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ATIVIDADE 3_TROLE SOCIAL

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Ao afirmar que a função do Direito Penal é a limitação do poder punitivo, tem-se que isso vai ao encontro do mandamento do Estado Democrático de Direito que determina a tutela dos Direitos Humanos. Em outras palavras, ao afirmar que a função do Direito Penal é limitar o poder punitivo, reconhece-se que o Direito Penal e o Processo Penal são eficazes instrumentos de efetivação dos Direitos Humanos, considerados através de uma nova perspectiva, integradora, crítica e contextualizada, nos termos da chamada Teoria Crítica dos Direitos Humanos. (CANTERJI, 2008, p.114).
 
Obs. Trecho extraído do Livro: CANTERJI, Rafael Braude. Política Criminal e Direitos Humanos. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008. ISBN 978-85-7348-523-3.
É ilícita a prova obtida por meio de revista íntima realizada com base unicamente em denúncia anônima. De início, é inarredável a afirmação de que a revista íntima, eventualmente, constitui conduta atentatória à dignidade da pessoa humana, em razão de, em certas ocasiões, violar brutalmente o direito à intimidade, à inviolabilidade corporal e à convivência familiar entre visitante e preso. Em verdade, a adoção de revistas íntimas vexatórias e humilhantes viola tratados internacionais de Direitos Humanos firmados pelo Brasil e contraria recomendações da Corte Interamericana de Direitos Humanos, das Organizações das Nações Unidas e da Corte Europeia de Direitos Humanos. Para compatibilizar os direitos e deveres envolvidos na questão relativa ao controle de ingresso de visitantes em estabelecimentos penitenciários, existem, basicamente, duas correntes. A primeira considera não ser possível a realização de revista íntima em presídios, por ser ela vexatória e atentatória à dignidade da pessoa humana, valor básico ensejador dos direitos fundamentais. Ainda, invoca a proibição constitucional de se submeter qualquer pessoa a tratamento desumano ou degradante (art. 5º, III). Há, no entanto, uma segunda corrente, para a qual é possível, sim, a realização de revista íntima em estabelecimentos prisionais, com base em uma ponderação de interesses, pois existe a necessidade de controlar a entrada de produtos proibidos nos presídios armas, bebidas, drogas etc., de forma que, por questão de segurança pública e em nome da segurança prisional, estaria autorizada a medida (desde que, obviamente, fossem tomadas as cautelas devidas, tais como a realização de revista em mulheres por agentes públicos do sexo feminino). No caso, a acusada foi submetida à realização de revista íntima com base, tão somente, em uma denúncia anônima feita .
Perguntar à turma: "Ante o exposto, diante da análise da adoção de um Sistema Penal de Garantias pelo Estado Democrático de Direito descrita no texto acima e comparando-a à ementa do Informativo de Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça transcrito, avalie as duas correntes suscitadas e formule argumentações jurídicas voltadas a mitigar o referido conflito".
Resposta: 
Normalmente, os visitantes inspecionados são obrigados a ficarem sem roupa por completo e mostrarem as partes intimas para que os agentes possam ver se estão carregando instrumentos ilegais (drogas, celulares, etc.) ou qualquer outro objeto proibido para dentro do presídio.
A forma como é feita a revista íntima tem sido muito criticada por doutrinadores que apontam ofensa não apenas à Constituição Federal mas também a Convenções Internacionais sobre direitos humanos. Alguns Estados já adotam a “revista íntima humanizada”, que passa por uma análise de informações, seguida de uma revista manual na pessoa e nos seus objetos e, ao final, passam os objetos pelo raio x, onde é possível verificar o seu interior. Além disso, o visitante é convidado a se sentar num detector de metal em forma de banco, que apontará qualquer objeto de metal que possa ter sido inserido da cintura para baixo. Com isso, seguindo essas fases, finaliza-se a revista sem humilhação, segundo entrevista que li no site meusitejuridico. Infelizmente nem todas as unidades prisionais tem recursos para adquirir esses equipamentos e por isso acabam utilizando de situações vexatórias para realizar a revista quando ocorre denúncias. Situações duvidosas, como as decorrentes de denúncias anônimas desacompanhadas de apuração mínima para confirmar o relato, não podem ser consideradas pressuposto válido para a revista íntima, como decidiu o STJ no texto de Carteji.

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