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IBMR - LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES 
 
 
 
 
 
 
 
 
Weslley de Brito Santos 
 
 
 
 
EFEITOS DO TREINAMENTO INTERVALADO DE ALTA 
INTENSIDADE E BAIXO VOLUME EM DIABETES MELLITUS 
TIPO 2 NO CONTROLE GLICÊMICO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2017 
 
 
 
 
WESLLEY DE BRITO SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
EFEITOS DO TREINAMENTO INTERVALADO DE ALTA 
INTENSIDADE E BAIXO VOLUME EM DIABETES MELLITUS 
TIPO 2 NO CONTROLE GLICÊMICO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor orientador: Bruno Ramalho de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2017 
Monografia apresentada ao IBMR - Laureate 
International Universities como requisito parcial 
para a obtenção do grau de Bacharel em 
educação física. 
 
 
Fonte 12 
Fonte 12 
 
 
 
 
WESLLEY DE BRITO SANTOS 
 
 
EFEITOS DO TREINAMENTO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE E BAIXO 
VOLUME EM DIABETES MELLITUS TIPO 2 NO CONTROLE GLICÊMICO. 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao IBMR - 
Laureate International Universities como requisito 
parcial para a obtenção do grau de Bacharel em 
Educação Física. 
 
 
Aprovado em ____ de ____________ de 2017. 
Grau obtido_____ 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
_____________________________________________ 
Prof. Ms. Roberto P. Martins 
IBMR - Laureate International Universities 
 
_____________________________________________ 
Prof. Dr.Mauro M. Macedo 
IBMR - Laureate International Universities 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Gostaria de agradecer a minha família pela oportunidade de estar aqui, por todo carinho 
e dedicação depositados a mim, tornando possível esta graduação. Aos meus amigos 
Felipe Domingues e Uátila Coutinho por me segurarem firme as mãos quando muitas 
vezes pensei em abdicar do estudo por conta das adversidades e por tornar possível 
viver em meio ao turbilhão de coisas que passaram pela minha vida. Sem esquecer do 
grande homem que me inspirou e inspira a lutar todos os dias, tornando esta vitória mais 
uma de muitas contra a realidade do homem negro no brasil, ao historiador e amigo João 
Paulo Lopes. 
Este trabalho também não seria possível sem a possibilidade de contato com alguns dos 
tantos professores da instituição, que para mim foram exemplos de dedicação e ensino. 
Em especial alguns que marcaram a minha graduação com insights que fizeram valer a 
pena esses curtíssimos quatro anos de ensino; Marcos Andrada, Fátima Barbosa, 
Luciana Castaneda, Anderson Franzen, Ricardo Luzardo, Marcelo Lima e Eduardo 
Neves. 
Por último e não menos importante, ao meu orientador Bruno Ramalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
Introdução: A diabetes mellitus tipo 2 pode ser definida como uma desordem metabólica 
caracterizada pela diminuição da secreção de insulina e secreção anormal de glucagon, 
essas complicações acarretam a diminuição da capacidade funcional e qualidade de vida 
dos indivíduos podendo gerar doenças secundárias. O exercício físico regular aumenta 
a captação e do metabolismo da glicose no músculo, melhora a síntese e transporte de 
Glut-4, transportadores de glicose no tecido adiposo, músculo esquelético e músculo 
cardíaco. Alguns fatores são importantes e específicos para os diabéticos, medidas de 
precaução são de extrema importância para a prevenção lesões no ambiente ao qual o 
indivíduo será exposto, o cuidado deve ser redobrado para os pés. Objetivo: Verificar 
através de artigos científicos publicados na literatura os efeitos do treinamento de alta 
intensidade e baixo volume na queda do índice glicêmico sanguíneo em pacientes com 
diabetes mellitus tipo 2. Metodologia: a pesquisa foi realizada nas bases de dados 
PUBMED e SCIELO. Para a seleção dos artigos foi adotada a estratégia de PICO. Foram 
selecionados artigos que realizassem ensaios clínicos randomizados e controlados em 
homens e mulheres portadores da diabetes mellitus tipo 2, sem outras doenças 
associadas. Foram incluídos estudos que testassem os efeitos do treinamento 
intervalado de alta intensidade e seus efeitos nos índices glicêmicos, sendo assim 
excluídos outros estudos que não estivessem dentro destes critérios para avaliação, a 
pesquisa foi realizada até outubro de 2017. Resultados: 69 artigos foram identificados 
nas bases de dados e após a análise de título e resumo, 3 contemplaram os critérios de 
elegibilidade e foram incluídos no presente estudo. A amostra dos estudos variou entre 1 
e 10 sujeitos, sob uso de medicamentos para controle glicêmico. O período médio de 
intervenção foi de 4 semanas num ciclo-ergômetro usando atividade intervalada de alta 
intensidade e de baixo volume 3 vezes por semana. Os três estudos demonstraram baixa 
nos níveis glicêmicos pós treinamento. Conclusão: O exercício físico de alta intensidade 
e baixo volume gera uma queda dos níveis glicêmicos em diabéticos do tipo 2, porém o 
presente estudo não prevê os resultados a longo prazo do treinamento e suas possíveis 
complicações. 
 
Palavras chave: HIIT E DIABETES MELLITUS, ATIVIDADE INTERVALADA DE ALTA 
INTENSIDADE E DIABETES MELLITUS, DIABETES TIPO 2 E HIIT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Introduction: Type 2 diabetes mellitus can be defined as a metabolic disorder 
characterized by decreased insulin secretion and abnormal glucagon secretion. These 
complications result in decreased functional capacity and quality of life of individuals, 
which can lead to secondary diseases. Regular exercise increases glucose uptake and 
metabolism in the muscle, improves the synthesis and transport of Glut-4, glucose 
transporters in adipose tissue, skeletal muscle, and heart muscle. Some factors are 
important and specific for diabetics, precautionary measures are of utmost importance for 
the prevention of injuries in the environment to which the individual will be exposed, care 
must be redoubled to the feet. Objective: To verify the effects of high-intensity and low-
volume training on the decrease of the blood glucose index in patients with type 2 diabetes 
mellitus. Methods: The research was carried out in PUBMED and SCIELO databases. 
For the selection of articles, the PICO strategy was adopted. We selected articles that 
performed randomized controlled trials in men and women with type 2 diabetes mellitus, 
without other associated diseases. We included studies that tested the effects of high 
intensity interval training and its effects on glycemic indexes, and excluded other studies 
that were not within these criteria for evaluation, the study was conducted until October 
2017. Results: 69 articles were identified in the databases and after the title and abstract 
analysis, 3 contemplated the eligibility criteria and were included in the present study. The 
study sample varied between 1 and 10 subjects, under the use of drugs for glycemic 
control. The mean intervention period was 4 weeks in a cycle-ergometer using high 
intensity and low volume interval activity 3 times per week. All three studies showed a 
drop in post-training glycemic levels. Conclusion: High-intensity, low-volume physical 
exercise results in a drop in glycemic levels in type 2 diabetics, but the present study does 
not predict the long-term results of the training and its possible complications. 
 
