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O conceito da sustentabilidade na pratica da arquitetura

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O conceito da sustentabilidade na prática da arquitetura 
Cecília Cavalcanti (1); Adalberto Matoski (2); Rodrigo Eduardo Catai (3) 
1 - Universidade Tecnológica Federal do Paraná - cecilia_cavalcanti@terra.com.br 
2 - Universidade Tecnológica Federal do Paraná - adalberto@utfpr.edu.br 
3 - Universidade Tecnológica Federal do Paraná - catai@utfpr.edu.br 
 
 RESUMO 
 Proposta: Este artigo busca identificar, como o conceito de sustentabilidade é aplicado pelos 
profissionais de arquitetura, e quais as barreiras que não permitem que se atinja a condição do 
desenvolvimento sustentável. Método de pesquisa: Para isso foram elaborados dois questionários que 
foram aplicados junto aos clientes e junto aos profissionais da área da construção civil. Resultados: 
Observou-se que a maioria tem se preocupado em adaptar no cotidiano, conceitos sustentáveis 
pensando em contribuir com o meio ambiente, possibilitando um maior equilíbrio entre o homem e o 
ecossistema. Contribuição/originalidade: verificou-se que, apesar da preocupação dos arquitetos em 
incorporar métodos sustentáveis em seus projetos, ainda falta um maior conhecimento sobre o assunto, 
para que se alcance uma efetiva contribuição do profissional para a preservação do meio ambiente, 
contribuindo com a redução do impacto humano no planeta. 
Palavras-chave: Sustentabilidade; Arquitetura; Construção. 
 
 ABSTRACT: 
 Proposal: The purpose of these article is to identify, together with professionals in architecture, as the 
concept of sustainability is applied and what the barriers existing in order to achieve sustainable 
development. Methods: For that were developed questions that were applied with customers and with 
the architects. Findings: It was observed that the majority has been concerned to adapt in the daily, 
concepts sustainable thinking in contributing to the environment, enabling a better balance between 
man and the ecosystem. Originality/value: But despite the concern of architects to incorporate 
sustainable methods in their projects, still lack a greater knowledge on the subject, for a professional's 
effective contribution to the preservation of the environment, while contributing to the reduction of the 
human impact on the environment 
Key words: Sustainability; architecture; construction 
 
1. Introdução 
 
Presencia-se atualmente graves alterações no meio ambiente devido ao aumento de emissões de 
poluentes, principalmente de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso. Esses gases são resultantes 
da atividade humana e são responsáveis por formar uma espécie de cobertor em torno do planeta, 
impedindo que a radiação solar, refletida pela superfície em forma de calor, retorne ao espaço. Esse 
efeito, o qual já ser sentido, é o aquecimento global, ou efeito estufa, que tem proporcionado 
esgotamento das reservas naturais, desmatamentos, extinção de espécies, tempestades e inundações. 
 
Isso vem a corroborar o fato de que o ser humano é o principal responsável pelos impactos que se tem 
presenciado atualmente. A previsão é de que o efeito desses impactos possam ser sentidos daqui a 
trinta ou quarenta anos, com maior intensidade do que já é observado nos dias atuais. Por isso, a 
conscientização de cada um é importante, para que seja possível minimizar os problemas ligados ao 
meio ambiente e realmente trabalhar para atingir a sustentabilidade. Para que isso se torne possível, 
deve-se incluir no cotidiano de todos, métodos que contribuam para essa melhora. Métodos esses 
ligados a sustentabilidade que tem como objetivo satisfazer as necessidades do ser humano, mas sem 
prejudicar o meio em que este vive (KLINTOWITZ, 2006). 
 
A conceituação que será considerada nesse trabalho será a da eco-arquitetura que vê a edificação como 
parte da grande ecologia do planeta e como parte do habitat vivo. Isso contrasta com as noções mais 
 
2 
comuns de muitos arquitetos, que vêem a edificação como uma obra de arte ou como um processo de 
projeto como uma linha de montagem, com a edificação como um produto a ser depositado em um 
sítio, sem considerar o seu meio ambiente particular. Esquecem esses profissionais que os edifícios são 
altamente poluentes, consumindo mais da metade de toda a energia usada nos países desenvolvidos e 
produzindo mais da metade de todos os gases que vêm modificando o clima (ROAF, 2006). 
 
