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Conteúdo-e-Metodologia-das-Ciências-Naturais-Aulas-31-a-40

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FACULDADE FUTURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTEÚDO E METODOLOGIA DAS CIÊNCIAS 
NATURAIS 
 
 
 
 
 
 
VOTUPORANGA – SP 
 
 
 
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1 ENSINO DE CIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
Para Mathias (2009), todos que se inserem no contexto da educação, como 
pais, professores, alunos e a escola como um todo, devem sempre estar atentos ao 
comportamento dos alunos em sala de aula e, além disso, oferecer metodologias e 
estratégias didáticas diferenciadas para auxiliar no aprendizado destes alunos. A 
autora discute a respeito de metodologias para o ensino de ciências aplicadas para 
alunos com necessidades especiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte:www.inclusaoemedacacao.blogspot.com 
 
As dificuldades são muitas, pois não existem recursos necessários e, ainda 
hoje, a exclusão ainda está muito presente dentro das escolas, exclusão esta que não 
ocorre somente com algum aluno com necessidade educacional especial, e sim pode 
ocorrer com qualquer aluno pelo simples fato de apresentar alguma dificuldade de 
aprendizado. Mathias (2009) fundamentou seu trabalho a partir de experiências 
práticas vivenciadas dentro de sala de aula no decorrer do curso de Ciências 
Biológicas, apresentando experiências com alunos dos Ensinos Fundamental, Médio 
e Especial, relatando qual a peculiaridade encontrada em cada estágio. Durante a 
realização dos estágios curriculares de licenciatura, a autora inseriu metodologias de 
ensino diferentes do que a professora normalmente desenvolvia com seus alunos de 
inclusão e regulares. Mathias (2009) utilizou em suas aulas, metodologias 
diferenciadas como palavras-cruzadas, atividades teórico práticas, jogos, 
experiências, aulas ilustrativas e projetos com os alunos relacionados a assuntos 
cotidianos. 
 
 
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Todas essas práticas trouxeram resultados positivos no aproveitamento dos 
alunos. Para o Ensino Fundamental e Médio, com alunos que não apresentavam 
necessidades educacionais especiais, o conteúdo foi assimilado muito bem. Para o 
estágio no ensino especial, a mesma autora escolheu uma instituição de educação 
especial que recebia diferentes tipos de alunos com necessidades especiais, como 
surdez, síndromes diversas, esquizofrenia, entre outros. A faixa etária dos alunos 
recebidos era de 18 a 57 anos. Em sua discussão, Mathias (2009) afirma que 
percebeu na escola preocupação em integrar esses alunos à sociedade. Participou 
de projetos relacionados à saúde e à higiene, juntamente com a oficina de culinária. 
Durante os afazeres sobre culinária, técnicas de higiene e saúde eram ministradas na 
teoria e na prática para que eles associassem melhor o tema. Os alunos tiveram 
acesso a receitas, foram levados ao supermercado para comprar os ingredientes 
necessários para o prato do dia e durante todo o processo, eles tinham que descrever 
o nome do alimento que estavam comprando, como lavá-lo, qual seu benefício para a 
saúde, temperatura do alimento, embalagem, ou seja, tudo que era importante saber 
ao adquirir tal alimento. 
Perceberam-se dificuldades no que diz respeito à compreensão de 
determinados alunos e por esse motivo não foi possível a aplicação de um método de 
ensino de Ciências tradicional. Mas em função disso, foram desenvolvidas 
metodologias que integraram estes alunos na turma, trazendo-os para dentro do 
contexto de sala de aula, ajudando-o a construir uma linha de raciocínio a respeito de 
determinado tema na prática. Os resultados obtidos pela autora foram satisfatórios 
porque os alunos com necessidades especiais demonstravam ter assimilado muito do 
conteúdo. Vários alunos são incluídos no cenário relatado por Mathias (2009), como, 
deficientes visuais, surdos e mudos, deficientes físicos, deficientes mentais e 
superdotados, e, independente de cada um ter sua necessidade especial, estes 
podem ter alguma facilidade em um determinado tema ou estratégia didática, o que 
pode acrescentar e muito os estudos para os demais alunos. 
As técnicas apresentadas por Mathias (2009) para se incluir um aluno com 
necessidades educacionais dentro das escolas são bastante aplicadas no ensino 
regular, o que é de fato importante, é perceber como estas metodologias diferenciadas 
trazem um resultado positivo para alunos com necessidades educacionais especiais. 
Muito do que foi explorado pela autora já está inserido dentro de uma sala de aula de 
 
