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Pacientes hipertensos É a elevação persistente dos níveis da pressão arterial sanguínea. É considerada hipertensão valores iguais ou acima de 140/90mmHg. A hipertensão pode ser responsável por: infartos, derrames e insuficiência renal terminal. Está associada a alterações funcionais e estruturais no coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos e a alterações metabólicas. Fatores de risco: idade, gênero (mulheres mais incidência), etnia (negros), excesso de peso e obesidade, ingestão de sal (retenção de água com aumento do volume sanguíneo), ingestão de álcool, sedentarismo, fatores socioeconômicos e genéticos. Podemos atender o paciente até o estágio 1 de hipertensão. Já o paciente no estágio 2 só vamos atender se o paciente estiver com dor. No estágio 3 não atende em consultório, só em hospital, caso esteja com dor ou não. O dentista não faz diagnóstico de hipertensão, mas pode fazer encaminhamento do paciente ao médico. Hipertensão arterial secundária: é quando o paciente tem uma doença sistêmica e essa doença promove o aparecimento da hipertensão como consequência da doença. Principais causas: hiperaldosteronismo primário, feocromocitoma, hipotireoidismo, hipertireoidismo, hiperparatireoidismo, síndrome de Cushing, acromegalia, coarctação da aorta (diminuição do calibre), doença renal crônica, medicamentos e drogas. Principais anti-hipertensivos (hipotensivos): Os AINES têm muita interação com alguns desses medicamentos. - Diuréticos: Hidroclorotiazida, furosemida. (IDA) - β-bloqueadores (há receptores β no coração e nos brônquios que recebem a adrenalina, há vasoconstrição dos vasos periféricos, mais bombeamento do sangue com aumento da pressão): Propranolol, nadolol, metoprolol e atenolol (o atenolol não atua nos brônquios - positivo). Para esses pacientes não é interessante o uso de anestésicos com adrenalina – recomenda-se o uso de prilocaína com felipressina. (OL) - Inibidores da enzima conversora da angiotensina (iECA): Captopril, enalapril, fosinopril e lisinopril. (PRIL) Sistema renina-angiotensina-aldosterona: O rim libera renina (ao perceber que a pressão do organismo estava baixando) e o fígado libera angiotensinogênio, quando ambos se encontram no sangue, a renina transforma o angiotensinogênio em angiotensina I. A angiotensina I ao passar pelos pulmões e no rim (nas células endoteliais), a enzima ECA transforma angiotensina I em angiotensina II. A angiotensina II promove vasoconstrição e atua na glândula supra renal fazendo com que essa produza aldosterona. A aldosterona promove retenção de sódio e água (pressão aumenta). Medico prescreve inibidor de ECA. - Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II: Losartana, valsartana, telmisartana (TANA). O medicamento bloqueia o receptor da angiotensina II. - Bloqueadores do canal de cálcio: Nifedipino, anlodipino, nitrendipino, diltiazem. É apenas um vasodilator. Anamnese dirigida: aferir a pressão em todo início de consulta. Se der elevada, aferir a pressão novamente 5min após a primeira aferição. Se o paciente não é hipertenso, só precisa aferir na primeira consulta. Ansiedade e medo induzem mais secreção de catecolaminas (epinefrina) que aumenta mais a pressão. Pacientes hipertensos podem fazer uso de benzodiazepínicos para sedação mínima (midazolam [7,5mg 30min antes da consulta], alprazolam ou lorazepam [caso o paciente seja idoso, 1mg 2h antes da consulta]). Pode ser feito sedação inalatória. Mas esse paciente hipertenso, caso possuísse problemas respiratórios, apneia, usuário crônico de álcool, não poderia usar o benzodiazepínico. Anestésicos para hipertenso controlado: qualquer anestésico. Caso não seja um procedimento com grande sangramento pode usar prilocaína com felipressina com no máximo 3,5 tubetes. Caso seja um procedimento que causara sangramento como, cirurgia ou tratamento periodontal, é interessante usar o anestésico com vasoconstritor adrenalina (lidocaína 2% com adrenalina, mepivacaína 2% com adrenalina, articaína 4% com adrenalina etc). O número de tubetes está relacionado com a concentração de adrenalina. Caso seja usado 1:100000 serão uso máximo de 2 tubetes, se for 1:200000 serão no máximo 4 tubetes. Em último caso, usar mepivacaína 3% sem vasoconstritor. A dor pode aumentar a pressão e a diabetes. Pacientes com risco clinico alto devem manter a ansiedade e a dor controlada. Analgésicos: para dor de intensidade leve usar paracetamol (500mg de 6/6h ou 750mg de 8/8h, em cirurgia 6/6h) ou dipirona (500mg de 6/6h ou 20 gotas de 6/6h) com dosagem habitual. *AINES: tem interação com diferentes hipertensivos como: inibidores da ECA, diuréticos e β bloqueadores. Os AINES diminuem a produção de prostaglandinas renais. Se o paciente está com a hipertensão controlada, receitar AINES por no máximo 3 dias. O AINES que interage menos é o cetoprofeno (100mg 12/12h por 3 dias). Mecanismo de ação dos anti-hipertensivos: depende da síntese de prostaglandinas renais (prostaciclinas). As prostaglandinas renais tem efeito anti-hipertensivo, modulam vasodilatação, filtração glomerular, secreção tubular, sistema da renina-angiotensina- aldosterona. Os AINES podem inibir a produção de prostaglandinas renais podendo interferir negativamente na homeostasia renal e provocar aumento da pressão arterial. Os AINES podem interferir na ação dos anti-hipertensivos (interação) causando aumento da pressão. Quanto aos corticosteroides usa-se a dexametasona ou betametasona (4mg dose única). PROTOCOLO DE ATENDIMENTO - Paciente ASA I: normal - Paciente ASA II: Paciente com doenças controladas. Hipertensão estágio 1. Pode ser feito qualquer procedimento odontológico (procedimento eletivo). Sessões curtas no período da manhã. Pode usar benzodiazepínicos no pré operatório, qualquer anestésico, qualquer antibiótico, dipirona ou paracetamol para controle da dor (analgésicos) e AINES apenas quando necessário, de preferencia cetoprofeno por no máximo 3 dias. - Paciente ASA II: Hipertensão estágio 2. Procedimentos eletivos são contraindicados – deve encaminhar o paciente para avaliação médica e controle da pressão arterial. Caso o paciente esteja com dor ele deve ser atendido. O dentista deve fazer o pronto alivio da dor com anestesia. Anestesia deve ser prilocaína 3% com felipressina (2 a 3 tubetes). Podem ser usados benzodiazepínicos no pré operatório. - Paciente ASA III: hipertensão severa assintomática (hipertensão estágio 3 – acima de 18x11, mas sem sintomas). Todo procedimento é contraindicado, esteja o paciente com dor ou não. As urgências devem ser tratadas em ambiente hospitalar. - Paciente ASA III: hipertensão severa sintomática (hipertensão estágio 3 – acima de 18x11, mas COM sintomas). Sintomas: dor de cabeça, alterações visuais, sangramento nasal ou gengival espontâneo, dificuldade respiratória. Chamar o SAMU (192) - serviço móvel de emergência.
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