Assim, esse trabalho tem como objetivo caracterizar o grau de conscientização e preocupação dos 
cidadãos, principalmente dos arquitetos, em relação à sustentabilidade na arquitetura. Busca-se 
identificar também o grau de assimilação do conceito da “ecohouse”, ou seja, o da moradia com um 
elevado grau de sustentabilidade. 
 
Justifica-se esse trabalho sobre a sustentabilidade na arquitetura por se presenciar o desastre sócio-
ambiental devido às inúmeras formas de poluição e destruição do meio ambiente que vem acontecendo 
de forma acelerada nos dias atuais. A arquitetura sustentável já tem estado presente desde os anos 70, 
mas atualmente ela tem sido vista com mais importância por se conviver com o esgotamento das 
reservas naturais, desmatamentos, extinção de espécies, tempestades e inundações. 
 
2. Revisão bibliográfica 
 
O homem depende dos recursos naturais e, por isso, suas ações têm provocado alterações na biosfera, 
como as mudanças no clima, contribuindo assim para o aumento de concentração de gases na 
atmosfera e causando desta forma o aquecimento global, ou seja, o efeito estufa acentuado. O principal 
gás do efeito estufa é o dióxido de carbono (CO2) e uma das principais fontes deste gás provém das 
edificados, segundo (ROAF, 2006). 
 
 A arquitetura sustentável ou eco-arquitetura tem a edificação como parte da grande ecologia do 
planeta e como parte do habitat vivo. Isso contrasta com as noções mais comuns de alguns arquitetos, 
que vêem a edificação como uma obra de arte ou como um processo de projeto, como uma linha de 
montagem, como um produto a ser depositado em um sítio, sem considerar suas características ou seu 
meio ambiente particular. Esquecendo que a construção de edifícios gera uma elevada carga poluente. 
Outro aspecto a ser considerado é o fato de existirem uma série de técnicas que podem ser previstas no 
projeto que permitem minimizar o consumo energético protegendo o meio ambiente (WATSON e 
LABS, 1983). 
 
As novas edificações estão prejudicando o planeta como afirmam alguns pesquisadores. Não importa 
que o número de pessoas esteja crescendo rapidamente (5,3 bilhões em 1990; 8,1 bilhões por volta de 
2020 e 10,7 bilhões previstos para 2080) ou que, se esteja desenvolvendo tecnologias sofisticadas para 
explorar as reservas naturais da terra. O importante é ter consciência de que os edifícios são altamente 
poluentes. É preciso saber que as ecohouses, ou seja, as casas ambientalmente sustentáveis, estão 
estreitamente ligadas ao sítio, à sociedade, ao clima, a região e ao planeta e, por isso é importante 
levantar informações básicas antes de começar a projetar (ROAF, 2006). 
 
Como benefícios da construção verde pode-se citar os lucros ambientais obtidos com a redução dos 
impactos de consumo de recursos naturais. Os benefícios de saúde e segurança obtidos com a melhoria 
da saúde e comodidade dos ocupantes do edifício. Os benefícios sociais obtidos ao se reduzir a pressão 
sobre a infra-estrutura local e melhorar a qualidade de vida. Os benefícios econômicos podem ser 
obtidos com a obtenção de um ótimo desempenho em um ciclo de vida econômico e com o aumento 
do valor do edifício. 
 
No entanto, apesar do conhecimento desses e de outros benefícios, Almeida Có et al. (2007) 
mostraram que engenheiros e arquitetos e demais formandos na área da construção civil têm grandes 
dificuldades de integrar os conhecimentos de forma a atingir o objetivo de elaborar um projeto 
sustentável. Fatores que geram a depleção da camadade ozônio, inversão térmica, chuva ácida entre 
outros, são poucos conhecidos. 
 
