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Hemácias Estrutura Mamíferos ● Hemácias Anucleadas e sem organelas (célula rudimentar, nascem com núcleo e depois expulsam para dar espaço para entrar hemoglobina) ● Discos bicôncavos ● Perdem o núcleo na fase de amadurecimento para dar espaço ‘à hemoglobina ● Diferença de tamanho entre as espécies as espécies ● Hemácias elípticas - camelídeos Cão Gato Hemácias tem o formato bicôncavo (bala soft), faz com que tenham mais maleabilidade, quando passam por pequenos vasos se apertam e passam nesses microcapilares. Aves, Répteis, Anfíbios e Peixes ● Hemácias nucleadas, elípticas e bicôncavas ● Possuem organelas como mitocôndrias retículo endoplasmático ● Metabolismo semelhante ao de uma células somática (utiliza O2 para metabolizar a glicose) Composição Mamíferos e Outros: ● 65% - Água ● 35% - Sólidos - 32% - Hemoglobina - 3% - Estroma (Ptn, Fosfolipídeos, colesterol, K, Cl, - HCO - 2, P) - Em pouca quantidade: enzimas, glicose e uréia Sobrevida Sobrevida das hemácias de acordo com a espécie ● Cavalo – 140 a 145 dias ● Vaca – 130 dias ● Homem – 120 dias ● Cão – 100 a 115 dias ● Gato – 73 dias ● Camundongo – 43 dias Metabolismo da Glicose nas Hemácias dos Mamíferos O normal de uma célula é que ela pegue a glicose e na presença do oxigênio produza 32 ATP`s. As hemácias não possuem organelas para realizar ciclo de krebs e cadeia respiratória, mas elas também precisam de ATP para manter a bomba de sódio potássio, se a bomba de sódio potássio parar vai ocorrerá um processo de hemólise. Como conseguem esse ATP? Glicólise anaeróbica. ● Célula de metabolismo muito simples – Sem núcleo, organelas, DNA e RNA ● Precisa de ATP para bomba de Na/K e NADH para evitar a oxidação da hemoglobina ● Glicose plasmática → Entra na célula (hemácias) sem precisar de insulina (no caso dos mamíferos) a entrada é livre, utiliza em algumas espécies o Transportador GLUT-1 (ausente nos suínos) ● Não metaboliza glicogênio ● Não sintetizar glicogênio, aminoácidos e ácidos graxos ● Não faz gliconeogênese A única fonte de energia da Hemácia é a glicose. Metabolismo da Glicose nas Hemácias dos Mamíferos ● Glicose --HK---> G6P (GLICOSE ANAEROBICA) Sempre quando a glicose entra na célula, ela se transforma em glicose-6-fosfato através da ação da enzima hexoquinase. Uma vez que a hexoquinase coloque um fosfato no carbono6 ela não se desprende mais da hemácia. (como se ela estivesse travada). ● G6P - a partir dessa glicose-6-fosfato, existem três vias possíveis. Primeira: Via de Embden-Meyehof (EMP) → ajuda a manter a bomba de sódio-potássio, evitando a hemólise. É a glicólise anaeróbica que produz 2 ATP e como subproduto o Lactato. O ATP serve para manter a viabilidade da bomba de sódio-potássio. Por que preciso manter a viabilidade da bomba de sódio-potássio? O meio extracelular é rico em sódio e o meio intracelular é pobre em sódio, já o potássio é abundante no meio intracelular e pobre no meio extracelular. A tendência do organismo é equilibrar essa diferença (homeostasia). Portando, a bomba de sódio-potássio localiza-se na membrana plasmática dessa célula, tentando limpar o que o organismo tenta fazer, jogando o tempo todo o sódio para fora (Na) e o potássio (K) para dentro para manter a concentração ideal, que é de muito potássio dentro e pouco fora, pouco sódio dentro e muito fora. Isso mantém a diferença de osmolaridade do meio intracelular para o meio extracelular, mantendo uma quantidade de água ideal dentro e fora. Ex: pai e mãe limpando os brinquedos das crianças. Caso essa