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PANCREATITE NUTRIÇÃO – UCDB DIETOTERAPIA I PROFª: Paula Alessandra da Silva LOCALIZAÇÃO DO PÂNCREAS Glândula mista com funções endócrina e exócrina, sendo impalpável no indivíduo sadio (região retroperitoneal). Células acinares, centro-acinares, ductais e ilhotas (1-2%). FUNÇÕES DO PÂNCREAS Função endócrina. Função exócrina. FUNÇÕES DO PÂNCREAS Hormônios (ilhotas): Insulina (células beta); Glucagon (células alfa); Gastrina (células delta); Somatostatina e Polipeptídeo pancreático. Enzimas (células acinares): Amilase; Lipase Ribonuclease; Proelastase; Procarboxipeptidase; Quimotripsinogênio; Tripsinogênio. SECREÇÃO ENZIMÁTICA Enzimas secretadas pelos ácinos sistema ductal (inativas) contato com secreção duodenal ativadas em reação autocatalítica. ESTIMULAÇÃO PANCREÁTICA Fase Cefálica: 50% secreção máxima; Visão, olfato, paladar. Fase Gástrica: Distensão gástrica volume de líquidos e sólidos ingeridos. Fase Intestinal: Chegada do alimento ao duodeno; Secreção de CCK e Secretina que estimulas pâncreas. PANCREATITES Inflamação do pâncreas ativação das enzimas pancreáticas auto-digestão do tecido, inflamação, hemorragia e necrose. Mortalidade: 15-20%. Brasil alcoolismo. PANCREATITES Aguda Crônica CLASSIFICAÇÃO DAS PANCREATITES CRÔNICAS Pancreatite Crônica Calcificante (Litogênica) Tipo I ou Hereditária (15% casos) Tipo I-1: Crianças Tipo I-2: Adultos e Crianças Tipo II (Litíase Protéica) Tipo III (Nutricional): 98% cálculos carbonato Ca Tipo III-1: consumo de álcool, proteínas e lipídios Tipo III-2: proteínas e lipídios que estabiliza cristais de carbonato de cálcio. CLASSIFICAÇÃO DAS PANCREATITES CRÔNICAS Tipo IV (Hipercalcêmica) Tipo V (Litíase cálcica) Pancreatite Crônica Obstrutiva. Pancreatite Crônica Inflamatória do Idoso Obs: Litostatina proteína que estabiliza cristais de carbonato de cálcio. PANCREATITE AGUDA Instalação abrupta de inflamação do pâncreas com amplo espectro clínico. Escape das enzimas (proteases e fosfolipases) para a circulação sistêmica promove ataque direto a diversos órgãos. Fisiopatologia pouco esclarecida. PANCREATITE AGUDA Problema central: bloqueio do fluxo pancreático ativação das enzimas autodestruição por necrose celular. CAUSAS DA PANCREATITE AGUDA Traumáticas; Doença biliar e pancreática; Metabólica; Infecciosa; Medicamentosa; Tóxica; Outras: choque elétrico, LES, queimaduras, excessos alimentares, escorpionismo, parasitoses Idiopática: 30% casos (micro cálculos?). SINAIS E SINTOMAS Dor abdominal (95%), anorexia, náuseas e vômitos (85%), distensão abdominal, má-absorção. Dor à palpação no epigástrico, parada de eliminação de gases ou fezes. Dispnéia, palidez, sudorese, cianose, icterícia, taquicardia, hipotensão (40%), choque, febre (60%), oligúria, choque. CLASSIFICAÇÃO DA PANCREATITE AGUDA Pancreatite Aguda Leve (80% casos) Restrita ao pâncreas aguda edematosa. Normalmente secundária à Colelitíase. Evolução clínica favorável, autolimitada, recuperação: 5-7 dias. Mortalidade: 2%. Pancreatite Aguda Grave (20% casos) Repercussão sistêmica necro-hemorrágica. Estado catabólico desnutrição. Hiperglicemia e hiperinsulinemia. Complicações associadas. Mortalidade: 30%. DIAGNÓSTICO Dosagem de amilase e lipase no sangue e urina. Hemograma: leucocitose e hiperglicemia (50% casos). Métodos de imagem: ultra-sonografia e tomografia computadorizada. Critérios prognósticos: Ranson, Glasglow, Apache II. Proteína C reativa: mede, indiretamente a atividade inflamatória sistêmica (dosar 48-72 horas pico máximo). CRITÉRIOS DE RANSON 5 Critérios na admissão e 6 nas primeiras 48h. Prevê a evolução em 70-80% casos. 