Key words: HIT AND DIABETES MELLITUS, HIGH INTENSITY INTERVAL TRAINING 
AND DIABETES MELLITUS AND DIABETES TYPE 2 AND HIT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 - Classificação da diabetes .............................................................................. 14 
Table 2 - Características descritivas dos estudos selecionados .................................... 27 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
ACSM – Colégio Americano de Medicina do Esporte. 
DT1 – Diabetes mellitus tipo 1. 
DT2 – Diabetes mellitus tipo 2. 
HIT – High intensive interval trainig (Treinamento intervalado de alta intensidade). 
IMC – Índice de massa corporal. 
QV – Qualidade de vida.LISTA DE FIGURAS 
Figura 1: A digestão ................................................................................................................... 11 
Figura 2: A absorção da glicose ............................................................................................... 12 
Figura 3: Fluxograma ................................................................................................................. 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
file:///C:/Users/Math/Desktop/TCC/TCC1%20Weslley%20Brito%20-%20Completo%20e%20com%20Sumários.docx%23_Toc497771950
file:///C:/Users/Math/Desktop/TCC/TCC1%20Weslley%20Brito%20-%20Completo%20e%20com%20Sumários.docx%23_Toc497771951
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 6 
2. OBJETIVOS .............................................................................................................................. 9 
2.1 Objetivo geral. ........................................................................................................................................ 9 
2.2 Objetivos específicos............................................................................................................................ 9 
3. DESENVOLVIMENTO ........................................................................................................... 10 
3.1 Diabetes ................................................................................................................................ 10 
3.1.1 Tipos de diabetes. ...........................................................................................................................12 
3.2 Atividade intervalada de alta intensidade (HIT) .............................................................................15 
3.3 Diabetes e exercício físico. ................................................................................................................16 
3.3.1 Diretrizes para a prescrição do exercício físico para diabéticos. .............................................19 
3.4 Os benefícios da atividade física de ata intensidade para diabéticos do tipo 2. .......................21 
4. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................... 23 
4.1 Bases de Dados consultadas ...........................................................................................................23 
4.1.1 Critérios de inclusão ........................................................................................................................23 
4.1.2 Critérios de exclusão.......................................................................................................................23 
4.1.3 Estratégia de busca ........................................................................................................................23 
5. RESULTADOS ....................................................................................................................... 25 
6. DISCUSSÃO ........................................................................................................................... 28 
7. CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 30 
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 28 
 
6 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Atualmente tem se falado muito sobre alimentação ideal, programas milagrosos 
que prometem emagrecimento, receitas fabulosas com e sem glúten, diversas estratégias 
para a promoção do emagrecimento rápido. No último século diversas mudanças 
ocorreram no estilo de vida das pessoas. O momento em que o mercantilismo deu lugar 
ao capitalismo, a troca do cultivo onde se exigia um grande gasto energético para obter 
o alimento, pelo dinheiro para comprar o alimento, aliado a uma produção massiva na 
área da alimentação foi um divisor de águas no estilo de vida populacional o que elevou 
o índice de obesidade e doenças ligadas ao estilo de vida sedentário. (DELAHANTY 
2014). 
A diabetes se tornou um dos grandes males sociais, seja genética ou adquirida 
pela falta da manutenção da forma física e alimentar (estilo de vida). Com as novas 
características de doenças tem-se buscado sair do plano cartesiano de cuidar, buscando 
novos modelos de forma multidisciplinar para que se possa enxergar o corpo como um 
todo e intervir com mais qualidade por uma melhor resposta no diagnóstico e prognóstico 
de patologias. Tentando assim proporcionar uma melhora das atividades de vida diária, 
seja pela manutenção ou ganho nas valências consideradas importantes para ter a 
glicose controlada evitando os agravantes secundários da doença. (NATHAN; 
DELAHANTY.2014) 
Dentre estas doenças, a diabetes mellitus tipo 2 (DT2) é uma das que apresentam 
maior crescimento populacional. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, 
a prevalência mundial estimada de diabetes foi de 382 milhões de pessoas em 2013 com 
uma projeção de 592 milhões de pessoas que sofrem de diabetes em 2030 (MADSEN et 
al. 2015). 
Níveis glicêmicos cada vez mais altos têm sido encontrados na população, ainda 
que não sejam suficientes para classifica-las como diabéticos, estas pessoas se 
encontram acima da concentração ideal, este quadro é chamado de intolerância à glicose 
ou pré-diabetes, um fato precursor da doença. Embora não seja possível modificar as 
7 
 
informações genéticas de um indivíduo pode-se intervir através de uma boa alimentação, 
atividade e exercício físico. Sendo assim parece ser de grande importância verificar o 
efeito de diferentes intervenções de exercícios na concentração de glicose sanguínea 
para a prevenção ou atenuar os efeitos da diabetes. (NATHAN; DELAHANTY.2014) 
A DT2 pode ser definida como uma desordem metabólica caracterizada pela 
diminuição da secreção de insulina e secreção anormal de glucagon (MADSEN et al. 
2015) essas complicações crônicas do DT2 acarretam a diminuição da capacidade 
funcional, autonomia e qualidade de vida dos indivíduos (COSTA; SILVA et al. 2017). 
Existem basicamente duas causas de base do DT2 sendo uma o desenvolvimento da 
resistência à insulina. Nessa condição os tecidos do organismo se tornam menos 
sensíveis aos seus efeitos, assim a glicose circulante na corrente sanguínea não é 
adequadamente carreada pra dentro das células havendo um aumento na concentração 
do açúcar no plasma sanguíneo. Dessa forma, para que haja a redução de glicose na 
corrente sanguínea passa a ser necessária uma quantidade maior de insulina. A segunda 
causa do diabetes tipo 2 é a incapacidade das células pancreáticas em aumentar a 
produção de insulina para suprir a demanda. A resistência à insulina, a queda da 
secreção de insulina ou ambas, podem resultar no desenvolvimento do DT2. (NATHAN; 
DELAHANTY.2014) 
A diabetes pode ocorrer em qualquer idade, porém geralmente é diagnosticada 
após os 40 anos. É importante ressaltar que a diabetes gera doenças secundárias 
causando amputações, cegueira, doenças cardiovasculares, coronarianas e acidentes 
vasculares. Algumas pesquisas apontam que a qualidade de vida (QV) de portadores 
DT2 é menor em relação a não portadores. O tipo, idade, fatores psicológicos, sociais, 
educacionais, conhecimento da patologia e tipo de assistência, podem interferir na QV 
destes indivíduos. Melhorar a qualidade de assistência, programas que preveem uma 
boa educação primária para o uso correto da insulina junto a um programa de exercício 
monitorado aos portadores de DT2 são discursões bastante pertinentes para um bom 
prognóstico sem grandes complicações, estudos apontam que diabéticos que 
administram corretamente a insulina aliada a uma dieta e atividade física temmenos 
chance de ter pior qualidade de vida e complicações secundárias. (CORREA et al. 2015). 
8 
 
