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Colonização e Ocupação do Estado de Pernambuco

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Prof. Rodrigo Donin www.focusconcursos.com.br 1 
Historia 
História de Pernambuco 
Colonização e Ocupação do Estado de Pernambuco 
Na atual região onde se concentra o Estado de Pernambuco estão presentes inúmeros 
sítios arqueológicos que datam aproximadamente de 40 a 10 mil anos antes da Era Cristã. Nas 
cidades de Bom Jardim e Brejo da Madre de Deus foram encontrados vestígios que comprovam 
a ocupação humana. Na cidade de Madre de Deus é realizada anualmente a peça teatral da 
“Paixão de Cristo de Nova Jerusalém” durante a Semana Santa. A peça datada de 1956 e de 
autoria de Plínio Pacheco já foi vista por mais de 2,5 milhões de pessoas. Localizada a mais ou 
menos 200 Km da Capital de Pernambuco, Recife, a cidade é considerada berço do maior teatro 
ao livre do mundo. Na cidade de Brejo da Madre está uma antiga necrópole, uma espécie de 
cemitério antigo de 125 m² que abrigavam 85 esqueletos humanos. 
Dentre as diversas etnias que provavelmente habitaram essas regiões estava a de 
Itaparica, que confeccionava artefatos feitos de pedra lascada em um período de mais de 6 mil 
anos. Ainda na região do Agreste Pernambucano, são encontradas diversas pinturas rupestres 
que datam de 2 mil anos aproximadamente. Quando da chegada dos colonizadores portugueses, 
as etnias de Caetés e Tabajaras já estavam localizadas na região do atual Estado de 
Pernambuco. 
Características Socioculturais das populações indígenas 
Em termos culturais e linguísticos pode-se dizer que as tribos indígenas apresentavam 
uma característica bastante homogênea. No entanto, apesar de uma relativa identidade, as 
rivalidades eram intensas e permitiram aos portugueses tirar bom proveito para o processo de 
colonização. Para distinguirmos as principais tribos indígenas é comum dividi-las em duas 
categorias: tupis-guaranis e tapuias. 
Entre tupis-guaranis pode-se atribuir a presença de grande parte dos grupos que tiveram 
contato maior com os portugueses. São Tupiniquins, Tupinambás, Tamoios, Caetés, 
Tabajaras, Potiguaras. Essas tribos tiveram uma incidência maior em regiões litorâneas. De 
outro lado, a categoria dos tapuias era chamada por àqueles que não falavam o tupi e estavam 
localizados em regiões do sul da Bahia, norte do Espírito Santo, além do Ceará e do Maranhão. 
Goitacazes, Aimorés e Tremembés constituíam as tribos de tapuias. 
Dentro das categorias culturais, os aimorés sempre foram descritos de maneira muito 
distinta pelos próprios colonizadores. Geralmente atribuía-se uma grande eficiência militar e uma 
rebeldia que os caracterizava de maneira desfavorável à colonização e a submissão. Nessas 
categorias, portanto, atribui-se o fato de que tupis e tupinambás viviam em pequenas 
comunidades rodeadas de casas, enquanto que os aimorés vivam como animais na floresta. Os 
aimorés, nesse sentido, apreciavam a carne humana, enquanto que parte dos tupis preservavam 
rituais de antropofagia contra inimigos. 
A Ocupação e a Exploração de Pernambuco 
Comumente associamos a colonização do Brasil em 3 fases distintas: a fase do 
‘Descobrimento’ em 1500 ao Reconhecimento e Instalação das Capitanias Hereditárias até 1549; 
a fase que vai da instalação do Governo-Geral em 1549 até a eclosão de movimentos como a 
 
