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Varizes: Anatomia, Sintomas e Classificação

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VARIZES 
Introdução 
• A função das veias é trazer o sangue de volta ao coração, após ter o mesmo cumprido sua função de trocas metabólicas e térmic as 
ao nível dos tecidos; 
Anatomia do sistema venoso 
• Síndrome de quebra nozes: pinçamento da venal renal esquerda pela 
artéria mesentérica superior e aorta. 
• Síndrome Cocket (may-thurner): A bifurcação das artérias ilíacas passa 
por cima da cava e veia ilíaca esquerda, sendo um ponto de compressão 
anatômica quando a veia ilíaca esquerda é comprimida pela artéria ilíaca 
direita. Pode levar à varizes pélvicas. 
• O sistema profundo é responsável por 80-90% sangue que retorna ao 
coração. No superficial, é responsável 10-20% da drenagem venosa, ou 
seja, o sistema superficial não oferece tanto risco quando retirado, 
diferentemente do profundo. As veias profundas acompanham as artérias 
em todo seu trajeto. 
• Tem-se duas safenas, a parva e a magna. A magna começa no maléolo 
medial e entra na femoral comum, na região inguinal. A parva está na 
parte posterior, entrando na veia poplítea (50%) ou drena para veias 
profundas da coxa (50%). Também possui as veias perfurantes, que 
perfuram a fáscia muscular e comunicam o sistema superficial com o 
profundo, sendo o sentido normal de superficial para profundo e caudal 
para cranial, direcionado pelas válvulas. No membro superior, é superficial 
80% e profunda 20%. A cefálica e basílica são as principais superficiais. 
• As válvulas direcionam o fluxo venoso e quebram a coluna de 
sangue do tornozelo ao átrio, diminuindo a pressão venosa, pois 
transforma-se a coluna de sangue em fragmentos, portanto, quanto 
mais válvulas tem, menor a pressão. 
 
 
 
 
Varizes 
• Varizes são dilatações das veias, por genética (parede venosa mais frágil, que quando submetida a pressão, dilata) ou por sobrecarga 
do dia a dia. Com as veias dilatadas, as válvulas não conseguem fechar, não quebrando a pressão, o que gera maior dilatação da veia. 
 
• As varizes podem ser: 
o (1) primárias ou essenciais: origem no próprio sistema venoso superficial dos MMII e quando sistema venoso profundo está 
normal; 
o (2) varizes secundárias: veias varicosas consequentes do aumento de fluxo e pressão sanguínea no interior das veias 
superficiais, secundária a alterações do sistema venoso profundo ou à presença de fístula arteriovenosa. As alterações do 
sistema venoso profundo podem ser aplasia ou hipoplasia congênita das veias profundas ou de suas válvulas, obstrução por 
trombose não recanalizada e insuficiência valvar profunda por recanalização da trombose prévia com destruição das válvulas. 
As varizes são muito prevalentes, 40-60% da população. 
Fatores de risco: 
• Genética: um dos principais fatores, sendo o fator causal uma fragilidade das paredes das veias, células musculares e tecido 
conjuntivo, cuja manifestação é a dilatação venosa; 
• Insuficiência valvular: dilatação venosa afasta folhetos valvulares, tornando-as insuficientes; 
• Mulheres (3:1, por conta do estrogênio e gravidez); 
• Idade > 40 anos; 
• Gravidez: aumento da pressão abdominal, compressão da cava e ficar em decúbito lateral esquerdo para livrar a cava, hormônios, 
aumento da volemia; 
• Profissões com ortostatismo; 
• Obesidade: aumento da pressão abdominal que dificulta o retorno venoso. 
Sinais e Sintomas 
• Queixa de varizes, dor (incomodo nas pernas, peso, surgindo ao longo do dia), edema, alterações tróficas (dermatite ocre, 
lipodermatoesclerose: aspecto de cicatriz, esbranquiçada e endurecida, pois diminui perfusão dos capilares, provocando 
micronecroses, com processo cicatricial, e úlcera venosa) e prurido. 
Classificação de CEAP (importante saber a clínica) 
• C0 e C1: não se classifica como uma doença, pois não tem a válvula insuficiente; 
• A partir de C2: tem-se veias varicosas ou varizes, que são veias dilatadas, tortuosas e alongadas, com diâmetro > 3mm e perda de 
sua função devido à alterações na sua parede ou nas valvas; 
• A partir de C4: tem-se alterações tróficas. 
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA 
 
 
 