Alguns estudos recentes propõem que as células ricas em gordura produzem 
substâncias químicas que tornam os tecidos resistentes aos efeitos da insulina, e quanto 
maior quantidade de células de gordura, mais dessas substâncias químicas serão 
produzidas pelo organismo, fazendo com que a glicose não consiga entrar nas células e 
acumule no sangue, especialmente após as refeições. Desta maneira buscando fomentar 
programas e medidas de prevenção e combate a obesidade. (NATHAN; 
DELAHANTY.2014) 
Está bem estabelecido que a atividade física promove uma melhora na 
homeostase da glicose sanguínea, recomenda-se que os pacientes com DT2 realizem 
pelo menos 150 minutos por semana de exercício. (MADSEN et al. 2015). 
O treinamento intervalado de alta intensidade (high intensity interval training-HIT) 
pode ser definido por picos de alta intensidade seguido de um curto período de 
recuperação (ACSM, 2014). No contexto atual da sociedade, quando comparamos o HIT 
e o treinamento com relação ao tempo disponível para treinamento parece ser claro que 
não há como não preferir o método que traz resultados com seções menores, além de 
outras vantagens do HIT. Há protocolos com duração de 4 minutos, contabilizando 
momentos de estimulo e recuperação (TABATA et al. 1996). 
Encontrar protocolos seguros e sua prescrição é de fundamental importância para 
que os benefícios deste treinamento seja efetivo no controle da DT2, afinal submeter 
indivíduos diabéticos a esforços máximos exige uma prescrição detalhada e bastante 
individualizada, sendo assim avaliar estes protocolos são de grande importância para a 
sua correta aplicação. 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
2. OBJETIVOS 
 
2.1 Objetivo geral. 
Verificar através de artigos científicos publicados na literatura os efeitos do 
treinamento de alta intensidade e baixo volume na queda do índice glicêmico sanguíneo 
em pacientes com diabetes mellitus tipo 2. 
 
2.2 Objetivos específicos. 
Identificar se o treinamento de alta intensidade e baixo volume promove uma 
queda dos índices glicêmicos para pessoas com diabetes tipo 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
3. DESENVOLVIMENTO 
3.1 Diabetes 
Nos últimos anos houve um aumento significativo no quadro de diabetes tipo 2. 
Cada vez têm se encontrado níveis glicêmicos mais altos em pessoas, e embora não 
sejam suficientes para classifica-las como diabéticos, estão acima da concentração ideal. 
Este quadro é chamado de intolerância à glicose ou pré-diabetes. (NATHAN; 
DELAHANTY.2014). 
Para que possamos entender a diabetes é precisamos primeiro saber sobre o 
metabolismo normal. Geralmente o nosso organismo direciona e armazena energia para 
sua manutenção basal ou em atividades físicas diárias e exercícios, como por exemplo a 
gordura. Existem três grupos de nutrientes da dieta que fornece energia para a realização 
de atividades que são carboidratos, gorduras e proteínas. Os carboidratos e gorduras 
fornecem a maior parte desta energia. Os carboidratos são quebrados e fragmentados 
no intestino, em cadeias menores que caem na corrente sanguínea por exemplo em 
forma de glicose, uma das mais importantes fontes de energia, um açúcar que é 
transportado por enzimas para dentro das células onde é transformado e armazenado 
nos músculos e fígado (figura 1- A digestão) em forma de glicogênio, um carboidrato 
complexo que serve como reservatório de energia quando necessário, e liberado em 
forma de ATP (adenosina trifosfato). (NATHAN; DELAHANTY.2014). 
Nas últimas décadas os estudos clínicos mostram que pessoas com diabetes 
podem ter vida longa, melhor qualidade de, podendo alcançar valores quase normais de 
glicose sanguínea. Além disso foram desenvolvidos tratamentos que diminuem 
efetivamente a pressão arterial e os níveis de colesterol. (NATHAN; DELAHANTY.2014). 
 
 
 
 
11 
 
Figura 1: A digestão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para que o açúcar consiga chegar na célula, na maioria das vezes ele precisa ser 
transportado pela insulina, um hormônio produzido pelas células beta no pâncreas, órgão 
localizado no abdome que também secreta a insulina. O pâncreas contém pequenos 
aglomerados de células chamados de Ilhotas de Langerhans que representam 1 a 2 por 
cento da massa pancreática. A insulina é um hormônio peptídico consistindo de duas 
cadeias lineares, a cadeia A (21 aminoácidos) e a cadeia B (30 aminoácidos). (MADSEN 
et al. 2015). 
A insulina também é responsável pelos processos no interior das células e 
determinam o armazenamento do açúcar na forma de glicogênio, dos ácidos graxos sob 
forma de gordura, e o uso dos aminoácidos, que são as unidades formadoras de 
proteínas. A insulina também evita a quebra das proteínas, da gordura e do glicogênio. 
(MADSEN et al. 2015). 
A insulina armazena energia e estimula a formação de tecidos e o crescimento. 
Quando o nível de glicose na corrente sanguínea diminui, a produção e secreção de 
insulina também é diminuída, revertendo também o processo: o açúcar é liberado dos 
depósitos, ao invés de ser armazenado no sacoplasma muscular e fígado; a gordura 
Fonte: https://pt.slideshare.net/rukka/sistema-digestivo-14658548 
12 
 
Fonte: http://www.medicinageriatrica.com.br/2013/05/21/transpote-de-glicose-glut-4-nos-diabetes-e-obesidades/ 
Figura 2: A absorção da glicose 
passa a ser fragmentada liberando ácidos graxos; e as proteínas são quebradas ao invés 
de sintetizadas. A insulina atua como uma espécie de guarda de trânsito direcionando os 
nutrientes para o armazenamento e o crescimento (fig.2-A absorção da glicose). Quando 
o nível de insulina diminui, o trafego se move na direção oposta, com a energia sendo 
liberada de seus locais de armazenamento. (MADSEN et al. 2015). 
Isto é o que ocorre num indivíduo saudável. Se algo interrompe qualquer uma 
etapa desse sistema de sintonia fina, surgem problemas. O diabetes é sem de dúvidas o 
mais frequente distúrbio do metabolismo. (NATHAN; DELAHANTY.2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1.1 Tipos de diabetes. 
A diabetes mellitus possui duas classificações: tipo 1 (DT1) e tipo 2 (DT2), ambas 
caracterizadas por um conjunto de alterações metabólicas nos níveis glicêmicos 
sanguíneo. Estas alterações podem ser explicadas tanto pela diminuição da produção 
13 
 