via não esteja funcionando corretamente, produz menos ATP e não é possível manter a viabilidade da bomba de sódio-potássio, pois ela necessita de muito ATP. Um vez que a bomba de sódio-potássio falhe, o sódio tem a característica de ser higroscópico (puxa a água para si) causando influxo de água na célula, ela vai inchar até o momento que se rompe (hemólise), causando anemia. ● Via principal – 90% da glicose é metabolizada por esta via ● Produz 2 lactatos e 2 ATP ● Enzimas PFK e PK ● P (fósforo) inorgânico estimula esta via – substrato para o ATP ● Coenzima NAD essencial na produção de ATP e lactato ● Lactato é reciclado em glicose no fígado pelo Ciclo de Cori HK = HEXOQUINASE Lembrar das enzimas: PFK e da PK Se não houver essa enzimas, o processo da primeira fase não vai ocorrer. A deficiência dessas enzimas gera anemia hemolítica em cães e gatos Segunda: Via das pentoses (PPP) → G6P D >> NADPH : Desvio da via principal. Produz NADPH para manter a membrana plasmática íntegra, evitando a oxidação. A hemácia é uma célula que está em contato muito íntimo com o oxigênio, podendo levar a uma oxidação da membrana plasmática, uma vez que a hemácia se oxide acaba por mudar sua polaridade e ocorre o colabamento, impedindo o seu funcionamento. ● Desvio da via principal - 5 a 13% da glicose é metabolizada por esta via - Não produz ATP ● Efeito antioxidante protetor ● Produz NADPH – importante para a integridade da membrana plasmática ● G6P Desidrogenase : desvia a glicose-6-fosfato da via principal, mantendo a hemácia funcional por toda por todo a meia vida. ● Mantém a hemácia funcional por sua meia vida Terceira: Via 2,3 DPG → Reduz a afinidade da HB pelo O2. Uma vez que a hemoglobina chegue nos tecidos, ela precisa da ajuda da molécula 2,3 DPG para soltar o oxigênio nesse tecido. Visa produzir o 2,3 DPG que funciona como modulador da afinidade da hemoglobina pelo oxigênio. Como funciona? uma vez que a hemácia chegue no Pulmão, ela vai pegar bastante oxigênio, ligar esse oxigênio a sua hemoglobina e vai levar para os tecidos. Quando chegar nos tecidos a hemoglobina é uma molécula que tem muita afinidade pelo O2, com a ajuda do 2,3 DPG oxigênio é liberado da hemoglobina para os tecidos. Essa via vai ocorrer quando chegar no tecido que precisa de oxigênio. ● Desvio da via principal ● Não produz ATP ● Desvia a 1,3DPG da via EMP para produzir 2,3DPG ● Baixas concentrações de 2,3DPG estimulam esta via ● Modulador (reduz) da afinidade da hemoglobina pelo oxigênio ● Ajuda a liberar o oxigênio da Hb para os tecidos Segunda parte da aula: Metabolismo das Hemácias Nucleadas (peixes, anfíbios , aves e répteis) ● Não está provado se a glicose é a principal fonte energética ● Respiração aeróbica e ciclo de Krebs e cadeia ● Produz mais ATP ● Não produz Lactato, mas sim o CO2 ● Possivelmente faz gliconeogênese a partir de piruvato e aminoácidos, mas ninguém sabe se é isso mesmo ● Hemácia maior e com menos maleabilidade (se compararmos com a dos mamíferos, como formo de evolução jogaram o núcleo fora para garantir a maleabilidade e transporte de oxigênio de maneira mais eficaz) Distúrbios associados ao Metabolismo das Hemácias Estão associados a questões genéticas, quando o DNA do animal tem deficiência na produção das enzimas. Deficiência enzimática: Piruvatoquinase e Piruvato Fosfofrutoquinase . Com a produção deficiente dessas enzimas, a bomba de sódio potássio não funciona de maneira correta, ocorrendo a hemólise. ❏ Deficiência de PK em cães e gatos gera anemia hemolítica de moderada a severa. ❏ Deficiência de PFK em