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RESUMÃO_TSP_ MÓDULOS_2018

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https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/ 
TEORIAS E SISTEMAS EM PSICOLOGIA 
 
MODULO 1: A ORGANIZAÇÃO DAS IDEIAS PSICOLÓGICAS EM ESCOLAS DE 
PENSAMENTO. 
 
 
 
 
Bibliografia Básica 
FIGUEIREDO, L. C. Matrizes do 
Pensamento Psicológico. 17ª ed. 
Petrópolis: Vozes, 2012. (Capítulos I e 
II). 
Bibliografia Complementar 
FGUEIREDO, L.C.M. A gestação do 
espaço psicológico no século XIX: Liberalismo, Romantismo e Regime Disciplinar. A 
invenção do psicológico. Quatro séculos de subjetivação 1500-1900. São Paulo: 
EDUC: Escuta, 1996. 
 
OBSERVAÇÃO: Não é objetivo da disciplina que o aluno conheça e discrimine as 
diferentes matrizes de pensamento relacionadas por Figueiredo e sim compreenda 
que a Psicologia se constituiu como ciência em um espaço de dispersão; neste 
sentido, não é possível falar em acumulação ou progresso do conhecimento 
psicológico. O aluno também deve compreender que Figueiredo propõe a ordenação 
das teorias psicológicas em escolas de pensamento, mas sem falar em acumulação 
ou progresso do conhecimento psicológico, considerando que as escolas de 
pensamento sustentam-se em diferentes bases epistemológicas e ontológicas, e 
dentro do contexto sócio político e cultural em que emergiram. 
Parte 1: A constituição e ocupação do espaço psicológico No campo da Psicologia, 
coexistem diferentes teorias. Você verá, ao longo do semestre, que esta convivência 
nem sempre é harmoniosa. As escolas de pensamento que vamos estudar definem 
como campo de investigação diferentes objetos, e propõem maneiras diferentes de 
estudá-los. Nesta disciplina, permeando a apresentação dessas escolas de 
pensamento, há a tese de Figueiredo (1996, 2002) de que esta diversidade não é 
fortuita, nem temporária: ela decorre das contradições existentes no projeto de criação 
da Psicologia como ciência independente. Ao longo do semestre, não 
empreenderemos qualquer tentativa de unificação e síntese e não tentaremos 
minimizar as diferenças entre as teorias. Na apresentação de cada teoria, 
procuraremos identificar o contexto histórico - cultural em que surgiu e explicitar sua 
maneira particular de pensar o homem. 
 
Atividades: 
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/ 
 
1) Leia atentamente os textos indicados, considerando que, de acordo com a proposta 
de Figueiredo, cada teoria psicológica entende o homem de uma forma e, portanto, 
propõem uma maneira peculiar para estudá - lo (em outras palavras, partem de 
diferentes pressupostos tanto ontológicos-antropológicos quanto epistemológicos-
metodológicos). São exatamente estes pressupostos que serão focalizados na análise 
que faremos das teorias e sistemas que fazem parte do programa da disciplina TSP, 
remetendo-os ao contexto histórico e cultural da época de sua formalização. 
 
2) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício: 
 
Uma obra clássica sobre o desenvolvimento psicológico humano, que apresenta 
diferentes teorias e autores que se debruçaram sobre o assunto, tece o seguinte 
comentário: “Parece ficar claro que, devido à complexidade do processo de 
desenvolvimento humano e à jovialidade da ciência psicológica, nenhum modelo 
isoladamente tenha chegado à compreensão profunda de todas as suas variáveis. (...) 
A impressão que nos resta é a de que, qualquer que seja a linha mestra que nos 
pareça mais razoável, restarão dúvidas de inegável valor científico. Sim, porque é 
nossa crença e nossa convicção de que, justamente por estarmos numa época 
relativamente inicial do estudo da criança e do adolescente, temos mais perguntas do 
que respostas a oferecer.” (RAPPAPORT, C.R., FIORI, W.R. & DAVIS, C. Teorias do 
Desenvolvimento. São Paulo: EPU, 1981, p.91-92). 
 
O trecho apresenta uma posição a respeito da diversidade teórica e prática da 
psicologia segundo a qual (assinale a alternativa correta): 
 
a) As teorias psicológicas são formas de descrever os fenômenos psicológicos tal 
como eles são, mas, devido à sua complexidade, atualmente só podem fazê- 
parcialmente. Neste sentido, o trecho apresenta a mesma concepção da diversidade 
teórica da Psicologia defendida por Figueiredo. b) As teorias psicológicas são formas 
de descrever os fenômenos psicológicos tal como eles são, mas, devido à sua 
complexidade, atualmente só podem fazê- parcialmente. Neste sentido, o trecho 
apresenta uma concepção da diversidade teórica da Psicologia que se afasta daquela 
defendida por Figueiredo. c) Subjacente a cada teoria psicológica há um determinado 
conjunto de pressupostos a respeito do que é o homem e de como se dá seu 
desenvolvimento. Neste sentido, o trecho apresenta a mesma concepção da 
diversidade teórica da Psicologia defendida por Figueiredo. d) Subjacente a cada 
teoria psicológica há um determinado conjunto de pressupostos a respeito do que é o 
homem e de como se dá seu desenvolvimento. Neste sentido, o trecho apresenta uma 
concepção da diversidade teórica da Psicologia que se afasta daquela defendida por 
Figueiredo. e) Seria improdutivo dar continuidade ao processo de produção de 
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conhecimento em psicologia, uma vez que mesmo com pesquisas adicionais não 
atingiríamos a compreensão global do processo de desenvolvimento humano. 
 
Resposta: A alternativa a ser assinalada é a b. Uma correta interpretação do texto 
apresentado indicará que a autora supõe que o desenvolvimento humano não pôde 
ainda ser estudado completamente em toda a sua complexidade. No entanto, é 
possível perceber que ela considera a possibilidade de isto vir a ocorrer no futuro – a 
produção de um conhecimento fidedigno sobre o homem. Esta posição difere da 
assumida por Figueiredo, para quem a diversidade teórica de nosso campo se deve 
ao projeto contraditório de constituição da Psicologia como ciência independente, 
sendo, nesse sentido, irrecorrível. 
MODULO 2 - OS BEHAVIORISMOS 
 
 II.1 Behaviorismo Metodológico. 
II.2 Behaviorismo Radical. 
II.3 As Abordagens Cognitivo - Comportamentais. 
 
Leitura Obrigatória: 
 
- CANÇADO, C. R. X.; SOARES, P. G.; CIRINO, S. D. O behaviorismo: uma proposta 
de estudo do comportamento. In: JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; 
PORTUGAL, F. T. (orgs.) História da Psicologia: Rumos e Percursos. 3ª ed. Rio de 
Janeiro: Nau Editora, 2013. (Capítulo 11). 
- FALCONE, E. M. O. As bases teóricas e filosóficas das abordagens cognitivo - 
comportamentais. In: JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, F. T. 
(orgs.) História da Psicologia: Rumos e Percursos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nau Editora, 
2013. (Capítulo 12). 
 
Leitura para Aprofundamento: 
 
- PENNA, A. G. Introdução à psicologia do século XX. Rio de Janeiro: Imago, 2004. 
(Capítulo 3). 
- SCHULTZ, D. P. & SCHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna. 9ª ed. São 
Paulo: Thomson Learning, 2011. (Capítulos 10 e 11). 
 
 
 
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Parte 1: O Behaviorismo Metodológico de J. B. Watson - o "manifesto behaviorista" e 
os primórdios de uma ciência do comportamento. 
 
Apresentação do tema: Nos primeiros anos do século XX, havia nos EUA um ambiente 
favorável à idéia de que a Psicologia deveria produzir um conhecimento que pudesse 
ser aplicado à solução dos problemas humanos. John Watson é comumente apontado 
como fundador do movimento a que chamou Behaviorismo. Influenciado pelos 
modelos científicos que enfatizavam fortemente a obtenção de dados objetivos sobre 
seus objetos e a produção de conhecimento experimentalmente comprovável, propôs 
que a Psicologia passasse a se ocupar do comportamento (behavior, em inglês): Por 
que não fazemos daquilo que podemos observar, o corpo de estudo da Psicologia? 
(Watson, 1913). Em substituição ao método introspectivo, Watson defendia que a 
psicologia deveria se limitar a dados objetivos e mensuráveis. Contrariamente ao que 
ocorria com a experiência privada do indivíduo que só podia ser revelada através daintrospecção, o comportamento permitia a observação pública e a medição objetiva. 
Privilegiando, assim, a observação consensual (isto é, a observação que pode ser 
comprovada por pelo menos duas pessoas), Watson estabeleceu um critério que 
definia o que poderia vir a ser estudado pela psicologia: apenas o observável. 
Seguindo a visão mecanicista da época, derivada da física newtoniana, segundo a 
qual todo fenômeno tem uma causa, e negando-se a estudar a mente humana, que 
não pode ser diretamente observada, Watson foi buscar as variáveis responsáveis 
pela determinação do comportamento fora do organismo. 
Para Watson, o comportamento era produto da ação de variáveis externas 
antecedentes. Certos estímulos eliciariam determinadas respostas, geneticamente 
programadas, em resultado na evolução das espécies, ou estabelecidas através da 
formação de hábitos (condicionamento clássico). Watson entendia que o repertório 
comportamental de um organismo era resultado da ação do ambiente sobre estas 
estruturas reflexas hereditárias. A resposta condicionada era vista como a menor 
unidade do comportamento, a partir da qual cadeias complexas seriam originadas pela 
interligação de reflexos simples. Esquematicamente, podemos grafar o modelo 
compreensivo de Watson como E à R (ou S à R, um estímulo (stimulus), eliciando 
uma resposta (response)). 
O Behaviorismo de Watson veio a ser conhecido como Behaviorismo Metodológico 
pela ênfase dada às definições objetivas, aos procedimentos de medida, à 
demonstração e à experimentação – em outras palavras, ênfase no método. 
 
