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Petição - Reclamação trabalhista (Enola Holmes)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE SÃO JOÃO HONESTO.
ENOLA HOLMES, Nacional de..., Estado Civil..., inscrita no CPF/UF sob o nº..., RG..., residente e domiciliada na..., n°..., Bairro..., CEP..., por intermédio de seu advogado que esta subscreve, com instrumento de procuração (em anexo), vem à presença de Vossa excelência, com fulcro nos artigos 840 da CLT e 282 do CPC, propor a presente;
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA C/C DANO MORAL
Em desfavor de FOGOS DE ANO NOVO LTDA Pessoa Jurídica de Direito Privado, inscrita no CNPJ..., estabelecida na..., nº..., São João Honesto, CEP..., pelos fatos e fundamentos que passa a expender:
1 - PRELIMINARMENTE
1.1 - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA;
O Reclamante, com fulcro no art. 4º, da Lei 1.060, de 5.2.50 c/c o art. 14, §1º, da Lei 5.584, de 26.06.1970, declara que não está em condições de pagar as custas do processo, sem prejuízo próprio ou de sua família, pelo que requer a V.Exa., o benefício da Justiça Gratuita.
2 – DO CONTRATO DE TRABALHO
A Reclamante iniciou contrato de trabalho com a reclamada em 12/12/2017, tendo sido demitida imotivadamente em 11/09/2020. A autora exercia suas atividades laborativas no cargo de empacotadora percebendo mensalmente o valor de R$ 2.000,00. Informa que laborava de segunda à sexta-feira, das 07h00min às 20h00min, com 30 minutos de intervalo para almoço.
Dentre as atividades diárias, a reclamante: lidava com o manejo, guarda e empacotamento de fogos de artifício. Ato contínuo, em virtude da atividade desenvolvida, a autora estava exposto a diversos riscos ambientais, tais como: Risco eminente de explosões, queimaduras.
Outrossim, mantinha contato direto com pólvora que segundo a NR16 é nocivo à saúde estando classificado no grupo atividades perigosas, uma vez que a mesma estava exposta todos os dias ao fazer o manuseio do produto. Todavia, não recebeu os EPI’s adequados para desenvolver as atividades, quais sejam: Creme protetor, Luvas, Mascara Respirador, Óculos de proteção.
Ademais, a autora jamais recebeu o adicional de periculosidade devido. Cumpre informar, durante o contrato de trabalho, a reclamante sempre fora uma empregada exemplar, cumprindo com suas obrigações, e jamais agiu com desídia. Nesse esteio, vem a esta Justiça Especializa a fim de ter assegurado seus direitos trabalhistas.
3 - DA JORNADA DE TRABALHO
Em que pese durante o pacto laboral, a reclamante cumpriu a seguinte carga horária:
– De segunda-feira a sábado: das 07h00min às 20h00min, com intervalo para refeição de 30min.
– Domingo: folgava.
Da análise da jornada de trabalho exposta, é forçoso concluir que o trabalho do reclamante se estendia para muito além das 8 (oito) horas diárias previstas no artigo 58 da CLT, razão pela qual faz jus ao pagamento de todas as horas que excedam o período legal com acréscimo de, no mínimo, 50 % (cinquenta por cento).
Cumpre esclarecer ainda que a reclamante tinha 30min diários supridos de seus intervalos intrajornada, e de acordo com o § 4º do mesmo artigo, quando o referido intervalo “não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho”, tal como ocorre com a hora extra comum.
Contudo, as reclamadas jamais efetuaram o pagamento das horas extras devidas, de forma que faz jus o reclamante ao seu pagamento, o que desde já se requer. Conforme contracheques em anexo.
Face à habitualidade, devem as horas extras, compor a remuneração do reclamante para efeito de pagamento do descanso semanal remunerado, das férias + 1/3, dos 13ºs. Salários e do FGTS + 40%, conforme as Súmulas 45, 63, 94, 151 e 172 do C. TST.
4 – DO DIREITO
3.1 – DA REVERSÃO PARA DESPEDIDA SEM JUSTA CAUSA/REINTEGRAÇÃO AO QUADRO DE FUNCIONARIOS;;
Destarte, consta no termo de rescisão de contrato, que a reclamante fora demitida por supostamente estar agindo com desídia, conforme fundamenta o Art. 482, alínea E da CLT.
Acontece exa. Que tal fato distorce totalmente a realidade dos fatos, uma vez que a demissão da mesma se deu por mera liberalidade da reclamada. Segue abaixo, jurisprudência pátria acerca da desídia;
“Ementa: TRT-PR-04-10-2011 JUSTA CAUSA. DESÍDIA. OFENSA À HONRA DE COLEGA DE TRABALHO. ALÍNEAS E E J DO ART. 482 DA CLT . CARACTERIZAÇÃO. A desídia da empregada ao faltar costumeiramente ao trabalho sem justificativa ou antecipar sua saída sem motivo justificado, e, ainda, o fato de atingir a honra e a dignidade de um colega de trabalho dirigindo-lhe, aos berros, expressões injuriosas e de baixo calão, são faltas passíveis de demissão por justa causa com espeque nas alíneas e e j do art. 482 da CLT . Recurso ordinário da Obreira a que se nega provimento.”
