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TRABALHO DE PROCESSO CIVIL III

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TRABALHO DE PROCESSO CIVIL III
· Regime Especial de Estudos
A) QUANTO À EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA, RESPONDER:
1. Que condutas poderá adotar o devedor de obrigação de entregar coisa certa, constante de título executivo judicial, quando citado?
R. No âmbito da execução de título judicial, o devedor pode se valer da impugnação.
2. Quais as condições específicas para que o devedor possa oferecer embargos à execução?
R. Sendo os embargos do devedor ação, como tal deverá conter as condições da ação para que seja possível a prolação de uma sentença de mérito, tais condições são: (i) possibilidade jurídica do pedido; (ii) interesse de agir; (iii) qualidade de agir.
Nos termos do artigo 914, do CPC/15, apenas o executado tem legitimidade para opor embargos do devedor, ou seja, apenas aquela pessoas a qual se dirige a execução.
3. Será permitido o levantamento da coisa pelo credor antes de julgados os embargos?
R. Sim. Nos termos do artigo 520 do CPC/15, o levantamento poderá ser realizado dentro do cumprimento provisório da sentença que tenha sido impugnada por recurso desprovido do efeito suspensivo, sendo assim, o cumprimento ocorrerá da mesma forma do definitivo. Porém fica sujeito o exequente a reparar os danos sofridos pelo executado caso a sentença seja reformada.
4. A mera entrega da coisa exonera o devedor, isto é, finda a execução?
R. Conforme, o artigo 807 do CPC/15, a entrega da coisa não exonera o devedor, visto que estará cumprindo a obrigação de fazer. Porém, a execução não será extinta, considerando que poderá haver frutos ou direito a ressarcimentos.
5. Como procederá o juiz se o devedor não entregar a coisa devida nem depositá-la, ou, oferecendo embargos, somente forem admitidos com efeito devolutivo?
R. Ajuizada demanda em que se tenha postulado a condenação do demandado a entregar coisa certa, deverá o juiz, na sentença de procedência do pedido, não só condenar o demandado a entregá-la, mas também estabelecer o prazo dentro para o seu cumprimento. Além disso, deverá a sentença, também, estabelecer a multa pelo atraso no cumprimento da obrigação.
A partir do momento em que a sentença começa a produzir efeitos (trânsito em julgado ou recebimento de recurso sem efeito suspensivo), o juiz determinará a intimação do demandado para cumprir a sentença no prazo que lhe tenha sido assinado.
Não sendo a coisa entregue no prazo estabelecido, começa a incidir a multa (meio de coerção), a fim de que o demandado se sinta pressionado a cumprir a condenação e, além disso, determinará o juiz a expedição de mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se trate de coisa móvel ou imóvel.
Conclui-se que a sentença que condena a entregar coisa certa é auto executável, pois pode ser executada de ofício pelo juiz dentro do mesmo processo em que foi proferida, independentemente do ajuizamento de demanda executiva e da instauração de processo de execução.
6. O que ocorrerá se a coisa não for encontrada ou tenha se deteriorado?
R. Conforme o artigo 809 do CPC/15, o credor poderá receber, por perdas e danos, além do valor da coisa.
7. No caso de execução que recaia sobre coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, o que deverá fazer o devedor, ao ser citado?
R. Nos termos dos artigos 811 e 812 do CPC/15, o devedor deverá realizar a entrega individualizada, se lhe couber a escolha, ou poderá impugnar a escolha feita pela outra parte, no prazo de 15 dias. Assim, o Juiz decidirá de plano ou, se necessário, ouvindo perito de sua nomeação.
8. O que deverá fazer o credor quando a execução recair sobre coisa determinada pelo gênero ou quantidade, se lhe couber a escolha?