Atividades: 
 
1) Realize uma leitura criteriosa dos textos indicados. A partir deles e de outras fontes, 
de sua escolha, posicione-se criticamente frente a proposta de limitar a Psicologia ao 
estudo do que é consensualmente observável. 
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2) Consulte via internet ou pelos meios convencionais em que consiste o chamado 
“Manifesto Behaviorista”. 
3) Realize os exercícios, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. 
Estas dúvidas devem ser motivo de reexame dos textos, na tentativa de saná-las. 
Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais. 
4) A titulo de exemplo, faça o exercício abaixo: 
Costuma-e considerar que a psicologia científica começa quando Wundt, em 1879, 
monta o primeiro laboratório de psicologia, em Leipzig, na Alemanha. 
Wundt concebia a psicologia como uma ciência intermediária, localizada entre as 
ciências naturais e as ciências da cultura. 
Desenvolveu, assim, um duplo projeto: uma psicologia experimental fisiológica, que 
se propunha a estudar a experiência imediata dos sujeitos seguindo os cânones 
adotados pelas demais ciências: uma psicologia experimental da consciência; e uma 
psicologia social ou “dos povos”, dedicada ao estudo dos processos superiores da 
vida mental (pensamento, imaginação, etc). 
Como seu interesse, dentro da psicologia experimental, era a percepção dos 
fenômenos pelos sujeitos, incluiu em seus estudos a introspecção. Método herdado 
da filosofia, a introspecção consiste na observação e registro das percepções, 
pensamentos e sentimentos pelo próprio sujeito. Wundt, no entanto, introduziu 
algumas alterações neste método. Seus sujeitos experimentais eram treinados em 
auto-observação, na tentativa de torná-los aptos a fornecer relatos fidedignos. 
Em oposição à proposta de Wundt, Watson (1878 -1958) propõe um novo projeto para 
a psicologia. Do ponto de vista do método de investigação, em que diferem as duas 
propostas? 
A) No que se refere ao método de investigação, não há divergências, na medida em 
que tanto a auto-observação, quanto a observação consensual são técnicas 
consideradas adequadas para a produção de conhecimento fidedigno. 
B) As propostas diferem no que diz respeito ao objeto de estudo: experiência imediata 
para Wundt, e comportamento para Watson. Quanto ao método, porém, não há 
diferenças significativas. 
C) A divergência metodológica está no fato de Wundt treinar os sujeitos em auto-
observação enquanto Watson treinava os experimentadores. 
D) A divergência metodológica está na insistência de Watson de considerar como 
válida apenas a observação feita, no mínimo, dois observadores independentes. 
E) A diferença está na ênfase na precisão das medidas: Watson era rigoroso em seus 
critérios de medição, enquanto Wundt considerava suficiente o relato da experiência 
pelos sujeitos, em sua riqueza subjetiva. 
R: Se você compreendeu corretamente a proposta de Watson, assinalou a alternativa 
D. Watson questionado o projeto de psicologia wundtiana tanto em relação ao seu 
objeto quanto em relação ao método. Para garantir a fidedignidade da observação do 
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objeto a ser investigado, o dado deveria ser constatado por pelo menos dois 
observadores independentes. 
Parte 2: Behaviorismo Radical de B. F. Skinner. Uma abordagem funcional do 
comportamento: o conceito de operante. 
 Apresentação do tema: 
Seguindo a tradição behaviorista, B. F. Skinner (1904 - 1990), não obstante, introduz 
inovações fundamentais no projeto científico de Watson. Embora reconhecesse a 
existência, no repertório humano, de um conjunto de comportamentos que atendiam 
ao paradigma reflexo proposto por seu predecessor (E -- >R), Skinner salientava que 
esta classe de comportamentos, que denominou comportamentos respondentes 
(reflexos incondicionados + hábitos adquiridos), somente englobava uma parte muito 
limitada desse repertório. 
Para Skinner, a maior parte dos comportamentos humanos não estavam sujeitos a 
este tipo de controle primário, não sendo possível encontrar, no meio ambiente, 
estímulos que os eliciassem. Estes limites levaram-no, em 1937, à conceituação de 
uma nova classe de comportamentos, os operantes. 
A denominação “operante” se aplica àqueles comportamentos que operam sobre o 
ambiente (ou seja, produzem algum efeito sobre o ambiente). Para Skinner, são 
justamente estes efeitos da ação humana que, retroagindo sobre o comportamento, 
alteram a probabilidade de sua ocorrência futura. Em outras palavras, algumas 
conseqüências ambientais de um dado comportamento atual tornam maior ou menor 
a probabilidade de ocorrência deste mesmo comportamento no futuro. Observando 
um organismo, é possível identificar que, quando algumas circunstâncias seguem 
uma dada “resposta” comportamental, há um aumento na freqüência de ocorrência 
desta mesma resposta. Chamamos estas conseqüências de reforçadores. Em outros 
casos, uma dada conseqüência reduz a freqüência de um dado comportamento. 
Chamados esta ocorrência de “estímulo” aversivo. 
Em sua análise funcional, Skinner, além das variáveis que seguem um dado 
comportamento, também considera as condições ambientais que antecedem o 
comportamento. Na proposta de Skinner, por ele denominada Behaviorismo Radical, 
as condições vigentes na ocasião em que um dado comportamento ocorre adquirem 
conexões com este determinado comportamento. Esta conexão estímulo-resposta é, 
no entanto, fundamentalmente diferente daquela que ocorria no comportamento 
respondente ou reflexo estudado por Watson. Aqui, o estímulo não elicia (produz) a 
resposta, mas tão somente assinala a ocasião em que a resposta foi seguida de 
reforçamento no passado. Desta forma, em presença destas mesmas condições 
ambientais, é mais provável que a mesma classe de resposta ocorra. Chamamos a 
este estímulo antecedente de SD (estímulo discriminativo) e podemos 
esquematicamente grafar a relação funcional estabelecida do seguinte modo: SD --> 
R --> SR (um estímulo discriminativo indicando a ocasião em que uma dada resposta 
provavelmente será reforçada). 
 
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Skinner adota a concepção evolucionista de Darwin, segundo a qual determinadas 
características das espécies de seres vivos permitem maior adaptaçãodesses 
organismos a seus ambientes, favorecendo sua sobrevivência e reprodução. Assim, 
pelo mecanismo de seleção natural, estas características são mantidas, enquanto 
aquelas menos adequadas ao ambiente acabam por desaparecer. Skinner propõe a 
seleção de comportamentos por suas conseqüências: alguns comportamentos 
ocorrem aleatoriamente e são selecionados os mais aptos à sobrevivência do 
organismo. Esta seleção por conseqüências deve ser considerada em três níveis: - - 
em primeiro lugar, em nível filogenético, estão as características da espécie, de 
natureza genética, com seus padrões comportamentais típicos. 
– em segundo lugar o nível ontogenético, onde através da modelagem e da imitação, 
os membros da espécie vem a desenvolver um repertório comportamental aprendido 
ao longo de sua história de vida ocorre ainda um terceiro nível de seleção por 
conseqüências - em terceiro lugar, no caso da espécie humana, o nível cultural, que 
depende da participação de outros elementos do grupo no qual o indivíduo se insere. 
Assim, para entender o comportamento, é necessário inseri-o nestes três contextos: 
filogenético, ontogenético e cultural. 
Temos, então, aqui delineada a forma pela qual Skinner concebe o ser humano. De 
acordo com suas próprias palavras: 
“Numa análise comportamental, uma pessoa é um organismo, um membro da espécie 
humana que adquiriu um repertório de comportamento. (...) Uma pessoa não é um 
agente que origine; é um lugar, um ponto em que múltiplas condições genéticas e 
ambientais se reúnem num efeito conjunto. Como tal, ela permanece 
indiscutivelmente única. Ninguém mais (a menos que tenha um gêmeo idêntico) 
possui sua dotação genética e, sem exceção, ninguém mais tem sua história pessoal. 
Daí se segue que ninguém mais se comportará precisamente da mesma maneira.” (B. 
F. Skinner, Sobre o Behaviorismo, São Paulo, Cultrix/Ed USP, 1982, p. 145) 
Para ele, o comportamento humano é controlado por sua história genética e ambiental 
e não pela própria pessoa, como agente criador, dotado de vontade e propósitos. 
Skinner manteve-se, até o final da vida, fiel a esta concepção. 
Parte 3: As Abordagens Cognitivo - Comportamentais: o desafio cognitivo Apesar 
deste posicionamento mantido por Skinner, a partir do final da década de 60, começou 
a surgir nos EUA um novo desdobramento do projeto inicial Behaviorista, 
especialmente dentro da área clínica de atuação. Os adeptos deste movimento 
entendiam que o modelo não mediacional skinneriano (ou seja, um modelo que 
excluía a ação de variáveis internas na determinação dos comportamentos) era 
insuficiente para explicar todos os aspectos da atividade humana, especialmente o 
comportamento humano complexo – os processos de formação de crenças, a ação 
empreendida visando um objetivo etc. Na tentativa de lidar com o comportamento 
humano complexo, Bandura (1969) conceituou a aprendizagem vicariante que ocorre 
quando o aprendiz apenas observa um modelo atuar e ser reforçado ou punido, por 
exemplo, ou a aprendizagem de regras comportamentais, que parece ocorrer quando 
o sujeito se comporta com relativa originalidade em situações novas, a partir da 
observação de um “estilo” de comportamento de um modelo. Estas são situações nas 
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/ 
quais faz sentido falar em cognição, expectativas e processamento de informação 
como fatores determinantes do comportamento. Outra área cujo estudo contribuiu 
para a expansão do cognitivismo entre os behavioristas foi a do auto-controle 
(Mahoney, 1974), que focalizava o controle voluntário do ambiente pelo sujeito. Além 
disso, Ellis (1974) e Beck (1979) desenvolveram técnicas de modificação do 
comportamento cognitivo baseadas em princípios comportamentais. As mesmas leis 
da aprendizagem associativa se aplicariam às cognições que seriam incorporadas 
como respostas encobertas capazes de representar simbolicamente, para o sujeito, 
estímulos ausentes. Assim, uma facção da clinica comportamental passou a se 
deslocar na direção de um "neo-mentalismo", abrindo a “caixa preta” conceituada por 
Skinner, em cujo paradigma era negado qualquer valor causal a variáveis 
organísmicas. O modelo cognitivista postula que entre a estimulação ambiental e a 
resposta comportamental do indivíduo ocorre a intermediação da atividade do 
pensamento, que atribui significados aos eventos do mundo externo. Entende-se aqui 
que o modo como um indivíduo estrutura as suas experiências – seus padrões de 
pensamento, formados nos primeiros anos de vida, como resultado de aprendizagens 
relacionadas à inserção da criança em um dado grupo social – determina em grande 
parte o modo como ele sente e se comporta. 
Dentro desta concepção, determinados padrões cognitivos podem ser 
desadaptativos, na medida em que não correspondam aos dados da realidade. Uma 
atuação clínica baseada nesta conceituação teórica tem o objetivo de levar o paciente 
a conhecer seus esquemas básicos de funcionamento mental (sistemas de crenças e 
suposições sobre si mesmo, sobre o mundo, expectativas quanto ao futuro etc.), 
identificando padrões disfuncionais e desenvolvendo formas alternativas de 
pensamento. 
Atividades: 
 
