Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ÁLGEBRA LINEAR Combinação Linear, Subespaços Gerados, Dependência e Independência Linear Prof. Susie C. Keller Combinação Linear Sejam os vetores v1, v2, ..., vn do espaço vetorial V e os escalares a1, a2, ..., an. Qualquer vetor v V da forma: v = a1v1 + a2v2 + ... + anvn é uma combinação linear dos vetores v1, v2, ..., vn. Combinação Linear Exemplos: No espaço vetorial P2 dos polinômios de grau 2, o polinômio v = 7x2 + 11x – 26 é uma combinação linear dos polinômios: v1 = 5x2 – 3x + 2 e v2 = -2x2 + 5x -8 De fato: v = 3v1 + 4v2 pois: Combinação Linear Exemplos: No espaço vetorial P2 dos polinômios de grau 2, o polinômio v = 7x2 + 11x – 26 é uma combinação linear dos polinômios: v1 = 5x2 – 3x + 2 e v2 = -2x2 + 5x -8 De fato: v = 3v1 + 4v2 pois: Combinação Linear Exemplos: No espaço vetorial P2 dos polinômios de grau 2, o polinômio v = 7x2 + 11x – 26 é uma combinação linear dos polinômios: v1 = 5x2 – 3x + 2 e v2 = -2x2 + 5x -8 De fato: v = 3v1 + 4v2 pois: Combinação Linear 2) Escrever v = (- 4, -18, 7) como combinação linear de v1=(1,-3,2) e v2=(2,4,-1). Pretende-se que: v = a1v1 + a2v2 (-4, -18, 7) = a1(1, -3, 2) + a2(2, 4, -1) (-4, -18, 7) = (1a1, -3a1, 2a1) + (2a2, 4a2, -1a2) Combinação Linear Subespaços Gerados Seja V um espaço vetorial. Consideremos um subconjunto A={v1, v2, ..., vn} V, A . O conjunto S de todos os vetores de V que são combinações lineares dos vetores de A é um subespaço vetorial de V. Subespaços Gerados De fato, se: u = a1v1 + a2v2 + ... + anvn e v = b1v1 + b2v2 + ... + bnvn são dois vetores quaisquer de S, pode-se escrever: I) u + v = (a1 + b1)v1 + (a2 + b2)v2 + ... + (an + bn)vn II) u = (a1)v1 + (a2)v2 + ... + (an)vn Tendo em vista que u + v S e que u S, por serem combinações lineares de v1, v2, ..., vn, conclui-se que S é um subespaço vetorial de V. Subespaços Gerados Simbolicamente, o subespaço S é: S = {v V/ v = a1v1 + a2v2 + ... + anvn IR} Observações: Diz-se que o subespaço S é gerado pelos vetores v1, v2, ..., vn, ou gerado pelo conjunto A, e representa-se por: S = [v1, v2, ..., vn] ou S = G(A) Logo, v1, v2, ..., vn são chamados geradores do subespaço S, enquanto A é o conjunto gerador de S. Subespaços Gerados Para o caso particular de A = , define-se [] = {0}. A G(A), ou seja, {v1, v2, ..., vn} [v1, v2, ..., vn]. Se G(A) = V, A é um conjunto gerador de V. Subespaços Gerados Exemplos: 1) Os vetores i = (1, 0) e j = (0, 1) geram o IR2, pois qualquer (x, y) IR2 é combinação linear de i e j: (x, y) = xi+ yj = x(1, 0) + y(0, 1) = (x, 0) + (0, y) = (x,y) Então: [i, j] = IR2 2) Os vetores i = (1, 0, 0) e j = (0, 1, 0) do IR3 geram o subespaço S = {(x, y, 0) IR3/x, y IR} pois (x, y, 0) = x(1, 0, 0) + y(0, 1, 0) Então: [i, j] = S é um subespaço do IR3 e representa, geometricamente, o plano xOy. Subespaços Gerados Subespaços Gerados Observações: Dados n vetores v1, ..., vn de um espaço vetorial V, se w V, tal que: w = a1v1 + ... + anvn Então [v1, ..., vn, w] = [v1, ..., vn] Pois todo vetor v que é combinação linear de v1,...,vn,w também é combinação linear de v1, ..., vn. Subespaços Gerados Supondo que v [v1, ..., vn, w] então existem números reais b1, ..., bn, b tais que v = b1v1 + ... + bnvn + bw Mas w = a1v1 + ... + anvn logo v = b1v1 + ... + bnvn + b(a1v1 + ... + anvn) ou v = (b1 + ba1) v1 + ... + (bn + ban)vn Subespaços Gerados Portanto v é combinação linear de