 
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Ciências, sabemos que é complicado inserir um aluno com necessidades 
educacionais especiais o tempo todo, pois são muitas as necessidades especiais. Mas 
a rotina diária pode ajudar muito na compreensão de cada necessidade especial e 
qual o tempo de cada um para determinada tarefa ou assunto tratado dentro de sala 
de aula. Ribeiro (2004) discute a respeito da inclusão relatando as práticas adotadas 
no Museu de Ciências Morfológicas situado na Universidade Federal de Minas Gerais 
(UFMG). 
Vários projetos estão sendo realizados neste Museu e se enquadram no 
cenário da inclusão social e consequentemente, educação inclusiva. Dentre eles está 
o projeto “A célula ao alcance da mão” que contempla a inclusão de deficientes visuais 
para conhecer a estrutura e funcionamento do corpo humano. A autora descreve o 
processo de implantação deste projeto, que se inicia na percepção das dificuldades 
de alunos com necessidades especiais, como portadores de deficiência visual, em 
disciplinas de cursos das áreas Biológicas e da Saúde. Mecanismos diferentes são 
necessários para que tal aluno conheça todas as particularidades do corpo humano, 
qual a forma dos órgãos, o que isso interfere em sua função, enfim, fazê-lo conhecer 
o ‘todo’ que os demais colegas de turma aprendem através de figuras, atlas, 
microscópios ópticos, manipulação de órgãos e estruturas reais, entre outros. O 
projeto acima foca nesta dificuldade de o aluno aprender sem conseguir ‘ver’ e tentar 
minimizar os problemas de aprendizado. 
Vários modelos didáticos foram confeccionados para que os alunos possam 
compreender um pouco mais sobre cada estrutura do corpo humano apresentado e 
isso pode também beneficiar alunos com déficit de atenção. Segundo a autora ainda 
é uma dificuldade encontrar recursos didáticos, professores especializados e fazer 
com que o acesso desses cidadãos seja amplo e completo. Tal projeto, do Museu de 
Ciências Morfológicas, está em fase experimental em escolas de Ensino Fundamental 
e Médio, e a realidade ainda é um pouco distante de todos os planos e práticas que o 
projeto propõe. Mas nesta fase do projeto os resultados têm sido os melhores 
possíveis como, por exemplo, em turmas onde há alunos com diversas deficiências, 
a limitação de um compensa a limitação do outro e assim todos aprendem de forma 
dinâmica. 
Viveiros e Camargo (2006) discutem como metodologias diferenciadas podem 
acrescentar no ensino de Ciências e como isto pode interferir no ensino dentro de uma 
 