R. Nos termos do artigo 811, do CPC/15, e tratando-se de execução por título extrajudicial, e cabendo a escolha ao exequente, deverá esta ser manifestada na petição inicial. caso seja omisso, o direito de escolher passa a ser do demandado, considerando-se que o demandante renunciou ao ius eligendi. Cabendo ao demandado o direito de escolha e deixando ele de se manifestar, tal direito se transfere para o exequente, que o exercerá como se ele tivesse sido, desde o início, o titular.
B) QUANTO A EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER E NÃO FAZER, RESPONDER:
2. Que condutas poderá adotar o devedor de obrigação de fazer, constante de título, quando citado?
R. O devedor poderá apresentar embargos a execução, independentemente de penhora, depósito ou caução. Sendo os embargos distribuídos por dependência, autuados em apartado, conforme exposto no artigo 914 do CPC/15.
3. Não sendo possível ao devedor, ou não desejando ele satisfazer a obrigação de fazer, como se resolverá o cumprimento da obrigação?
R. Conforme os artigos 247 e 248 do CC/02, o devedor que recusar a ele imposta, incorrerá em obrigação de indenizar por perdas e danos, ainda se a prestação se tornar impossível sem culpa do devedor, resolve-se à obrigação, porém se por culpa dele responderá por perdas e danos. Ainda, nos termos do artigo 816 do CPC/15, o executado não satisfazendo a obrigação no prazo designado, é licito ao exequente, requerer nos próprios autos, a satisfação à custa do executado ou perdas e danos.
4. Como será apurado o valor das perdas e danos?
R. Nos termos do artigo 816, paragrafo único do CPC/15, o valor das perdas e danos será apurado em liquidação, seguindo-se a execução para cobrança de quantia certa.
5. O que poderá o credor fazer caso o devedor da obrigação de fazer não cumprir integralmente com sua obrigação?
R. Conforme o artigo 819 do CPC/15, se não for realizado em sua integralidade ou estiver defeituoso, poderá o credor requerer ao Juiz, no prazo de 15 dias, que autorize a concluí-la ou repará-la à custa do devedor ou contratante, em caso de terceiro que tenha sido contratado para execução.
6. E se o credor desejar, ele próprio, ou sob sua vigilância, executar as obras necessárias ao comprimento da obrigação do devedor, poderá faze-lo?
R. Sim, no termos do artigo 820 do CPC/15, Se o exequente quiser executar ou mandar executar, ou sob sua vigilância, as obras necessárias ao cumprimento da obrigação, devendo se manifestar no prazo de 5 dias, após a proposta aprovada de terceiro.
7. Como deverá proceder o juiz se o fato puder ser prestado por terceiros?
R. Se o fato poder ser prestado por terceiro, é licito ao Juiz autorizar, a requerimento do exequente, que aquele satisfaça a custa do executado, conforme exposto no artigo 817 do CPC/15.
8. Se trata de obrigação de abster-se de praticar determinado ato (ex: o devedor de uma farmácia compromete-se a não instalar outra farmácia a menos de 500 metros do local onde se situa a farmácia que acabar de vender) o que requererá o credor ao juiz?
R. O credor requererá ao Juiz que assine prazo ao devedor para desfazê-lo, caso descumpra a obrigação de abster-se de praticar ato estabelecido por lei ou contrato, conforme o artigo 822 do CPC/15.
9. O que poderá fazer o credor caso o devedor se recuse a desfazer o ato ou injustificadamente demore a fazê-lo?
R. Nos termos do artigo 823 do CPC/15, se o devedor se recusar a desfazer o ato ou demore a faze-lo injustificadamente, o credor poderá requerer ao juiz que mande desfazer o ato à custa daquele, que responderá por perdas e danos.
C) QUANTO A EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA E CONTRA DEVEDOR SOLVENTE, RESPONDER:
1. Qual a finalidade da execução por quantia certa contra devedor solvente?
R. Tem como finalidade a execução por quantia certa expropriar do patrimônio do executado (sendo eles bens tanto presentes quanto futuros) quantia suficiente para saldar seu débito, bem como uma alternativa para cumprir obrigações de fazer ou não fazer, havendo nessa última situação uma atividade transformadora, com a finalidade de realização do objeto do fazer ou uma manutenção do não-fazer proibido. O procedimento da execução por quantia certa contra o devedor solvente divide-se em três fases: penhora, arrematação e pagamento.