1) Realize uma leitura criteriosa dos textos indicados. A partir deles e de outras fontes, 
de sua escolha, elabore um quadro comparativo dos modelos propostos por Watson 
e Skinner, com relação aos seguintes aspectos: concepção de mente; objeto de 
estudo; método; compreensão da determinação dos comportamentos humanos ; 
noção de causalidade; posicionamento frente a continuidade evolutiva animais 
inferiores-homem; influências positivistas. 
2) Realize os exercícios, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. 
Estas dúvidas devem ser motivo de reexame dos textos, na tentativa de saná-las. 
Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais. 
3) Realize este exemplo de exercício. 
 
Quanto ao Behaviorismo Radical, afirma-se: 
I) Difere do Behaviorismo Metodológico, porque, além dos comportamentos 
respondentes (reflexos condicionados e incondicionados), inclui e enfatiza os 
operantes, comportamentos voluntários. 
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II) Embora se caracterize como um behaviorismo, a proposta de Skinner aceita 
estudar os eventos privados através do método introspectivo. 
III) Entende que o repertório comportamental humano é fruto da aprendizagem que se 
desenvolve a partir de reforços que o ambiente lhe proporciona, especialmente os 
reforços positivos. 
 
Responda: É falso o que se afirma em: 
 
a) I, apenas 
b) II, apenas 
c) III, apenas 
d) I e II, apenas 
e) II e III, apenas 
 
R: b. As afiirmações I e III apresentam adequandamente o pensamento de Skinner. A 
II, porém, é falsa: Skinner, dentro da tradição behaviorista, rejeitava a introspecção. 
As aspas utilizadas em resposta e estímulo foram utilizadas para lembrar que, no caso 
do paradigma operante, os termos são inadequados, embora amplamente utilizados. 
Se, no caso dos operantes, não é possível identificar uma ocorrência ambiental 
antecedente que cause mecanicamente o comportamento, como ocorre nos 
respondentes, não se aplicam as nomenclaturas “estímulo” – que produz -, e 
“resposta” – que ocorre em resultado de algo. No modelo cognitivista, os 
pensamentos e os sentimentos têm um relacionamento linear direto: todas as reações 
emocionais são o resultado de um pensamento ou de uma imagem, mantidos pelo 
indivíduo. Sendo assim, se os pensamentos podem ser modificados, os sentimentos 
também podem mudar. 
MODULO 3: O FUNCIONALISMO EUROPEU. 
3.1 A Psicologia da Gestalt. 
3.2 Lewin e a Teoria de Campo. 
Leitura Obrigatória: 
- SCHULTZ, D. P. & SCHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna. 9ª ed. São 
Paulo: Thomson Learning, 2011. (Capítulo 12). 
Leitura para Aprofundamento: 
- FIGUEIREDO, L. C. Matrizes do Pensamento Psicológico. 17ª ed. Petrópolis:Vozes, 
2012. (Capítulo VI). 
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/ 
- GOODWIN, C. J. A Psicologia da Gestalt. História da Psicologia Moderna. São Paulo: 
Cultrix, 2005. (Capítulo 9). 
- MORAES, M. O gestaltismo e o retorno à experiência psicológica. In: JACÓ-VILELA, 
A. M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, F. T. (orgs.) História da Psicologia: Rumos e 
Percursos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2013. (Capítulo 18). 
Apresentação do tema. 
- Como a maioria dos revolucionários intelectuais, os líderes da GESTALT exigiram 
completa revisão da antiga ordem, ou seja da Psicologia Experimental de Wundt. 
Independentemente do movimento Behaviorista que ocorria nos EUA, a Alemanha foi 
palco de uma nova proposta, surgida em oposição à Psicologia Experimental de 
Wundt. Em lugar de se recusar a estudar a experiência subjetiva como no caso do 
Behaviorismo Metodológico, ou se recusar em reconhecer qualquer valor causal em 
sua existência como no caso do Behaviorismo Radical, os fundadores da Psicologia 
da Gestalt – Wertheimer (1880 – 1943), Koffka (1886 – 1941) e Köhler (1887 – 1967) 
– procuravam compreendê-la e explicá-la, utilizando o método fenomenológico. A 
crítica dos gestaltistas se dirigia ao caráter elementarista da Psicologia Experimental 
de Wundt, entendendo que não seria possível atingir a compreensão da mente ou do 
comportamento pela identificação dos elementos básicos da experiência consciente. 
Para eles, seria necessário considerar que a experiência não se dá pela soma ou 
associação de elementos perceptivos, mas sim pela combinação dos diferentes 
elementos em uma nova configuração – em uma gestalt. Grande parte das pesquisas 
desenvolvidas por esta escola de pensamento focalizou a organização perceptual, 
estabelecendo seus princípios – isto é, as regras fundamentais a partir das quais 
organizamos o mundo. 
CONSTÂNCIA PERCEPTUAL: qualidade de integridade ou plenitude da experiência 
perceptual, que não se altera mesmo com a mudança dos elementos sensoriais. A 
percepção não pode ser explicada simplesmente como um conjunto de elementos ou 
a soma das partes. A percepção é um todo, uma GESTALT, e qualquer tentativa de 
analisá-la ou reduzi-la em elementos a destruirá. WERTHEIMER apresentou os 
princípios de organização perceptual da Psicologia da GESTALT em um artigo 
publicado em 1923. Ele alegava que percebemos os objetos do mesmo modo que 
observamos o movimento aparente, como unidades completas e não como 
agrupamentos de sensações individuais. Esses princípios da Gestalt seriam as regras 
fundamentais por meio das quais organizamos nosso universo perceptual. Em 
resultado destes estudos, tornou-se evidente que há uma distinção entre a realidade 
física e a realidade perceptiva, idéia que originará férteis desdobramentos na 
Psicologia. Um deles é a teoria de campo de Lewin. Atividades: 
1) Realize uma leitura criteriosa dos textos indicados. 
2) A partir dos textos indicados e de outras fontes, pesquise em que consiste a Teoria 
de Campo de Kurt Lewin, caracterizando-o como uma expansão da Teoria da Gestalt. 
3) Realize os exercícios, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. 
Estas dúvidas devem ser motivo de reexame dos textos, na tentativa de saná-las. 
Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais. 
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/ 
4) Faça o exercício abaixo: Analise as afirmações abaixo sobre a Psicologia 
Experimental de Wundt e a Psicologia da Gestalt e assinale (V) para as verdadeiras e 
(F) para as falsas: 
I. A Gestalt afirma, em contraposição à proposta de Wundt, que a totalidade não pode 
compreendida pelo estudo de seus elementos individuais. V 
II. A Gestalt dedicou-se principalmente ao estudo da percepção, procurando encontrar 
suas leis. Estas leis vieram a evidenciar que nossa percepção é uma cópia perfeita da 
realidade, corroborando a proposta estruturalista. F 
III. A Gestalt compreendia que não seria produtivo para a Psicologia estudar os 
elementos da consciência, uma vez que entendia que o todo é mais do que a simples 
associação desses elementos. V 
Assinale a alternativa que apresenta o resultado de sua análise: 
a) I - V; II - V; III - F. 
b) I - V; II - F; III - V. 
c) I - F; II - V; III - V. 
d) I - V; II - F; III - F. 
e) I - F; II - V; III - F. 
 
R: A alternativa correta é a b. As afirmações I e III apresentam adequadamente o 
principal principio da Psicologia da Gestalt - que a totalidade é mais que a soma de 
seus elementos. Neste sentido, a Gestalt defende que percebemos configurações e 
não elementos. 
 
- O projeto da Gestalt: procurar compreender e explicar a experiência subjetiva - 
Desafios: melodia tocada em diferentes tons; semelhança entre figuras; Wertheimer e 
o fenômeno phi: ilusão visual de movimento de um determinado objeto estacionário 
se este for mostrado em uma sucessão rápida de imagens (como no cinema). 
- Principais nomes: Wertheimer (1880 – 1943), Koffka (1886 -1941) e Kohler (1887 -
1967), na Universidade de Frankfurt - Procedimento para captação da experiência tal 
como de dava ao sujeito: método fenomenológico = descrição ingênua dos fenômenos 
tal como aparecem à consciência, antes de qualquer reflexão, conhecimento ou 
tentativa de análise. 
 
