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CLÍNICA DE GRANDES - EQUINOS MEDICINA PREVENTIVA INTRODUÇÃO • Garantir não somente cura e tratamento, mas também prevenção. Diferente dos pequenos animais quando se trata de grandes, a prevenção não é apenas de um único indivíduo, mas normalmente de um grupo (rebanho, plantel). • É importante prevenir doenças nos animais principalmente pelo fato de terem doenças que não são possíveis de serem tratadas, ou acabam se tornando economicamente inviáveis. MANEJO • SANITÁRIO, BAIAS E BEM-ESTAR: o É necessário que o animal tenha espaço suficiente para consegui virar 360° (3x3, no mínimo, 3x4) .Baias muito grandes são economicamente inviáveis, além disso os equinos são nômades por natureza, adoram caminhar, uma área muito grande, permitirá que ele corra, brinque, o que pode aumentar os riscos de lesões. o Devem ser arejadas, possuir espaço para Balancim (janelas em esteira), pois normalmente, o cheiro de urina e fezes do animal costuma subir, com a ventilação que vem dessas janelas retira-se o ar viciado da baia. Deve-se tomar cuidado com a posição dos ventiladores (comum em baias de regiões quentes do Brasil), colocando na parede virado para cima, apenas para ventilação do ar e não ficar levantando poeira da baia. o As baias devem ser construídas de um modo que a incidência de sol não seja muito intensa e que durante a noite não faça os animais sentirem muito frio, normalmente as são construídas no sentido LESTE-OESTE o Cama para o animal, para auxiliar na absorção da umidade da urina, facilitar a retirada das fezes, para aquecer, para o animal deitar (principalmente em dias frios para se aquecer, deitar no chão pode provocar ralados, lesões...). Esta cama pode ser formada de madeira, pó de madeira, serragem de madeira ou maravalha... O ideal é ser feita de maravalha de madeira, o pó pode fazer com que suba muita poeira no ambiente. o Limpeza da fezes e urina, deve ser realizada no mínimo diariamente (em hípicas normalmente ocorrem com maior frequência), a troca da cama e limpeza da maravalha deve ser no mínimo 1 vez por semana. A maravalha suja costuma ficar muito úmida, com odor forte e etc. o Descarte da cama deve ser feito ao menos 1 vez por semana e quando ocorrer deve ser feita a compostagem do material (principal controle de ectoparasitas da propriedade): Juntar este resto de madeira com material orgânico, colocar em uma esterqueira (ou no meio ambiente), cobrir com uma lona e deixar fermentando por vários dias, no mínimo 10 dias, isto fará com que se torne um adubo melhor. Não se pode apenas descartar no meio do ambiente sem um fim adequado, atrairá moscas, insetos que podem se proliferar naquele local, que inclusive prejudica o controle de ectoparasitas da propriedade. o Controle de Ectoparasitas, o aumento excessivo de ectoparasitas pode tornar o animal mais estressado e predispor ele a doenças. Os principais ectoparasitas do cavalo são: Moscas e Carrapatos. O controle é realizado pela compostagem das camas, inseticidas no animal, larvicidas no ambiente, iscas para moscas. • ALIMENTAÇÃO: o É um dos principais métodos profiláticos o Um bom manejo alimentar para equinos garante volumoso (capim in natura, capim cortado, feno, alfafa) de qualidade e quantidade suficiente para este animal (o equino consome 1% a 3% do seu peso vivo diariamente), além disto garante alimento concentrado (erroneamente chamado de ração), sal mineral a vontade (equinos possuem uma sudorese que faz com que percam muitos eletrólitos) e água limpa a vontade. o Estes animais até podem ser criados apenas com pasto, porém deve ser 1 hectare de pasto por animal, o que quase nenhuma propriedade consegue garantir. o Animais Atletas exigem um aporte ainda maior de alimento hiperconcentrados para ter mais energia. Além de normalmente serem suplementados com vitaminas e etc. o Importante também compreender que não é possível criar estes animais apenas com