quanto pela falta de sensibilidade à ação da insulina causando uma cascata de efeitos 
provenientes a esta desordem metabólica. (NATHAN; DELAHANTY.2014). 
No caso da DT1, o organismo ainda produz pouca ou nenhuma insulina, por conta 
de um processo autoimune que destrói as ilhotas pancreáticas que secretam insulina. No 
DT2 o organismo cria uma resistência à insulina que se torna incapaz de transportar a 
glicose para o citoplasma celular aumentando a concentração de açúcar na corrente 
sanguínea, este aumento pode trazer vários danos como cegueira, falência renal, úlceras 
dos pés e amputações além de disfunções de outros órgãos. Ambos os tipos de diabetes 
aumentam o risco de desenvolvimento de doenças cardíacas e acidente vascular 
cerebral. (NATHAN; DELAHANTY.2014). 
Apesar de características bastante comuns se diferenciam em alguns aspectos 
(tabela 1). Como por exemplo o fato do DT1, bastante conhecida como diabetes infanto-
juvenil por ocorrer tipicamente em crianças e adultos jovens, é tratado com insulina, 
também conhecido como insulinodependentes. Não se sabe ao certo qual o botão inicial 
que aciona e desencadeia o ataque sistêmico das células pancreáticas, alguns genes 
herdados torna o indivíduo mais vulnerável, sabe-se que não é causado primariamente 
pelo estilo de vida, excesso de peso ou obesidade; entretanto o controle de peso e 
exercícios regulares são importantes no tratamento ajudando a manter os níveis de 
açúcar no sangue o mais próximopossível dos valores normais de uma pessoa não 
diabética. (NATHAN; DELAHANTY.2014). 
Por bastante tempo a diabetes tipo 2 foi considerada uma doença de adultos, por 
se manifestar geralmente a partir de os 40 anos de idade, numa fase mais tardia da vida, 
porém com o acentuado crescimento no índice de obesidade infantil, a doença tem se 
tornado cada vez mais comum em adultos mais jovens e adolescentes. (NATHAN; 
DELAHANTY.2014). 
Há basicamente duas causas da diabetes do tipo 2. Uma é o desenvolvimento da 
resistência à insulina. Essa condição faz com que os tecidos do organismo se tornem 
menos sensíveis aos efeitos da insulina. Consequentemente, o açúcar que circula no 
corpo não tem tanta facilidade para sair do sangue e entrar nas células. Para que o açúcar 
no sangue diminua efetivamente e para que a insulina possa realizar suas outras 
14 
 
“tarefas”, passa a ser necessária uma quantidade maior de insulina. A segunda causa do 
diabetes tipo 2 é a incapacidade de aumentar a produção de insulina para fazer frente a 
esse aumento de demanda. A resistência à insulina, a queda da secreção de insulina ou 
ambas, podem resultar no desenvolvimento do diabetes tipo 2. (NATHAN; 
DELAHANTY.2014). 
Vários fatores podem contribuir para o início da resistência à insulina: excesso de 
peso, idade, vida sedentária, propensão genética e certas doenças que afetam o 
equilíbrio hormonal, como a síndrome do ovário policístico. Não se sabe exatamente o 
porquê e o que causa a resistência à insulina, e como se desenvolve, provavelmente há 
mais de uma explicação para isso, algumas pesquisas mais recentes apontam que as 
células ricas em gordura produzem substâncias químicas que tornam os tecidos 
resistentes aos efeitos da insulina, Se a quantidade de células de gordura é maior, como 
no caso da obesidade, mais dessas substâncias químicas são produzidas, O resultado é 
que o açúcar não consegue entrar nas células e começa a se acumular no sangue, 
especialmente após as refeições. O alto nível de açúcar na corrente sanguínea leva 
consequentemente as células beta a produzirem mais e mais insulina para tentar 
“empurrar” o açúcar para dentro das células. E, como o aumento dos níveis de açúcar no 
sangue também provoca a resistência à insulina, instala-se um ciclo vicioso. (NATHAN; 
DELAHANTY.2014). 
 
Tabela 1 - Classificação da diabetes 
DIABETES TIPO 1 TIPO 2 
CARACTERISTICAS 
O pâncreas não produz insulina 
(insulinodependente). 
Resistência à ação da insulina. 
CAUSAS 
Processo autoimune que leva a 
destruição das células beta pancreáticas 
por causa desconhecida 
Predisposição genética, fatores 
hereditários, a alimentação, obesidade e 
sedentarismo. 
PREVALÊNCIA 10% dos casos 90% dos casos 
MAIOR INCIDÊNCIA Infância e adolescência Comum a partir dos 30 anos. 
MANIFESTAÇÃO 
Abrupta, sede excessiva, alta frequência 
urinaria e perca de peso. 
Mais lenta, na maioria das vezes 
assintomática, fome, sede constante e 
cansaço frequente. 
CONTROLE 
Insulina exógena, exercício físico e dieta. Medicamentos orais, aplicação de 
insulina, dieta e exercício físico. 
Fonte: Criado pelo autor do trabalho 
15 
 
3.2 Atividade intervalada de alta intensidade (HIT) 
O HIT pode ser definido como um programa aeróbico de alta intensidade em um 
curto espaço de tempo, e que apesar de não ser novidade é apontado como tendência 
pelo colégio americano de esportes e medicina (ACSM, 2014). De acordo com Dantas 
(1998) o método intervalado consiste em uma relação estimulo x esforço submáximo com 
intervalos de recuperação parcial. 
Em 1945 ainda no período pré-científico o corredor tcheco Emil Zatopeck 
desenvolveu o treinamento intervalado tendo como base os conhecimentos de Toni Nett, 
este treinamento consistia em percorrer distâncias de 200 a 400 metros com intervalos 
de 1 minuto entre as repetições. (ALMEIDA et al., 2000). Algum tempo depois, já no 
período cientifico, Gerschller investigou mais afundo o método, mudando as variáveis de 
distância e recuperação estudadas por Zatopek comprovando que desde muito tempo já 
se buscava obter melhores resultados com menor volume de treinamento. (Ibidem, 2000). 
Parpa et al. (2009) investigou os efeitos do HIT em quatro indivíduos sedentários 
(9 mulheres, 5 homens, idade: 57 ± 6,7 anos, peso: 94,3 ± 23,8 kg, altura: 170,5 ± 8,5 
cm) 5 homens, idade: 57 ± 6,7 anos, peso: 94,3 ± 23,8 kg, altura: 170,5 ± 8,5 cm) durante 
12 semanas, utilizando um com 30 minutos de duração. Dentre as respostas 
provenientes do treinamento, verificou uma queda significativa dos valores da pressão 
arterial sistólica, pressão arterial diastólica, frequência cardíaca de repouso, os valores 
de glicemia de jejum e peso corporal. 
Em um conceito atual, pensando em otimizar o tempo, quando comparado o 
treinamento de alta intensidade ao continuo por exemplo, e traçando uma relação entre 
o tempo disponível parece claro que não há como não optar pelo método que promete 
melhor resultado em sessões menores. Além de a vantagem de o HITT ser mais 
acessível quando se pensa, por exemplo, em sprints de corrida ao ar livre, podendo ser 
praticado em qualquer lugar apontando ter um maior custo benefício. Existem protocolos 
com duração de 4 minutos por exemplo. (TABATA et al., 1996). 
 
