demonstração do resultado do exercício: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Balanço Patrimonial 31.12.X0 AV% 31.12.x1 AV% AH% 
 Ativo 
 ATIVO CIRCULANTE 5.527 48,0 6.912 55,1 25,0 
 Caixa/Bancos 1 - 1 - - 
 Aplicações Financeiras 777 6,7 1.596 12,7 105,4 
 Contas a Receber de Clientes 1.620 14,1 2.005 16,0 23,7 
 Estoques 3.124 27,1 3.303 26,3 5,7 
 Outros 5 - 7 - 40,0 
 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 6 0,1 8 0,1 33,3 
 Depósitos Judiciais 5 - 7 0,1 40,0 
 Incentivos Fiscais 1 - 1 - - 
 PERMANENTE 5.990 52,0 5.634 44,9 (5,9) 
 Investimentos 200 1,7 230 1,8 15,0 
 Imobilizado Líquido 5.790 50,2 5.404 43,1 (6,7) 
 Diferido - - - - - 
 Ativo Total 11.523 100,0 12.554 100,0 
 
 
 
 Passivo 31.12.X0 AV% 31.12.x1 AV% AH% 
 PASSIVO CIRCULANTE 2.723 23,6 3.446 27,4 26,5 
 Fornecedores 460 4,0 679 5,4 47,7 
 Salários e Encargos a Pagar 200 1,7 265 2,1 32,5 
 Contas a Pagar 100 0,9 121 1,0 21,0 
 Impostos a Recolher s/ Merc 460 4,0 475 3,8 3,3 
 Impostos a Recolher s/ Lucros 100 0,9 72 0,6 (28,0) 
 Adiantamento de Clientes 3 - 5 - 66,7 
 Empréstimos 1.200 10,4 1.649 13,1 37,4 
 Dividendos a Pagar 200 1,7 180 1,4 (10,0) 
 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 4.800 41,7 4.838 38,5 0,8 
 Financiamentos 4.800 41,7 4.838 38,5 0,8 
 PATRIMÕNIO LÍQUIDO 4.000 34,7 4.270 34,0 6,8 
 Capital Social 4.000 34,7 4.000 31,9 - 
 Reservas de Capital - - - - - 
 Reservas de Reavaliação - - - - - 
 Reservas de Lucros / 
 Lucros Acumulados - - - - - 
 Lucro do Período 270 2,2 - 
Passivo Total 11.523 100,0 12.554 100,0 8,9 
 
 Demonstração de Resultados 31.12.X0 AV% 31.12.x1 AV% AH% 
 RECEITA OPERACIONAL BRUTA 23.787 127,6 23.883 127,6 0,4 
 (-) Impostos na Vendas (5.150) (27,6) (5.170) (27,6) 0,4 
 RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 18.637 100,0 18.713 100,0 0,4 
 CUSTO DOS PROD. VENDIDOS 14.707 78,9 15.123 80,8 2,8 
 LUCRO BRUTO 3.930 21,1 3.590 19,2 8,7 
 DESPESAS OPERACIONAIS 2.260 12,1 2.444 13,1 8,1 
 LUCRO OPERACIONAL I 1.670 9,0 1.146 6,1 (31,4) 
 Receitas Financeiras Aplicações 46 0,2 166 0,9 261 
 Desp Financeiras com Financ 552 3,0 590 3,2 6,9 
 Outras Despesas Financeiras 88 0,5 76 0,4 (13,6) 
 LUCRO OPERACIONAL II 1.076 5,8 646 3,5 (40,0) 
 Resultado Não Operacional (19) (0,1) (2) - (89,5) 
 LUCRO ANTES DOS IMPOSTOS 1.057 5,7 644 3,4 (39,1) 
 Impostos sobre o Lucro 317 1,7 194 1,0 (38,8) 
 LUCRO LÍQUIDO 740 4,0 450 2,4 (39,2) 
 
AV= Análise Vertical 
AH = Análise Horizontal 
 
 
 
 
 Ativo Operacional 
 
 31/12/X0 31/12/X1 
 Ativo Total 11.523 12.554 
 (-) Investimentos em Controladas (200) (230) 
 (-) Aplicações Financeiras (777) (1.596) 
 (-) Fornecedores (460) (679) 
 (-) Salários e Encargos a Pagar (200) (265) 
 (-) Contas a Pagar (100) (121) 
 (-) Impostos a recolher sobre mercadorias (460)(475) 
 (-) Impostos a recolher sobre Lucros (100) (72) 
 (-) Adiantamento de Clientes (3) (5) 
 9.223 9.111 
 