alimentos concentrados, isso trará problemas gastrointestinais, problemas de digestibilidade. o O indicado é ter uma proporção 50% para volumoso e 50% para concentrado. • CONTROLE DAS POSSÍVEIS DOENÇAS: o Tentar isolar os animais doentes (assim que um animal começa a demonstrar sintomas), bem como os animais recém- chegados na propriedade, para não infectarem outros animais. O indicado em recém-chegados, é em torno de 1 semana, onde serão realizados diversos exames e acompanhamento destes animais; no caso dos animais doentes, a quarentena é realizada até que se recuperem das enfermidades. A baia de isolamento deve ser em um local onde quando o vento bater não leve possíveis vírus e bactérias pelo ar para outras baias; a distância em relação aos outros depende da enfermidade que tenha acometido o animal. o VACINAÇÕES: TABELA DE VACINAÇÃO Vacinas/ Categorias Potros Jovens Reforço Cavalos Adultos Éguas prenhes TÉTANO 5 meses 6 meses Anual Anual ENCEFALOMIELITE 5 meses 6 meses Anual Anual RAIVA 5 meses - Anual Anual INFLUENZA 5 meses 6 meses Semestral – para animais que participem de eventos, competições e etc. Semestral HERPES VIRUS 5 meses 6 meses Semestral 5º, 7º e 9º mês ▪ Os equinos não nascem com anticorpos circulantes suficientes, não recebem via placentária, isso só é garantido pela ingestão da placenta (possui uma porção mínima de anticorpos produzidos por ele mesmo no final da gestação, porém não é suficiente para protege-lo). A imunidade passiva dos mamíferos recém-nascidos, dura em torno de 45 dias, após isso ocorre uma queda busca (são proteínas quebradas), então aproximadamente a partir do 3º mês de vida, começam a produzir anticorpos próprios (ativo), frente a estímulos, ambientais (contato com a doença) ou vacinas. Diante destes fatos, as primeiras doses das vacinas são dadas a partir do 5° mês de vida, que é uma media da produção ativa de anticorpos eficiente, antes disto possui anticorpos da mãe ou as chances de contagio da doença são muito baixas. ▪ Sempre que for um animal que vá para exposições, a vacinação deve ser realizada em média 2 meses antes, no máximo 1 mês antes. ▪ Tétano: Apesar de ser uma importante doença, não existe uma exigência ministerial desta vacina. É uma doença contagiosa, a bactéria causadora é presente em quase todos os lugares, principalmente no chão. Esta bactéria necessita de um ambiente de aerobiose para produzir sua toxina, os cavalos estão em um ambiente muito arriscado, que possui muita toxina antitetânica. Além disto, quando um animal contrai a doença se torna quase impossível o tratamento curativo, principalmente pelo custo (1500 reais por semana). Teoricamente apenas seria necessário o reforço a cada 5 anos, porém como ela vem comercialmente junto com outras que precisam ser administradas anualmente, o protocolo desta acaba sendo assim. ▪ Encefalomielite: Uma infecção causada por um vírus que possui duas cepas (Leste-Oeste), transmitida por inseto hematófago (moscas) e é uma zoonose. Não há exigência vacinal para todos os animais, apenas para aqueles que viajam muito. ▪ Influenza: Causadora de gripe, Equi 1 e Equi 2, também não possuem obrigatoriedade de aplicação, apenas para animais que participam de eventos, hípicas. Apesar desta vacina não ter 100% eficácia, ela possui a capacidade de diminuir a incidência na população de animais. ▪ Herpes Vírus Equino: Provoca uma doença respiratória, rinopneumonite. Existem dois tipos que acometem os equinos, Herpes vírus 1 e 4. Além do complexo respiratório, provoca abortamento em éguas (causa de 90% de abortamentos em éguas, quando vacinados a chance de infecção chega a 0). ▪ Raiva: É uma doença que acomete todas os mamíferos, transmitida por mordida de morcego, zoonose mais importante conhecida, vacinação obrigatória. Não se realiza uma segunda dose, pois é uma vacina muito potente, com muita capacidade de estimular diversas reações nervosas, pois o corpo desenvolve uma resposta imunológica