16 
 
3.3 Diabetes e exercício físico. 
A DT2 pode ser definida como uma desordem metabólica caracterizada por 
insuficiente secreção de insulina e secreção anormal de glucagon. De acordo com a 
Federação Internacional de Diabetes, a prevalência mundial estimada de diabetes foi de 
382 milhões de pessoas em 2013 com uma projeção de 592 milhões de pessoas que 
sofrem de diabetes em 2030. Já se sabe bem a respeito dos benefícios da atividade e 
exercício físico e a sua melhora na homeostase da glicose, trazendo uma diminuição do 
quadro de obesidade e oferecendo um controle geral da glicemia em pacientes com 
DT2. A partir de 2013, recomenda-se que os pacientes com DT2 realizem pelo menos 
150 minutos por semana de exercício aeróbio de intensidade moderada correspondente 
a 50-70% da frequência cardíaca máxima. Alguns estudos já apontam a importância da 
pratica regular do exercício moderado a intenso para aumentar a sensibilidade à insulina 
de pessoas com DT2, pesquisas moleculares e metabólicas apontaram ligações 
fisiológicas importantes entre os benefícios relacionados à saúde da atividade física e do 
DT2. Embora já se saiba que o exercício físico representa um papel importante no 
tratamento do DT2, as estratégias existentes enfrentam enormes desafios, incluindo a 
falta de adesão, motivação e tempo para seguir estas diretrizes. (MADSEN et al. 2015). 
No tratamento da diabetes o exercício físico é um grande aliado no controle dos 
níveis glicêmicos e comorbidadades como a dislipidemia, reduz o risco cardiovascular e 
hipertensão. Caracterizam-se normais indivíduos com níveis glicêmicos menores que 
100mg/dl, sendo índices maiores ou iguais a 126mg/ considerados diabéticos. O teste 
pode ser laboratorial ou em aparelhos portáteis através de uma amostra sanguínea. A 
obesidade pode ser mensurada pelo IMC (índice de massa corporal) pela relação Massa 
corporal dividida pela altura, ou pelo protocolo de dobras cutâneas. (OLIVEIRA & 
VENCIO. 2014). 
Antes de iniciar o programa de exercícios, deve-se pensar em uma avaliação 
minuciosa e detalhada a partir do diagnóstico de cada indivíduo para a devida prescrição. 
Esta avaliação criteriosa deve seguir os princípios e padrões da individualidade biológica, 
levando em consideração as possíveis complicações micro e macro vasculares que 
variam de acordo com cada paciente e que podem ser ainda mais agravadas pelo 
17 
 
programa de exercício proposto, buscando a partir daí diretrizes que possam minimizar 
os riscos para o diabético. (ACSM, 2013). 
Durante o exercício o consumo médio de oxigênio pode vir a aumentar em até 
vinte vezes dependendo da atividade, e chegaa ser ainda maior nos grupamentos 
musculares em atividades. Em resposta ao estimulo, o musculo aumenta bruscamente o 
consumo de suas reservas energéticas de triglicerídeos e glicogênios para suprir esta 
demanda aumentada devido ao estimulo. O glicogênio e triglicerídeos armazenados no 
musculo são quebrados e liberados na corrente sanguínea para preservar as funções do 
sistema nervoso central. Por isto os níveis de fisiológicos de glicose sanguínea devem 
ser preservados ao máximo durante o exercício para evitar o suprimento do SNC devido 
a uma hipoglicemia, o que não é comum em indivíduos que não sofrem de diabetes. 
Estes ajustes que buscam a manutenção do nível ótimo de glicose durante o exercício 
físico são em grande parte mediados por hormônios que controlam o ciclo insulina x 
glucagon. A redução da concentração de insulina no plasma e a presença de glucagon 
são necessárias para que haja um aumento de produção de glicose hepática durante o 
exercício. Já em exercícios de maior duração nota-se o aumento das catecolaminas e 
glucagon. Estas respostas hormonais são diferentes em pacientes com DT1 devido à 
falta ou pouca produção de insulina. Sendo assim, insulinodependentes submetidos a 
uma condição baixa de insulina pela má administração podem ter uma liberação 
excessiva de glucagon durante o exercício levando a uma hiperglicemia, podendo 
desencadear uma cetoacidose diabética. Contrário a isso, uma alta concentração de 
insulina por via exógena no ambiente sanguíneo pode dificultar o transporte de glicose e 
outros substratos que são induzidos pelo exercício, causando uma hipoglicemia. Este 
conceito também pode ser aplicado em DT2 em tratamento com insulina ou sulfoniluréias; 
entretanto, não é comum casos de hipoglicemia durante o exercício em casos de DT2. 
Sem dúvidas este grupo é beneficiado com o aumento da sensibilidade à insulina, que 
auxilia na redução na glicemia. (ACSM, 1990). 
Pode ser observado após uma sessão de exercício fisco a redução da glicemia 
capilar, que pode ser explicada devido ao aumento da permeabilidade à glicose nas fibras 
musculares ativas, mesmo com a ausência ou deficiência da ação da insulina. Desta 
forma, o exercício físico regular causa um aumento da captação e do metabolismo da 
18 
 
glicose no músculo, também melhora a síntese e transporte de Glut-4, transportadores 
de glicose no tecido adiposo, músculo esquelético e músculo cardíaco. (ACSM, 2012). 
Cambri et al, avaliou a glicemia capilar pré e pós sessão de exercícios físicos e 
verificou uma diminuição da mesma nos indivíduos diabéticos em 78,0% das sessões 
analisadas, sofrendo variações de 0,4 até 62,5% em relação à glicemia pré-exercício. 
Também foi constatado, que há uma redução média da glicemia após as sessões de 
exercícios físicos, que foi de 18,0% (p<0,05). 
Volpato e Zaboti realizaram um estudo onde o exercício foi realizado de maneira 
contínua, e os níveis de glicose chegaram a diminuir cerca de 50% do seu valor inicial. 
Durante o exercício, o transporte de glicose na célula muscular (GLUT 4) aumenta, assim 
como a sensibilidade da célula à ação da insulina. Isso se deve ao aumento do aporte 
sanguíneo, um importante fator regulador que permite a disponibilidade desse substrato 
à musculatura. A glicose entra na musculatura através da difusão facilitada através dos 
GLUTs sendo mediado pela insulina e o exercício. O aumento de transportadores de 
glicose para o citoplasma celular pode ou não ser dependente de insulina. Podendo 
também haver translocação de GLUT4 para a membrana muscular durante o exercício 
mesmo em ausência de insulina. 
Em indivíduos saudáveis, a ligação da insulina ao seu receptor na membrana 
plasmática faz com que ocorra a auto fosforilação dos resíduos de tirosina do receptor, 
fosforilação dos substratos do receptor de insulina IRS1 e IRS2 e ativação do fosfatidil 
inositol 3-quinase. Isso faz com que ocorra a translocação do Glut-4 para o interior da 
célula. Quando há pratica de exercícios, os mecanismos moleculares envolvidos na 
translocação dos transportadores de glicose, independentemente da ação da insulina, 
não são imediatos, porém, não ocorre fosforilação dos receptores nem ativação da PI 3-
quinase (OLIVEIRA & VENCIO. 2014). 
Evidências parecem indicar que um mediador do processo de translocação é o 
cálcio, pois este inicia ou facilita a ativação de moléculas sinalizadoras que leva aos 
efeitos imediatos e prolongados do exercício sobre o transporte de glicose no músculo. 
A insulina, assim como o exercício, tem efeito hipoglicemiante com melhora na captação 
de glicose, porém durante o exercício ocorre entrada de glicose na célula independente 
19 
 
