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RESUMO DIREITO CONSTITUCIONAL

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RESUMO DE CONSTITUCIONAL
DIVISÃO ESPACIAL DO PODER: A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição - Art. 18, CRFB;
DIVISÃO FUNCIONAL DO PODER: pressupõe a tripartição das funções do Estado, ou seja, a distinção das funções legislativa, administrativa (ou executiva) e jurisdicional, em que cada órgão é especializado no exercício de uma função, de modo que, ao Executivo incumbe a função executiva; às Assembleias compete a função legislativa; e ao Judiciário cabe a função jurisdicional;
DIVISÃO ORGÂNICA DO PODER: pressupõe a tripartição do poder, ou seja, o exercício das funções estatais pelos órgãos Legislativo, Executivo e Judiciário. Significa que, para além da especialização funcional, é preciso que cada órgão tenha sua independência efetiva em relação aos outros, o que sustenta a ausência de formas de subordinação. Sendo assim, refere-se a um meio de organização jurídica das manifestações de poder na qual respalda-se no art. 2°, da CF/88 dispondo que “são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.
ESTRUTURAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO
-FORMA DE GOVERNO: nos revela como o poder é instituído, tendo como caraterísticas: a) temporariedade (chefe do governo recebe o mandato com prazo de duração determinado); b) eletividade (o chefe de governo é eleito pelo povo); c) responsabilidade (o chefe de governo é politicamente responsável, devendo prestar contas de sua orientação política geral ao povo ou a um órgão de representação popular);
-O Princípio Republicano é responsável por fixar a forma de Governo do Estado, estabelecendo a relação entre governantes e governados. A res publica (ou a coisa do povo) se caracteriza pelo fato do povo, em todo ou em parte, possuir o poder soberano, ao passo que na monarquia, tem-se apenas um governante, marcando uma oposição, principalmente contra a tradição do Absolutismo;
-Tal forma de governo tem por base a defesa da igualdade formal entre as pessoas, de modo que o poder político será exercido eletivamente, por mandato representativo, temporário. 
-Destaca-se, ainda, uma característica importante na forma republicana, que é a responsabilidade: os governantes são responsabilizáveis por seus atos, seja com sanções (impeachment), seja com sanções penais e civis;
-O princípio republicano, portanto, é radicalmente oposto ao princípio monárquico, já que aqui o critério de exercício do poder político se assenta na determinação de ordem genética-hereditária;
	MONARQUIA
	REPÚBLICA
	Vitaliciedade
	Temporariedade
	Hereditariedade
	Eletividade
	Irresponsabilidade
	Responsabilidade
-Crime de Responsabilidade: infração política-administrativa prevista em lei, cometida por titulares de cargos políticos, de natureza política, cujo processamento e julgamento se dão em âmbito político e as penalidades consistem em perda de cargo (não ter capacidade eleitoral p/ ser votado em cargo eletivo) com inabilitação para exercício de função pública (não pode exercer qualquer cargo público), além de outras sanções cabíveis;
-A única hipótese de abreviação do mandato presidencial legítimo é através da condenação em crime de responsabilidade;
-Esse crime se relaciona com o princípio republicano através do dever de responsabilização;
 SISTEMA DE GOVERNO: Estabelece como se relaciona o Executivo e Legislativo no desempenho da função de governo, ou seja, como será exercido;
-As Repúblicas podem ser divididas em duas formas distintas de se governar: presidencialismo ou parlamentarismo;
-Pode se dar pautado na independência ou dependência entre Executivo e Legislativo;
	PRESIDENCIALISMO
	PARLAMENTARISMO
	-É um sistema de governo no qual o Poder Executivo exerce as duas chefias: estado e governo; 
-Os poderes atuam de forma independente;
-Impossibilidade de abreviação do mandato presidencial por livre vontade do Legislativo, haja vista que o presidencialismo é demarcado por uma rígida separação de Poderes, por isso mesmo é que não pode o presidente destituir o parlamento, nem ser por este destituído, se perder sua confiança;
	-É um sistema de governo em que o poder legislativo (parlamento) exerce a chefia de governo e o poder executivo a chefia de estado;
-Os poderes atuam de forma dependente;
-Chefe de governo pode ser retirado a qualquer momento caso perca a confiança política, podendo ser destituído através da moção de censura, o voto de desconfiança ou a perda da maioria parlamentar
-O chefe de estado é politicamente irresponsável; 
OBS- no presidencialismo a única hipótese de destituição do presidente do cargo por decisão do legislativo se dá pela condenação em crime de responsabilidade. Tal decisão possui natureza jurídico-politica, isso porque primeiramente deve haver uma comprovação do crime e somente após um juízo de conveniência política. Caso a destituição se dê por motivações meramente políticas, a doutrina configura como golpe, tendo em vista que no presidencialismo não se aplica moção de desconfiança.