v1, ..., vn: v [v1, ..., vn] A recíproca, se v [v1, ..., vn] , então v [v1, ..., vn, w] é trivial, pois se: v = b1v1 + ... + bnvn , então v = b1v1 + ... + bnvn + 0w Assim, sendo S um subespaço gerado por um conjunto A, ao acrescentarmos vetores de S a esse conjunto A, os novos conjuntos continuarão gerando o mesmo subespaço S. Logo, um subespaço S pode ser gerado por uma infinidade de vetores, porém existe um número mínimo de vetores para gerá-lo. Espaços Vetoriais Finitamente Gerados Um espaço vetorial V é finitamente gerado se existe um conjunto finito A, A V, tal que V = G(A). Os exemplos vistos até agora são de espaços vetoriais finitamente gerados. Ex.: IR3 é gerado pelo conjunto finito de três vetores: A = {(1,0,0),(0,1,0),(0,0,1)} , pois (x,y,z) IR3, tem-se: (x,y,z) = x(1,0,0) + y(0,1,0) + z(0,0,1) Espaços Vetoriais Finitamente Gerados Trataremos, em geral, de espaços vetoriais finitamente gerados. Um exemplo de espaço vetorial que não é finitamente gerado é o espaço P de todos os polinômios reais. Ex.: Dado A = {p1, ..., pn} P onde pn é um polinômio de grau n, qualquer combinação linear a1p1 + a2p2 + ... + anpn tem grau ≤ n. Espaços Vetoriais Finitamente Gerados Assim, o subespaço [p1, ..., pn] contém somente polinômios de grau menor ou igual ao grau de pn. Como P é formado por todos os polinômios, existem nele polinômios de grau maior que o de pn. Logo, G(A) ≠ P para todo conjunto finito A P. Dependência e Independência Linear O espaço vetorial IR3 pode ser gerado por três vetores ou, também, por quatro ou por cinco vetores. Três vetores constituem o número mínimo necessário para gerar o IR3. No caso da utilização de mais de três vetores para gerar o IR3, sobram vetores no conjunto gerador. O nosso interesse é sempre que o conjunto gerador seja o menor possível e, para isso, precisamos ter noção dos conceitos de dependência e independência linear. Dependência e Independência Linear Definição Seja V um espaço vetorial e A = {v1, ..., vn} V. Consideremos a equação: a1v1 + a2v2 + ... + anvn = 0 (1) Sabemos que essa equação admite pelo menos uma solução (solução trivial): a1 = a2 = ... = an = 0 Dependência e Independência Linear O conjunto A é dito linearmente independente (LI), ou os vetores são ditos linearmente independentes caso a equação (1) admita apenas a solução trivial. Se existirem soluções ai ≠ 0, diz-se que o conjunto é linearmente dependente (LD), ou que os vetores v1, ..., vn são LD. Dependência e Independência Linear Exemplos: 1) No espaço vetorial V = IR3, os vetores v1 = (2, -1, 3), v2 = (-1, 0, -2) e v3 = (2, -3, 1) formam um conjunto linearmente dependente, pois: 3v1 + 4v2 – v3 = 0 ou seja 3(2, -1, 3) + 4(-1, 0, -2) - (2, -3, 1) = (0, 0, 0) Dependência e Independência Linear 2) No espaço vetorial V = IR4, os vetores v1 = (2, 2, 3, 4), v2 = (0, 5, -3, 1) e v3 = (0, 0, 4, -2) formam um conjunto linearmente independente. De fato: a(2, 2, 3, 4) + b(0, 5, -3, 1) + c(0, 0, 4, -2) = (0, 0, 0, 0) (2a, 2a, 3a, 4a) + (0, 5b, -3b, b) + (0, 0, 4c, -2c) = (0, 0, 0, 0) (2a + 0 + 0, 2a + 5b + 0, 3a -3b + 4c, 4a + b -2c) = (0, 0, 0, 0) Dependência e Independência Linear Dependência e Independência Linear Teorema “Um conjunto A = {v1, ..., vi, ..., vn} é LD se, e somente se, pelo menos um desses vetores é combinação linear dos outros.” A demonstração é constituída de duas partes: 1º) Seja A linearmente dependente. Então, por definição, um