2. Quais os bens sujeitos à execução?
R. Conforme o artigo 790 do CPC/15, os bens sujeitosa execução são: I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória; II - do sócio, nos termos da lei; III - do devedor, ainda que em poder de terceiros; IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida; V - alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução; VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores; VII - do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica. Ainda sobre os bens na execução temos o artigo 825 do CPC/15, que trata da ordem preferencial para penhora dos bens, vejamos: I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado; III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; IV - veículos de via terrestre; V - bens imóveis; VI - bens móveis em geral; VII - semoventes; VIII - navios e aeronaves; IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias; X - percentual do faturamento de empresa devedora; XI - pedras e metais preciosos; XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia; XIII - outros direitos.
3. O que se entende por adjudicação?
R. Adjudicação é o ato de transferir à pessoa que promove a execução judicial (o exequente) os bens penhorados ou os respectivos rendimentos arrecadados no processo, em pagamento do seu crédito contra o executado.
4. Para que finalidade é citado o devedor no processo de execução?
R. A citação é o ato pelo qual o executado é convocado a integrar a relação processual, de forma que sua regularidade e bom funcionamento são essenciais para a eficácia da prestação jurisdicional. Ainda, conforme exposto no artigo 829 do CPC/15, o executado é citado para realizar o pagamento da dívida, no prazo estabelecido, que em regra são de 3 dias.
5. A partir de que momento começa a correr o prazo para interpor embargos à execução?
R. Quanto ao prazo para oferecimento dos embargos à execução, o artigo 915 do CPC/15, expõe que deverão ser oferecidos no prazo de 15 dias a contar da data de juntada do mandado cumprido. 
6. Qual o procedimento do oficial de justiça que não encontra o devedor, ao pretender citá-lo?
R. Nos termos do artigo 830 do CPC/15, se o devedor não for encontrado pelo oficial de justiça, será realizado o arresto de quantos bens forem necessários para garantir a execução. Ainda nos termos do mencionado artigo, porém em seu § 1º expõe que após a efetivação do arresto, nos próximos 10 dias seguintes o oficial irá procurar o devedor por 2 vezes em dias distintos. e em casos de suspeita de ocultação será realizado a citação por hora certa.
7. Intimado do arresto dos bens do devedor, o que deverá fazer o credor?
R. O credor deverá, no prazo de 10 dias, requerer a citação do devedor por edital, Findo o prazo do edital, se o devedor não adimplir a obrigação, o arresto converter-se a em penhora.
8. Quais as consequências para o devedor se este bloquear as portas do imóvel a fim de obstar a penhora dos bens?
R. Nos termos do artigo 846 do CPC/15, caso o devedor bloqueie as portas do imóvel a dim de obstar a penhora dos bens, o juiz será comunicado pelo oficial de justiça que solicitará a ordem de arrombamento. Sendo os pedido de arrombamento deferido, o mandado será cumprido por 2 oficiais de justiça, que poderão arrombar cômodos e móveis em que se presuma estarem os bens, e lavrarão termo que será assinado por duas testemunhas presentes no momento. É importante ressaltar, que o juiz autorizará a força policial sempre que necessário para auxiliar os oficiais de justiça na penhora.
9. Quando se procederá a uma segunda penhora?
R. A segunda penhora ocorrerá sempre que não se enquadrar nas situações narradas no artigo 851 do CPC/15, onde determina que não ocorrerá a segunda penhora quando a primeira penhora for anulada, quando executados os bens e o produto da alienação não bastar para o pagamento do exequente, ou quando o credor desistir da primeira penhora, por serem litigiosos os bens ou estarem submetidos a constrição judicial.