 
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aula inclusiva. Vários métodos de ensino são propostos, dentre eles métodos de 
ensino para deficientes visuais, acompanhado de recursos didáticos e sugestões de 
metodologias de ensino. Os autores acreditam que em se tratando de um deficiente 
visual, o diálogo deve sempre estar presente dentro e fora de sala de aula, 
acompanhado de um tom de voz calmo, normal, sem parecer um esforço ou algo feito 
sem naturalidade e firmeza. Indicam que os professores devem solicitar ajuda aos 
demais alunos quanto às orientações em determinadas atividades e temas 
apresentados em sala de aula. Apontam que o posicionamento dos alunos com 
necessidades educacionais especiais em sala de aula também é importante para que 
este aluno apresente um bom desempenho. 
A formação dos professores de Ciências (e das demais áreas) deve ser 
completa e o ensino no âmbito da inclusão deve ser vivenciado na prática, para que 
tudo que diz respeito às novas metodologias de ensino possam ser aplicadas e 
aproveitadas em benefíciodos alunos. Segundo Viveiros e Camargo (2006) o 
professor deve assumir uma postura de responsabilidade buscando todos os 
mecanismos, estratégias e condições, visando um ensino de qualidade para todos. 
No Ensino de Ciências o cuidado deve ser enorme, pois muitos temas são de difícil 
compreensão e isso cobra do professor um cuidado maior. Alguns assuntos tratados 
em Ciências exigem um olhar crítico, alguns conteúdos necessitam ser vivenciadas 
na prática, outros necessitam de um olhar microscópico, ou seja, muitas atividades 
dentro de sala de aula de Ciências são complexas se forem tratadas somente na 
teoria. Como propor um trabalho de campo a um aluno que apresenta deficiência 
física? Como apresentar um microscópio a um aluno deficiente visual? Tudo isto deve 
ser trabalhado de forma diferenciada ao se ministrar aulas no ensino inclusivo. 
O Ensino de Ciências, assim como todos os outros, pode ser ministrado com 
diversos trabalhos dinâmicos, metodologias diferenciadas, inovadoras e criativas e 
podem fazer com que se trate de um assunto interessante, e a partir do qual alunos 
podem fazer paralelos e trazer muito do que é visto dentro de sala de aula para o 
cotidiano. Não podemos esquecer que o Ensino de Ciências também apresenta temas 
complexos, que muitas vezes não são compreendidos a princípio pelos alunos e, por 
mais este motivo, deve ter a atenção/cuidados necessários para ser ministrado da 
 
 
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melhor forma possível, e para que este ensino e todos os outros não desconsiderem 
os alunos com necessidades educacionais especiais.1 
 
2 ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS E A QUESTÃO DAS DROGAS 
 
No ensino de ciências os temas relacionados ao contexto sociocultural estão 
adquirindo maior destaque. Dentre estes, pode-se destacar o tema drogas, o qual é 
muito Didática e Prática de Ensino na relação com a Formação de Professores 
comentado nos meios de comunicação em virtude do enorme impacto social causado 
pelo consumo indevido destas. 
O segundo Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no 
Brasil constatou, por exemplo, que o consumo de álcool ocorre em faixas etárias cada 
vez mais precoces, sugerindo a necessidade de revisão das medidas de controle, 
prevenção e tratamento (CARLINI ET. AL, 2005). Em relação a tal problemática, é 
necessária a abordagem desse tema cada vez mais cedo pela escola visando à 
prevenção ao uso indevido de drogas. 
 
 
Fonte:www.vivamelhoronline.com 
 
2.1 A Abordagem Sobre Drogas Sob Uma Perspectiva Preventiva No Contexto 
Escolar 
 
As primeiras experiências com drogas ocorrem frequentemente na 
adolescência. Nessa fase, o indivíduo é particularmente vulnerável do ponto de vista 
psicológico e social (SOLDERA ET AL., 2004). Por isso, Baus, Kukep e Pires (2002) 
destacam a relevância da abordagem sobre drogas na escola, uma vez que o uso de 
drogas na idade escolar é uma das maiores preocupações de saúde pública. O 
 