FORMA DE ESTADO: deve ser entendida como a distribuição do poder político em função de um território, ou seja, como o poder político é exercido dentro de um território;
>Estado Unitário: é a forma em que não há uma distribuição geográfica do poder político em função do território;
-Há um polo central distribuidor e emanador de normas, não existindo uma subdivisão do Poder que irá se apresentar estruturalmente enraizado no polo central;
-Apesar do estado unitário não possuir distribuição geográfica do poder político, haverá descentralização, pois, seria inviável, em sociedades altamente complexas, termos um Estado no qual não existisse qualquer descentralização.
-A necessidade de desburocratização e democratização (aproximação polo central e população) são os responsáveis pela descentralização, que será intitulada de descentralização administrativa, ou seja, o polo central vai criar regiões, departamentos, distritos, municípios ou outra forma de descentralização. Estas vão se colocar e se afirmar como braços da administração dotados personalidade jurídica própria e irão desenvolver a aproximação entre o polo central e a sociedade;
>Federação: forma de Estado em que há distribuição geográfica do poder político em função do território, na qual um ente é dotado de soberania e os outros entes de autonomia, ou seja, coexistem, em um mesmo território, Entidades Políticas autônomas, dotadas de competências próprias, dispostas no texto constitucional e marcadas por vínculo de indissolubilidade;
-As características básicas do Federalismo podem ser assim definidas: 
a) Pacto entre unidades autônomas: aliança de estados-membros autônomos, que integram o Estado Federal Soberano;
b) Indissolubilidade do pacto federativo, ou seja, impossibilidade de secessão;
c) Extrai sua força da Constituição: objetos temáticos essenciais da Carta Magna: Estruturação do Estado; Organização dos Poderes e órgãos estatais; Modo de aquisição do poder e seu exercício; Limitação da atuação do poder; Direitos e garantias dos indivíduos; Regime político.
d) Descentralização político-administrativa, entre as vontades central e regionais, na medida nem que a federação pressupõe a existência de, pelo menos, duas ordens jurídicas, sendo uma central e uma parcial;
e) Participação dos Estados no Legislativo Federal: deputados eleitos para elaboração de leis de interesse nacional;
f) Órgão Representativo dos Estados Membros: Senado Federal destinado a representar ordens jurídicas parciais -Estados Federados;
g) Repartição de competências entre os entes federados: as entidades Federativas possuem competência administrativa, tributária e legislativa;
h) Possibilidade de intervenção federal: preservação do equilíbrio federativo. 
i) Formação de Estados-membros: possibilidade de formação de novos Estados ou modificação dos existentes, nos termos da CRFB/88;
j) Previsão de um órgão de cúpula do Poder Judiciário: que resolvaos conflitos entre os entes de federação, impedindo assim a usurpação de competências e com isso o desrespeito à Constituição (STF);
-Autonomia: é a capacidade de desenvolver atividades dentro dos limites previamente circunscritos pelo ente soberano, e o entes são autônomos entre si e essa autonomia consiste na tríplice capacidade: auto-organização ou normatização própria (ter Constituição ou Lei Orgânica própria, ou seja, produzirem suas próprias leis); auto legislação e autoadministração (regras de competências legislativas e não legislativas (administrativas e tributárias); autogoverno (regras para estruturação dos poderes);
-Composição do estado federativo brasileiro é um federalismo centrífugo, no qual o Estado Federal é criado do centro para a periferia, ou seja, formado de dentro para fora, por meio de segregação;
	IMPORTANTE
	-Nos termos do art. 60, §4º, CRFB/88, a forma federativa de Estado consiste em cláusula pétrea sendo vedada a deliberação em PEC tendente a aboli-la;
-A forma Republicana de Governo não consiste em cláusula pétrea, entretanto, o texto constitucional alçou-a ao status de princípios constitucional sensível, protegendo-a através da previsão constitucional de intervenção federal, nos termos dos art. 34, VII, c/c art. 36, III, CF/88.
