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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _ VARA CÍVEL DE CORBÉLIA – PARANÁ Autos n°000789.2020.8.16.0091. AGRÍCOLA NACIONAL SEMENTES, pessoa jurídica de direito privado, por meio de seu representante legal NOEL DA ROSA (contrato social anexo), inscrito no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica sob n°007.004.345/0002, com endereço eletrônico..., situada na Rua da Colheita, em Cascavel – PR, por meio de seu advogado (mandato incluso), inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob n°1.001, com endereço profissional na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade... e endereço eletrônico..., onde recebe suas intimações e notificações, vem respeitosamente a Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 335 e 343 do Código de Processo Civil, apresentar CONTESTAÇÃO EM AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL C/C REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS COM PEDIDO DE RECONVENÇÃO na ação movida por CHICO BENTO, pelos fatos e fundamentos que seguem. I- SÍNTESE DA EXORDIAL Trata-se de Ação de Rescisão Contratual c/c, Indenização por Danos materiais e morais ajuizada por Chico Bento. O autor alega que é pequeno produtor rural na Cidade de Corbélia e visando a produção da safra de milho, em Maio de 2019, comprou da parte ré, sementes de milho, no importe de R$20.000,00 (vinte mil reais), cuja quantia parcelou em 4 (quatro) parcelas, de R$5.000,00 (cinco mil reais), cada uma, com vencimento em 10 de Junho de 2019, 10 de Julho de 2019, 10 de Agosto de 2019 e 10 de Setembro de 2019. [L1] Comentário: 1.0,02 [L2] Comentário: 2. 0,04 [L3] Comentário: 3. 0,02 [L4] Comentário: 4.0,05 [L5] Comentário: 5. 0,04 Que realizou o plantio das sementes no mesmo mês da compra, com adubos e fertilizantes necessários para o crescimento da safra, porém somente metade da plantação foi frutífera, nascendo metade do que foi plantado. Alegou que as sementes não são de boa qualidade e que esse foi o fato do insucesso da sua safra. Postulou pela rescisão do contrato de compra e venda das sementes no importe de R$20.000,00 (vinte mil reais), a reparação dos danos sofridos, com as sementes, fertilizantes, venenos, mão de obra no valor de R$8.000,00 (oito mil reais), e ainda, danos morais no importe de R$10.000,00 (dez mil reais). Postulou também pela aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor e inversão do ônus da prova. Atribuiu a causa, o valor de R$20.000,00 (vinte mil reais) e pugnou pela assistência judiciária gratuita, alegando que é pequeno produtor, a qual foi concedida no despacho que recebeu a ação. II- PRELIMINARES A) DA REVISÃO DA JUSTIÇA GRATUITA O Código de Processo Civil, em seu artigo 100, permite à parte contrária impugnar o deferimento de justiça gratuita na contestação, quando deferido na petição inicial. Vejamos: Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer impugnação na contestação, na réplica, nas contrarrazões de recurso ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio de petição simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio processo, sem suspensão de seu curso. Já no artigo 337 da mesma lei, é previsto que incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar a indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. O caput do art. 98 do NCPC dispõe sobre quem pode ser beneficiário da justiça gratuita, devendo ser insuficiente de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios. [L6] Comentário: 9.0,06 No caso em tela, a alegação de insuficiência de recursos não deve prosperar, pois a própria parte autora além de proprietário da área rural em Corbélia, também tem outras propriedades particulares naquela região. Ora, é evidente que as pessoas que possuem mais de um imóvel têm condições de arcar com as custas processuais. Desta forma, preliminarmente requer a revogação do benefício da justiça gratuita e consequente recolhimento das custas processuais pela parte autora. B) DA INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA O autor ajuizou a presente ação, determinando o valor da causa no Patamar de R$20.000,00 (vinte mil reais). Data vênia excelência, o valor da causa deve ser alterado, tendo em vista que o autor adimpliu as duas primeiras parcelas e depois não mais efetuou o pagamento das duas últimas, restando até o momento sem efetuar o pagamento. Deste modo, o valor da causa indicado pela parte autora deveria ser de R$10.000,00 (dez mil reais). Requer, portanto, a devida correção, bem como, a intimação do autor para recolher as custas complementares nos termos do art. 292, §3º, do Código de Processo Civil. C) ILEGITIMIDADE DE PARTE Prescreve o artigo 17 do Código de Processo Civil que para postular em juízo, é necessário ter interesse e legitimidade. Ocorre que a parte ré é apenas um fornecedor desses produtos, os quais adquire de uma Cooperativa da Região, chamada COSEMESTES, localizada na Cidade de Cascavel – PR. Desta forma,conforme o artigo 337, XI do NCPC, quem deve constar no polo passivo é esta. A parte autora não comprovou a legitimidade da ré, alegou ser ela responsável pelo seu prejuízo. Ante o exposto, requer seja acolhida a preliminar de ilegitimidade passiva, com a consequente extinção do processo sem resolução do mérito, nos moldes dos artigos 354 e 485, VI do CPC. [L7] Comentário: 7. 0,1 [L8] Comentário: 8. 