10. Em que casos poderá o juiz autorizar a alienação antecipada dos bens penhorados?
R. A alienação antecipada dos bens penhorados será autorizada pelo juiz, quando se tratar de veículos automotores, de pedras e metais preciosos e de outros bens móveis sujeitos a depreciação ou a deterioração ou se houver manifesta vantagem, conforme exposto no artigo 852 do CPC/15.
D) Elaborar um texto sobre um dos procedimentos especiais (à sua escolha) previsto no CPC, indicando suas características, como legitimidade, cabimento, requisitos e prazos. (Mínimo duas laudas).
Ação de Consignação em Pagamento
A Ação de Consignação em Pagamento é destinada a liberação do consignante de dívida, uma vez caracterizada a mora do credor (mora accipiendi), mediante pagamento em consignação. Assim, podemos observar que, conforme exposto no artigo 335 e incisos do CC/02, é possível a consignação nos seguintes casos: o credor, sem justa causa, recusar receber o pagamento ou dar quitação na devida forma; o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condições devidas; o credor for desconhecido, estiver declarado ausente, ou residir em lugar incerto, ou de acesso perigoso ou difícil; se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; se pender litigio sobre o objeto do pagamento; se houver concurso de preferência aberto contra o credor, ou se este for incapaz de receber o pagamento.
É importante, mencionar que caso a dívida seja relativa à pagamento em dinheiro, poderá o devedor efetuar o depósito em juízo antes da citação do réu ou efetuar o depósito extrajudicialmente. Nos casos de o devedor escolher a opção extrajudicial, deverá realizar o depósito em banco oficial, situado no local do pagamento. Após o depósito, deverá cientificar o credor por carta com aviso de recebimento, determinando o prazo de 10 dias para manifestação da recusa. Assim se o credor dentro do prazo estabelecido manifestar sua recusa perante o banco, o devedor deverá no prazo de 30 dias, ajuizar ação de consignação em pagamento, porém se o credor manifestar aceitando, encerra-se o litígio e extingue-se a obrigação, ficando o depósito à disposição do credor, ressalta-se que a aceitação deverá ser expressa e incondicional.
Sendo inadmissível o depósito bancário ou dele não querendo valer-se o devedor, restar-lhe-á apenas a via judicial, com a promoção da ação de consignação em pagamento, onde que tem legitimidade ativa para promover a ação consignatória o devedor e o terceiro juridicamente interessado no pagamento da dívida, como o fiador, o sócio, etc.. E sendo conferida a legitimidade passiva ao credor conhecido, àquele que alegue tal condição junto ao devedor ou, ainda, sendo desconhecido, ao credor incerto, a ser citado por edital, em seu favor intervindo, se for o caso, o defensor público ou aquele nomeado pelo juiz, o curador especial, conforme o artigo 72, inciso II e parágrafo único, CPC/15; O credor incapaz também figurará como réu, mas representado ou assistido por seu representante legal, também intervindo obrigatoriamente no processo, nesse caso, o órgão do Ministério Público, na qualidade de fiscal da ordem jurídica, nos termos do artigo 178, inciso II do CPC/15; 
Havendo dúvida quanto à titularidade do crédito figurarão como litisconsortes passivos aqueles que se intitulam credores (os pretendentes ou sedizentes credores).
O foro ou juízo competente para promover a ação de consignação, ocorrerá conforme o artigo 540 do CPC/15, onde estabelece como critério determinativo o lugar do pagamento da quantia ou coisa devida. O Juízo competente, por sua vez, será o estadual, federal ou trabalhista, dependendo da qualidade da parte ou da natureza da prestação.
Ao promover a ação de consignaçãoem pagamento, o autor deverá indicar na petição inicial, explicitamente, a prestação (ou prestações) vencida, objeto do pedido; neste também se incluem as prestações vincendas, à medida que se tornarem exigíveis e desde que tempestivamente depositadas no curso do processo.