da ação da insulina. A liberação do cálcio pelo retículo sarcoplasmático durante a 
contração desencadeia a cascata de sinalização para a translocação dos transportadores 
de glicose (Glut 4) presentes nas células musculares, ocorrendo assim a entrada de 
glicose na célula ocasionando o efeito hipoglicemiante. Com indivíduos diabéticos 1 e 2, 
durante o exercício, a captação de glicose aumenta de forma semelhante à indivíduos 
saudáveis. A hipoglicemia induzida pelo exercício pode ocorrer durante, após ou depois 
de algumas horas. Em indivíduos não diabéticos, durante o exercício, ocorre redução da 
concentração de insulina no plasma evitando a hipoglicemia. (MADSEN et al. 2015). 
Em indivíduos diabéticos, essa redução não ocorre e, além disso, o exercício 
aumenta os efeitos da insulina ministrada ocorrendo queda da produção de glicose pelo 
fígado aumentando consequentemente o uso de glicose pelos músculos em atividade e 
essa dessincronização leva à hipoglicemia. Pode-se observar também, tendência ao 
aumento da glicemia após cessar o exercício. Este estudo utilizou protocolo semelhante 
ao de um estudo prévio por nosso grupo envolvendo indivíduos diabéticos. (MADSEN et 
al. 2015). 
Os efeitos do exercício sobre a homeostase glicêmica envolvem mecanismos a 
curto e longo prazo. Os estudos dos efeitos em longo prazo têm evidenciado benefícios 
no controle e prevenção do diabetes. Os efeitos em curto prazo parecem ser mais 
evidentes em indivíduos não diabéticos. Fato que corrobora com os resultados 
encontrados no presente estudo, quando foi realizada a análise entre os grupos, com 
redução significativa da glicemia durante o exercício apenas do grupo controle. 
(NATHAN; DELAHANTY.2014). 
 
3.3.1 Diretrizes para a prescrição do exercício físico para diabéticos. 
Preparar o indivíduo para um programa que não oferece riscos e que seja 
agradável é tão importante quanto o exercício em si. Um indivíduo mais jovem pode 
participar da maioria das atividades, já os de meia e terceira idade precisam de um 
programam um pouco mais seleto para evitar lesões mais graves. Deve se levar em 
consideração todo o processo de envelhecimento que acarreta uma série de 
20 
 
comorbidades como, por exemplo, a perca da densidade mineral óssea, fibras 
musculares, enfraquecimento de ligamentos e articulações, tudo isso associado à 
diabetes acelera o processo degenerativo. Neste caso o indivíduo precisa ser estimulado 
a ser fisicamente ativo e examinado corretamente de acordo com os problemas relatados 
acima (ACSM, 2014). 
Uma boa prescrição para diabéticos ou até mesmo não diabéticos, deve-se prever 
o tempo adequado para aquecimento e volta à calma. O aquecimento pode levar em 
média de dez minutos a cinco minutos, com uma atividade aeróbica ou articular especifico 
de baixa intensidade, servindo para preparar além de os grupamentos musculares que 
serão utilizados, melhorar a irrigação muscular, o aumento da ventilação e consequente 
respiração melhorando a troca gasosa durante o exercício, tendo assim uma melhor 
resposta na progressão da atividade e evitando lesões. Após o aquecimento é indicada 
uma sessão de alongamento muscular de aproximadamente dez minutos, enfatizando 
principalmente osmúsculos que serão utilizados no exercício em questão. Em após 
realizar a atividade principal deve se prever um resfriamento. Este momento deve durar 
de dez a quinze minutos com o objetivo de abaixar a frequência cardíaca aos níveis de 
pré-exercício. (ACSM, 2014). 
Alguns fatores são importantes e específicos para os diabéticos. Deve-se 
recomendar o exercício físico; porém algumas medidas de precaução são de extrema 
importância para a prevenção lesões no ambiente ao qual o indivíduo será exposto, o 
cuidado deve ser redobrado para os pés. A adoção de sapatos com solas de silicone, 
sistemas de amortecimento, meias de algodão ou poliéster para a prevenção de bolhas, 
manter os pés sempre secos buscando reduzir ao máximo traumas nos pés. Deve-se 
pensar no tipo de calçado adequado para cada um, principalmente em diabéticos com 
neuropatia periférica. Verificar antes e depois do programa de exercício proposto se há 
bolhas, ou outras lesões provenientes ou não da atividade realizada. É importante que o 
indivíduo tenha uma etiqueta em algum local visível que o identifique como diabético. É 
importante salientar uma boa hidratação já pensando nos impactos da desidratação 
sobre a glicemia e funções cardíacas, principalmente durante exercícios no calor. É 
recomendada a hidratação antes (aproximadamente 500ml de agua duas horas antes do 
exercício). Durante o exercício fazer a ingestão de liquido mesmo sem sentir sede para 
21 
 
compensar a perca pelo suor. Também evitar situações de extremo calor ou frio. (ACSM, 
2010). 
 
3.4 Os benefícios da atividade física de ata intensidade para diabéticos do tipo 2. 
Pesquisas recentes abordam os efeitos benéficos para a saúde de diferentes 
regimes de treinamento de intervalo de alta intensidade (HIT) para DT2. Novas 
descobertas incluem redução da hiperglicemia após 2 semanas de HIT em ciclo-
ergômetro, ação de insulina melhorada e capacidade metabólica do músculo esquelético 
aumentada após intervalos de caminhada e função de células β pancreáticas melhoradas 
e fenômenos fisiológicos que acontecem na tentativa de regular o metabolismo do corpo 
inteiro em pacientes com DT2. Estes efeitos benéficos para a saúde parecem ser 
independentes das alterações no peso corporal em regimes de treinamento de 
intensidade leve, moderada e intensa, e o controle glicêmico pode ser ainda mais 
melhorado pelas intensidades acima das diretrizes recomendadas (SHABAN,2014). 
Shaban et al. (2014) investigou os efeitos do treinamento de alta intensidade em 
diabéticos com idade média de 40,2 (± 9,7) anos e IMC acima de 24,99. O protocolo 
consistiu em seis sessões individualizadas de 4x30s a 100% da carga máxima com 
intervalo ativo de 4 minutos. Este estudo constatou que o nível de glicose sanguínea foi 
reduzida imediatamente após cada sessão com significância estatística de (P<0,05). 
Parece haver evidências acumuladas de que HIT induz aumento da perda global 
de gordura e perda de massa de massa abdominal em oposição ao treinamento de 
resistência contínua tradicional. As adaptações cardiovasculares que aparecem com HIT 
são comparáveis, ou mesmo às vezes superiores em oposição ao treinamento de 
resistência contínua tradicional. No entanto, na população do DT2, a pesquisa em 
mudanças induzidas por treinamento de longo prazo do controle glicêmico e da 
homeostase pancreática é escassa e um conhecimento detalhado adicional sobre esse 
assunto é necessário para avaliar o verdadeiro efeito clínico do treinamento 
(SHABAN,2014). 
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4530878/#pone.0133286.ref015
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4530878/#pone.0133286.ref015
22 
 
As adaptações cardiovasculares que aparecem com HIT são comparáveis, ou as 
vezes superiores às do treinamento de resistência contínua tradicional. No entanto, na 
população do DT2, a pesquisa em mudanças induzidas por treinamento de longo prazo 
do controle glicêmico e da homeostase pancreática é escassa e um conhecimento 
detalhado adicional sobre esse assunto é necessário para avaliar o verdadeiro efeito 
clínico do treinamento. (SHABAN,2014). 
 
