Buscar

Resumo_Colesterol

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Bioquímica – Paula Toneli
Colesterol
O colesterol é uma molécula essencial em muitos animais, incluindo os seres humanos, mas não é necessário que esteja presente na dieta de mamíferos – todas as células são capazes de sintetizá-lo a partir de precursores simples. 
A estrutura desse composto de 27 carbonos sugere uma via biossintética complexa, porém todos os seus átomos de carbono são fornecidos por um único precursor – o acetato. 
1. Condensação de três unidades de acetato, formando um intermediário de seis carbonos, o mevalonato
2. Conversão do mevalonato em unidades de isopreno com ativadas
3. Polimerização das seis unidades de isopropeno com 5 carbonos, formando o esqualeno linear, com 30 carbonos 
4. Cicilização do esqualeno para formar os quatro anéis do núcleo esteroide, com uma série de mudanças adicionais (oxidações, remoção ou migração de grupos metil) para produzir o colesterol 
A maior parte da síntese do colesterol em vertebrados ocorre no fígado. Uma pequena fração do colesterol sintetizado ali é incorporada em membranas dos hepatócitos, mas a maior parte dele é exportada em uma de três formas: ácidos biliares, colesterol biliar ou ésteres de colesterila. 
Pequenas quantidades de oxiesteróis, como 25-hidroxicolesterol, são formadas no fígado e atuam como reguladores da síntese de colesterol. Em outros tecidos, o colesterol é convertido em hormônios esteroides ou no hormônio vitamina D. Tais hormônios são sinalizadores biológicos extremamente potentes agindo por meio de receptores nucleares proteicos. 
Uma das três formas do colesterol exportada do fígado é a bile. Seus principais componentes são os ácidos biliares e seus sais. A bile também contém quantidades muito menores de colesterol. 
Os ésteres de colesterila são formados no fígado pela ação da acil-CoA-colesterol aciltransferase (ACAT). Essa enzima catalisa a transferência de um ácido graxo da coenzima A para o grupo hidroxil do colesterol, convertendo o colesterol em uma forma mias hidrofóbica e prevenindo que eles entrem nas membranas. Os ésteres de colesterila são transportados em partículas lipoproteicas secretadas para outros tecidos que utilizam o colesterol ou são armazenados no fígado em gotículas de gorduras. 
O colesterol e os ésteres de colesterila, assim como os triagliceróis e os fosfolipídeos, são essencialmente insolúveis em água, e ainda assim devem ser transportados do tecido de origem para os tecidos nos quais eles são armazenados ou consumidos. Para facilitar seu transporte, eles são transportados no plasma sanguíneo como lipoproteínas plasmáticas, que são complexos macromoleculares de proteínas transportadoras especificas, chamadas apolipoproteínas. 
As apolipoproteínas combinam-se com os lipídeos, formando diversas classes de partículas lipoproteicas, as quais são complexos esféricos com os lipídeos hidrofóbicos no centro e as cadeias laterais hidrofílicas de aminoácidos na superfície. 
Cada classe de lipoproteína tem uma função específica, determinada por seu local de síntese, por sua composição lipídica e por seu conteúdo apolipoporteico. 
Os quilomícrons, do intestino até os demais tecidos, são as maiores lipoproteínas e as menos densas, contendo alta proporção de triacilgliceróis. 
1. Os quilomícrons são sintetizados a partir de gordura da dieta a partir de gordura da dieta no RE do enterócitos, células epiteliais que recobrem o intestino delgado. Os quilomícrons estão se movem pelo sistema linfático e entram na corrente sanguínea pela veia subclávia esquerda. As apolipoproteínas dos quilomícrons incluem a apoB-48 (exclusiva dessa classe de lipoproteínas), a apoE e apoC-II.
2. A apoC-II ativa a lipase lipoproteica nos capilares do tecido adiposo, do coração, do músculo esquelético e da glândula mamária em lactação, permitindo a liberação de ácidos graxos livres (AGL) para esses tecidos. Os quilomícrons, portanto, transportam ácidos graxos da dieta para os tecidos onde eles serão consumidos ou armazenados como combustível. 
3. O que resta dos quilomícrons (contém ainda apoE e apoB-48) move-se pela corrente sanguínea para o fígado. Receptores existentes no fígado ligam a apoE nos remanescentes dos quilomícrons e controlam sua captação por endocitose. 
4. No fígado, os remanescentes liberam seu colesterol e sçao degradados nos lisossomos. Essa via do colesterol da dieta até o fígado é a via exógena. 
Quando a dieta contém mais ácidos graxos e colesterol do que a quantidade necessária para uso imediato como combustível ou como precursores de outras moléculas, ele são
5. Convertidos em triacilgliceróis ou ésters de colesterila no fígado e empacotados com apolipoproteínas específicas, formando as lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL). O excesso de carboidratos na dieta também pode ser convertido em triacilgliceróis no fígado e exportado como VLDL. Além dos triacilgliceróis e ésters de colesterila, as VLDS contêm apoB-100, apoC-II, apoC-III e apoE. As VLDL são transportadas pelo sangue do fígado para o músculo e o tecido adiposo. 
6. Nos capilares desses tecidos, apoC-II ativa a lipase lipoproteica, que catalisa a liberação dos ácidos graxos a partir dos triacilgliceróis das VLDL. Os adipócitos captam esses ácidos graxos, reconvertem-nos em triacilgliceróis e armazenam os produtos em gotículas intracelulares de lipídeos já os miócitos, ao contrário, primariamente oxidam esses ácidos graxos para obterem energia. 