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Historia 
História de Pernambuco 
Inconfidência Mineira em 1789-90; e a crise do Sistema Colonial que irá compreender a chegada 
da Família Real em 1808 e a Independência do Brasil em 1822. 
Pertencentes à América Portuguesa, os territórios de Pernambuco estavam divididos e 
traçados a partir do Tratado de Tordesilhas assinado em 1494. Gaspar de Lemos, comandante 
de uma das frotas de Cabral, foi responsável foi responsável por demarcar incialmente os 
territórios e nele instalar feitorias ao longo da costa, empreendimento esse que já havia dado 
resultados na Costa da África e servia de entreposto comercial, para o embarque de produtos 
para a Europa, e cumpria ao mesmo tempo a função de segurança contra possíveis invasores. 
Na atual região de Igarassu, a feitoria do Estado de Pernambuco seria conferida ao nobre 
navegador português Critóvão Jacques, 1480 a 1530. A Feitoria de Itamaracá, fundada em 
1521, seria a primeira instalação de território do atual Estado, cumprindo o processo de gradativa 
exploração da região. O nobre navegador foi responsável pelo primeiro combate naval em 
território brasileiro, tendo angariado poderosas esquadrilhas francesas no Recôncavo Baiano e 
nomeado Governador das Partes do Brasil. Ao oficial também é conferida a descoberta do Rio 
Paraguaçu. 
No entanto, a ocupação de fato da então Capitânia de Pernambuco se daria em 1534, 
com a separação das terras pelo Rei D. João III. Pelo aumento do tráfico de madeira, pela 
constante presença de corsários e estrangeiros no Brasil e pela crise nas expedições de 
Cristóvão Jacques, as Capitanias seriam divididas entre 15 donatários. 
A Capitania de Pernambuco estaria sob o domínio de seu Primeiro Capitão-Donatário, 
Duarte Coelho, e parte da Capitania de Itamaracá, sob o domínio de Pero Lopes de Sousa, 
compreendendo o território entre o Rio Igaraçu e o Rio São Francisco. 
Inicialmente, 1535, a Capitânia de Duarte Coelho seria denominada de “Nova Lusitânia” 
e, logo em seguida, de Pernambuco, nome provavelmente de origem tupi que significa “furo de 
mar”. Poderia ainda ser explicado pelo nome de origem indígena “paranãbuku”, designação de 
“Mar comprido, alto”. Os povoados de Olinda e Igarassu foram elevados à Vila logo em 1537 
com a chegada do Donatário Duarte Coelho. Olinda teria sido elevada a Capital Administrativa 
e, no entanto, o porto de pescadores locais fundaria a futura cidade de Recife. 
As Vilas de Igarassu e Olinda estão presentes entre os primeiros núcleos urbanos e de 
ocupação do Brasil. De lá sairiam as primeiras expedições que desbravariam o sertão Nordestino 
e alcançando o Rio São Francisco. As primeiras expedições foram lideradas pelo filho do então 
Donatário da Capitania, Jorge de Albuquerque. A primeira atividade produtiva da colônia 
também surgiria em meio a ocupação e ao desenvolvimento da região, buscando o plantio do 
algodão e do açúcar, levando a instalação dos primeiros Engenhos. Por esse motivo, 
Pernambuco foi considerada uma das poucas Capitanias, ao lado de São Vicente, que de fato 
trouxeram resultados, ‘deram certo’. Considerada a mais próspera e mais influente das 
Capitanias, Pernambuco foi capaz de tornar-se o polo irradiador do açúcar, motivo que, 
posteriormente, a colocará no alvo de Ingleses e Holandeses no Brasil. 
Mão-de-obra Escrava: indígena ou negra? 
Acrescido ao desenvolvimento explorador e agrário no Brasil veio também a força de 
trabalho: a mão-de-obra. Nesse sentido, em terras brasileiras houve a predominância do trabalho 
 