1 Texto extraído de file:///C:/Users/Colaborador/Downloads/402-1212-1-PB.pdf 
 
 
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assunto drogas é sugerido pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para ser 
abordado no Ensino Fundamental como um tema interdisciplinar, mas o que muitas 
vezes acontece é que por diversos fatores (ser um tema polêmico, falta ou pouca 
formação profissional do docente para a abordagem sobre o tema) este assunto acaba 
por não ser abordado ou abordado de modo exclusivamente expositivo como, por 
exemplo, através de palestras. Nesta perspectiva Krasilchick (2004) afirma que no 
ensino fundamental são apresentados e cobrados conhecimentos pautados somente 
nos fatos, mas que não são compreendidos e/ou interpretados. Conhecimentos por 
vezes irrelevantes e desconectados em relação às outras áreas da disciplina Ciências 
e às demais disciplinas presentes no currículo. A escola deve superar esta abordagem 
particularizada e Didática e Prática de Ensino na relação com a Formação de 
Professores fragmentada do conhecimento, inclusive no que se refere à abordagem 
sobre drogas, uma vez que o conhecimento científico sobre esse assunto, 
especificamente aquele advindo das Ciências Naturais, é necessário, porém não é 
suficiente para uma abordagem que pretenda ter um caráter preventivo. Nesta 
perspectiva, é que o tema precisa assumir um caráter interdisciplinar e, assim, 
constituir um eixo que não apenas integra diferentes componentes curriculares, mas 
que também busca uma ação conjunta dos pais, professores, orientação educacional 
e funcionários.2 
 
3 AS CIÊNCIAS NATURAIS E A SEXUALIDADE 
 
A educação sexual no currículo escolar tem sido discutida desde o século XX, 
despertando o interesse entre médicos, professores e outros. A abordagem dispõe-se 
de sua importância junto às crianças, adolescentes e jovens, para prevenção de 
Doenças Sexualmente Transmissíveis, gravidez indesejada, defendendo uma 
educação sexual para higiene dos jovens, preparando sujeitos saudáveis e 
responsáveis (CÉSAR, 2009). Em meados do ano de 1928, foi discutida a aprovação 
do Programa de Educação Sexual no Congresso Nacional para Educadores, para se 
trabalhar com crianças acima de onze anos, sendo alvo central nos Projetos de 
educação sexual (AQUINO e MARTELLI, 2012, p. 02). Somente a partir do ano de 
 
2 Texto Extraído de 
http://www.uece.br/endipe2014/ebooks/livro2/ESTRAT%C3%89GIAS%20DID%C3%81TICAS%20PARA%20ABOR
DAGEM%20SOBRE%20DROGAS%20NO%20ENSINO%20DE%20CI%C3%8ANCIAS%20NATURAIS.pdf 
 
 
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1930, que o colégio Batista do Rio de Janeiro, apresentou em seu currículo o ensino 
de evolução das espécies e Educação Sexual, tendo como caráter inicial a reprodução 
feminina e a partir do ano de 1935 que foram incluídas discussões e análises da 
reprodução masculina, tendo como idealizador o professor Stawiarski, que foi 
processado, resultando na sua demissão (GUIMARÃES, 1995). Já nos anos de 40 e 
50 não se tem conhecimentos de trabalhos realizados a educação sexual, sendo que 
nessa época a Igreja Católica repreendia assuntos em questão, possuindo total 
domínio ao sistema educacional, mas mesmo assim foram publicados livros referentes 
à educação sexual, mas dentro da moral católica enfatizando uma educação de 
responsabilidade paternal, mas também com intuito de responder questões de caráter 
biológico e reprodutiva, fomenta (GUIMARÃES, 1995). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:www.rogeriocher.com.br 
 
Segundo Guimarães (1995), na década de 60 ainda surgiram várias tentativas 
para implantação de Educação Sexual nas escolas públicas e particulares, mas 
devido às mudanças políticas geradas pelo golpe militar de 64, esses programas 
tiveram que ser interrompidos, devido à repressão do moralismo vigente, isso porque 
a Igreja Católica ainda possuía domínio ao Sistema Educacional. Guimarães (1995) 
nos afirma que entre 63 a 68 ocorreram várias tentativas de implantação da Educação 
Sexual nos currículos das escolas do estado de São Paulo, sendo criados programas 
experimentais, com intuito de prevenção e informação, programas estes que tiveram 
duração de três meses, havendo rejeição dos pais, mas mesmo assim, algumas 
escolas do Rio de Janeiro, adotaram a Educação Sexual em todas as séries, isso a 
partir de 1964, já outras escolas implantaram o ensino em 1968, mas causando fortes 
 