 
 
23 
 
4. MATERIAIS E MÉTODOS 
Trata-se de um estudo de revisão integrativa de literatura, realizado nas bases de 
dados multidisciplinares e nas bases específicas da área de saúde no período de 12 abril 
a 28 de junho de 2017. 
 
4.1 Bases de Dados consultadas 
As bases de dados consultadas para a realização deste estudo foram: Medical 
Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE/ PubMed) e Scientific 
Electronic Library Online (SciELO). 
 
4.1.1 Critérios de inclusão 
Foram considerados artigos científicos autorais nas línguas inglesas e 
portuguesas que abrangessem o período de 2011 a 2017, que abordassem o tema 
atividade intervalada de alta intensidade e Diabetes Mellitus tipo 2 e seus impactos nos 
níveis glicêmicos. 
 
4.1.2 Critérios de exclusão 
Foram excluídos todos os estudos que não atendessem aos critérios citados 
acima, ou que fugissem dos objetivos gerais e específicos, que usassem animais como 
grupo de teste, tivessem mais de seis anos de publicação, história de doença renal ou 
hepática em estágio final, neuropatia, retinopatia, hipertensão, doença cardiovascular ou 
outra contraindicação ao exercício. 
 
4.1.3 Estratégia de busca 
O principal descritor utilizado foi Diabetes Mellitus tipo 2 e exercício físico a partir 
dos Descritores em Ciências da Saúde – DeCS. 
24 
 
Na estratégia de busca foram utilizados nas bases de dados Medical Literature 
Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE/ PubMed), Scientific Electronic Library 
Online (SciELO) as palavras: HIT and diabetes mellitus, high intensity interval training and 
diabetes mellitus e diabetes type 2 and HIT. 
 
25 
 
5. RESULTADOS 
 
Um total de 69 artigos foi identificado. 64 artigos no PubMed e 5 artigos no SciELO. 
Foram para análise de título 47 artigos. 
Retirados os artigos que não foram aceitos para esta revisão, foram escolhidos 3 
artigos (Madsen et al, 2015, Little et al, 2011 e Gillen et al, 2012.). O processo de seleção 
dos estudos está representado na figura 3. 
 
 
 
Figura 3: Fluxograma 
 
 
 
 
26 
 
A tabela 2 apresenta as características da amostra, os procedimentos 
metodológicos e os principais resultados desses estudos.
27 
 
Table 2 - Características descritivas dos estudos selecionados 
Base de 
dados 
Autor / Período Titulo Descrição do estudo 
Objetivos Métodos Resultados 
 
PubMed 
 
Madsen SM, Thorup AC, 
Overgaard K, Jeppesen PB. 
PLoS One. 2015 Aug 10; 
10(8):e0133286. Doi: 
10.1371/journal.pone.01332
86. eCollection 2015. 
 
 
High Intensity Interval Training 
Improves Glycaemic Control and 
Pancreatic β Cell Function of Type 2 
Diabetes Patients. 
O treinamento de intervalo de alta 
intensidade melhora o controle 
glicêmico e a função celular p 
pancreática dos pacientes com 
diabetes tipo 2. 
 
 
 
Nós investigamos o 
controle glicêmico, a 
função pancreática e a 
massa total de gordura 
antes e após 8 semanas de 
treinamento de intervalo de 
alta intensidade de baixo 
volume (HIT) em ergômetro 
de ciclo em pacientes com 
T2D e indivíduos com 
controle saudáveis 
correspondentes 
 
 Método / método do estudo: Idosos (56 
anos ± 2), pacientes não ativos de T2D (n 
= 10) e controles saudáveis (CONCHA) (N 
= 13) combinados (52 anos ± 2) exercidos 
3 vezes (10 × 60 seg. HIT) por semana 
durante um período de 8 semanas em um 
cicloergômetro. 
 
O HIT melhora o controle geral da 
glicemia e a função das células β 
pancreáticas em pacientes com 
DM2. Além disso, Observaram-se perdas 
significativas na massa de gordura 
abdominal em ambos os grupos (T2D: p 
= 0,004 e CON: p = 0,02), 
correspondendo a uma variação 
percentual de -17,84% ± 5,02 e -9,66% ± 
3,07, respectivamente. Conclusão: estes 
resultados demonstram que o HIT 
melhora o controle geral da glicemia e a 
função das célulasβ pancreáticas em 
pacientes com DM2. 
 
 
 
PubMed 
 
Gillen JB, Little JP, 
Punthakee Z, Tarnopolsky 
MA, Riddell MC, Gibala MJ. 
Diabetes Obes Metab. 2012 
Jun; 14(6):575-7. doi: 
10.1111/j.1463-
1326.2012.01564.x. Epub 
2012 Feb 20. 
 
 
Acute high-intensity interval exercise 
reduces the postprandial glucose 
response and prevalence of 
hyperglycaemia in patients with type 
2 diabetes. 
 
O exercício agudo de intervalo de 
alta intensidade reduz a resposta de 
glicose pós-prandial e a prevalência 
de hiperglicemia em pacientes com 
diabetes tipo 2. 
 
 
 
 
Examinar o sangue de 24 
horas e a sua 
resposta de glicose após 
uma única sessão de HIT 
de baixo volume em 
pessoas com diabetes tipo 
2 usando monitoramento 
contínuo de glicose (CGM). 
Nós hipotetizamos que HIT 
agudo diminuíria. 
 
 
Uma sessão de HIT consistindo de 
esforços de ciclismo de 10 × 60 s a uma 
frequência cardíaca máxima de ~ 90%, 
intercaladas com um descanso de 60 s. 
Sete adultos com DM2. 
Sofreu CGM por 24 h em duas ocasiões 
sob condições dietéticas padrão: após HIT 
agudo e em um dia de controle sem 
exercício (CTL). 
 
 
Hiperglicemia reduzida medida como 
proporção de tempo gasto acima de 10 
mmol / l (HIT: 4,5 ± 4,4 vs. CTL: 15,2 ± 
12,3%, p = 0,04). Pós-prandial 
A hiperglicemia, medida como a soma 
das áreas pós-refeição sob a curva de 
glicose, também foi menor após HIT 
versus CTL (728 ± 331 vs. 1142 ± 
556 mmol / l · 9 h, p = 0,01). Esses 
achados destacam o potencial de HIT 
para melhorar o controle glicêmico no 
T2D. 
 
 
 
 
 
PubMed 
 
 
Jonathan P. Little, Jenna B. 
Gillen, Michael E. Percival, 
Adeel Safdar, Mark A. 
Tarnopolsky, Zubin 
Punthakee, Mary E. Jung, 
Martin J. Gibala 
Journal of Applied 
Physiology Published 1 
December 2011 Vol. 111 no. 
6, 1554-1560 DOI: 
10.1152/japplphysiol.00921.
2011. 
 