 
3 
3. Metodologia 
 
Foram desenvolvidos dois questionários, ambos com a finalidade de identificar a forma como 
os conceitos de sustentabilidade vêm sendo incorporados tanto no projeto quanto na execução 
de obras. A forma de obtenção das respostas foi através do contato pessoal, pois esse tipo de 
entrevista é útil quando a informação desejada é complexa ou quando uma comprovação é 
requerida. Segundo Sproull (1998), estas são provavelmente as duas maiores razões para as 
entrevistas pessoais serem consideradas. Destaca-se que o tipo de pergunta foi elaborado de 
forma a permitir respostas abertas, pois isso possibilita respostas criativas e originais apesar 
de requerer tempo do pesquisador. 
 
O primeiro questionário, denominado como questionário A foi aplicado para pessoas que estão 
contratando o projeto arquitetônico ou estão executando obras. A amostragem foi feita de forma 
aleatória com entrevista direta no centro da cidade de Curitiba. 
 
O segundo questionário ou o questionário B com o mesmo objetivo do anterior foi realizado junto a 
profissionais da área de arquitetura. Esse questionário foi aplicado usando o correio eletrônico como 
forma de entrevista. 
 
4. Resultados 
 
4.1 Questionário A 
 
A primeira questão trata sobre o conhecimento da sustentabilidade. Observa-se na Figura 1, que 85% 
têm ciência sobre o que seria o aquecimento global, contra 11% que apenas já ouviu falar mas não 
sabe conceituar. Isso, possivelmente, se deve ao fato de que a mídia tem mostrado os desastres sócio-
ambientais, divulgando esse assunto. 
SUSTENTABILIDADE
4% 11%
85%
Não tem conhecimento
Tem certo conhecimento
Tem conhecimento
 
FIGURA 1 – Conhecimento sobre o conceito da sustentabilidade. 
 
A segunda questão busca identificar quais as ações que são adotadas para contribuir com a 
sustentabilidade. Foram obtidas respostas satisfatórias pelo fato de que todos tentam contribuir, através 
da reciclagem do lixo, do cuidado em não jogar lixo nas ruas, bem como prestar a atenção com 
iluminação e objetos que economizem energia elétrica, como se pode constatar na Figura 2. Observa-
se dessa forma que as ações do governo juntamente com o alarmismo da mídia têm surtido efeito de 
difundir alguns desses conceitos. 
 
 
 
4 
CONTRIBUIÇÕES COM O MEIO AMBIENTE
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Separa o lixo Não joga lixo
na rua
Toma banho
rapido
Desliga a
torneira
enquanto
escova os
dentes e/ou
faz a barba
Mantém a luz
acesa so
quando
necessário
Preocupação
em comprar
produtos
elétricos mais
econômicos
Outros
 
 
 
 
FIGURA 2 – Tipo de atitudes adotadas para contribuições com a preservação do meio ambiente. 
 
A terceira questão trata do conceito da casa verde ou da “ecohouse” onde se observa, conforme 
Figura 3, que 15% das pessoas não têm conhecimento sobre o assunto e por isso não têm uma opinião 
formada. Mas a maioria concorda de que uma ecohouse seja uma casa ambientalmente correta ou que 
leve a sustentabilidade através de métodos específicos de construção. 
 
 
 
ECOHOUSE
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
Uma edificação
como sendo parte
da ecologia do
sítio, da sociedade,
do clima, da região
e do planeta
Uma casa que se
auto sustenta
através de
métodos
específ icos de
construção
Uma casa que se
preocupa com o
meio ambiente
Não tem
conhecimento
sobre o assunto
Tem certo
conhecimento
sobre o assunto
Outros
 
 
FIGURA 3 – Conceito da casa verda ou “ecohouse”. 
 
Os métodos construtivos ambientalmente sustentáveis mais citados como se pode visualizar na 
Figura 4 foram: a escolha dos materiais, a ventilação, o uso de aquecimento solar e a utilização da 
água da melhor forma possível. Embora parte dos entrevistados não tenham conhecimento sobre o 
assunto, quase todos acreditam nos benefícios que uma ecohouse pode proporcionar, não somente ao 
meio ambiente, mas também ao proprietário do imóvel. 
 