 
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- Principais conceitos: 
1. Caráter estrutural dos fenômenos da experiência: todos os fenômenos da 
percepção, da memória, da solução de problemas, da afetividade etc. eram vividos 
pelos sujeitos sob a forma de gestalts (relações entre as partes em que o todo é mais 
que a soma dos elementos). 
2. Figura-fundo: o sentido da experiência de dá pela diferenciação entre figura e fundo; 
se não houver heterogeneidade entre figura e fundo não há conhecimento; figura e 
fundo só têm sentido um em relação a outro (as partes se exigem mutuamente numa 
dinâmica funcional) 3. Lei da boa forma: uma estrutura dada possui a tendência de se 
apresentar de forma completa (gestalt): princípios da proximidade, continuidade, 
semelhança, fechamento. 
Proximidade: partes próximas no tempo e no espaço aparecem unidas e tendem a ser 
percebidas juntas (três colunas). 
Continuidade: tendência a perceber de forma que os elementos pareçam fluir em uma 
direção (de cima para baixo). 
Semelhança: as partes similares tendem a ser vistas juntas, formando um grupo 
(linhas de círculos e de pontos) Fechamento: tendência a completar figuras. 
- Isomorfismo: correspondência entre a experiência consciente ou psicológica e os 
processos cerebrais subjacentes; - Aprendizagem por insight e não por tentativa e erro 
 
MODULO 4: A PSICANÁLISE 
 
4.1. Freud e a criação da Psicanálise. 
4.2. Psicanálise no Período Pós Fundação: 
- Os Neofreudianos e a Psicologia do Ego. (Anna Freud). 
- As Teorias das Relações entre os Objetos. (Melanie Klein). 
- A Psicologia Analítica. (Carl Gustav Jung). 
Leitura Obrigatória: 
- LOUREIRO, I. Luzes e sombras. Freud e o advento da psicanálise. In: JACÓ-
VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, F. T. (orgs.) História da Psicologia: 
Rumos e Percursos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2013. (Capítulo 23). 
- SCHULTZ, D. P. & SCHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna. 9ª ed. São 
Paulo: Thomson Learning, 2011. (Capítulo 14). 
 
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Leitura para Aprofundamento: 
 
- DUNKER, C. I. L. Aspectos históricos da psicanálise pós-freudiana. In: JACÓ-
VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, F. T. (orgs.) História da Psicologia: 
Rumos e Percursos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2013. (Capítulo 24). 
- FIGUEIREDO, L. C. Matrizes do Pensamento Psicológico. 17ª ed. Petrópolis: Vozes, 
2012. (Capítulo VII). 
- KAYANO, D. Y. – Psicologia Analítica ou Junguiana: contexto histórico e conceitos 
básicos. In: KAHHALE, E. M. P. (org.) A Diversidade da Psicologia: Uma Construção 
Teórica. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2011. (Capítulo 5). 
- PENNA, A. G. Introdução à psicologiado século XX. Rio de Janeiro: Imago, 2004. 
(Capítulo 5). 
Apresentação do tema: 
- A Psicanálise é um produto de seu tempo. 
 Sigmund Freud (1856-1939) alterou radicalmente o modo de pensar a vida psíquica, 
propondo como objeto de reflexão científica seus processos ocultos – as fantasias, os 
sonhos, os esquecimentos, etc. 
A Psicanálise é, como não poderia deixar de ser, um produto de seu tempo. Neste 
sentido, diz respeito a certas circunstâncias presentes em um dado universo cultural 
– a Viena da Belle Époque, cosmopolita, vibrante, território propício ao 
desenvolvimento de novas idéias. Também como qualquer sistema de pensamento 
que se destaca por sua importância, a Psicanálise é, por um lado, resultado de um 
desdobramento de idéias e conceitos que já vinham sendo formulados de maneira 
assistemática no ambiente sócio-cultural do qual surge e, de outro, um processo de 
ruptura com relação ao pensamento vigente. 
Neste sentido, é possível identificar em Freud as influências que o tornam um homem 
de seu tempo. Ao mesmo tempo, é possível identificar os rasgos de criatividade, que 
atestam sua genialidade. 
A Psicanálise será abordada em duas unidades temáticas; nesta, suas leituras devem 
focalizar as condições histórico-culturais presentes no momento de surgimento da 
teoria freudiana e as influências presentes em suas formulação. Deve também 
compreender o percurso inicial de Freud, suas primeiras experiências clínicas, o 
trabalho com Breuer e o uso da hipnose. 
 
 Atividades: 
 
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1) Realize uma leitura criteriosa dos textos indicados. 
2) Realize os exercícios, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. 
Estas dúvidas devem ser motivo de reexame dos textos, na tentativa de saná-las. 
Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais. 
 3) Exemplo de exercício: 
As transformações da técnica psicanalítica devem-se ao gradativo desenvolvimento 
da compreensão psicodinâmica elaborada por Freud, bem como aos resultados que 
obtinha a cada nova descoberta. Considerando o exposto, analise as afirmações a 
seguir: 
I. Utilizando a hipnose, Freud supunha que era imprescindível a participação do ego 
na recuperação das memórias traumáticas infantis. 
II. Ao abandonar o método catártico e adotar a sugestão, Freud abandona também o 
interesse em capacitar a personalidade consciente do paciente para enfrentar as 
emoções reprimidas. 
III. Com o uso da sugestão, Freud pretendia, com a recordação das experiências 
emocionalmente perturbadoras, obter a reestruturação psíquica do paciente. 
 
Responda: É falso o que se afirma em: 
 
a) I, II e III 
b) I e II somente 
c) I e III somente 
d) II e III somente 
e) III somente 
 
R: a 
 As afirmações não apresentam corretamente a lógica presente na elaboração das 
diferentes técnicas propostas por Freud. 
 
 
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- Psicanálise: Principais Conceitos 
Para compreender a proposta psicanalítica é essencial retraçar o percurso freudiano, 
acompanhando o desenvolvimento de sua compreensão do psiquismo humano, 
ocorrido ao longo de seu trabalho clínico. O arcabouço teórico da psicanálise foi 
surgindo à medida que novos problemas foram sendo enfrentados, demandando 
conceitos mais amplos e de maior abrangência. 
Há uma lógica na trama conceitual que Freud vai urdindo em sua longa e fértil vida 
intelectual, que se torna evidente na leitura de suas obras. 
Freud foi um escritor bem sucedido, que convida o leitor a acompanhá-lo em seu 
raciocínio. Ler o texto freudiano é permitir-se o prazer de partilhar suas suposições, 
seus argumentos em defesa desta ou daquela idéia, a construção de conceitos a partir 
da observação e o abandono de idéias sempre que a realidade da clínica lhe 
propiciava novas evidências. 
Recomendamos que, além das leitura indicadas, você leia um artigo de Freud, de sua 
escolha, penetrando em seu discurso, compreendendo e acompanhando seu 
pensamento. 
 Atividades: 
1) Realize uma leitura criteriosa dos textos indicados, atentando . Além disso, escolha 
uma artigo de Freud e leia-o, acompanhando o desdobrar de sua argumentação. 
2) Realize os exercícios, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. 
Estas dúvidas devem ser motivo de reexame dos textos, na tentativa de saná-las. 
Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais. 
 3) Exemplo de exercício: 
O problema que gerou o interesse de Freud pela psicologia era essencialmente 
avesso à perspectiva empírica proposta pelos modelos científicos da época: as 
“causas” supostas para os fenômenos que constituíam seu objeto de estudo, eram 
inacessíveis a observação direta, o que levava o problema a ser investigado para o 
interior do homem. Assim, foi necessário o desenvolvimento de uma metapsicologia. 
A esse respeito, considere as afirmações abaixo: 
I) Os conceitos que compõem a metapsicologia freudiana são construtos hipotéticos 
referidos a algo imaterial; como dizia Freud, estão “abertos à revisão”, dependendo 
de “quanto se pode alcançar com sua ajuda”. 
II) A metapsicologia mantém-se no nível estritamente individual no qual ocorre o 
trabalho analítico. 
III) O aparelho psíquico - sua estrutura e sua dinâmica -, conforme descrito na 
metapsicologia, é uma ficção, um recurso para pensar, um modelo. 
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IV) Tal como um modelo atômico, que mostra os elétrons fisicamente localizados em 
torno do núcleo, a metapsicologia freudiana nos permite ver como é, na realidade, a 
estrutura da personalidade. 
Responda: É correto o que se afirma em: 
a) I e II, somente 
b) I e III, somente 
c) II e IV, somente 
d) II e III, somente 
e) III e IV, somente 
 
R: b 
As afirmações I e II apontam mostram uma compreensão correta da rede de conceitos 
elaborada por Freud. Seu arcabouço teórico é um instrumento para pensar o 
psiquismo, não devendo ser compreendido como pretendendo representar a realidade 
da estreutura psíquica. 
 - PSICANÁLISE NO PERÍODO PÓS - FUNDAÇÃO. 
 - Os Neofreudianos e a Psicologia do Ego. 
A filha de Freud, ANNA FREUD (1895 – 1982), foi a líder da Psicologia do Ego 
Neofreudiana. A Psicologia do Ego incluía a noção de maior independência do Ego 
em relação ao Id, ou seja ele era dotado de energia própria, e não derivada deste, e 
com funções separadas do Id. Os neofreudianos consideravam que o Ego estava 
isento em relação ao conflito produzido pela pressão dos impulsos do id em busca de 
satisfação. O ego funcionaria independente do id. 
- As Teorias das Relações entre os Objetos. 
 A principal teórica das Relações entre os Objetos foi a Psicanalista Melanie Klein 
(1882 – 1960), que trabalhou como analista infantil na Inglaterra. 
Freud usava a palavra “objeto” para se referir a qualquer pessoa, objeto ou atividade 
com capacidade para satisfazer ao instinto. Os teóricos das Relações Objetais 
concentravam – se nas relações interpessoais entre esses objetos, enquanto Freud 
enfocava mais os impulsos instintivos propriamente ditos, dando desta forma maior 
ênfase às influências sociais e ambientais sobre a personalidade , principalmente na 
interação entre mãe e filho. Os teóricos das Relações Objetais consideraram que a 
formação da personalidade na infância, ocorria mais cedo do que Freud afirmava. Os 
teóricos das Relações Objetais também consideraram que as questões mais cruciais 
no desenvolvimento da personalidade envolvem o aumento da capacidade e da 
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necessidade da criança, com o passar do tempo, de libertar-se do objeto primário (a 
mãe), a fim de estabelecer uma firme noção de si mesma e desenvolver relações com 
outros objetos (pessoas). 
- A Psicologia Analítica. 
O fundador da Psicologia Analítica foi Carl Gustav Jung (1875 – 1961), médico 
psiquiatra e analista suíço. Freud chegou a considerar Jung como o seu substituto e 
herdeiro do movimento psicanalítico.Depois do rompimento da amizade entre os dois, 
em 1914, Jung desenvolveu a Psicologia Analítica, - (ou Psicologia Junguiana) - em 
oposição à grande parte do trabalho de Freud. 
 No que se referem aos principais pontos de divergência de Jung para Freud estão: 
Jung não considerava o Complexo de Édipo como o ponto central do desenvolvimento 
da personalidade. Jung discordava no que se refere ao entendimento da LIBIDO. Para 
Jung, a libido é uma energia de vida generalizada, da qual a pulsão sexual apenas faz 
parte. A energia básica da libido expressa-se no crescimento, na reprodução, e em 
outras atividades cruciais no momento para o indivíduo, assim como em sua 
criatividade e manifestação do potencial. 
 Outra questão importante, que diferencia Jung de Freud, consiste na direção das 
forças que afetam a personalidade. Freud descrevia o indivíduo como vítima dos 
acontecimentos da infância, enquanto Jung acreditava na pessoa formada não 
apenas pelos acontecimentos do passado, como também pelas próprias metas, 
esperanças e aspirações futuras. Para Jung a personalidade não é totalmente 
determinada pelas experiências vividas durante os primeiros cinco anos de vida e 
pode ser modificada ao longo da vida do indivíduo. Jung também investigou a mente 
inconsciente mais fundo do que Freud. Acrescentou uma nova dimensão – o 
Inconsciente Coletivo – que descreveu como as experiências herdadas das espécies 
humanas e de seus ancestrais animais, que se manifestam através de arquétipos. 
MODULO 5: O HUMANISMO AMERICANO. 
 