Ora exa. A reclamante não tem condutas reiteradas que comprovem a suposta desídia que é alegada em sua rescisão de contrato, muito pelo contrario, a mesma trabalhava 13h00min por dia se dedicando ao Maximo, contribuindo com o crescimento da empresa.
Neste sentido, se a demissão por justa causa, não for caracterizada como tal, o empregador que a procedeu de maneira equivocada sofrerá algumas consequências, tal como a reversão da demissão por justa causa e obrigação de reintegrar o ex-funcionário ao quadro de empregados, assim como arcar com as verbas rescisórias da demissão sem justa causa. Senão vejamos;
“Do pedido de declaração de nulidade do Processo Administrativo Disciplinar. A autora, na audiência perante a Comissão Processante Disciplinar, disse que “se necessário”, ouviria a testemunha. Dessa forma, não se pode inquinar como indeferimento, o ato da Comissão; ademais, nos termos do Decreto n. 2.260/2006, não há necessidade de oitiva de testemunhas. Exige-se, sim, apresentação de defesa escrita, por advogado constituído pela servidora, o que foi feito. Rejeito. Da justa causa – da gradação da penalidade. A prova da falta grave cometida pelo empregado deve ser sólida, extreme de dúvidas, para evitar-se, ou reduzir-se ao mínimo, a possibilidade de se praticar injustiça, imputando ao trabalhador a pena capital trabalhista sem lastro factual. A dúvida razoável, é suficiente para descaracterizar a ocorrência da conduta típica do art. 482 da CLT. Deve o empregador agir conforme a proporcionalidade da falta, evitando-se chegar ao extremo do rompimento do contrato trabalhista. A Municipalidade não se desincumbiu do ônus da prova. Não ocorreu justo motivo para o despedimento. A servidora era estável, impõe-se sua reintegração, com pagamento dos salários do período, recolhimento dos depósitos fundiários e idêntica atribuição de aulas, da época do desligamento. Dano moral. A servidora foi exposta a situação vexatória, respondendo a Processo Administrativo Disciplinar por irregularidade de somenos importância, que ainda procurou corrigir, como provou. A reclamada é Órgão público, cuja arrecadação não produz lucro e é voltada ao cidadão; condeno a Municipalidade a pagar indenização em montante que não propicie a penalização do contribuinte. RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE DÁ PROVIMENTO PARCIAL. (TRT/SP – 00932200737202004 – RO – Ac. 10aT 20090633894 – Rel. Marta Casadei Momezzo – DOE 01/09/2009).:
Portanto hoje os Tribunais mais vanguardistas têm entendido que, além da reintegração do apenado ao quadro de funcionários, tem se prezado ainda pela indenização por danos, pelos transtornos e desconfortos causados com a tentativa de demissão.
Ademais, com a inversão do ônus da prova frente a desproporção entre empregador e funcionário cabe ao reclamado PROVAR QUE A RECLAMANTE COMETEU DESÍDIA. Quando dito da Reversibilidade da justa causa, deve ser entendido que esta modalidade abrange mais do que a reintegração do ex-funcionário ao quadro de empregados, mas envolve também a manutenção da demissão, mas esta deve ser vista como rescisão unilateralmente feita pelo empregador, e a essa deve ser paga todos os direitos em lei previstos para tanto.
Diante do exposto o empregador deve ratificar o termo de rescisãode contrato de trabalho, a fim de fazer a devida alteração para que faça constar que a demissão da requerente se deu sem justa causa, e não pro justa causa. 
3.2 – DA INVERSÃO DO ÕNUS DA PROVA;
3.3 - DAS VERBAS RESCISÓRIAS;
Com o reconhecimento da reversão para despedida sem justa causa da peticionante em 11/09/2020, faz jus a reclamante a perceber as seguintes verbas rescisórias: 
AVISO PRÉVIO;
Em conformidade a legislação obreira no art. 487, II e §1ª da CLT e art. 7º XXI da CRFB, afirma que o empregador deverá avisar o empregado com antecedência mínima de 30(trinta) dias, sendo que a falta do aviso prévio pelo empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período ao seu tempo de serviço. Fazendo jus a autora ao adimplemento do aviso prévio.
 
DO SALDO DE SALÁRIO;
Tendo ocorrido à rescisão em 11/09/2020, o reclamante faz jus a perceber o saldo de salário pelo período trabalhado, com os devidos acréscimos legais, conforme se depreende da planilha de cálculo anexa.
13º SALÁRIO PROPORCIONAL;
A autora tem direito a perceber o pagamento do 13º salário proporcional referente ao pacto laborativo, devidamente projetado o período do aviso prévio, bem como os acréscimos legais. Em conformidade com Lei 4.090, de 13/07/1962, regulamentada pelo Decreto 57.155, de 03/11/1965 e alterações posteriores.