TEORIA DA TRIPARTIÇÃO DE PODERES:
	Aristóteles
	-O princípio da separação de poderes encontrou em Montesquieu seu expoente máximo. Antes, porém, Aristóteles, na Antiguidade Grega, havia tratado do tema, ao distinguir a assembleia geral, o corpo de magistrados e o corpo judiciário (deliberação, mando e julgamento);
-Aristóteles construiu sua teoria a partir do exame de inúmeras constituições concretas, resultou a ideia da separação dos poderes no conceito de constituição mista sendo aquela em que os vários grupos ou classes sociais participam do exercício do poder político, ou aquela em que o exercício da soberania ou o governo, em vez de estar nas mãos de uma única parte constitutiva da sociedade, é comum a todas. 
-Com efeito, é o caráter de síntese da constituição mista, expressando a visão de ricos e pobres, que leva Aristóteles a entendê-la como a melhor constituição, vez que, misturando formas de governos (oligarquia e democracia), poderia se chegar ao meio-termo;
 
	Locke
	-Locke formula a teoria da separação de poderes, em função da realidade constitucional inglesa;
-É dele a afirmação de que há três poderes: Legislativo (os demais poderes dele derivam e a ele estão subordinados), Executivo (cuja existência é perene, a aplicação das leis), Federativo (incumbe o relacionamento com os estrangeiros, a administração da comunidade com outras comunidades, compreendendo formação de alianças e decisões sobre a guerra e a paz);
-Para que a lei seja imparcialmente aplicada é necessário que não sejam os mesmos homens que a fazem, a aplicá-la. Sendo, em decorrência disso, necessária a separação entre legislativo e executivo;
-Ele não contempla expressamente, em sua tripartição dos poderes da sociedade (Legislativo, Executivo e Federativo), o Poder Judiciário, mas, refere-se a este como atividade meio do poder legislativo;
	Montesquieu
	-Montesquieu trata do princípio da separação dos Poderes, no cap. VI do Livro XI de O Espirito das Leis (1748), foi através do seu pensar que algo que vinha como uma proposta, se tornou um dogma;
-Se constituiu princípio fundamental da organização política liberal, é transformada em dogma pelo art. 16 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789;
-Falava-se em função legislativa e executiva, as quais Montesquieu acrescenta a função judicial, embora não mencione o termo Poder Judiciário, como se verá;
-Para ele há três poderes: Legislativo (que é o de fazer leis, por um certo tempo ou para sempre, de corrigir ou ab-rogar as existentes), Executivo (das coisas que dependem do direito das gentes, isto é, de fazer a paz ou a guerra, de enviar ou receber as embaixadas, de manter a segurança e de prevenir as invasões), o poder de julgar ou o Poder Executivo das coisas que dependem do D. Civil, que se traduz no poder de punir os crimes ou de julgar os litígios entre os particulares;
>1ª lição: distinção das funções e respectivos poderes- cada função estatal deve estar atribuída a um órgão ou autoridade especifica (evitar a concentração de poder, limitando o poder estatal e evitando a deturpação da monarquia pela tirania ou despotismo);
>2ª lição: valor da separação entre os Poderes = liberdade política aos cidadãos- o valor da separação de poderes em Montesquieu está na liberdade política que tal divisão possibilitaria aos cidadãos, de poder-dever-fazer aquilo que se almeja sem interferências estatais;
> 3ª lição: o poder freia o poder (controles recíprocos) - da teoria de Montesquieu é a noção de controles recíprocos, através de um mecanismo em que a distribuição fragmentada de funções se desse com o estabelecimento de um sistema de freios e contrapesos;