5.1. A Psicologia Humanista. 
5.2. O Movimento da Psicologia Humanista. 
5.3. A terceira força, em oposição à Psicanálise e ao Behaviorismo. 
 
Leitura Obrigatória: 
 
- BUYS, R. C. A psicologia humanista. In: JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; 
PORTUGAL, F. T. (orgs.) História da Psicologia: Rumos e Percursos. 3ª ed. Rio de 
Janeiro: Nau Editora, 2013. (Capítulo 20). 
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- ROSA, E. Z.; KAHHALE, E. M. P. Psicologia humanista: uma tentativa de 
sistematização da denominada terceira força da psicologia. In: KAHHALE, E. M. P. 
(org.) A Diversidade da Psicologia: Uma Construção Teórica. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 
2011. (Capítulo 9). 
Leitura para Aprofundamento: 
- FIGUEIREDO, L. C. FIGUEIREDO, L. C. Matrizes do Pensamento Psicológico. 17ª 
ed. Petrópolis: Vozes, 2012. (Capítulo VIII). 
 Apresentação do Tema: 
 A Psicologia Humanista surge a partir da década de 50, nos EUA, apresentando - se 
como uma proposta restauradora dos grandes valores humanos que, de acordo com 
o seu próprio ponto de vista, não eram contemplados nos principais sistemas 
psicológicos de maior proeminência, na época – a Psicanálise e o Behaviorismo. 
Baseado em uma concepção positiva sobre o homem e sua possibilidade de auto-
desenvolvimento, o projeto humanista expandiu-se rapidamente. O surgimento e 
disseminação das idéias humanistas, nos EUA, foi visto por diversos autores, como 
resultado do crescente mal-estar provocado pelo esgotamento dos sistemas sociais 
vigentes; neste sentido, as estratégias de auto-conhecimento que iam sendo 
propostas, foram caracterizadas como busca compensatória de soluções 
individualizantes para um sentimento coletivo de desamparo. Um destes 
comentadores do período é Christopher Lasch que, em “A cultura narcisista: a vida 
americana numa era de esperanças em declínio”(1983), afirma: “Após a ebulição 
política dos anos sessenta, os americanos recuaram para preocupações puramente 
pessoais. Desesperançados de incrementar suas vidas com o que interessa, as 
pessoas convenceram-se de que o importante é o autocrescimento psíquico: entrar 
em contato com seus sentimentos, comer alimentos saudáveis, tomar lições de dança 
clássica ou dança-do-ventre, mergulhar numa sabedoria do Oriente, correr, aprender 
a se “relacionar”, superar o “medo do prazer”. Por si sós inofensivas, essas buscas, 
elevadas ao nível de um programa e embrulhadas na retórica da autenticidade e da 
consciência, significam um recuo da política e um repúdio ao passado recente. (Lash, 
1983, p.24-25). Para o autor, o interesse que se verificava entre os americanos por 
estas “psicotecnologias", era uma ‘estratégia de sobrevivência’ adotadas pelos 
indivíduos, face ao profundo sentimento de fim de era característico do período e o 
conseqüente enfraquecimento do sentido do tempo histórico. 
Tais críticas, porém, não reduziram o impacto, nem reverteram o interesse que se 
vinha registrando não apenas nos Estados Unidos pelo conjunto de métodos, práticas, 
técnicas, que pudesse ser utilizado como caminho viável para o estabelecimento de 
condições mais satisfatórias de convivência. Os textos de Rogers são da mesma 
época e foram produzidos dentro da mesma cultura. Esta contextualização é 
importante porque coloca o autor em completa sintonia com correntes de pensamento 
que então vicejavam, dos EUA espalhando-se para outros países. Outros modelos 
teóricos foram produzidos neste mesmo cadinho e guardam aproximações com os 
aspectos discutidos com relação à abordagem rogeriana. É preciso destacar que, na 
medida em que divulgam uma versão positiva da condição humana, os adeptos dessa 
corrente supõem a compatibilidade entre a realização autêntica do indivíduo e a 
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felicidade coletiva. Esta harmonia pode ser prejudicada, mas um processo restaurativo 
a trará de volta, conforme afirma Figueiredo (1991), aos apresentar esta matriz de 
pensamento: 
 “A natureza é sempre boa, sempre positiva, é uma fonte inesgotável de criações e 
prazeres; a sociedade pode não ser tão boa, mas nada impede que se torne, e isto 
dependerá essencialmente da transformação do indivíduo, que nada mais é que a sua 
autêntica realização, que a atualização infinita do potencial de vida que habita cada 
sujeito” (Figueiredo, 1991, p. 132). 
Atividades: 
1) Realize uma leitura criteriosa dos textos indicados, atentando para os conceitos e 
pressupostos da Psicologia Humanista. 2) Leia o texto-aula, considerando-o como um 
incentivo às suas próprias reflexões. 3) Acompanhe este exermplo de exercicio: 
A Psicologia Humanista, denominada a terceira força em Psicologia, surge na década 
de 60, como uma forma de responder aos anseios da sociedade da época, com 
concepções que rompiam com as propostas psicanalíticas e behavioristas, e que 
buscavam resgatar a individualidade, a subjetividade, as emoções próprias e 
particulares de cada ser humano. A respeito dessa corrente de pensamento 
psicológico, pode-se afirmar que: 
I) Entre outras proposições, a Psicologia Humanista defende uma maior ênfase à 
consciência, em oposição ao que propunha a psicanálise; quanto ao behaviorismo, 
neste sentido não havia divergências. 
II) A Psicologia Humanista considera que a vida humana possui uma dinâmica na qual 
o indivíduo deve obter um certo grau de realização. 
III) A Psicologia Humanista opõe-se terminantemente ao determinismo que 
caracteriza o Behaviorismo; neste sentido, porém, não havia divergência em relação 
ao que propõe a psicanálise. 
Responda: É verdadeiro o que se afirma em: 
A) I, apenas. 
B) II, apenas. 
C) III, apenas. 
D) I e II apenas. 
E) II e III apenas. 
R: Como dito no enunciado, o movimento Humanista contrapõe-se tanto à Psicanálise 
quanto ao Behaviorismo, acusando estas correntes de pensamento de serem 
deterministas. Na Psicanálise pela determinação inconsciente das condutas, e no 
Behaviorismo pela determinação ambiental das condutas. Acusa-as também pelo fato 
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de não considerarem a consciência como o aspecto mais importante do ser humanao. 
Portanto, a única afirmação verdadeira é a II e a alternativa correta a ser assinalada é 
a B. 
4) Realize os exercícios anexados, anotando as dúvidas que surgirem durante a 
resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de reexame dos textos, na tentativa de 
saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nasaulas presenciais. 
A Gestalt Terapia é, em parte, assemelhada à Psicologia proposta por Rogers, mas é 
necessário precaver-se contra generalizações impensadas. 
 
MODULO 6: O EXISTENCIALISMO EUROPEU 
 
 
6.1. A Fenomenologia de Husserl e a Analítica Existencial de Heidegger. 
6.2. O Existencialismo de Sartre. 
6.3. A Analítica do Dasein de Heidegger. 
 
Leitura Obrigatória: 
 
- SÁ, R. N. As influências da fenomenologia e do existencialismo na Psicologia. In: 
JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, F. T. (orgs.) História da 
Psicologia: Rumos e Percursos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2013. (Capítulo 
19). 
Leitura para aprofundamento: 
 
- FIGUEIREDO, L. C. Matrizes do Pensamento Psicológico. 17ª ed. Petrópolis: Vozes, 
2012. (Capítulos IX, X, XI). 
- KAHHALE, E. M. P. Fenomenologia: fundamentos epistemológicos e principais 
conceitos. In: KAHHALE, E. M. P. (org.) A Diversidade da Psicologia: Uma Construção 
Teórica. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2011. (Capítulo 6). 
 