Respostas obtidas 
Po
rc
en
ta
ge
m
 
(%
) 
Respostas obtidas 
Po
rc
en
ta
ge
m
 
(%
) 
 
5 
MÉTODOS CONSTRUTIVOS AMBIENTALMENTE 
SUSTENTÁVEIS
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Forma da casa Escolha dos
materiais
Ventilação Aquecimento
Solar
Uso da Água da
melhor forma
possÍvel
Outros
 
 
 
FIGURA 4 – Métodos construtivos ambientalmente sustentáveis. 
 
Os benefícios mais citados entre os entrevistados foram o da economia tanto da água quanto 
da energia elétrica que foram mencionados 88,99% das vezes nas duas opções, conforme apresentado 
na Figura 5. Apenas 3,7% dos entrevistados desconhecem quais benefícios pode-se ter com a 
construção de uma casa ambientalmente sustentável. De novo observa-se o resultado da ação do 
governo na mídia e também aspecto econômico que atinge o consumidor diretamente. Observa-se 
assim o desconhecimento de outros aspectos importantes para a sustentabilidade. 
 
BENEFÍCIOS DE UMA ECOHOUSE
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Economia de agua Economia de
energia elétrica
Menos poluição Maior conforto Menor produção
de lixo
Não tem
conhecimento
 
 
 
FIGURA 5 – Benefícios de uma Ecohouse. 
 
Pelo fato de quase todos os entrevistados terem essa visão positiva sobre o assunto, 88,9% construiria 
uma ecohouse mesmo tendo custo inicial de execução maior que o da arquitetura convencional, 7,4% 
não construiria e 3,7% dos entrevistados teriam que analisar melhor o assunto, pois dependeria de 
quanto realmente seria esse aumento do custo inicial da obra. 
 
Sobre a perspectiva de todos os entrevistados, com a redução dos efeitos que levam ao aquecimento 
global, houve uma resposta muito positiva, pois 92% acreditam que os impactos ambientais podem ser 
diminuídos através da colaboração de todos. Destaca-se que 8% dos entrevistados não acreditam que 
seja ainda possível serem tomadas atitudes que mitiguem os problemas que se tem presenciado, pois se 
devem incluir ações que tenham soluções concretas e rápidas 
Percebe-se que a maioria se preocupa e tem consciência da situação atual e que consideram que a 
sustentabilidade deve ser obtida. No entanto desconhecem outros fatores como por exemplo a redução 
do consumo energético quando se utiliza diferentes tipos de materiais de construção. Desconhecem 
também que métodos construtivos adequados tambem podem auxiliar nesse aspecto. 
 
Respostas obtidas 
Po
rc
en
ta
ge
m
 
(%
) 
Respostas obtidas 
Po
rc
en
ta
ge
m
 
(%
) 
 
6 
4.2 Questionário B 
 
O questionário B foi respondido por arquitetos, dos quais 90% eram profissionais com no máximo 5 
anos de experiência. A primeira questão dirigida a esses profissionais trata do conceito da 
sustentabilidade e se observa que a maioria considera a sustentabilidade como sendo um modo de vida 
tanto social quanto ecológico, econômico, espacial e cultural além de ser um modo de satisfazer as 
necessidades do ser humano, mas ao mesmo tempo preservando a biodiversidade e o ecossistema. A 
Figura 6 apresenta as respostas destes profissionais. Deve-se ressaltar que 100% dos entrevistados têm 
conhecimento desse assunto o que é um aspecto positivo. 
 
Sustentabilidade
43,75
6,25
0
50
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4
Respostas apuradas
Po
rc
en
ta
ge
m
 
(%
)
 
FIGURA 6 – Conceito de sustentabilidade – arquitetos. 
 
 Observa-se que existe a compreensão do conceito, no entanto quando questionados sobre os 
métodosempregados nos projetos de arquitetura para atingir a sustentabilidade os resultados mostram 
que na prática nada ou muito pouco é feito, conforme Figura 7. 
 