 
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consequências, tais como exoneração da direção, suspensão de alguns professores 
e expulsão de alguns alunos. 
De acordo com César (2009), somente a partir dos anos finais da década de 
70 e anos 80 que a sociedade brasileira convive a reabertura política, havendo 
grandes mudanças políticas e sociais, como também no campo da sexualidade, 
constituindo novas maneiras de compreender a Educação Sexual. Os Congressos 
Nacionais sobre Educação Sexual nas escolas de iniciativa privada ocorreram entre 
1978 e 1979, podendo perceber o grande interesse dos profissionaisda educação 
sobre o tema. Assim, as argumentações referentes à inclusão da orientação sexual 
no currículo das escolas se intensificaram massivamente, influenciados pelo risco de 
infecção do vírus HIV e o aumento de casos de gravidez não planejada entre as 
adolescentes (BRASIL, 2001). Tal interesse é notado ao observarmos que no ano de 
1983, a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia realizou o 1º Encontro 
Nacional de Sexologia, tendo como objetivo o controle preventivo de Doenças 
Sexualmente Transmissíveis e a gravidez indesejada entre adolescentes e jovens 
(GUIMARÃES, 1995). 
 
Apesar de a discussão ter iniciado na década de 20 do século passado e 
intensificado na década de 80, foi somente a partir dos anos 90 que houve 
efetivamente a inserção da Orientação Sexual como tema transversal nos 
Parâmetros Curriculares Nacionais-PCN’s (BRASIL, 2001). A discussão 
sobre educação sexual no ambiente escolar se avivou com a elaboração dos 
PCN’s em 1996, com destaque em seu volume 10, reservado à Orientação 
Sexual (BRASIL, 2001). A sexualidade no espaço escolar não se inscreve 
apenas em portas de banheiros, muros e paredes. Ela “invade” a escola por 
meio das atitudes dos alunos em sala de aula e da convivência social entre 
eles. Com a inclusão da Orientação Sexual nas escolas, a discussão de 
questões convivência social entre eles. Com a inclusão da Orientação Sexual 
nas escolas, a discussão de questões polêmicas e delicadas, como 
masturbação, iniciação sexual, o “ficar” e o namoro, homossexualidade, 
aborto, disfunções sexuais, prostituição e pornografia, dentro de uma 
perspectiva democrática e pluralista, em muito contribui para o bem-estar das 
crianças, dos adolescentes e dos jovens na vivência de sua sexualidade atual 
e futura (BRASIL, 1997, p. 292 e 3). 
 
A inserção dessas diretrizes dos PCN’s não objetivou a introdução de regras 
imutáveis para serem seguidas pelos docentes; mas ao contrário, apresentaram 
orientações gerais aos docentes sobre a forma como esses assuntos devem ser 
trabalhados. Assim, não apresenta nenhuma especificação com relação às 
abordagens, estratégias e recursos de ensino. Dessa forma, propõe uma educação 
sexual em que nas salas de aula sejam problematizadas e repensadas as “verdades” 
 
 
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que são instituídas como válidas e normais pelos currículos oficiais. Cabe ao docente 
agora trabalhar em sala de aula as questões relacionadas à sexualidade envolvendo 
metodologias e técnicas que melhorem o processo de aprendizagem, moralidade e 
ética, ligando a escola aos demais espaços da vida do estudante (JOCA, 2009). Em 
discussão histórica da Educação Sexual, percebe-se que ocorreram momentos de 
conquistas e recuos, sendo suas concepções influenciadas pelo tempo, ou seja, pelas 
pessoas, espaço e pelo movimento da sociedade. Apesar de atualmente se falar muito 
de sexo, ele continua sendo muito delicado até nos dias de hoje. 
 