A perda de triacilgliceróis converte parte da VLDL em remanescentes de VLDL ou IDL. A remoção adicional de triacilgliceróis da IDL produz lipoproteínas de baixa densidade (LDL). Rica em colesterol e ésteres de colesterila e contendo apoB-100 como sua principal apolipoproteína. 
7. A LDL transporta colesterol para os tecidos extra-hepáticos, como músculo, glândulas suprarrenais e tecido adiposo. Esses tecidos têm receptores na membrana plasmática que reconhecem a apoB-100 e controlam a captação de colesterol e ésteres de colesterila. 
8. A LDL também entrega colesterol para os macrófagos, algumas vezes os convertendo em células espumosas.
9. A LDL não captada pelos tecidos periféricos retornam ao fígado onde são captados via receptores de LDL na membrana plasmática dos hepatócitos. O colesterol que entra no hepatócito por essa via pode ser incorporado nas membranas, convertido em ácidos biliares ou reesterificados pela ACAT para armazenamento nas gotículas lipídicas citosólicas. Essa via, da formação de VLDL no fígado ao retorno de LDL para o fígado é a via endógena. 
10. As lipoproteínas de alta densidade (HDL) contêm principalmente apoA-I e outras apolipoproteínas. Elas contêm também a enzima lecitina-colesterol-aciltransferase (LCAT), que catalisa a formação de ésteres de colesterila a partir de lecitina (fosfatidilcolina) e de colesterol. A LCAT na superfície das partículas de HDL nascentes converte o colesterol e a fosfatidilcolina dos remanescentes do quilomícron e da VLDL encontradas na corrente sanguínea em ésteres de colesterila, dando início à formação do núcleo da HDL, transformando a HDL nascente em forma de disco em uma partícula de HDL nascente em forma de disco em uma partícula de HDL madura de forma esférica. 
11. A HDL nascente também pode captar colesterol de células extra-hepáticas ricas em colesterol.
12. A HDL madura então retorna ao fígado, onde o colesterol é descarregado por meio do receptor SR-BI. 
13. Parte dos ésteres de colesterila no HDL também pode ser transferida ao LDL pela proteína transportadora de éster de colesterila. O circuito da HDL é o transporte reverso do colesterol. A maior parte desse colesterol é convertido em sais biliares no fígado e armazenado na vesícula biliar. Quando uma refeição é ingerida, os sais biliares são excretados no intestino, onde ele dispensa pedaços macroscópicos de gordura em micelas microscópicas que podem ser atacadas pelas lipases.
14. Os sais biliares são reabsorvidos pelo fígado e recirculam pela vesícula na circulação êntero- hepática. 
A DESREGULALÇAO DO METABOLISMO DE COLESTEROL PODE LEVAR À DOENÇA CARDIOVASCULARQuando a soma do colesterol sintetizado e do colesterol obtido na dieta excede a quantidade necessária para a síntese de membranas, sais biliares e esteroides, o acúmulo patológico de colesterol (placas) pode obstruir os vasos sanguíneos, condição chamada aterosclerose. 
A aterosclerose está relacionada a altos níveis de colesterol no sangue e particularmente a altos níveis de colesterol LDL. A formação de placa nos vasos sanguíneos é iniciada quando o LDL contendo grupos acil-graxo parcialmente oxidados adere-se e acumula-se na matriz extracelular da células epiteliais que revestem as artérias. 
Com o acúmulo de colesterol livre nas células espumosas e em suas membranas, elas sofrem apoptose. 
Durante longos períodos de tempo, as artérias se tornam progressivamente ocluídas, já que as placas, consistindo em material da matriz extracelular, tecido cicatricial formado por tecido muscular liso, e células espumosas remanescentes, gradualmente se tornam maiores. Ocasionalmente, uma placa se solta do local de sua formação e é transportada pelo sangue para uma região mais estreita de uma artéria no cérebro ou no coração, causando o acidente vascular cerebral ou infarto.
Na hipercolesterolemia familiar, os níveis de colesterol sanguíneo são extremamente elevados e uma aterosclerose grave desenvolve-se na infância. Essas pessoas têm o receptor de LDL defeituoso e não apresentam a captação mediada por receptor do colesterol transportado pela
LDL. Consequentemente, o colesterol não é retirado do sangue; ele acumula-se nas células espumosas e contribui para a formação das placas ateroscleróticas. A síntese do colesterol endógeno continua, apesar da quantidade excessiva de colesterol no sangue, já que o colesterol extracelular não pode entrar nas células para regular a síntese intracelular. 
dislipidemia 
Dislipidemia é elevação de colesterol e triglicerídeos no plasma ou a diminuição dos níveis de HDL que contribuem para a aterosclerose. 
Classificação:
- Aumentos apenas do colesterol (hipercolesterolemia pura ou isolada)
- Aumentos apenas dos TGs (hipertrigliceridemia pura ou isolada),
- Aumentos de colesterol e triglicerídeos (dislipidemias mistas ou combinadas)
As dislipidemias podem ser:
- Primária: anomalias genéticas (familiares) do metabolismo lipídico
- Secundária: causada pelo estilo de vida sedentário com ingestão dietética excessiva de gordura saturada, colesterol, gorduras trans e outros fatores
ANOTAÇÕES
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Outros materiais