Métodos empregados nos projetos de arquitetura
6,25 6,25
38 37
12,5
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5
Respostas apuradas
Po
rc
en
ta
ge
m
 
(%
)
 
 
 
 
 
FIGURA 7 – Aplicação de métodos sustentávies nos projetos de arquitetura. 
 
Com relação aos métodos sustentáveis que podem ser incluídos nos projetos de arquitetura, 37% dos 
arquitetos ainda não tiveram oportunidade de utilizá-los em seus projetos em função das características 
dos projetos que elaboraram. Em contrapartida, a maioria já optou por alguns métodos como o da 
 Modo de vida social, ecol. , Algo que se pode Satisfazer necessidades Não tem conhecimento 
 econ., esp. e cultural sustentar preservando o meio sobre o assunto
 ambiente 
 Materiais adequados Aquecimento solar Meios de reaproveitamento Melhor Não teve ainda a 
 das águas pluviais aproveitamento do oportunidade de 
 sol utilizar métodos sust. 
 
7 
colocação de aquecedores solares, ou pela inclusão de sistemas de reaproveitamento das águas 
pluviais. Outro aspecto citado foi o fato de se preocuparem em buscar um maior conforto no interior 
da residência aproveitando a iluminação e ventilação natural, utilizando a forma da casa e os materiais 
escolhidos como peças fundamentais para se alcançar o objetivo proposto. 
 
Mas apesar de alguns ainda não terem tido contato direto com os métodos sustentáveis todos 
consideram importante a arquitetura sustentável, pois têm ciência de que, um projeto que utilize 
métodos ecologicamente corretos, que faça o uso adequado de recursos naturais, de materiais 
recicláveis e reciclados ou de baixo impacto ambiental, se torna sustentável. 
 
Mesmo pelo fato de todos os arquitetos considerarem a arquitetura sustentável importante, 25% deles, 
como se pode perceber na Figura 8, não souberam listar ou não se preocupam com quais benefícios 
pode-se ter com a sua implantação, por não terem conhecimento adequado sobre o assunto. Esse é um 
aspecto grave pois, partindo desses profissionais, pode-se questionar como a sustentabilidade é 
aboradada na universidade. Entretanto,praticamente 44% dos entrevistados consideram o menor gasto 
com água e energia um dos principais benefícios não somente para o meio ambiente, mas também para 
os seus proprietários, além da economia que se pode ter em recursos naturais e melhor conforto no 
interior da residência utilizando a iluminação natural. Em outras palavras a questão financeira é o fator 
de maior peso quando se trata de adotar uma solução sustentável. 
 
 
 
Benefícios da arquitetura sustentável
43,75
18,75
25
12,5
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4
Respostas apuradas
Po
rc
en
ta
ge
m
 
(%
)
 
 
 
 
FIGURA 8 – Respostas obtidas sobre os benefícios da arquitetura sustentável 
 
Já em relação à iniciativa do arquiteto em mostrar aos clientes a importância da inserção da 
sustentabilidade nos projetos, observa-se na Figura 9 que a maioria dos entrevistados conversam sobre 
o assunto com seus clientes, enquanto 18,75% dos não tiveram oportunidade de conversar sobre 
conceitos sustentáveis com eles. Por sua vez a maioria 31,25% dos clientes se mostram a princípio 
interessados, mas muitas vezes optam por não incorporarem conceitos sustentáveis em seus projetos, 
pela incerteza do custo da obra. 
 
Alguns arquitetos, conseguiram convencer os seus clientes a incluir alguns métodos sustentáveis em 
suas obras, como por exemplo o reaproveitamento das águas pluviais. Isso se tornou possível pelo fato 
de que o proprietário se conscientizou que apesar de ter um custo inicial na obra mais elevado, 
possibilitará a recuperação do valor investido além de outros benefícios no seu dia a dia. 
 