contra a bainhade mielina (as doses administradas aos animais são muito maiores do que as dose dada a humanos). No animal contaminado, o vírus se multiplica bastante nas glândulas salivares, por isso que a mordida de animais infectados carreia o vírus (e também produz muita saliva), MENOS NOS EQUINOS, por isso o animal morre de raiva, porém não transmite para outro, inclusive para o MAPA, o cavalo não é considerado um animal de risco. Quando há endemia de raiva em um local o MAPA indica realizar vacinações a cada 6 meses, por isso o professor não indica, pois existe um grande risco de diversos animais terem as outras reações. ▪ Vacinas disponíveis no mercado: • Existe uma vacina que é chamada de TRIPLICE EQUINA, que acaba sendo administrada anualmente; contra Encefalomielite, Tétano e Influenza; • A vacina da raiva nunca está junto com outra, pode até ser administrada junto, pois o adjuvante da raiva é diferente. • Para cavalos de esporte existe uma vacina capaz de prevenir Encefalomielite e Tétano e outra que é Herpes Vírus e Influenza. O protocolo adotado pode ser: 1 que é Tétano+ Raiva; outra que é Herpes Vírus+ Influenza e a Raiva em todo mundo e 6 meses depois Herpes Vírus e Influenza. • Mas comumente, em muitas propriedades apenas se aplica a tríplice+ raiva. • As vacinas dos equinos são intramusculares, se utiliza o pescoço ou garupa para vacinar. Podem vir multidoses ou prontas na seringa, apenas para a aplicação. o VERMIFUGAÇÃO: • É fundamental ter um controle contra parasitas intestinais, que podem ser a causa de diversas doenças em equinos. Além do mais as chances de reinfestação são altíssimas (come no prato que caga). Além do mais, potros jovens até 2 meses de idade, fazem coprofagia (importante para redistribuir a microbiota intestinal), o que permite que faça uma reinfestação severa, a não ser que todos os animais e ele estão vermífugos, se ele comer fezes e estiverem sem parasitas, não terá infecção. • Para vermifugação pode ser realizado levantamento do Plantel, realizar OPG. Equinos com até 500 de OPG é normal, é uma simbiose, passado disto é considerado verminose. Porém, normalmente é feita a vermifugação mesmo sem estes testes. • Normalmente são utilizados vermífugos orais (gel ou pasta) que são divididos em duas classes: o Lactonas: Matam os vermes por interrupção de transmissão neuronal. São muito eficazes contra os nematoides e muito pouco eficazes aos cestoides. ▪ Ivermectina ▪ Moxidectin – muito mais potente, porém mais cara, indicado para quem tem um número menor de animais. Porém a dose letal para um indivíduo jovem é muito próxima da dose de tratamento. Por isso não é indicado dar para lactantes (também é difícil ajustar a dose para filhotes). o Perimidinas: Matam os vermes por depressão metabólica. Baixo efeito sobre os nematoides e muito sobre os cestoides ▪ Palmoato de Pirantel ▪ Praziquantel o A lógica seria administrar esses dois medicamentos para atingir um amplo espectro, porém, só existe molécula sozinha de Lactonas (Ivermectina) mas não há no mercado de Perimidinas (Praziquantel). O que existe no mercado é uma junção de Ivermectina em baixa dose com uma dose normal de Praziquantel, o grande problema disto é que acaba gerando resistência dos nematoides. Por isso cria-se um protocolo intercalado. o O protocolo de vermífugo se torna muito caro, por isso em alguns casos pode ser feito apenas pós um OPG, quando der positivo para verminose se inicia o protocolo. Protocolo intercalado Mês Animais Adultos Mês Animais Jovens (varia conforme o mês que nasce) Janeiro Lactona 1º mês de vida Lactona Março Lactona 2º mês de vida Lactona Maio Lactona 3º mês de vida Lactona + Perimidina Julho Lactona + Perimidina 4º mês de vida Lactona Setembro Lactona 5º mês de vida Lactona Novembro Lactona 6 º mês de vida Lactona Realiza este protocolo até o animal se tornar adulto, após isso entra no outro ciclo
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