 Demonstração das Mutações Patrimoniais 
 31/12/X1 
 Patrimônio Líquido Inicial 4.000 
 Lucro Líquido 450 
 Dividendos Propostos (180) 
 Patrimônio Líquido Final 4.270 
 
 
 
Índices Financeiros 31/12.X0 31/12.X1 
Medidas de Liquidez 
1- ILC 5.527 : 2.723 = 2,03 6.912 : 3.446 = 2,01 
2- ILS (5.527 – 3.124) : 2.723 = 0,88 (6.912 – 3.303) – 3.446 = 1,05 
3- ILG (11.523 – 5.990) : (11.523 –4.000) = 0,74 (12.554 – 5634) : (12.554 – 4.270) = 0,84 
Medidas de 
Lucratividade 
 
1- ML 740 : 18.637 = 3,97% 450 : 18.713 = 2,40% 
2- RAT 740 : 11.523 = 6,42% 450 : 12.554 = 3,58% 
3- RPL 740 : 4.000 = 18,59% 450 : 4.270 = 10,54% 
4- LPA 740 : 2.000 = 0,37 450 : 2.000 = 0,23 
5- DPA 296 : 2.000 = 0,15 180 : 2.000 = 0,09 
Medidas de Atividades 
1- GAT 
(vezes) 
 18.637 : 11.523 = 1,62 18.713 : 12.554 = 1,49 
2- RES 
(vezes) 
 14.707 : 3.124) = 4,71 15.123 : 3.303 = 4,58 
3- PME 
(dias) 
 (3.124 : 14.707) x 360 = 76 (3.303 : 15.123) x 360 = 78 
4- RDR 
(vezes) 
 23.787 : 1.620 = 14 23.883 : 2.005 = 11 
5- PMC 
(dias) 
 (1.620 : 23.787) x 360 = 24 (2.005 : 23.883) x 360 = 30 
6- RDP 
(vezes) 
 9.950 : 460 = 21 9.901 : 679 = 14 
7- PMP (460 : 9.950) x 360 = 16 (679 : 9.901) x360 = 24 
(dias) 
Medidas de Cobertura – 
Endividamento 
 
1) IE 
(Sobre o 
Ativo 
Total) 
 {(2.723 + 4800) : 11.523} x 100 = 65,29% {(3.446 + 4.838) : 12.554} x 100 = 65,99% 
2- IE 
(Sobre o 
Patrimôni
o Líquido) 
 {(2.723 + 4800) : 4.000} x 100 = 188,08% {(3.446 + 4.838) : 4.270} x 100 = 194,00% 
3- IEP (4.800 : 4000) x 100 = 120,00% (4.838 : 4270) x 100 = 113,30% 
ICJ 
(Medidas 
de 
Cobertura 
Juros) 
 1.670 : 552 = 3,03 1.146 : 590 = 1,94 
Análise de Rentabilidade do Investimento 
 Por ser a preocupação maior de qualquer usuário, já que o foco das 
empresas com fins lucrativos exigem a remuneração do capital investido, esta 
análise tem sido objeto de muitos estudos, e tem ensejado a criação de 
modelos bastante analíticos. 
Os quadros 4 e 5, a seguir, apresentam um modelo básico, adaptado 
de WESTON e BRIGHAM (2000; p. 64): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 4 
Du Pont – retorno sobre o investimento – 31/12/x0 
 
 RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO 
 
 VENDAS 
 18.637,00 
 ESTOQUES ATIVO 
 3.129,00 CIRCULANTE 
 VALORES A RECEBER 5.527,00 ( : ) ROTAÇÃO 
 1.620,00 1,62 
 DISPONÍVEL ( + ) INVESTIMENTO 
 778,00 TOTAL 
 11.523,00 
 PERMANENTE ATIVO % 
 5.990,00 NÃO CIRCULANTE RETORNO 
 REALIZÁVEL L.P. 5.996,00 SOBRE O 
 6,00 INVESTIMENTO 
 ( X ) 9,35 
 