3.1 Educação Sexual nas Escolas: A necessidade de superar tabus 
 
De acordo com Beraldo (2003), falar de educação sexual nas escolas ainda 
gera grandes polêmicas, que se associam inconvenientes e impróprias, pois a 
comunicação sobre esses assuntos ainda continua sendo um grande tabu, até porque 
no convívio familiar, muitos pais sentem-se desconfortáveis para falar abertamente 
com seus filhos e dar-lhes uma orientação adequada. Muitos jovens descrevem que 
não falam com os pais sobre sexualidade por vergonha e medo que os pais possam 
vir a desconfiar de uma suposta vida sexual precoce (Gaspar, 2006). Esse fato leva a 
outra pesquisa que descreve que alguns adolescentes preferem falar com professores 
ou profissionais da saúde sobre dúvidas relacionadas a doenças sexualmente 
transmissíveis (BARROSO, 2008) Portanto, a escola quer queira ou não possui um 
papel muito importante para diminuir as consequências da falta de informação sobre 
educação sexual, pois as manifestações estão presentes, cabe ao Professor (a) 
problematizá-las, ou seja, questionar, dialogar elementos a sexualidade, contribuindo 
para o desenvolvimento humano (AQUINO e MARTELLI, 2012). 
De acordo com Braga (2006), é necessário que haja um diálogo no ambiente 
escolar em que se desperte a curiosidade e principalmente o interesse dos alunos, 
em se conhecer, sem preconceitos, pois esses assuntos são trazidos para dentro da 
escola junto com cada indivíduo e é necessário o desenvolvimento de uma ação 
reflexiva e educativa ao se tratar do assunto em questão. Aquino e Martelli (2012) nos 
afirmam que na escola, a convivência entre crianças possibilita diferentes 
aprendizagens, favorecendo socialização de crenças, comportamentos e culturas, 
dentre eles a sexualidade. Diante desta abertura de interpretações sobre como se 
 
 
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trabalhar o tema Quirino (2013) descreve que o professor precisa estar ciente que as 
questões referentes ao tema podem surgir em diferentes momentos para cada aluno 
ou grupo, e mesmo que o professor já tenha discutido o assunto em sala de aula, pode 
ser necessária sua retomada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:www.tvmundomaior.com.br 
 
Sabemos que a escola não muda a sociedade, mas pode partilhar com 
segmentos sociais, democráticos, constituindo um espaço de reprodução e 
transformação de conhecimentos sendo necessário que se busque formas de se 
trabalhar as questões da sexualidade junto aos adolescentes (PCN’s, 2001). Para 
Gaspar et alli (2006) é necessário o envolvimento da família e da escola no processo 
de educação sexual dos adolescentes, propondo esclarecimentos para que os jovens 
desfrutem a sua sexualidade de maneira saudável e com responsabilidade. A escola 
sozinha não resolve a questão descreve Paula e Santos (2012), sendo necessário que 
a família faça sua parte, mostrando à criança as questões de valores morais que cabe 
somente a ela. Diante de todas essas questões, pode-se observar que, apesar de 
atualmente se falar muito de sexo, principalmente nos meios de comunicação, ele 
continua sendo um tema delicado para se trabalhar em sala de aula, mas é necessário 
evitar os tabus e preconceitos que envolvem a vida sexual humana. 
É necessário que o Professor aborde esses assuntos em sala de aula e em 
qualquer momento que precisar, para atender as necessidades dos alunos, não se 
tornando um desafio a ser traçado. O professor de Ciências deve enriquecer seu 
 
 
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planejamento com aulas diferenciadas, tornando-as prazerosas, despertando a 
curiosidade e interação dos alunos. É necessário também que toda equipe de 
professores contribua nesse processo de evolução dos adolescentes, não passando 
a responsabilidade somente para o professor da área de Ciências, sendo que em 
todas as disciplinas se podem falar e orientar os alunos quanto a sua sexualidade. O 
professor também pode trabalhar o tema em parceria com a Unidade de Saúde, que 
por sua vez irá auxiliar nos quesitos de informativos referentes à saúde.3 
 
 
3 Texto extraído de file:///C:/Users/Colaborador/Downloads/20432-96019-2-PB.pdf

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