OBS: Montesquieu previu que as funções representassem, ao mesmo tempo, uma forma de contenção e controle dos demais poderes. É o início do sistema de freios e contrapesos (checks and balances), haja vista que um freio sem contrapesos paralisa a agenda do outro poder;
-Segundo Barroso, a essência da separação de poderes calcada na especialização funcional e na independência orgânica;
ABRANDAMENTO DA TEORIA DE MONTESQUIEU NA CF/88-FUNÇÕES TÍPICAS E ATÍPICAS: 
-A nossa CF consagrou separação de poderes flexível (Art. 2º, CRFB/88 consagra a separação flexível dos poderes);
-A CF/88 propôs o abrandamento da teoria clássica da separação de poderes, através da previsão de funções atípicas, que consistem em indeferências que visam a garantia da independência de cada poder, a busca do bem da coletividade e o estabelecimento de um sistema de balanceamento;
-O abrandamento da divisão funcional do poder estabelece que além das funções típicas (predominantes), inerentes e ínsitas à sua natureza, cada órgão exerce, igualmente, outras duas funções atípicas, de natureza típica dos outros órgãos;
-O exercício da função atípica não fere o princípio da separação dos poderes, posto que a competência foi constitucionalmente assegurada pelo Poder Constituinte Originário;
-Os poderes do Estado ser independentes e autônomos devem também ser harmônicos entre si. Portanto não há que se falar em supremacia de um Poder em relação a outro Poder Estatal;
	
	LEGISLATIVO
	EXECUTIVO
	JUDICIÁRIO
	Funções típicas 
	-Legislar (arts. 59 a 69);
-Fiscalização (contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Executivo;
	-Prática de atos de chefia de Estado (relacionamento entre Estados soberanos);
-Chefia de Governo (atribuições políticas, co-legislativas, de decisão, atividades de intervenção, fomento, polícia administrativa e serviço público);
-Defesa (chefia das forças armadas);
	-Julgar (função jurisdicional), dizendo o direito no caso concreto e dirimindo os conflitos que lhe são levados, quando da aplicação da lei;
	Funções atípicas
	-De natureza executiva: ao dispor de sua organização, provendo cargos, concedendo férias a servidores, etc;
-De natureza jurisdicional: o Senado julga o Presidente da República e outras autoridades nos crimes de responsabilidade;
	-De natureza legislativa: o Presidente da República, por exemplo, adota medida provisória, com força de lei;
-De natureza jurisdicional: o Executivo julga, apreciando defesas e recursos administrativos e processos disciplinares
	-De natureza legislativa: regimento interno de seus Tribunais;
-De natureza executiva: administra ao conceder licenças e férias aos magistrados e serventuários; 
CONTROLES RECÍPROCOS- Sob o critério objetivo as funções de controle podem ser agrupadas em quatro modalidades básicas:
-Controle de Cooperação (co-participação): é o que se perfaz pela co-participação obrigatória de um Poder no exercício de função de outro, com a finalidade de assegurar-lhe a legalidade quanto à legitimidade do resultado por ambos visado;
Ex: O veto foi concebido como instrumento de cooperaçãoentre Legislativo e Executivo, ousando discordar do autor da classificação utilizada, e considerando que o veto, pelo menos, momentaneamente, impede que a lei entre em vigor, classificaríamo-lo como forma de controle mais rigorosa, talvez uma situação sui generis, um controle de correção não necessariamente terminativo, ou, pelo menos, como controle de fiscalização, vez que, indiscutivelmente, constitui modalidade de controle preventivo de constitucionalidade de norma.