cães: - Anemia hemolítica compensada com episódios esporádicos de hemólise intravascular e hemoglobinúria (urina com cor avermelhada/amarronzada) - Eritrócitos frágeis à alcalinidade - 2,3DPG diminuído nestas células. (não conseguem liberar o oxigênio da hemoglobina para os tecidos) - Episódios de hemólise intravascular ocorremna hiperventilação (pH sanguíneo mais alcalino) Glicose-6-Fosfato-Desidrogenase é uma enzima que transforma a G6P em NADPH, ajudando a manter a integridade da membrana plasmática. ❏ Deficiência G6P Desidrogenase : - Reduz a atividade da via das Pentoses - Produz menos NADPH - Suscetibilidade a danos oxidativos endógenos ou exógenos - Anemia Hemolítica descrita em equinos Gamaglutamilcisteína Sintetase em ovinos ❏ Deficiência de Gamaglutamilcisteína Sintetase em ovinos - Reduz a produção de Glutationa reduzida (potente antioxidante) - Deixa a hemácia sensível a danos oxidativos Deficiências nutricionais: Selênio – Cofator da Glutationa Peroxidase em bovinos ❏ Deficiência de Selênio - Hemácia diminui a produção de Glutationa reduzida, ficando sensível a eventos oxidativos Vitamina E ❏ Deficiência de Vitamina E - Deixa suscetível a hemólise por oxidação da hemácia - Glutationa reduzida e ácido ascórbico regeneram a Vit. E oxidada Distúrbios Quantitativos das Hemácias → Anemia e Policitemia A = falta / Poli = muito / MIA = dentro do sangue / CITO = célula Anemia : diminuição dos índices que avaliam as hemácias No hemograma avaliamos a anemia de três formas: contagem de hemácias, dosagem da hemoglobina e/ou hematócrito. Quando esses valores estão abaixo dos parâmetros de normalidade ocorre a anemia. Quadro clínico: mucosa pálida, animal ofegante, mucosa arroxeada e prostração. Classificação: de acordo com o estágio de regeneração da medula óssea e morfologia da célula que consigo ver no hemograma. Estágios de regeneração: ❏ Regenerativa: Significa que o ciclo (medula óssea multiplicando → liberando na circulação células→ rompimento de algum vaso → o organismo percebe isso → produção de lactato pela glicólise anaeróbica → o lactato detectado pelo rim → estimula a produção de EPO → EPO estimula à medula para se multiplicar/mitose) está funcionando de maneira adequada, mas tem alguma coisa que está perdendo hemácia (hemorragia) ou está diminuindo a quantidade de células vivas (hemólise) Possíveis causas: hemorragia ou hemólise(rompimento) ❏ Arregenerativa ou Não-regenerativa → quando o animal tem anemia, mas a medula óssea não consegue compensar com a liberação de células jovem na circulação. Possíveis causas: deficiência nutricional, carência da EPO (hormônio que estimula a produção de hemácias), diminuição do hormônio da tireoide, algum problema/lesão na medula óssea. Morfologia: ❏ Normocítica (tamanho normal), Macrocítica (tamanho aumentado) ou Microcítica (tamanho diminuído) ❏ Normocrômica (coloração normal) ou Hipocrômica (falta de coloração) Anemia - Causas Regenerativas Anemia Hemorrágica ❏ Aguda → quando o animal perde muito sangue ao mesmo tempo. Ex: acidente de carro/morte por falta de volume sanguíneo = choque hipovolêmico - Perda de plasma e He em proporções iguais - Algumas horas depois: Reposição da volemia(importante para manter a pressão sanguínea), diluição das He: Anemia - Resposta medular (Policromasia → diferença de coloração nas hemácias e reticulocitose → hemácias mais jovem): 24 a 48h - Pode ocorrer um choque hipovolêmico, os vasos que tinham muito sangue vão perder plasma,hemácia,leucótico… (no caso de um acidente de carro) - Hipoproteinemia: hipo= falta