Menor gasto com a água Economia de recursos Melhor conforto Não se preocupa com a 
 e energia naturais térmico arquitetura sustentável 
 
8 
Relação Clientes e Sustentabilidade
31,25
25 25
18,75
0
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5
Respostas apuradas
Po
rc
e
n
ta
ge
m
 
(%
)
 
FIGURA 9 – Relação arquiteto, cliente e sustentabilidade. 
 
Em relação às possibilidades de diminuir os impactos ambientais que o ser humano vem causando, a 
quase totalidade dos entrevistados acredita que seja possível mitigá-los, mas não eliminá-los mesmo 
que cada um faça a sua parte. Alguns citaram que a participação dos profissionais na sustentabiliade 
pode ocorrer através da disseminação desses conhecimentos a cada cliente incluindo aspestos do 
projeto e também aqueles que se referem aos hábitos simples e ecologicamente corretos que possam 
ser colocados em prática no cotidiano. 
 
Apesar de existir certo conhecimento sobre a arquitetura sustentável e da preocupação em incorporar 
conceitos sustentáveis em seus projetos, ainda falta um maior conhecimento sobre o assunto, para que 
se alcance o topo máximo de contribuição do profissional com a preservação do meio ambiente, 
diminuindo assim o impacto humano no planeta. 
 
5. Considerações finais 
 
É possível perceber que uma parcela considerável dos entrevistados se preocupa e tem consciência da 
situação atual que se tem vivido e que consideram a sustentabilidade como um objetivo a ser atingido. 
Contudo as ações tomadas para atingir esse objetivo limitam-se aquelas divulgadas na mídia. Aspectos 
complementares não são contemplados mostrando que há um longo caminho a ser trilhado.. 
 
Com relação aos profissionais da arquitetura observou-se que a maioria tem um conceito correto da 
sustentabilidade, mas a aplicação desses conceitos ainda é limitada. E isso pode ser observado na 
prática, pois em relação aos métodos sustentáveis que podem ser incluídos nos projetos de arquitetura, 
a maioria dos arquitetos optou por alguns métodos como o da colocação de aquecedores solares, ou 
pela inclusão de sistemas de reaproveitamento das águas pluviais. Além do melhor aproveitamento da 
iluminação e ventilação natural através da forma da casa e dos materiais específicos de baixo impacto 
ambiental. Outra barreira que existe para os projetistas são os clientes que não têm interesse em adotar 
metodos sustentáveis para execução da obra quando isso implicar em um aumento inicial dos custos. 
 
Conclui-se que apesar dos arquitetos terem certo conhecimento sobre a arquitetura sustentável e se 
preocuparem em incorporar conceitos sustentáveis em seus projetos, ainda falta um conhecimento 
mais detalhado sobre o assunto, para que o profissional posssa efetivamente contribuir com a 
preservação do meio ambiente, diminuindo assim o impacto ambiental sobre o meio ambiente. 
 
6 - Referências 
ALMEIDA CÓ, F., FARIAS FILHO, J. R., REZENDE, C. V. de S. O. A técnica delphi levando a 
engenharia simultânea À sala de aula: uma dinãmica interdisciplinar de ensino para elevar a percepção 
 Clientes se mostram Clientes mostram Clientes não se Os profissionais não O profissional não 
 Interessados pouco interesse interessam tiveram oportunidade de conversa sobre este 
 conversar assunto com seu 
 cliente 
 
9 
sobre as construções sustentáveis. Revista Engenharia e Construção, ano 10, nº 130, jul., Curitiba, PR, 
2007, p 26-31. 
KLINTOWITZ, Jaime. Apocalipse já. Revista Veja, ano 39, n° 24, Edição1961, Editora Abril, 2006, 
p. 68-83. 
ROAF, S., FUENTES, M., THOMAS, S. A Casa Ambientalmente Sustentável, 2° edição, Porto 
Alegre: Bookman, 2006. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e Documentação 
- Referências - Elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. 
SLACK, N., CHAMBER, S.; HARDLAND, C.; HARRISON, A. JOHNSTON, R. Administração da 
Produção. São Paulo: Atlas, 1999.

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