 
 VENDAS 
 18.637,00 
 CUSTO PROD.VENDIDOS LUCRO OPERACIONAL 
 14.707,00 ( - ) 1.076,00 
 DESPESAS DE VENDAS 
 1.130,00 TOTAL DO CUSTO %DO LUCRO 
 DESPESAS FINANCEIRAS DAS VENDAS OPERACIONAL 
 E OUTRAS E DESPESAS ( : ) EM RELAÇAO 
594,00 17.561 ÀS VENDAS 
 DESPESAS 6,00 
 ADMINISTRATIVAS 
 1.130,00 
 VENDAS 
 18.637,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 5 
Du Pont – retorno 
 
 
sobre o investimento 
 
 
- 31/12.X1 
 
 RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO 
 
 VENDAS 
 18.713,00 
 ESTOQUES ATIVO 
3.310,00 CIRCULANTE 
 VALORES A RECEBER 6.912,00 ( : ) ROTAÇÃO 
 2.005,00 1,49 
 DISPONÍVEL ( + ) INVESTIMENTO 
 1.597,00 TOTAL 
 12.554,00 
 PERMANENTE ATIVO % 
 5.634,00 NÃO CIRCULANTE RETORNO 
 REALIZÁVEL L.P. 5.642,00 SOBRE O 
 8,00 INVESTIMENTO 
 ( X ) 5,14 
 
 
 VENDAS 
 18.713,00 
 CUSTO PROD.VENDIDOS LUCRO OPERACIONAL 
 15.123,00 ( - ) 646,00 
 DESPESAS DE VENDAS 
 1.222,00 TOTAL DO CUSTO %DO LUCRO 
 DESPESAS FINANCEIRAS DAS VENDAS OPERACIONAL 
 E OUTRAS E DESPESAS ( : ) EM RELAÇAO 
500,00 18.067,00 ÀS VENDAS 
 DESPESAS 3,00 
 ADMINISTRATIVAS 
 1.222,00 
 VENDAS 
 18.713,00 
 
 
Nota: Despesas Operacionais por falta de informações assumiu-se que 50% 
são despesas de vendas e 50% despesas administrativas, para os dois 
períodos. 
 
 O quadro Du Pont, mostra as relações entre o retorno sobre o 
investimento, a rotação dos ativos e a margem de lucros. 
 A posição inferior do quadro (análise de 31/12.x1), detalha as margens de 
lucros sobre as vendas. Quando se divide o lucro operacional pelas vendas, 
descobre-se que 3,00%, menos os impostos incidentes, de cada unidade de 
venda fica para os acionistas. Ao se multiplicar o giro pelo investimento obtém-
se 5,14%, que representa a taxa de retorno sobre o investimento. 
 
 
2.5 Conclusão de Análise 
 
 
 A teoria clássica de finanças entende que na estruturação do balanço para 
fins da gestão financeira o ativo é visto como investimento da empresa e o 
passivo como as fontes de financiamentos, a parte dos acionistas considerada 
como capital próprio e a parcela dos empréstimos como capital de terceiros. 
Nesta conceituação teórica, não haveria necessidade de pagamento das fontes 
de financiamento, e sim, apenas de sua remuneração. 
 Porém, dentro da abordagem financeira clássica, a gestão da liquidez da 
empresa é uma função primordial, pois o dilema liquidez x rentabilidade é um 
dos focos da gestão tradicional de finanças. O pressuposto para a gestão da 
liquidez está no sentido de que o capital de terceiros é de fora da empresa, e 
não é da empresa, e, consequentemente, deve ser pago. Portanto, os 
indicadores de liquidez são necessários e devem ser utilizados da melhor 
forma gerencial possível. 
 O capital de terceiros, além disso, é instrumento para alavancagem 
financeira, além de fonte de financiamento. Ele é utilizado para mais lucros para 
os detentores do capital próprio, os acionistas, esses sim, da empresa. 
Portanto, no conceito clássico, a empresa tem donos, e os supridores de capital 
de terceiros são tratados como entidades exógenas à empresa. A função 
financeira de liquidez deve sempre verificar se haverá capacidade de 
pagamento aos emprestadores de capital, sob pena de que a empresa possa 
incorrer em inadimplência financeira. Os juros pagos aos emprestadores são 
considerados custos fixos que devem ser otimizados objetivando maior 
rentabilidade dos acionistas ou donos do capital próprio, e portanto, criando 
maior valor da empresa. 
 O fundamento para o empreendimento é o monitoramento de sua 
rentabilidade. A possibilidade de a empresa entrar em problemas de liquidez 
está totalmente ligada à sua capacidade de geração de lucros. Tendo 
capacidade de geração de lucros, a empresa terá naturalmente capacidade de 
solver seus compromissos, isto porque, os ganhos serão maiores que os 
gastos. 
 Ainda assim, poderá ser argüido que, se os ganhos forem imobilizados, 
tanto como ativos fixos, como ativos de giro, poderá haver a falta de liquidez. 
Obviamente que isso é possível de acontecer

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