0,1 D) DA INCOMPETÊNCIA RELATIVA A presente demanda foi proposta em foro incompetente, uma vez que o negócio jurídico foi firmado em Cascavel –PR. Diante disso, necessário o recebimento desta contestação neste foro, conforme a clara redação do NCPC: Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: II - incompetência absoluta e relativa; Assim, requer a imediata comunicação ao Juiz da Causa na _ Vara Cível da Comarca de Cascavel. III- MÉRITO DA QUALIDADE DA SEMENTE Em que pese a autora tenha narrado sua versão dos fatos em sua petição inicial, esta não merece ter acolhimento, pois as consequências jurídicas por ela pretendidas não deve ter como responsabilizado o réu. A parte ré efetuou uma compra grande dessas sementes e vendeu a diversos produtos, não havendo quaisquer problemas nas colheitas, inclusive naquela região um pequeno produtor chamado Seu ONOFRE, adquiriu sementes de milho na mesma época e a integralidade das sementes geminaram sem problemas, diante dos fatos não há elementos nos autos que comprovem as alegações do autor. Inexistente, portanto, a relação jurídica entre a parte autora e a ré, desta forma, contesta às alegações da parte autora quanto a responsabilidade da ré. DA IMPUGNAÇÃO AOS VALORES DE DANO MATERIAL [L9] Comentário: 6. 0,1 [L10] Comentário: 10. 0,2 Ademais, sem prejuízo do acolhimento da impugnação acima, a parte ré também impugna o valor pretendido pelo autor a título de danos materiais. É que, em pese as alegações do autor, restou comprovado que este não adimpliu com todas as parcelas firmadas no contrato. O autor deveria efetuar o pagamento de 4 parcelas no valor de R$5.000,00 cada uma, porém efetuou somente o pagamento de duas, que totaliza o valor de R$10.000,00 (dez mil reais). DA INAPLICABILIDADE DO DANO MORAL A indenização por dano moral exige a coexistência de três pressupostos: a prática de ato ilícito pela empregadora, a ofensa à honra ou à dignidade do trabalhador e o nexo de causalidade entre esses dois elementos (arts. 186 e927 do Código Civil). A tese de aplicação de dano moral não prospera, pois o requisito do dano de causalidade não está demonstrado. É que, como assevera Carlos Roberto Gonçalves: “(...) Dano moral é o que atinge o ofendido como pessoa, não lesando seu patrimônio. É lesão de bem que integra os direitos da personalidade, como a honra, a dignidade, a intimidade, a imagem (...) e que acarreta ao lesado (...) tristeza, vexame e humilhação (...) (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 4: responsabilidade civil – 7. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012, versão digital, p. 353) ”. Assim, percebe-se que, para a configuração do dano moral, há a necessidade de lesão à um dos direitos da personalidade, tais como a honra, a dignidade, a intimidade ou a imagem, o que, data venia, não há no presente caso. IV- DA RECONVENÇÃO Nos termos do artigo 343 do Novo Código de Processo Civil, o Requerido propõe, juntamente com a contestação, reconvenção. O artigo 343 diz o seguinte: [L11] Comentário: 11. 0,2 Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. § 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias. § 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. [...] Conforme amplamente demonstrado nos tópicos da contestação, é evidente que a ré não pactuou negócio jurídico e não pode ser responsabilizada por eventual prejuízo sofrido pela parte autora. Aliás, pelo contrário, na via inversa, a Requerida deve ser indenizada materialmente pela Autora, tendo em vista que, conforme documentos em anexo, a parte autora está inadimplente com as duas últimas parcelas contratadas no valor de R$5.000,00 (cada) Dá-se a reconvenção o valor da causa: R$10.000,00(dez mil reais. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: 1. O recebimento da presente contestação tempestivamente em todos os seus termos, a fim de que: a. Seja acolhida a preliminar de revogação de justiça gratuita diante dos fundamentos expostos. b. Seja acolhida a preliminar de ilegitimidade de parte, diante da inexistência de relação jurídica entre as partes, extinguindo o feito sem resolução do mérito a teor do artigo 485, VI do CPC. 2. Requer, portanto, a devida correção, bem como, a intimação do autor para recolher as custas complementares nos termos do art. 292, §3º, do Código de Processo Civil. [L12] Comentário: 12. 0,2 3. Requer, seja improcedente do pedido, quanto ao pagamento de dano material e dano moral. 4. Em desse de reconvenção, o recebimento da mesma, com a intimação da parte autora para, querendo, se manifestar conforme disposto no artigo 343 do CPC. a. A procedência total da reconvenção, a fim de condenar a parte autora no pagamento de R$ 10.000,00 (dez mil de reais). 5. A condenação da autora no pagamento de custas processuais e honorários de sucumbência, tanto no âmbito da contestação, quanto da reconvenção. Protesta por todos os meios de provas admitidas no Direito, em especial pela prova documental, testemunhal, pericial e outros meios que Vossa Excelência entenda necessário para o bom e fiel deslinde da demanda. Nesses termos, pede e espera deferimento. Corbélia, 01 de Setembro de 2020. ADVOGADO OAB/ 1.001 Rol de documentos: 1. Procuração; 2. Contrato social; 3. Nota Fiscal; 4. Contrato de Compra e Venda do Parcelamento das Sementes de Milho [L13] Comentário: 13. 0,02 [L14] Comentário: 14 . 0,05 – Parabéns, Ana! Belo trabalho. 5. Contrato da Aquisição das Sementes que realizou perante a empresa COSEMENTES QUESTÕES: 1- Conforme o Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; III - corrigir erro material. Conforme o Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo. 2 -? . Ana, diante da entrega INTEMPESTIVA, recebo sua peça e conforme já informado, sua nota terá peso de 50%. [L15] Comentário: 1 . 0,15 [L16] Comentário: 2 – 0,0 Assim, somados os pontos conforme gabarito, a nota de peça é 1,35. Valendo-se do critério acima, chega-se ao total de 0,7 ( zero, sete).
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