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Historia 
História de Pernambuco 
de tipo escravo. Para sintetizar os fatores que levaram ao processo de escravidão vale destacar 
que a força de trabalho assalariada não era uma opção viável em territórios recém-descobertos. 
Todavia, o que explica o fato da preferência pelo escravo e pelo negro? Houve, portanto, 
uma preferência inicial pelo escravo indígena e que passou, posteriormente, ao negro. Essa 
passagem foi concretizada de fato pela economia açucareira no Nordeste da colônia. Entretanto, 
em todo o período de desenvolvimento açucareiro no Nordeste houve saltos e sobressaltos entre 
a mão-de-obra escrava indígena e negra. Nas regiões mais periféricas como São Paulo o 
trabalho indígena ainda predominou de maneira mais indireta. 
No aspecto do indígena a escravização colocou uma série de empecilhos ao sistema de 
exploração colonial. O indígena apresentava uma cultura de subsistência que não se enquadrava 
nos objetivos agroexportadores da colônia. O índio apenas produzia o necessário para sua 
sobrevivência e não encarnavao ideal de produção em larga escala. Num segundo aspecto, a 
escravização do índio também esbarrava no interesse cristianizador da Igreja. Os Jesuítas, 
principalmente, emplacaram constantes medidas para catequizar o índio, transformando-os em 
bons cristãos e cercados por “Missões” ou Reduções, pequenas aldeias controladas pela 
Igreja. Cristianizar o índio, portanto, significava elevá-lo aos usos e costumes do Europeu, 
produzindo o equivalente a aldeia ou a vila, mesmo que isso significasse a destruição da cultura 
indígena. Protegendo os índios da escravidão de colonos, os Jesuítas se colocaram como altivos 
defensores do modo de vida cristão. Em último aspecto, é perceptível também que o índio 
também tenha resistido muito mais a forma de trabalho escravo, pela guerra, pela resistência, 
pela fuga ou até pela morte. Nesse sentido, a partir de 1750 coincidiu com a chegada de africanos 
ao Brasil, e a escravização do índio foi aos poucos sendo substituída. Em tese, aos poucos a 
mão-de-obra indígena fora sendo posta de lado e meios foram permitindo apenas a escravização 
do índio em caso de guerra justa. 
O ciclo do açúcar 
O período da Hispania, de 1580 a 1640, representa para o Brasil e Portugal um período 
bastante conturbada que afeta diretamente os privilegiados na produção do açúcar e gera como 
consequência a tomada dos territórios brasileiros pela Holanda (Invasões Holandesas) e o 
declínio da produção do açúcar e sua respectiva substituição pela economia aurífera, como 
descobrimento do Ouro em 1693 na região das Minas Gerais. 
Dentro desse contexto, os Países baixos conquistaram sua independência da Espanha e 
viram na possibilidade de adquirir o controle do açúcar pela Capitania de Pernambuco. 
Tradicionais inimigos da Espanha, os Holandeses buscaram na Bahia uma primeira tentativa de 
invasão, essa fracassada em 1624. As invasões Holandesas foram o maior conflito político-
militar da Colônia. 
Preponderante foi a presença de índios, negros para derrotar os holandeses, que 
seguiram para a resistência em Casa Forte. Olinda, por fim, foi retomada pelos rebeldes e a 
insurreição, o levante de pernambucanos, pressionava os holandeses cada vez mais ao interior. 
Olinda fora retomada e os invasores estavam encurralados e sem alimentos numa faixa de terra 
que ia de Recife a Itamaracá. Em 1646 ocorreu a Batalha de Tejucupapo em que mulheres 
camponesas pegaram em armas contra os invasores. Esse episódio foi marcado pela primeira 
participação da mulher em defesa do território brasileiro. 
 
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Historia 
História de Pernambuco 
No entanto, foi só em 1648 que os holandeses avançaram ao cerco dos bravos 
camponeses que resistiam, eram as duas Batalhas de Guararapes, a primeira ocorrida em Cabo 
de Santo Agostinho pelo rompimento do cerco e a segunda quase um ano mais tarde, em 1649. 
Os holandeses serão cercados e permanecerão até 1654 pressionados pela brava resistência 
dos luso-brasileiros. As últimas defesas foram perpetradas e os invasores foram rendidos. Em 
24 anos de invasões, em quase 62 horas de negociações os holandeses assinaram a rendição 
em 27 de Janeiro de 1654, entregando as chaves da cidade maurícia aos vitoriosos Insurretos 
Pernambucanos. 
Guerra dos Bárbaros 
O conjunto de conflitos e rebeliões que envolveram de um lado indígenas da tribo dos 
tapuias e os colonizadores portugueses dá-se o nome de Guerra dos Bárbaros. Elas de fato 
ocorreram a partir do ano de 1683 e estiveram inseridas dentro do contexto das chamadas 
Guerras Justas. Após a expulsão dos holandeses do território brasileiro, os portugueses puderam 
retomar suas atividades e a expansão colonial para além das fazendas de açúcar. Muitas tribos 
indígenas, inclusive, haviam sido aliadas as tropas holandesas, oferecendo maior resistência aos 
objetivos dos portugueses.

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