 
• O primeiro e maior local de risco de ulceração é o maléolo medial, onde passa a safena magna, juntamente com as perfurantes. Se for 
na face lateral e posterior, pode ser insuficiência da safena parva. 
• A claudicação venosa faz com que refira dor em ortostase por causa da insuficiência venosa. O paciente caminha, se fica parado 
em pé, doi tanto quanto caminhar ou até mais. Só melhora com a elevação dos membros. Se é arterial, quando para a dor também 
para. 
• Diagnóstico diferencial da dor muitas vezes é difícil, pois pode ter além das varizes, outras causas de dor, como por exemplo: 
o (1) dor neurológica: ciatalgia por compressão da raiz nervosa; 
o (2) dor de origem muscular em idosos: artrite e artrose; 
o (3) dor de origem muscular: fadiga muscular, miosites. 
• O edema é a terceira queixa mais comum. Tem causas infecciosas, vasculares, hormonais e, por isso, é necessário saber diagnósticos 
diferenciais. 
o Olhar se é unilateral ou bilateral. Se bilateral, a chance de ser vascular é baixa, a não ser que seja da cava, mas não é 
comum. Bilateral geralmente tem causas clínicas como ICC, IR, carência proteica, distúrbio hormonal, obesidade. Se 
unilateral, pode ser agudo ou crônico. No agudo, é uma urgência, pois pode ser TVP. Também pode ser causado por 
síndrome da pedrada (história de trauma, atividade física, rotura muscular, ou fazer doppler para diferenciar de TVP), 
síndrome compartimental (condição que leva à síndrome, como trauma, fratura), erisipela (infecção por Streptococcus beta 
hemolítico do grupo A nos vasos linfáticos, o edema não é intracompartimental, é somente superficial). Se for unilateral 
crônico, geralmente está associado à varizes, síndrome pós flebites (trombose obstrui a veia, sobra coágulo e válvulas 
destruídas), síndrome de Cocket (MIE, compressão da veia ilíaca esquerda pela artéria ilíaca direita). 
• O prurido acontece pela insuficiência venosa, no terço distal da perna, geralmente na região onde tem sobrecarga maior. 
Exame físico 
• O exame físico deve ser realizado com o paciente em pé e em decúbito dorsal. Fazer inspeção, momento em que verifica-se as veias 
varicosas, alteração da cor, cianose (pensar em TVP), rubor intenso. 
• Cianose: flegmasia, TVP, IVC (insuficiência venosa crônica). 
• Palidez: TVP iliofemoral 
• Manchas: cor vinhosa associada a varizes (Síndrome de Klippel-Trenaunay); 
o É caracterizada por uma tríade composta de mancha vinho do porto, veias varicosas com ou sem malformações venosas 
e hipertrofia óssea e dos tecidos moles, envolvendo, geralmente, apenas uma extremidade (hipercrescimento da 
extremidade afetada). 
• Edema: Godet ou cacifo visível à compressão digital; 
• Alterações tróficas: dermatite/úlceras venosas lipodermatoesclerose; 
• Necrose: gangrena. 
 
• Palpar o trajeto venoso, safena, veias perfurantes. Observar se há aumento 
da temperatura (botões varicosos, celulite ou erisipela, tromboflebites), 
edema (sinal de Godet ou cacifo +), frêmitos (fístula arteriovenosa). 
Percussão do trajeto da veia (valvas); 
• manobra de Schuartz: percussão do trajeto venoso dilatado com a ponta 
dos dedos, enquanto com a outra mão espalmada se percebe a progressão 
da onda sanguínea. 
• Testes dos garrotes: 
o (1) paciente de pé e inspecionar bem os trajetos venosos; 
o (2) posição dorsal com MMII elevados à 60°, garrotes no maléolo e 
raiz da coxa; 
o (3) paciente em pé com os garrotes, dilatação: paciente com 
perfurantes insuficientes e/ou insuficiência da veia safena parva; 
o (4) se não teve, tira garrote da raiz da coxa (abre safena-femoral), se dilatar, insuficiência ostial da VSM (interna); 
 
 
• Manobra de Alípio Correa Neto: coloca o estetoscópio na junção safeno femoral, com pressão na distal, escutando um sopro. 
Quando solta a mão, se tiver refluxo e sopro, está incompetente. 
• Exame complementar geralmente nãoé necessário, mas pode ser realizado US (detectar se há refluxo patológico, avaliação 
pré-operatória), PGA (analise do refluxo venoso, avalia função da bomba muscular da panturrilha pela medida da fração de ejeção 
e fração de volume residual, volume venoso da panturrilha e índice de enchimento venoso). Métodos invasivos como flebografia 
tem indicações limitadas. 
Tratamento 
• Elastocompressão é a primeira escolha. Pode ter tratamento medicamentoso associado, com diosmina-hesperidina (Diosmin: 
tratamento das manifestações da insuficiência venosa crônica, funcional e orgânica dos membros inferiores), aminaftona 
(Capilarema: é indicado também na clínica geral, ginecologia e geriatria, podendo ser usado como agente profilático onde os 
vasos e tecidos possam estar comprometidos devido à fragilidade capilar), picnogenol (utilizado para o tratamento de condições 
circulatórias) (C2 > indicação principal dos medicamentos juntamente à elastocompressão); 
• Valvuloplastia: correção da função das válvulas, para que as mesmas se tornem competentes > é raramente indicada, sendo 
recomendada após insucesso de safenectomia; 
• Cirurgia de varizes: objetivo é retirar a veia com válvula doente. Métodos: técnica da espuma (quimioablação) ou laser 
endovenoso (termoablação, novo padrão ouro) (C2, C3, C5); 
• Escleroterapia química, agentes: glicose hipertônica, polidocanol, ethamolin > injeção dessas substâncias esclerosantes 
causando uma reação inflamatória, com o intuito de induzir uma lesão endotelial, subsequente de trombose local (impedindo novo 
enchimento do vaso), cicatrização e consequente fechamento e desaparecimento desses vasos. Normalmente é necessário 
realizar mais de uma sessão, e sempre é necessário acompanhamento > associar meias elásticas (C1); 
• Microcirurgia de varizes: adequada para tratamento de varizes reticulares (aquelas que não são elevadas) (C1). 
• Ligadura de veia perfurante (C4). 
IMPORTANTE: a antibioticoterapia, em caso de úlcera ativa, só está indicada em caso de infecção das úlceras. Na presença de refluxo safeno-
femoral ou safeno poplítea, indica-se a cirurgia. Caso não exista refluxo, não indica-se a cirurgia.

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