DAS FÉRIAS;
Faz jus a reclamante a perceber as férias proporcionais devidamente acrescidas de 1/3 constitucional e sua dobra legal, em conformidade ao art. 7º, XVII da CRFB e arts. 146 e 147 da CLT.
DOS DEPÓSITOS DO FGTS E MULTA DE 40 %;
Saliente-se ainda Exa. Que o reclamado não efetuou os depósitos do FGTS do reclamante, pelo que o reclamante faz jus à percepção da totalidade dos depósitos fundiários do período compreendido acima, igualmente deve ser deferida em favor do reclamante, a multa dos 40% sobre o FGTS, em virtude da dispensa sem justa causa.
DAS MULTAS DOS ARTS. 467 E 477, 8º DA CLT;
Em razão de tratar-se de verbas incontroversas, deve a Reclamada pagar as verbas incontroversas na data de seu comparecimento na audiência inaugural, sob pena de pagá-las com multa de 50% (cinquenta por cento), ainda deve pagar a multa do art. 477,8º da CLT, em virtude no atraso injustificado no pagamento das verbas rescisórias.
DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA;
A Reclamante faz jus ao pagamento do montante em atraso, acrescido de juros e correção monetária, em conformidade ao art. 39 da Lei n° 8.177/91 e art. 15 da Lei 10.192/01.
4 - DO DANO MORAL / ASSÉDIO SEXUAL;
Mormente, durante todo o pacto laboral a reclamante era, diariamente, ameaçada de demissão caso a mesma não cedesse as investidas sexuais de seu superior hierárquico, que reiteradamente investia palavras de cunho sexual, deixando claro que o mesmo queria manter relações sexuais com a reclamante.
Não obstante, o Sr. Moriarte, não satisfeito em assediar a ora requerente no local de trabalho, periodicamente a encaminhava mensagens por escrito neste sentido, conforme seguem as cópias de e-mails e rede social (direcionados ao seu endereço eletrônico pessoal) em anexo.
Outrossim, as palavras defiridas contra a reclamante, atingiam diretamente a sua auto-estima e identidade sexual; neste sentido o assédio é uma ação estrategicamente desenvolvida para destruir psicologicamente a vítima e com isso afastá-la do mundo do trabalho. A violência é sutil, recheada de artimanhas voltadas para confundir a vítima.
A constituição Federal estabelece em no inciso X de seu artigo 5º, in verbis:
“X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.”
Diante do acima exposto, deverá ser pago a titulo de dano moral a autora uma indenização pelos danos morais e psicológicos que sofreu em valor correspondente à dobra da quantia devida a título de verbas rescisórias, já calculadas, conforme fundamenta art. 5º, V e X, CF/88; arts. 186 e 927 do CC; arts. 223-A e seguintes da CLT.
5 – DOS PEDIDOS
EX POSITIS, requer:
I – Os benefícios da justiça gratuita, inclusive isenção de custas, declarando na forma da Lei 7.115/83 c/c art. 4º, §§ 1º e 2º da Lei 1060/50, que não tem condições de arcar com o pagamento de custas do processo sem prejuízos ao seu próprio sustento e de sua família;
II - Seja determinada a apresentação pela Reclamada de todos os documentos necessários para provar os fatos arguidos, sob as penas do art. 359 do CPC, em face da hipossuficiência do reclamante;
III – Que seja determinada a nulidade da justa causa aplicada, perfazendo-se assim a reversão para término contratual na modalidade de dispensa imotivada.
IV – Seja julgada totalmente procedente a presente Reclamação Trabalhista;
V - Seja condenada a Reclamada ao pagamento de todos os pedidos e valores abaixo discriminadas e devidamente fundamentadas na presente exordial, que passa a fazer parte integrante da presente reclamação;
a) Aviso Prévio R$..........
b) 13° Proporcional R$..........
c) Férias Proporcionais + 1/3 R$..........
d) FGTS + multa de 40% R$..........
e) Saldo de salário R$..........
f) Juros e multas R$..........
VI – Que seja determinada a inversão do ônus da prova, conforme fundamentado na presente exordial;
VII - Requer-se a notificação do Reclamado para comparecimento em audiência e apresentação de defesa, sob pena de incorrer nos efeitos próprios da revelia (Art. 844, CLT).
VIII - Condenação da reclamada ao pagamento de indenização por danos morais em razão do assédio sexual conforme fundamentado na presente exordial, seja no quantum correspondente à dobra da quantia devida a título de verbas rescisórias, já calculadas.
Dá-se a causa o valor de R$.......
Termos em que pede,
E aguarda deferimento
São João Honesto, data... de...de 2020.
____________________________________
LUIZ FELIPE COSTA E SOUSA
OAB/UF n°........
Aluno: Luiz Felipe Costa e Sousa
Matricula: 201803256893
Direito: 3001 / Noite

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