proteine= proteína mia= sangue , pela perda do plasma. ❏ Crônica → quando o animal perde um pouco de sangue todo o dia. Ex: hemorragias gástricas por parasitismo. - Perda de He sem hipovolemia - Perda externa – Diminuição dos estoques de Fe ➢ Normocítica / Normocrômica ➢ Microcítica / Normocrômica ➢ Microcítica / Hipocrômica - Perda interna – Reciclagem dos estoques de Fe ➢ Normocítica / Normocrômica Anemia Hemolítica ❏ Intravascular - quando a hemácia se rompe no interior do vaso, uma vez que liberando a hemácia livre na parte líquida do sangue que é o plasma, ela vai ser metabolizada no fígado, causando lesão renal por ser tóxica ao fígado. - Hemoglobinemia, hemoglobinúria - Icterícia - Lesão Renal - O que pode levar a essa anemia hemolítica intravascular é o consumo do Azul de Metileno, Cebola, Acidentes Ofídicos ou ocorrência de Anemia Hemolítica Imunomediada → organismo passa a produzir anticorpos contra suas próprias hemácias. ❏ Extravascular - quando o processo de eritrofagocitose está acontecendo em uma velocidade mais alta. - Eritrofagocitose nos órgãos do SMF - Icterícia - AHIM, Parasitas sanguíneos (Mycoplasma haemofelis, Anaplasma marginale, Babesia sp., Anaplasma platys, Ehrlichia sp.) Anemia - Causas Arregenerativas ❏ Carenciais (Medula Hiperproliferativa) – Falta de substrato (matéria prima) para a produção de hemácias, como proteínas, minerais e vitaminas. - Distúrbios na síntese de ácidos nucléicos ➢ Deficiência Vitamina B12 e ácido fólico - Distúrbios na síntese do radical Heme - Deficiência de ferro (anemia ferropriva) ➢ Normocítica / Normocrômica ➢ Microcítica / Normocrômica ➢ Microcítica / Hipocrômica - Deficiência de cobre ❏ Aplásicas ou hipoplásicas (Medula Hipoproliferativa) – Diminuição da atividade hematopoiética - Depressão seletiva da linhagem eritróide (Eritropoiese) ➢ Deficiência de Eritropoietina (Insuficiência Renal ) ➢ Endocrinopatias (Hipotireoidismo, hipoadreno, hiperestrogenismo) ➢ Anemia da Inflamação – Guardar Fe – Indisponibilizar para bactérias ★ ⬇ disponibilidade do ferro para a eritropoiese; ★ ⬇vida média das hemácias circulantes; ★ refratariedade à Epo; (animal não responde) ★ ⬇absorção intestinal de ferro. ➢ Hepatopatias – Síntese de proteínas e colesterol - Depressão total das três linhagens (Hematopoiese) Quando tenho uma lesão na medula óssea, acaba diminuindo hemácias, leucócitos e plaquetas no sangue. ➢ Agentes citotóxicos – Quimioterápicos (Vincristina, Lomustina → levam a lesões da medula), ➢ Griseofulvina ➢ Radiação – Acidentes nucleares ➢ Agentes Infecciosos – FIV, FeLV, Ehrlichiose ➢ Mieloftise (neoplasia hematopoiética) - Doenças mieloproliferativas - Doenças linfoproliferativas ➢ Mielofibrose (cicatriz) Policitemia (Eritrocitose) ❏ Aumento de Hemácias, Hemoglobina e/ou Hematócrito acima dos parâmetros de normalidade O que é hematócrito? é um exame bem simples feito em uma centrífuga, depois podemos observar os valores de hematócrito. Classificação: ❏ Absoluta - Primária: é uma leucemia independente da ação da EPO. ➢ Policitemia vera (doença mieloproliferativa independente de EPO) - Secundárias: quando tenho uma causa de base, um animal que faz um grau de hipóxia tecidual e produz lactato em grande quantidade. ➢ Resposta à hipóxia (cardiopatas, pneumonias) ➢ Neoplasia Renal com produção de EPO ❏ Relativas : quando a medula óssea, de fato, não está mais produzindo mais hemácias para jogar na circulação. - Contração esplênica - Desidratação causa Hiperproteinemia concomitante e hipovolemia FIM
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