3 ou mais critérios positivos na admissão e mantidos nas próximas 48h caracterizam PANCREATITE GRAVE. ESCORE DE RANSON ADMISSÃO Idade > 55 anos CTL > 16.000/mm3 Glicemia > 200mg/dL DHL > 350UI/L AST/ALT > 250UI/L 48 HORAS Queda hematócrito > 10% Aumento da uréia > 5mg/dL PaO2 < 60mm Hg Cálcio < 8mg/dL Déficit de base > 4 mmol/L Seqüestro de líquidos > 6 L TRATAMENTO Repouso pancreático e preservação das funções vitais. Casos graves: CTI. Tratamento da dor (analgesia). Evitar hiperexcitação do paciente: sedação. Antibioticoterapia de largo espectro. Cirurgia quando necessário. Estabelecimento de um programa de terapia nutricional adequado. TERAPIA NUTRICIONAL Repouso pâncreas jejum 48-72 hs. Jejum > 5d NPP secreção pancreática exógena e liberação das enzimas digestivas. TERAPIA NUTRICIONAL Via oral ou enteral após resolução dos sintomas abdominais (sem íleo paralítico, amilase normal, sem vômitos ou distensão). VO: Líquida hipolipídica com evolução da consistência 150-200 ml/refeição de 8-10 x/dia evoluir consistência lenta e gradual. TERAPIA NUTRICIONAL VCT FI: 1,3-1,5. PTN: 1,5-2,5g/kg/dia (c/ glutamina). Lipídios: inicia com 10-15% e depois evolui (Hiperlipidemia em 20% casos). CHO: para completar. TERAPIA NUTRICIONAL Nutrição enteral: ptn, moderado CHO e TCM. Suplementar Ca e Mg. Posição jejunal com fórmula elementar. Nutrição parenteral: acompanhar pacientes com hipertrigliceridemia e hiperglicemia. NUTRIÇÃO PARENTERAL VCT: 30-40 kcal/kg peso/dia. Glicose 50% + aminoácidos 10%, acrescido de vitaminas e minerais. Lipídios: fonte adicional de AGE, se não houver hipertrigliceridemia. Mau prognóstico: distúrbios metabólicos diversos e hiperglicemia > 200 mg/dL. PANCREATITE CRÔNICA Processo inflamatório crônico do pâncreas. Destruição progressiva e irreversível do órgão fibrose e calcificação. Pode haver episódios de pancreatite aguda. CAUSAS DA PANCREATITE CRÔNICA Alcoolismo (80-90% casos). Processos obstrutivos crônicos (tumores, traumatismos cirúrgicos ou acidentais). Desnutrição protéico-energética. Forma hereditária e familiar. Idiopáticas. SINTOMAS DA PANCREATITE CRÔNICA Dor abdominal, anorexia, náusea, vômito e diarréia Desnutrição progressiva perda de peso. Síndromes de má-absorção esteatorréia, creatorréia. Diabetes secundário (60% casos). DIAGNÓSTICO DA PANCREATITE CRÔNICA Hipoalbuminemia, anemia. Métodos de imagem (radiografia, ultra-som, tomografia). Ecoendoscopia e colangeopancreatografia. COMPLICAÇÕES DA PANCREATITE CRÔNICA Pancreatite crônica agudizada. Ascite pancreática. Cistos pancreáticos. Neoplasias (6-20% casos). TRATAMENTO DA PANCREATITE CRÔNICA Remoção do agente etiológico. Controle da dor. Tratamento das complicações associadas. Cirurgia. Terapia enzimática. Recuperação e manutenção do estado nutricional. Abordagem psicoterápica para alcoólatras. TERAPIA NUTRICIONAL NA PANCREATITE CRÔNICA Dieta oral orientada. Dieta HC/HP. Lipídios: < 20% VCT (60-80g/dia) esteatorréia (20g/dia)) TCM. PTN: 80-100 (120)g/dia. CHO: 450g/dia. TERAPIA NUTRICIONAL NA PANCREATITE CRÔNICA Fibra dietética/evitar gás-formador. Repor vitaminas lipo e hidrossolúveis (Ca, Mg, ác.fólico, Zn). Tiamina no alcoolismo crônico. TERAPIA NUTRICIONAL NA PANCREATITE CRÔNICA Má absorção grave administração de enzimas pancreáticas. TERAPIA NUTRICIONAL NA PANCREATITE CRÔNICA Evitar/retirar lactose e sacarose. 6-8 refeições/dia Proibido álcool; Evitar estimulantes gástricos Uso oral de dietas enterais estímulo pâncreas e são palatáveis. Nutrição enteral: polimérica ou oligomérica hipolipídica (casos graves). Nutrição parenteral: casos de dor intensa e presença de complicações. CIRURGIA PANCREÁTICA Pancreaduodenectomia (procedimento de Whipple). Pode resultar ainda em insuficiência parcial ou completa. Cuidados nutricionais similares a pancreatite crônica.
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