-Mais próximas da ideia do controle de cooperação as previsões constantes dos incisos III e IV do art. 84, ou seja, a iniciativa facultativa de legislação, bem como sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, e expedir decretos e regulamentos para execução da lei, a competência do Presidente da República de nomear um terço dos membros do Tribunal de Contas da União (inciso XV do art. 84);
-Controle de consentimento (autorização/aprovação): Pelo consentimento, o Poder interferente, o que executa essa função que lhe é atípica, satisfaz a uma condição constitucional de eficácia ou de exequibilidade de ato do Poder interferido, através da concordância/autorização sem os quais o ato não se complementa;
Ex: O SF, nos termos do art. 52, inc. III, aprovar, após arguição pública (sabatina) a escolha de algumas autoridades;
-Controle de fiscalização (vigilância/apuração): é o que se exerce pelo desempenho de funções de vigilância, exame e sindicância dos atos de um Poder por outro. Pela fiscalização, o Poder interferente, tem a atribuição constitucional de acompanhar e de formar conhecimento da prática funcional do Poder interferido, com a finalidade de verificar a ocorrência de ilegalidade ou ilegitimidade em sua atuação;
Ex: a criação de CPI;
-Controle de correção (correção): é o que se exerce pelo desempenho de funções atribuídas a um Poder de sustar ou desfazer atos praticados por um outro. Realiza-se a mais drástica das modalidades de controle, cometendo-se ao Poder interferente a competência constitucional de suspender a execução, ou de desfazer, atos do Poder interferido que venham a ser considerados viciados de legalidade ou de legitimidade;
Ex: a atribuição do SF para processar e julgar crimes de responsabilidade;
DO PODER LEGISLATIVO
>Composição: o Poder Legislativo é eminentemente bicameral, sendo o CN composto por deputados federais (representantes do povo) e senadores (representantes dos estados-membros e DF). Porém, é bom lembramos que, diferentemente do Poder Legislativo nacional, no âmago dos Estados, DF e Municípios, o legislativo é unicameral, sendo composto respectivamente pelas Assembleias Legislativas Estaduais, Câmara Legislativa Distrital E Câmara De Vereadores Municipais; 
-Os deputados federais são eleitos pelo sistema proporcional e os senadores pelo sistema majoritário simples, pois não há necessidade de maioria absoluta;
-Na câmara dos deputados, há o mínimo de 8 deputados federais e o máximo de 70 por unidade da federação, perfazendo um total de 513 deputados. O mandato conforme disposição constitucional é de 4 anos;
-No senado federal, haverá 3 senadores por unidade da federação, perfazendo um total de 81 senadores. O mandato, conforme disposição constitucional é de 8 anos;
-Há uma alternância no senado de 4 em 4 anos, com eleições, ou para uma ou para duas das três vagas. Nesse sentido, reza a CF que: a representação de cada Estado e do DF será renovada de 4 em 4 anos, alternadamente, por um e dois terços, além disso, cada senador será eleito com dois suplentes;
	
	CAMARA DOS DEPUTADOS
	SENADO FEDERAL
	Quem elege
	Estados/DF/Territórios Federais (representação popular)
	Estados e DF (Territórios não são entes-federado, logo não elegem SF)
	Composição
	E/DF=proporcional a população (MÁX. 70 e MÍN. 8)
Territórios Fed.= 4 dep. p/ território
(variável)
	3 senadores p/ cada E/DF=igualitário 
Obs: não importa o aspecto político, econômico e demográfico;
(fixa)
	Representação
	Povo- expressão do pluralismo político (art. 1º,V,CRFB)
	Entes-federados/DF (órgão de cogestão da federação)
	Idade
	21 anos
	35 anos
	Mandato
	4 anos
	8 anos
	Renovação
	Total (de 4 em 4 anos)
	Parcial (de 4 em 4 anos p/ um terço e dois terços)- estabilização política
	Sistema Eleitoral
	Proporcional ( o número de cadeiras que o partido/coligação terá será proporcional ao número de votos obtidos p/ ele)
	Majoritário simples (o(s) mais votado(s) será o eleito)
>Crítica ao bicameralismo: Os defensores do unicameralismo (fim do senado) entendem o SF como duplicata inútil da CD, haja vista a CF/88 adotar o bicameralismo clássico ou igual. Nesse sentido de bicameralismo as casas atuam nas mesmas atribuições do CN, em um desdobramento da atividade legislativa, e só funcionam de forma separada em situações especiais de natureza político-administrativa. Tal modelo conduziria a uma burocracia e uma lentidão na produção de leis, outro ponto de crítica reside no conservadorismo, na escolha dos senadores por voto popular e na filiação partidária obrigatória (o senador deveria ser alguém que desenvolve sua atuação desvinculado de partidos);
