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Climatério e terapia hormonal

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Semiologia Obstétrica e Ginecológica 
Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Profª Dra. Talita Campos 
 
Climatério não é sinônimo de menopausa! 
Climatério se estende desde o período da transição da fase reprodutiva para não reprodutiva, quando o corpo 
começa ter as primeiras alterações hormonais e paciente já pode apresentar sintomas. 
Menopausa é definida como 12 meses sem menstruação. 
Climatério: ↓ da produção hormonal, flutuações no ciclo menstrual, surgimento de diversos sintomas, é um 
fenômeno natural e 80% das mulheres apresentam sintomas (variáveis). É mais comum após os 45 anos. 
Menopausa: amenorreia por 12 meses. É mais comum por volta dos 50 anos. Ocorrem mudanças no corpo a curto, 
médio e longo prazo. Tratamento – terapia hormonal. 
→ Climatério – etiopatogenia: 
Com o passar do tempo, ocorrem as atrésias dos folículos, até que essa 
queda é importante, levando a uma baixa produção dos hormônios 
estrogênicos. 
Eixo hipotálamo-hipófise-ovário – diminuição dos estrógenos → 
aumento de FSH e LH. 
É complexa, não só a queda do folículo que desencadeia o climatério, 
mas a perda de sincronia de hipotálamo-hipófise na liberação de 
hormônio também influencia. 
Ovário não perde função 100%, tem um 
aumento de produção de androgênio nessa fase. 
 
 
→Epidemiologia: 
▪Genética 
▪Fatores socioeconômicos 
▪Paridade (multiparidade demora mais um pouco 
para entrar, nulíparas mais precoce) 
▪Tabagismo 
▪Nutrição (desnutrição – precoce) 
▪Altitude (mais alta altitude, mais precoce) 
→Repercussões do hipoestrogenismo: 
▪Manifestações menstruais 
▪Manifestações neurogênicas: ondas de calor, sudorese, calafrios, insônia, perda de memória, fadiga. 
▪Manifestações psicogênicas: irritabilidade, labilidade emocional (se sentem velhas), dificuldades sexuais. 
▪Manifestações metabólicas: ósseo (osteoporose), lípidico, cardiovasculares, urogenitais (incontinência urinária, 
ressecamento/atrofia genital), tegumentares (ressecamento). 
▪Outras manifestações: alterações sexuais, dentárias, visuais, obesidade... 
Essas pacientes merecem bastante atenção, pois muitas tem predisposição para depressão, devido a tantas 
manifestações emocionais e físicas. 
→Abordagem clínica e exames complementares: 
Anamnese: queixas de menstruação irregular, perda de libido, questões emocionais... 
Rastreamento de doenças crônicas: hipoestrogenismo leva a complicações (cardiovascular) 
Osteoporose 
Semiologia Obstétrica e Ginecológica 
Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Profª Dra. Talita Campos 
 
Demais comorbidade: alterações de tireoide. 
Rastreamento de câncer: mama (aumenta risco nessa fase), colo de útero, colorretal (aumenta risco nessa fase), 
pulmão. 
Aparelho cardiovascular no climatério: 
Fatores de risco – tabagismo, dislipidemia, sedentarismo, sobrepeso, obesidade, sd. Metabólica, DM, hipertensão 
arterial. 
Doenças cardiovasculares – maior causa de morte de mulheres. Dar atenção necessária! 
→Terapia hormonal: 
Avaliar riscos x benefícios – decisão do paciente junto ao médico. 
Parâmetros: 
Janela de oportunidade para início da TH (não deve iniciar tardiamente; analisar melhor momento de iniciar) 
Vias de adm da TH 
Esquemas de TH propriamente dito 
Não é indicada apenas com finalidade para proteção cardiovascular. 
Iniciada para alívio de sintomas climatéricos precocemente não aumenta risco cardiovascular. 
Vias de administração: oral (lembrar que a oral tem metabolização hepática), adesivo (transdérmica), gel 
(percutânea), implante subdérmico, baginal, intramuscular. 
Avaliar conjuntamente riscos e presença de doenças crônicas, opção da paciente e possibilidade de adesão da 
paciente. 
Ex de risco: presença de câncer na família; existem trabalhos que mostram que pode ser um risco. 
Esquemas de TH: estrógenos puros (não utiliza em mulheres com útero); TH combinada, tibolona (progesterona, 
indicado para pacientes com histórico de câncer de mama). 
Não pode utilizar apenas estrogênio em pacientes que tem útero (hipertrofia do endométrio, sangramento. Pode 
aumentar risco de hiperplasia de endométrio). 
Mulheres que não tem útero: utiliza-se apenas o estrogênio. 
Doses de estrogênio na TH: 
 
Tratamentos não-hormonais: 
Desejo da mulher em não tomar hormônios. 
Fatores socioculturais. 
Preferência do profissional. 
Contraindicações para uso de hormônios. 
Intolerância da mulher ao tratamento hormonal (trouxe mais problema do que melhora). 
CONTRAINDICAÇÃOES PARA O TRATAMENTO HORMONAL: 
Câncer de mama, tratado ou não. 
Câncer de endométrio em estágios avançados (devido a hiperplasia do endométrio que pode ocorrer). 
Doença tromboembólica aguda ou tratada. 
Hepatopatias agudas ou com insuficiência hepática (passagem hepática do hormônio). 
Sangramento genital de causa não esclarecida. 
Semiologia Obstétrica e Ginecológica 
Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
Profª Dra. Talita Campos 
 
Tratamentos não-hormonais: 
Orientação nutricional (alimentação saudável, derivados de leite...), atividade física, terapia ocupacional e controle 
do estresse, acupuntura, fitohormonios, homeopatia. 
No climatério, não é necessário realização de exames de dosagem hormonal; clínica é suficiente para diagnóstico. 
→Falência ovariana prematura (FOP): 
Perda da função gonadal temporária ou definitiva – hipoestrogenismo e suas consequências. 
Ocorre abaixo dos 40 anos e em 1% das mulheres abaixo dos 40 anos. 
Depleção de folículos: doenças infecciosas, autoimunes, quimioterapia. 
Defeitos no estímulo folicular: mutação do receptor de FSH. 
Diagnóstico clínico e complementar (dosagem de hormônios de tireoide, prolactina, FSH...aqui precisa desses 
exames, diferentemente do climatério). 
Uso de TH e outras medidas.

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