Assim, deverá a inicial ser instruída do com a prova do depósito bancário e com a recusa do credor, devendo o demandante requerer o depósito da quantia ou da coisa devida em juízo. Deverá ainda, constar na petição inicial o valor da causa que abrangerá no caso da ação consignatória que tem por objeto coisa que será atribuído o seu valor de mercado ou, se for o caso, aquele indicado em contrato; à consignatória que tem por objeto prestação pecuniária única, o valor deverá correspondente ao dessa prestação; havendo prestações vincendas, o valor da causa corresponderá à soma delas, quando a obrigação for por tempo inferior a um ano, ou, finalmente, a uma prestação anual, se por tempo indeterminado ou superior a um ano.
Ressalvada a existência de depósito extrajudicial antecedente à propositura da ação consignatória (e desde que ele esteja comprovado, com a respectiva recusa do credor, por documentos que instruirão a petição inicial), ocorrerá o depósito de quantia certa será realizado em conta judicial, à disposição do juízo, com a incidência de juros legais e correção monetária.
Não realizado o depósito no prazo legal, o juiz decretará a extinção do processo, sem resolução do mérito, porque, na ausência daquele, ficam inviabilizadas quer a oferta de defesa pelo credor-réu. Além disso, a ausência do depósito contraria a própria razão de ser da ação consignatória, pois é ele o elemento liberatório dos riscos da dívida e instrumento de extinção da obrigação. Afinal, declarada por sentença a sua idoneidade (integralidade e pertinência da quantia ou da coisa depositada), o depósito faz cessar os juros e os riscos da dívida (CC, arts. 400 e 337) e libera o autor consignante do vínculo obrigacional (CC, art. 334).
Efetivado o depósito, daí será ordenada a citação do réu, para que oferte resposta no prazo de 15 dias úteis. Antes de ordenar a citação, deverá o juiz aguardar a realização do depósito, pois a concretização daquele ato processual depende da litispendência do processo e esta, por sua vez, da realização tempestiva do depósito, haja vista a previsão de extinção anormal contida no parágrafo único do artigo 542 do CPC/15.
Após a citação o credor deve apresentar Contestação, no prazo de 15 dias, onde poderá alegar, conforme artigo 544 do CPC/15, que não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida; que a recusa foi justa; que o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; e ainda que o depósito não foi no valor integral, nesse caso o autor poderá completar o valor, no prazo de 10 dias.
Dessa forma, se o réu não contestar no prazo, ocorrerá os efeitos da revelia, e então o Juiz julgara o pedido procedente, declarando extinta a obrigação, e podendo o réu ser condenado em custas e honorários. Ainda se fundar em dúvida de quem deva legitimamente receber, o depósito será convertido em arrecadação de bens de ausentes, e o Juiz declarará extinto o processo sem julgamento de mérito, permitindo o autor o levantamento de quantia depositada. E Por fim, se ainda fundar em dúvida de quem deve receber e comparecer um pretendente, o Juiz decidirá de plano, desde que o pretendente consiga provar que é o credor legitimo, assim julgará efetuado o depósito e extinta a obrigação. Ressalta-se que nos casos em que aparecer mais de um pretendente o Juiz, julgando o mérito, declarará efetuado o depósito e extinta a obrigação, continuando o processo a correr entre os pretendentes, em procedimento ordinário.
Conforme demonstrado a demanda consignatória tem o papel de possibilitar a extinção da obrigação nos casos em que o devedor não consegue realizá-la na forma estabelecida entre as partes quando da formação do vinculo obrigacional.
Em regra, pode ser utilizada pelo devedor para afastar a mora e as clausulas decorrentes do inadimplemento da obrigação, mas modernamente, em razão de princípios relacionados ao aproveitamento dos atos processuais e inafastabilidade de jurisdição, tem sido aceito seu uso para discussão dos valores contratuais, como uma espécie de ação revisional.
Assim, considera-se a utilização da medida extremamente salutar a fim de resguardar a boa-fé do devedor e a lisura no cumprimento dos deveres anexos de conduta, exigível em todas as relações sociais.

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