>Casa iniciadora e casa revisora: 
-Casa iniciadora é a casa (Senado ou Câmara) onde é iniciado o trâmite de um projeto de lei, uma PEC ou qualquer outro tipo de norma que precisa ser aprovado por ambas as casas, ou seja, é chamada iniciadora porque é lá que o processo de aprovação é iniciado;
-Uma vez aprovada na casa iniciadora, ela é remetida para a outra casa, que passa a ser conhecida como casa revisora, pois ela vai ‘revisar’ a decisão de aprovação tomada pela primeira casa (a iniciadora);
-Isso decorre do que chamamos de bicameralismo. Como nosso Congresso tem duas casas, ambas precisam aprovar as normas. Isso já não acontece, por exemplo, nas esferas estadual e municipal, onde existe o que chamamos de unicameralismo, ou seja, só há uma casa no Legislativo estadual e no Legislativo municipal. Por isso, nas esferas estadual e municipal no Brasil não há casa revisora. Basta a aprovação de uma casa;
-As casas do CN possuem mesma hierarquia, porém a doutrina defende que há uma primazia na atividade legislativa na CD, tendo em vista que esta é a casa que mais exerce a função de casa iniciadora e por consequência a prerrogativa de imposição da última vontade no processo legislativo;
-Segundo a doutrina, o bicameralismo brasileiro se classifica como bicameralismo federativo, pois o SF terá a função de representar os entes da federação, e dada a sua composição igualitária, equilibrar e valorizar as diferenças regionais na federação brasileira;
-O SF só vai ser iniciadora se o Senador ou a Comissão do SF apresentar o projeto, no restante dos casos será a CD (deputados, comissão da CD, presidente, procurador geral da república, STF, tribunais superiores, cidadãos);
SISTEMAS ELEITORAIS (regras p/ escolha de titulares de cargo eletivo): 
>Sistema majoritário: é aquele em que vence a eleição o candidato que obtiver a maioria dos votos. Considera-se, nesse caso, maioria:
Absoluta: que compreende a metade dos votos dos integrantes do corpo eleitoral mais um voto, ou seja, será eleito em 1º turno o candidato que sozinho obter a maioria absoluta dos votos válidos (governador, prefeito com mais de 2 mil habitantes e presidente);
Simples: que considera eleito o candidato que alcançar o maior número de votos em relação aos seus concorrentes, ou seja, o mais votado será eleito (senador e prefeito com menos de 200 mil habitantes);
>Sistema Proporcional: é aquele em que a representação se dá na mesma proporção da preferência do eleitorado pelos partidos políticos, ou seja, o número de eleitos (representantes de partidos) será proporcional ao número de votos dados a uma mesma legenda política (ideologia) e se aplica a deputados federais/estaduais/distritais e vereador. Tal espécie é capaz de refletir os diversos pensamentos e tendências existentes no meio social, já que possibilita a eleição de quase, se não todos, os partidos políticos, observadas as suas representatividades;
>Quociente Eleitoral: representa onúmero mínimo de votos que um partido necessita para eleger um representante, o art. 106 do Cód. Eleitoral aduz que “Determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o número de votos válidos apurados pelo de lugares a preencher em cada circunscrição eleitoral, desprezada a fração se igual ou inferior a meio, equivalente a um, se superior”;
-Ex: QE= TOTAL DE VOTOS ÷ CADEIRAS} p/ Estado e DF
 
>Quociente Partidário: representa o número de cadeiras obtidas pelo partido naquele Estado, o art. 107 do Cód. Eleitoral aduz que “Determina-se para cada Partido ou coligação o quociente partidário, dividindo-se pelo quociente eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação de legendas, desprezada a fração”;
>Vantagens do sistema proporcional: 
-Atribuição de cadeiras proporcionalmente ao mínimo de votos obtidos pelos partidos;
-Reflete com maior fidelidade a realidade social e a diversidade de posturas (opiniões políticas e anseios dos setores sociais, representação de minorias- pluralismo político);
-Produz governos de coalizão que buscam evitar polarização e se apresentam mais abertos e flexíveis; 
>Desvantagens do sistema proporcional:
-Multiplicidade de partidos e pulverização do Parlamento, o que dificulta a governabilidade;
-Pode favorecer a governos instáveis e frágeis;
-Complexidade do sistema para o eleitor;
-Favorece a figura dos puxadores de voto;
-Transferência do voto;
-Estimula a competição entre candidatos do mesmo partido (enfraquece a ideologia);
ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
>Competência Legislativa:
-“Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: ”