dos coeficientes de: a1v1 + .... + ai-1vi-1 + aivi + ai+1vi+1 +.. + anvn = 0 deve ser diferente de zero. Dependência e Independência Linear Supondo que ai ≠ 0, vem: aivi = - a1v1 - .... - ai-1vi-1 - ai+1vi+1 - ... - anvn ou Portanto, vi é uma combinação linear dos outros vetores. n i n 1i i 1i 1i i 1i 1 i 1 i va a...v a av a a...v a av Dependência e Independência Linear 2º) Seja vi uma combinação linear dos outros vetores. Temos que: vi = b1v1 + .... + bi-1vi-1 + bi+1vi+1 + ... + bnvn ou, ainda: b1v1 + .... + bi-1vi-1 – 1vi + bi+1vi+1 + ... + bnvn = 0 e, portanto, a equação b1v1 + .... + (–1)vi + ... + bnvn = 0 Se verifica para bi ≠ 0 (bi = -1). Logo, A é LD. Dependência e Independência Linear Observações: 1) O último teorema pode ser enunciado de forma equivalente: “Um conjunto A = {v1, ..., vi, ...,vn} é LI se, e somente se, nenhum desses vetores for combinação linear dos outros.” 2) Para o caso particular de dois vetores, temos: “Dois vetores v1 e v2 são LD se, e somente se, um vetor é múltiplo escalar do outro.” Dependência e Independência Linear Exemplo: Os vetores v1 = (1,-2,3) e v2 = (2,-4,6) são LD, pois ou v2 = 2v1. Já, os vetores v1 = (1,-2,3) e v2 = (2,1,5) são LI, pois v1 ≠ k v2 k IR. 21 v2 1v Dependência e Independência Linear Nos gráficos abaixo é apresentada a interpretação geométrica da dependência e independência linear Dependência e Independência Linear Dependência e Independência Linear Propriedades Seja V um espaço vetorial. I) Se A = {v} V e v ≠ 0, então A é LI. De fato: Como v ≠ 0, a igualdade av = 0 só se verifica se a = 0. Obs.: Considera-se, por definição, o conjunto é LI. Dependência e Independência Linear II) Se um conjunto A V contém o vetor nulo, então A é LD. De fato: Seja o conjunto A = {v1, ..., 0, ..., vn}. Então, a equação 0. v1 + ... + a.0 + ... + 0.vn = 0 se verifica para todo a ≠ 0. Portanto, A é LD. Dependência e Independência Linear III) Se uma parte de um conjunto A V é LD, então A é também LD. De fato: Sejam A = {v1, ..., vr, ..., vn} e sua parte A1 = {v1, ..., vr} A, A1 é LD. Como A1 é LD, existem ai ≠ 0 que verificam a igualdade: a1v1 + ... + arvr = 0 e esses mesmos ai ≠ 0 verificam também a igualdade: Dependência e Independência Linear a1v1 + ... + arvr + 0.vr+1 + ... + 0.vn = 0 Logo, A = {v1, ..., vr, ..., vn} é LD. IV) Se um conjunto A V é LI, qualquer parte A1 de A é também LI. De fato: Pela propriedade anterior, se A1 fosse LD, A também seria LD, o que contradiz a hipótese. Dependência e Independência Linear Observação: Se todos os subconjuntos próprios de um conjunto finito de vetores são LI, não significa que o conjunto seja LI. Ex.: Se considerarmos os vetores e1=(1,0), e2=(0,1) e v=(4,5), verificamos que cada um dos subconjuntos: A1 = {e1, e2}, A2 = {e1, v} e A3 = {e2, v} são LI. Porém o conjunto A = {e1, e2, v} é LD. Dependência e Independência Linear V) Se um conjunto A = {v1, ..., vn} V é LI e B = {v1, ..., vn, w} é LD, então w é combinação linear de v1, ..., vn. De fato: Como B é LD, existem escalares a1, ...,an, b, nem todos nulos, tais que: a1v1 + ... + anvn + b.w = 0 Se b = 0, então algum dos ai não é zero na igualdade: a1v1 + ... + anvn = 0 Dependência e Independência Linear Porém este fato contradiz a hipótese que A é LI. Consequentemente, tem-se b ≠ 0, e, portanto: b.w = -a1v1 - ... -anvn o que implica: isto é, w é combinação linear de v1, ..., vn. n n 1 1 v b a...v b aw
Compartilhar