Apresentação do tema: 
O Existencialismo e a Daseinsanálise (Texto didático reproduzido com a permissão 
da autora, Cláudia Costabile) 
1. Origem e fundamentos: 
Para alcançarmos um tratamento minimamente rigoroso das assim chamadas 
‘psicoterapias existenciais’ devemos buscar suas origens na filosofia, estabelecendo 
um ponto de partida que nos guiará na compreensão das abordagens psicológicas 
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que, ao se distanciarem das propostas terapêuticas vigentes nas décadas de 40 e 50 
do século vinte, propuseram um outro caminho para a compreensão do fenômeno 
psicológico. 
Comecemos, então, por Martin Heidegger (1889-1976). Este pensador foi quem, em 
1927, nos ofereceu em sua obra magistral – Ser e Tempo –o ponto de partida para o 
que se pôde denominar (ainda que à revelia do autor) de pensamento existencial, seja 
na filosofia, seja na psicologia. Segundo Heidegger (1927) o homem tem marcada sua 
diferença em relação aos outros entes porque o ser humano é aquele que se coloca 
como intérprete do ser. Na verdade, a questão sobre o ser, das questões a mais 
abstrata, constitui todo o percurso do pensamento heideggeriano, em torno do que 
seria para ele o início de toda a história do pensamento ocidental. 
Sendo o homem este ente que se pergunta desde sempre sobre o sentido das coisas, 
sua verdade, inclusive sobre o sentido de si mesmo, isto o coloca como objeto 
privilegiado para Heidegger na elaboração de sua Ontologia, tentando revelar com 
isto os liames que ligam conhecimento e existência. E é assim que se dá em Ser e 
Tempo a retomada sobre a questão que caiu no esquecimento do pensamento e do 
‘modus vivendi’ ocidental, marcados pelo desenvolvimento da metafísica e do frenesi 
tecnológico – a questão sobre o ser. 
Heidegger, como discípulo de Edmund Husserl (1859-1938), foi quem primeiro utilizou 
o método fenomenológico para investigar o existir humano. E é por isto que o campo 
de conhecimento que então se desenvolve pode ser denominado de ‘fenomenológico-
existencial’: referência simultânea ao método (fenomenológico) de investigação e ao 
âmbito (o existir) a partir do qual todo e qualquer conhecimento pode ser concebido. 
E como é definido este “existir”? Como a condição humana por excelência, na qual o 
homem “é” na exata medida em que se encontra com algo além de si mesmo, 
formando uma rede de significações a que chamamos “mundo”, na qual habita. 
Deixando de lado a questão de, se o pensamento de Heidegger pode ser considerado 
como existencialista ou não, o que interessa a nosso propósito é assinalar que seu 
pensamento filosófico, particularmente o desenvolvido em Ser e tempo, constitui-se o 
ponto de partida das chamadas “psicoterapias existenciais”. A característica essencial 
do homem, com efeito, segundo Heidegger (1927), é a de ser intérprete do ser. Isto 
obriga a Ontologia Fundamental a analisar, em primeiro lugar, a modalidade de ser do 
homem. A determinação essencial do homem como primordialmente a de 
interpretação do ser significa que as características encontradas não podem ser 
consideradas “propriedades” de um objeto. Encontra-se na etimologia da própria 
palavra existir (estar-fora-de) mais uma possibilidade de interpretação da condição 
humana correlata à noção de consciência transcendental proposta por Husserl: não é 
só a consciência que é consciência de algo fora de si mesma, o homem, possuidor 
desta consciência é ser-no-mundo, ou seja, constitui-se enquanto existente, na sua 
relação com as coisas. O sentido deste existir não está nele mesmo, qualquer 
apreensão de si mesmo, origina-se de um casamento monogâmico e indissolúvel 
entre o objeto que é visto e o olho que o contempla (Pellegrino, 1988). 
2. Do transcendental ao empírico: aproximações entre filosofia e psicologia. A 
proposta da fenomenologia-existencial oferece como referência para a psicologia e 
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para a psicoterapia a noção de ser-no-mundo. O acesso a este ocorre no exercício da 
redução, ao suspendermos um saber já dado para nos dispormos a ir ao encontro do 
que se apresenta, como se apresenta à nossa consciência. É importante ressaltar, 
neste ponto, que as propostas terapêuticas que surgiram a partir do encontro entre a 
fenomenologia-existencial heideggeriana e a psicologia e psiquiatria visavam 
principalmente, para não dizer exclusivamente em muitos casos, as atitudes do 
psicoterapeuta. Os questionamentos que daí surgiram em relação aos tratamentos 
psicoterápicos psicanalíticos ou comportamentais dirigiam-se ao predomínio do 
método científico e tecnológico nas práticas clínicas: cabia aqui, neste domínio, a 
mesma crítica empreendida por Husserl no tocante às diferenças e especificidades 
dos objetos de estudo das ciências naturais e das ciências humanas. Segundo esta 
perspectiva, a única possibilidade de se modificar o método de investigação de um 
dado fenômeno é quando reconhecemos as diferençasde cada objeto de estudo, 
abandonando a ilusão de se encontrar um método único e absoluto que possa vir a 
ser aplicado à qualquer dimensão da realidade. Concebendo o ser humano, o seu 
existir, com suas particularidades, muda-se tanto a atitude diante dele, quanto o tipo 
de intervenção e análise que venha a se fazer, incluindo aí as teorizações que poderá 
fazer sobre ele. Assumindo a abordagem fenomenológica do existir como 
possibilidade privilegiada de compreensão do fenômeno psicológico, destaca-se o 
ser-no-mundo como a característica básica que irá nortear a atitude clínica. 
Se o homem pode ser definido, na sua origem como o ser que é capaz de tomar 
consciência de sua própria existência (consciência reflexiva) e a partir desta 
consciência constituir-se como existente, pode-se dizer que o seu ser, aquilo que ele 
é, em essência está indissoluvelmente ligado ao mundo, é a sua própria existência. 
Portanto, para o homem o seu existir e a consciência disso são dependentes do 
mundo. Mundo, aqui, são as significações atribuídas às coisas, tal como surgem para 
uma dada existência. 
Esta compreensão do ser humano fundada no seu existir-no-mundo, revela que os 
significados atribuídos às experiências possuem duas características básicas: o 
humor e a compreensão, que são, por assim dizer, o fundamento e as pré-condições 
de todo conhecimento posterior. No que diz respeito ao humor, encontramo-nos diante 
do mundo sempre numa dada disposição afetiva e a nossa compreensão é modulada 
a partir destas tonalidades de afetos (afetos são sinônimos de emoções no sentido 
fisiológico, mas refere-se ao modo como somos afetados pelo que vem ao nosso 
encontro). O que se defende é que as nossas análises racionais, os conceitos e as 
teorias que somos capazes de elaborar originam-se das significações atribuídas no 
encontro entre consciência e mundo. 
Esta compreensão coloca a dimensão racional em segundo plano, submetidoao e 
dependente do âmbito existencial. Os parâmetros e referenciais “objetivos” fornecidos 
pelas teorias são um bom norte para o estar-no-mundo, porém não suprimem nem 
substituem a tarefa de cada um de encontrar um sentido para si e para as coisas que 
lhe vêm ao encontro. 
Os significados atribuídos às experiências vividas, ou em outras palavras, o 
conhecimento que se adquire nestas experiências são verdades relativas, ouseja, só 
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podem ser consideradas verdades num determinado tempo e num dado espaço. 
Estes por sua vez, também são interpretados e vividos pelo homem originariamente 
aquém de suas características objetivas, isto é, cada momento vivido não se restringe 
aos seus aspectos puramente objetivos, por exemplo, o tempo presente – seja lá que 
hora do dia ou da noite for – pode estar carregado de vivências passadas ou de 
expectativas futuras, que permitem a transcendência do tempo cronológico. 
A isto se dá o nome de temporalizar: a autoconsciência que se constitui através da 
experiência interna do tempo, o tempo presente que resgata o que já foi (passado) e 
gesta o que está por vir (futuro). 
O mesmo se dá no tocante ao espaço: não existe uma relação direta de igualdade 
entre as dimensões objetivas de um espaço e a forma como é a experiência vivida 
pela consciência reflexiva. 
Portanto a perspectiva fenomenológico-existencial – dirigida às vivências e centrada 
na existência humana –promove uma interrogação e busca compreender a estrutura 
das relações do sujeito e não mais uma busca do conhecimento objetivado das 
estruturas do sujeito. Isto significa que: 
a) A experiência individual (mesmo a patológica) não deverá ser fragmentada em 
categorias abstratas; b) Nada é verdadeiro ou real para o sujeito a menos que ele 
participe e tenha consciência e uma certa relação com a verdade ou realidade em 
questão; c) O que se torna central é o fenômeno3] que aparece à consciência, a 
experiência individual e a dinâmica existencial. 
 
3) O homem e seu devir: a angústia de existir 
 
Este modo de trabalhar os fenômenos, re-situando o pensar a partir de questões 
existenciais, define as relações entre homem e mundo como algo construído ao longo 
do tempo. Estar-no-mundo para o homem não é algo fixo e imutável, pelo contrário, é 
a própria experiência da abertura às infinitas possibilidades de significar e representar 
o mundo, reveladora da liberdade constituinte, originária do existir humano. No 
entanto, liberdade é liberdade de escolha, ou seja, o homem tomado no seu âmbito 
existencial não cria seus próprios limites, mas é obrigado a conferir aos limites que lhe 
são impostos um significado. E dos limites, aquele que delimita radicalmente toda e 
qualquer escolha é a condição de mortal na qual o homem é lançado no mundo. 
A consciência reflexiva e a condição de mortal formam no homem uma combinação 
muito particular, pois, se à semelhança de todos os outros seres vivos também irá 
morrer, será a consciência disto que o diferencia radicalmente destes outros. É esta 
experiência muito particular de ser-para-a-morte, de consciência de sua finitude, de 
consciência pré- reflexiva de que o sentido de seu ser e das coisas flui e encaminha-
se para o seu oposto, a morte enquanto ausência radical de sentido que faz emergir 
a “fonte” de todos os afetos: a angústia. 
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Este vazio no qual o homem “nasce” existencialmente, posto que não lhe é dada 
qualquer garantia ou segurança, a não ser a de que é mortal é, de novo, o que atesta 
a relatividade das verdades construídas pelo homem acerca dos objetos, do real. 
Enfim, toda verdade ou representação do real é tão provisória quanto o próprio homem 
o é. Este hiato entre os significados e as coisas, a sempre presente possibilidade de 
se romper a trama das significações que constituem e sustentam homem e mundo 
permite surgir esta vivência muito particular: a angústia, esta experiência de radical 
rompimento da significabilidade do real, do vazio irrepresentável, porém igualmente 
constituinte da condição humana, a saber, a sua própria finitude, seuser-para-a-morte. 
A angústia, esta lufada que retira do homem todas as certezas é, para Heidegger, a 
disposição fundante. Se, de um lado, esta experiência pode ser assustadora, é 
também só a partir dela que se abre a possibilidade de investir, de empenhar-se 
autenticamente na busca do conhecimento, na tentativa de preencher este vazio e ao 
mesmo tempo resgatar a re-ligação com o real. 
Esta é a liberdade humana: fundada na angústia revela a nossa indigência diante do 
real, nenhum conceito ou coisa alguma garante a permanência de verdades 
absolutas, para sempre. Em outras palavras, nenhum saber preenche totalmente este 
vazio já mencionado. Permanece, enquanto há vida (biológica) a necessidade e 
ininterrupta tarefa de tentar compreender o sentido (existencial) da vida. 
 