-O art. 48 da Constituição lista diversos assuntos que podem ser objeto de leis, que dependem da aprovação do Congresso e da sanção do Presidente da República;
-As matérias previstas no art. 48 são veiculadas por meio de lei e necessitam de participação do Presidente da República, por meio da sanção ou veto;
-O rol do art. 48 é exemplificativo não excluindo matérias de competência da União - Vide arts. 22 e 24, CF/88;
-A competência legislativa é privativa do Congresso Nacional, admitindo delegação (Ex. art. 68, CF/88);
>Competência Deliberativa:
-“Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional”;
-Trata-se de competência exclusiva – não admite delegação;
-Trata de matérias em que há dispensa de manifestação do Presidente da República, através de sanção ou veto-exteriorização por meio de decreto legislativo (dispensa a sanção do PR);
-Atribuições deliberativas representam a prática de atos concretos, de autorizações, de aprovações, de sustações - competências administrativas e políticas;
COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA CD - ART. 51 E SF-ART. 52
-As matérias de competência “privativa” (indelegável) dos Deputados Federais estão previstas no art. 51, CF/88 e não dependerão de sanção presidencial nos termos do art. 48, caput;
-As matérias de competência “privativa” (indelegável) dos Senadores da República estão previstas no art. 52, CF/88 e não dependerão de sanção presidencial nos termos do art. 48, caput;
-O Senado Federal participa das atribuições do Congresso Nacional determinadas nos art. 48 e 49 da CF e possui competências privativas, elencadas no art. 52 da CF/88.
-A nomenclatura correta seria competência exclusiva, posto que não admite delegação;
>ATRIBUIÇÕES IGUAIS DO CD E DO SF- ARTS. 51, inc. III, IV e V e 52, inc. XII, XIII e XIV
-Elaborar seu regimento interno;
-Dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
-Eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
Obs: o conselho é composto de 6 cidadãos natos, com mais de 35 anos. Cabe a cada um (CD, SF e PR) escolher 2 membros;
>CD- ART. 51, inc. I E II:
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
-O presidente deve prestar contas anuais em até 60 dias após abertura do ano legislativo (02 de fevereiro- 22 de dezembro), contudo o presidente possui autonomia dentro deste prazo;
-O CN irá apreciar e julgar as contas do Presidente (art. 49, IX);
-O TCU (Tribunal de Contas da União) dará auxilio técnico especializado pela apresentação de parecer (aprovação ou reprovação das contas);
-Se o presidente não apresentar as contas no prazo, caberá a CD proceder a tomada de contas (vai suprir uma inercia), porém ela não julga, quem julga é o CN;
 
 
>SF- ART. 52, I e II:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
-No caso dos Ministros de Estado e Comandantes das Forças Armadas são atraídos e assim respondem juntamente com o presidente e vice pelo crime de responsabilidade;
II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;
-São julgadas por crime de responsabilidade, pois consistem em autoridades indicadas politicamente (exercem função político-administrativa);
>SF- inc. III e IV:
III -  aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:
a)  magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b)  Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c)  Governador de Território;
d)  presidente e diretores do Banco Central;
e)  Procurador-Geral da República;
f)  titulares de outros cargos que a lei determinar;	
-A escolha dos Ministros do TCU se dão por indicação política e por carreira de auditor (concurso), sendo este último por antiguidade e/ou merecimento;
-A respeito do AGU, a escolha é de livre nomeação pelo presidente, nesse sentido, não passa pela aprovação do SF;
IV -  aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;
>SF- inc. V-IX e XV:
V -  autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI -  fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII -  dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo poder público federal;
VIII -  dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno;
IX -  estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
XV -  avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
-Tratam de assuntos de interesse financeiro dos entes federativos;
>SF- inc. X:
X -  suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
-Suspender a execução da lei declarada inconstitucional no controle difuso;
>SF, inc. XI e §Ú:
XI -  aprovar, por maioria absoluta e por votosecreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

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