Low-volume high-intensity interval 
training reduces hyperglycemia and 
increases muscle mitochondrial 
capacity in patients with type 2 
diabetes 
 
 
Avaliar os efeitos agudos e 
efetividade do treinamento 
intervalado de alta 
intensidade na redução da 
hemoglobina glicosilada 
em pacientes adultos com 
diabetes mellitus tipo 2 
 
O protocolo HIT envolveu 10 × 60 s 
esforços de ciclismo intercalados 
com 60 s de repouso [6]. O exercício foi 
realizado em um ciclo 
ergometre (LifeCycle C1 ou R1, Life 
Fitness, Schiller Park, 
IL, EUA) configurado em modo de watt 
constante em uma cadência de pedal de 
80-100 rpm. A intensidade de intervalo 
correspondeu a 89 ± 16% de 
carga de trabalho máxima e provocada 85 
± 7% VO2 Max. Um aquecimento de 3 min 
e 2 min de arrefecimento a 50 W foram 
Incluído 
 
 
Vinte e quatro horas 
a glicemia média tende a ser menor 
após HIT 
(7,2 ± 1,2 mmol / l) em comparação com 
CTL (7,8 ± 1,1 mmol / l), mas 
Essa diferença não atingiu significância 
estatística (p = 0,16). 
 
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22268455
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22268455
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22268455
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22268455
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22268455
28 
 
6. DISCUSSÃO 
 
O exercício físico regular é uma boa estratégia para a prevenção e tratamento da 
DT2.O presente estudo buscou analisar os efeitos do exercício de maior intensidade e se 
pode ser mais efetivo para melhorar o controle glicêmico em pacientes com DT2. 
Um dos efeitos fisiológicos que pode justificar a queda dos níveis glicêmicos em 
DT2 através do exercício físico é a liberação do cálcio pelo retículo sarcoplasmático 
durante a contração, desencadeando assim a cascata de sinalização para a translocação 
dos transportadores de glicose Glut-4 presentes nas células musculares, ocorrendo 
assim a entrada de glicose na célula mediante ao exercício. 
O HIT pode ser muito interessante quando pensamos na redução do tempo de 
treinamento, o que de uma certa forma pode ser um atrativo visto que a falta de tempo é 
uma das possíveis causas de desistência do exercício como forma de terapia no controle 
glicêmico. Sem contar que uma sessão de HIT pode ser planejada por exemplo em 
qualquer outro ambiente externo, desde que siga o protocolo de acordo com as diretrizes 
do treinamento intervalado de alta intensidade, não se restringindo à academia. Pode ser 
também levado em consideração o custo benefício, podendo ser executado em 
ambientes externos, o que o torna mais acessível para pessoas que não procuram uma 
academia por questões econômicas, por exemplo. 
Os critérios julgados para uma prescrição bem conduzida foram estudos que 
tiveram avaliação pré e pós intervenção, aplicação das variáveis de prescrições, 
progressão de carga gradual ajustando duração, frequência e intensidade, quantidade da 
amostra, se os valores de (p) foram <0,05 e se tiveram grupo controle. Com base nestes 
critérios, a metodologia de prescrição dos estudos selecionados foi avaliada. Ainda que 
todos os estudos tenham tido como resultado uma melhora considerável no controle 
glicêmico, conforme determinado pela concentração média de glicose venosa em jejum, 
o estudo que mais se destacou foi o estudo de Madsen et al. (2015) sendo o protocolo 
com maior tempo e maior quantidade da amostra, Idosos (56 anos ± 2), pacientes não 
ativos e com DT2 (n = 10) e controles saudáveis (CONCHA) (N = 13) testando os efeitos 
29 
 
do HIT por oito semanas. Contrário à isto o estudo que menos contemplou em relação 
ao tempo de experimento e quantidade amostra foi o de Gillen et al (2012) com uma 
amostra DT2 (n=7) pessoas com DT2 por 24h e sem grupo controle. O que não garante 
uma boa reprodução se pensarmos que não houve tempo para investigar os efeitos 
tardios do treinamento. 
Os três estudos (Madsen et al, 2015, Little et al, 2011 e Gillen et al, 2012.) testaram 
um ciclo ergômetro em pacientes com DT2. Todos eles apontaram os benefícios do HIT 
em pacientes com DT2, que envolveram controle de glicemia, melhora da ação da 
insulina periférica. Madsen et al (2015) conseguiu ainda apontar uma melhora na função 
das células beta pancreáticas e redução da massa abdominal, o que pode contribuir 
positivamente para a diminuição das chances de doenças coronarianas, acidente 
vascular cerebral e hipertensão. 
Embora todos os estudos tenham seguido protocolos seguros para medir a glicose 
antes, durante e depois do treino, terem feito testes de VO2 máximo antes de exporem 
os indivíduos a condições sub máximas e máximas do exercício, previsto o tempo de 
aquecimento, zona alvo e volta a cama obedecendo os princípios de prescrição do 
treinamento, este estudo não garante que estes efeitos sejam os mesmo para uma 
grande população, visto que os estudos tiveram uma mostra muito pequena de pessoas 
testadas, não garantindo uma resposta tão homogênea quando pensamos nos princípios 
de individualidade biológica em uma grande amostra. Outro critério importante a ser 
atentado é que iremos expor estes indivíduos à intensidades máximas, e nenhum estudo 
prevê os efeitos tardios do HIT em DT2 e suas possíveis complicações a longo prazo, 
havendo a necessidade de estudos controlados com maior tempo de experimentação. 
Concluindo então que o treinamento de alta intensidade e baixo volume resulta em 
uma melhora significativa da concentração média de glicose venosa em jejum (p = 0,01). 
 
 
 
30 
 
7. CONCLUSÃO 
 
O tratamento da DT2 é normalmente controlado por medicação e alimentação, 
contudo o presente estudo fornece evidências dos efeitos agudos da atividade de alta 
intensidade e baixo volume para DT2 em protocolo para até oito semanas de treinamento. 
Esses efeitos envolveram controle de glicemia, aprimoramento da ação da insulina 
periférica e redução de massa abdominal. Embora os seus efeitos tardios não tenham 
sido apontados, havendo a necessidade de ensaios clínicos com maior amostra e 
protocolos com maior tempo de duração são necessários para apontar as adaptações a 
médio e longo prazo. 
 
31 
 
REFERÊNCIASDANTAS, E. H. M. (1998). A Prática da Preparação Física. (4ª ed.) Rio De Janeiro: 
Shapes. 
GILLEN, J. B., LITTLE, J. P., PUNTHAKEE, Z., TARNOPOLSKY, M. A., RIDDELL, M. C. 
e GIBALA, M. J. (2012). Acute high-intensity interval exercise reduces the 
postprandial glucose response and prevalence of hyperglycaemia in patients with 
type 2 diabetes. Diabetes Obes, Metab. 
GOMES, A. C., ALMEIDA, H. F. e Almeida, D. C. (2000). Uma ótica evolutiva do 
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Desportivo, 5(1):40-52. 
LITTLE, J. P., GILLEN, J. B., PERCIVAL, M. E., SAFDAR; TARNOPOLSKY M. 
A; PUNTHAKEE, Z. et al. (2011). Low-volume high-intensity interval training reduces 
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OLIVEIRA, J. E. P e VENCIO, S. (orgs.) (2014). Diretrizes da Sociedade Brasileira de 
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Imagens em anexo: 
http://www.medicinageriatrica.com.br/2013/05/21/transpote-de-glicose-glut-4-nos-
diabetes-e-obesidades/ 
https://pt.slideshare.net/rukka/sistema-digestivo-14658548

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