4) A prática terapêutica analítico-existencial ou daseinsanalise 
 
Trata-se, portanto, de tentar instaurar um diálogo entre a perspectiva conceitual e a 
existencial, sem anular as diferenças e o mérito de cada uma. Tomar, então, por objeto 
a experiência do sujeito enquanto suscetível de descrição e compreensão de suas 
estruturas intencionais, o que implica na compreensão da relação homem-mundo. 
A preocupação centra-se em como as coisas se passam, pois acredita-se nas infinitas 
possibilidades da mudança na relação ser-no-mundo, em que mundo não é mais um 
conjunto de “objetos em si”, mas a significação atribuída a eles. Coloca-se entre 
parênteses o mundo da ciência e investiga-se a experiência vivida, compreendendo a 
perturbação em relação ao quadro mais amplo do projeto existencial, ou seja, as 
relações estabelecidas têm um sentido próprio para cada ser humano, e no âmbito 
psicoterápico é esta característica que deve ser privilegiada: a busca da compreensão 
de cada projeto existencial, seu rumo e suas significações. 
A atitude solicita uma mobilização pessoal no contato com o outro – o paciente é 
tomado como referência anterior aos referenciais teóricos. Abrir-se à situação - recuo 
em relação à reflexão enquanto discussão de idéias. A atitude fenomenológica está 
marcada pelo deslocamento da crença no conhecimento para a crença no sujeito 
existente. O existir não pode ser restrito a um processo psíquico (um processo 
psíquico é uma, e não a única, forma de compreender como um dado ser-no-mundo 
abarcar o que o rodeia). 
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A atitude do terapeuta é marcada por uma espontaneidade do ir ao encontro, assim 
como está atento à espontaneidade do paciente. Resgatando o pré-reflexivo na 
terapia, procura estimular o sujeito a contatar com a vida, fazê-lo sair de uma 
apropriação indevida ou inautêntica. As questões que mais de perto afetam qualquer 
existente, na condição de ser-para-a-morte e que requerem uma atenção especial no 
trabalho psicoterápico são angústia e culpa. 
O próprio existir é o “pelo que” cada angústia se preocupa. Para que o ser humano 
viva e sobreviva ele necessita estar minimamente seguro e amparado. Porém, nem 
todo amparo e segurança eliminam a possibilidade de o homem experimentar a 
angústia, em maior ou menor grau; sempre existe a possibilidade de ser diferente – o 
inesperado, o tempo futuro e com isto, há aproximação, mais ou menos direta, mais 
ou menos intensa de uma certeza inerente ao existir humano: a de não-poder-mais-
ser. Assim, parece inevitável, diante da certeza pré-reflexiva de que é finito, que todo 
ser humano tenha durante toda a vida razão suficiente para temer pela sua vida, em 
ter medo de sua morte e do seu não-poder-mais-ser. 
Toda angústia é inerente à vida, é um “dote” do ser-no-mundo, não sendo possível 
livrar-se disto pela psicoterapia. Mas esta angústia é medo e possibilidade fundante 
de cuidado e amor à vida – angústiae amor são peso e contra-peso de uma mesma 
experiência. A confiança, o cuidado e o afeto do terapeuta permitem que o cliente 
aproxime-se de suas angústias, enfrentando-as em profundidade, possibilitando maior 
liberdade em suas escolhas, vida e morte compondo uma totalidade a partir da qual 
as percepções dicotomizadas e distorcidas vão sendo substituídas por uma existência 
e significados mais autênticos, pois mais próximos de sua condição inalienável de ser-
aí (dasein). 
Nesse existir, estando lançado no mundo, há a implicação de estar fazendo escolhas 
– optando por algumas coisas, deixando outras de lado. Só é possível acolher o que 
vem ao encontro dentro do limite de um dado tempo(ralizar) e espaço. Portanto, 
existencialmente, está-se sempre em falta, sempre seria possível ter feito diferente, 
dito sim ao invés de não, assim como a percepção e apreensão do real sempre se dá 
por perfis – não abarcamos o todo de forma absoluta. 
A existência humana é esta abertura que os fenômenos de nosso mundo necessitam 
para poderem aparecer e ser. A possibilidade de corresponder ou esquivar-se às 
reivindicações do mundo forma a característica básica da liberdade humana. Culpa 
(limite) e liberdade são peso e contra-peso de uma mesma experiência. A psicoterapia 
deveria propiciar este aproximar-se da vivência de culpa, profundamente, colocando 
o ser-aí diante de seus limites, enfrentando-os, libertando-se de sua carga opressiva. 
 
5) O existencialismo sartreano 
Jean-Paul Sartre (1905-1980) estudou a fenomenologia de Husserl e as idéias de 
Heidegger. Desenvolveu sua filosofia da existência a partir da análise da condição 
humana segundo a qual: e existência precede a essência, apontando sempre para o 
absurdo da vida: o homem que toma consciência de sua condição de mortal, de ser 
marcado pela morte e com a tarefa de dar um sentido a sua existência. A sua 
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essência, o que o homem é não está dado, será construído no seu próprio existir. A 
consciência é o elemento central da busca de sentido para a sua existência, pois é 
reveladora tanto do absurdo da vida quanto da existência do outro (lembremos que a 
consciência como intencionalidade não existe se não no encontro com algo diferente 
de si mesma). É neste embate com o outro, neste confronto entre duas ou mais 
liberdades, dois ou mais existentes, que o homem se vê condenado a ser livre: precisa 
assumir sua liberdade, a falta de sentido prévio para a sua própria existência, vivendo 
autenticamente seu projeto de vida. Assumir significa seu engajamento com o que faz, 
a consciência de que é aquilo que faz, é o conjunto de seus atos, em oposição aos 
papéis sociais que lhe são impostos. A potência do homem está nos seus atos. 
O homem carrega consigo o nada, como a consciência da ausência prévia de sentido, 
tanto das coisas quanto de si mesmo, é o homem quem traz o nada ao mundo, quem 
o revela e quem, por conseguinte, é livre. Esta sua liberdade é a fonte de sua angústia, 
e vai tentar refugiar-se da liberdade e da angústia apropriando-se ou fingindo escolher 
idéias que indiquem que seu destino está traçado, fugindo do dilema radicalmente 
humano de ser ou não ser, tentando eximir-se da responsabilidade pelos seus atos. 
A morte para Sartre não é o supremo projeto humano, pois não significa uma das 
possibilidades do homem, ao contrário, é aniquiladora de todos os seus projetos, retira 
o sentido da vida Este modo de pensar, concebido sim como existencialista, posto que 
se preocupa exclusivamente com o existir humano pode ser apropriado pela 
psicologia clínica na medida em que permite uma reflexão sobre a condição humana 
com vistas à conquista de uma consciência e um engajamento do homem em relação 
às suas escolhas e seus atos, que são o que constituem, por fim sua própria 
existência. 
 
Referências Bibliográficas: 
 
CRITELLI, Dulce. Analítica do sentido: uma aproximação e interpretação do real de 
orientação fenomenológica. São Paulo: EDUC: Brasiliense, 1996. CANCELLO, Luiz 
A. O fio das palavras: um estudo de psicoterapia existencial. São Paulo: Summus, 
1991. HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. Petrópolis: Vozes, 1980. JAPIASSÚ, Hilton. 
Dicionário básico de filosofia. - 3 ed. rev. e ampliada. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar 
Ed., 1996. SARTRE, Jean-Paul. “O existencialismo é um humanismo”. In: Col. Os 
Pensadores. São Paulo: Abril S. A. Cultural e Ind., 1973. 
 
Atividades: 1) Realize uma leitura criteriosa dos textos indicados, atentando para os 
conceitos e pressupostos do Existencialismo e da Fenomenologia. 2) Leia o texto-
aula, considerando-o como um incentivo às suas próprias reflexões. 3) Realize os 
exercícios, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Estas dúvidas 
devem ser motivo de reexame dos textos, na tentativa de saná-las. Caso elas 
persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais. Acompanhe o exemplo 
de exercício apresentado a seguir. 
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Husserl, ao formular sua filosofia, parte de críticas a alguns aspectos do positivismo e 
das ciências naturais vigentes em sua época. 
 Assinale a alternativa que não apresenta uma dessas críticas. 
A) Husserl questiona o psicologismo, ou seja, a idéia de que todos os fenômenos do 
conhecimento teriam seu fundamento na atividade psíquica do homem, reduzida aos 
seus mecanismos de funcionamento fisiológicos. 
B) Husserl questiona a influência da mentalidade objetivista sobre as ciências. Afirma 
que elas não incluem a subjetividade em seus trabalhos e ignoram uma provável 
influência do cientista/sujeito sobre o objeto. 
C) A crítica ao historicismo se dá quando Husserl percebe pontos dentro das ciências 
que levam ao ceticismo, submetendo o conhecimento às condições sociais, 
psicológicas e históricas. 
D) Husserl entende que é a história que decide o que é válido. Deve-se interpretar 
toda a realidade e toda a verdade como se fossem relativas ao desenrolar histórico. 
E) Husserl questiona o naturalismo do conhecimento da época por este querer se 
fundar em realidades, ditas naturais. A ciência recusa assim qualquer realidade ideal, 
tende a naturalizar toda a realidade para torná-la uma realidade física, empírica. 
R: Deve ser assinalada a alternativa D, que apresenta uma compreensão que 
contraria a crítica ao historicismo feita por Husserl, corretamente expressa em C. 
 
Besora, Manuel V. Las psicoterapias existeniales: desarollo historico y modalidades 
conceptuales. In: Fenomenologia e Psicologia: 1ª Jornada de psicologia e 
psicopatologia fenomenológicas e existenciais. Lisboa, Nov./1990. 
Na fenomenologia de Husserl, a redução é um dos procedimento centrais do método 
fenomenológico, significando que deve se concentrar a atenção nas coisas mesmas 
e não nas teorias. A redução eidética é o passo seguinte nesse procedimento, fazendo 
com que se visem as essências e não os objetos concretos. Por fim, a redução 
transcendental se dá quando a consciência engloba as essências e os objetos 
considerando-os como fenômenos. (Japiassú, 1996). Para Husserl, fenômeno é aquilo 
que aparece à consciência, que se dá como seu objeto intencional, portanto o 
fenômeno só existe a partir do encontro entre consciência e objeto (toda consciência 
é consciência de alguma coisa) 
MÓDULO 7: A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTORICA 
 
7.1. A Contribuição Marxista: O Materialismo Histórico e Dialético. 
7.2. Os Primórdios da Psicologia Sócio-Histórica. 
7.3. A Concretização da Psicologia Sócio-Histórica. 
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Leitura Obrigatória: 
 
- ROSA, E. Z.; ANDRIANI, A. G. P. Psicologia sócio-histórica: uma tentativa de 
sistematização epistemológica e metodológica. In: KAHHALE, E. M. P. (org.) A 
Diversidade da Psicologia: Uma Construção Teórica. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2011. 
(Capítulo 10). 
 Leitura para Aprofundamento: 
- FERREIRA, A. A.L. Da psicologia ideológica à psicologia revolucionária: o marxismo 
na psicologia ocidental. In: JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, 
F. T. (orgs.) História da Psicologia: Rumos e Percursos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nau 
Editora, 2013. (Capítulo 22). 
- REY,F. L. G. A psicologia soviética: Vigotsky, Rubinstein e as tendências que a 
caracterizaram até o fim dos anos 1980. In: JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. 
L.; PORTUGAL, F. T. (orgs.) História da Psicologia: Rumos e Percursos. 3ª ed. Rio de 
Janeiro: Nau Editora, 2013. (Capítulo 21). 
Apresentação do tema: 
A Contribuição Marxista: O Materialismo Histórico e Dialético. 
A Psicologia Sócio-Histórica é uma vertente teórica da Psicologia, cujas proposições 
ligadas ao conhecimento do homem e de sua subjetividade estão guiadas pela 
concepção materialista dialética. 
Segundo o Dicionário Houaiss MATERIALISMO DIALÉTICO é um conjunto de ideias 
fundamentadas nos escritos finais de Engels (1820-1895) e transformadas em 
doutrina sistemática pelos marxistas soviéticos, que busca integrar a reflexão de Marx 
a respeito da sociedade e de suas transformações – o materialismo histórico – a uma 
teoria sobre o processo dialético na realidade natural, no pensamento humano, e nas 
relações entre os seres vivos. 
Ainda segundo o Dicionário Houaiss MATERIALISMO HISTÓRICO é uma doutrina 
formulada nos escritos de Karl Marx (1818-1883), que se propõe a uma compreensão 
do processo histórico universal fundamentada no labor humano, em sua finalidade de 
satisfazer as necessidades econômicas da sociedade (alimentação, vestimenta, 
abrigo etc.), e na luta estabelecida entre as classes sociais pelo controle dos 
instrumentos e frutos desta produção. A produção de Karl Marx (1818-1883) está 
intimamente relacionada ao momento histórico em que viveu e desenvolveu seu 
pensamento. Assim, sua obra é fortemente determinada pelos acontecimentos 
políticos, econômicos e históricos em que está inserido, bem como por um forte 
comprometimento em relação à classe trabalhadora. 
 
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Os Primórdios da Psicologia Sócio-Histórica: 
A Psicologia Sócio-Histórica Surge no início do século XX, na União Soviética, 
momento em que esta procurava reconstruir suas teorias científicas a partir do 
referencial marxista. Destaca-se o nome de Vygotsky (1896-1934), a quem se deve 
os primeiros passos em direção a esta nova Psicologia, a qual teve como principais 
seguidores Luria (1902-1977) e Leontiev (1903-1979). 
Vygotsky por volta de 1924 mostra-se insatisfeito com as correntes psicológicas, 
apontando a existência de uma crise mundial na Psicologia, uma vez que suas 
diversas escolas se dirigiam ora para modelos elementaristas, negando a consciência, 
ora para modelos subjetivistas, considerando a consciência e os processos interiores 
desvinculados das condições materiais que os constituíam. Vygotsky procura diluir a 
oposição mundo interno versus mundo externo com a teoria histórico - cultural. 
Vygotsky propõe construir a Psicologia pelos princípios e métodos do 
MATERIALISMO DIALÉTICO, de modo que sua produção se destinava à descrição e 
explicação da construção e desenvolvimento do psiquismo e comportamento humano, 
a partir das funções psicológicas superiores (pensamento, linguagem e consciência), 
guiando-se pelo princípio da gênese social da consciência. 
A Concretização da Psicologia Sócio-Histórica. 
A obra de Vygotsky é fortemente marcada pela CONCEPÇÃO MARXISTA de HOMEM 
e REALIDADE, uma vez que estava guiada pelo princípio de que o Ser Humano 
constrói a si mesmo nas relações que estabelece com a realidade, na medida em que: 
 É determinado por esta realidade. 
Atua sobre esta realidade 
Transforma esta realidade. 
Os PRESSUPOSTOS para o desenvolvimento da teoria de Vygotsky são: 
Crítica a tentativa de compreensão de funções superiores por intermédio da psicologia 
animal, bem como do desenvolvimento natural humano, segundo o qual estas funções 
são resultados de um processo de maturação. Ênfase na origem social da linguagem, 
do pensamento, colocando a cultura como parte do desenvolvimento, e a visão das 
funções psicológicas como produto da atividade cerebral. De acordo com a teoria 
marxista, compreende os fenômenos como processos em movimento e mudança. O 
homem é entendido como um ser que atua sobre a realidade por intermédio de 
instrumentos, transformando-a e a si próprio. O conhecimento deve apreender, a partir 
do aparente, as determinações constitutivas do objeto. A origem e a base do 
movimento individual estão nas condições sociais de vida historicamente formadas. 
Vygotsky nega qualquer tentativa de explicação referente a uma concepção da 
natureza humana universal e imutável, a qual necessita apenas aflorar e se 
desenvolver ao longo da vida do indivíduo. 
Atividades: 
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1) Realize uma leitura criteriosa dos textos indicados. 
2) Leia o texto-aula, considerando-o como um incentivo às suas próprias reflexões. 
3) Realize os exercícios, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. 
Estas dúvidas devem ser motivo de reexame dos textos, na tentativa de saná-las. 
Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais. 
 
MÓDULO 8: PSICOLOGIA OU PSICOLOGIAS? 
 
Objetivos: 
 - Retomar a proposta de compreensão da diversidade teórica e prática da psicologia 
que esteve presente em todo o percurso da disciplina. 
- Reafirmar o reconhecimento da Psicologia como um saber referido às condições 
históricas, filosóficas e sociais presentes em sua produção. 
- Retomar os aspectos principais discutidos ao longo do semestre, estabelecendo 
comparações entre as teorias e sistemas estudados, em termos de pressupostos 
sobre o Homem e a possibilidade de estudá-lo. 
 
Leitura Obrigatória: 
 
- FIGUEIREDO, L. C. Matrizes do Pensamento Psicológico. 17ª ed. Petrópolis: Vozes, 
2012. ( Capítulo XII). 
Leitura para Aprofundamento: 
- FIGUEIREDO, L. C. Matrizes do Pensamento Psicológico. 17ª ed. Petrópolis: Vozes, 
2012. (Capítulo II). 
Apresentação do tema: 
Em uma visão perspectiva, é possível avaliar com mais precisão o que afirmamos, no 
início do curso, a respeito da diversidade das teorias psicológicas. Como bem coloca 
Figueiredo (2012), a diversidade é particularmente notável, na medida em que, ao 
longo do tempo, observa-se “surtos” de interesse por um ou outro enfoque 
metodológico, um ou outro modelo de compreensão dos problemas humanos. Vimos, 
ao apresentar a Psicologia Humanista, que a proposta surgiu no e do contexto 
americano do pós-guerra, concretizando os ideais de uma sociedade em crise. 
Atualmente, vemos recrudescer as tentativas de desenvolvimento de uma psicologia 
de caráter mais biologizante, na esteira dos avanços contemporâneos na área das 
neurociências e da psicofarmacologia. 
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Neste sentido, é bastante oportuno reiterar a idéia de que os projetos de Psicologia 
guardam estreita relação com as condições sociais, econômicas e culturais que os 
possibilitam e dão sentido e um profundo compromisso com as ideologias em curso 
em dado momento histórico. Este fato, hoje, mais que nunca, obriga-nos a um esforço 
reflexivo que, para além dos aspectos puramente epistemológicos, envolvamos em 
uma avaliação dos compromissos éticos que implicam. 
Atividades: 
1) Leia atentamente os textos indicados. 
2) Realize os exercícios, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. 
Estas dúvidas devem ser motivo de reexame dos textos, na tentativa de saná-las. 
Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais. Acompanhe 
o exemplo: 
A respeito da diversidade de atuação que se observa entre psicólogos adeptos 
dediferentes abordagens teóricas, é possível dizer que: 
I. Reflete o fato de serem pessoas diferentes, sem que divirjam necessariamente em 
relação aos pressupostos teóricos que orientam suas atuações. 
II. Indica que

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