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RESUMÃO_PDTA 1-8_ MÓDULOS_2018

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https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/ 
PSIC DESENV E TEO DE APRENDIZ (Ruth) Módulos 1 ao 8 
 
Módulo 1 
Modelos Pedagógicos, Epistemológicos e 
Psicológicos em Educação. 
 
Leitura Obrigatória: 
BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e 
modelos epistemológicos. Disponível 
em: http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-
content/uploads/downloads/2011/09/becker-
epistemologias.pdf Acesso em: 12/12/2011. 
 
Leitura para Aprofundamento: 
Reflexão sobre a origem do conhecimento a partir do texto “Amala e Kamala: as 
meninas-lobo”. 
Disponível em: http://vestibularsociologia.blogspot.com/2007/03/amala-e-
kamala-as-meninas-lobo.html Acesso em: 12/12/2011. 
 
Ao longo da história, tanto a filosofia como a psicologia exerceram grande 
influência nos procedimentos pedagógicos adotados pelas escolas. 
 
O que é epistemologia? 
É a parte da filosofia que estuda o conhecimento. Os epistemólogos buscaram 
responder, desde a Grécia Antiga até os tempos atuais, a seguinte questão: 
como o homem chega ao conhecimento? 
 
Diferentes correntes epistemológicas respondem a essa pergunta de maneira 
distinta: 
1) Inatismo ⇒ a origem do conhecimento é endógena (interna); a ênfase está 
no desenvolvimento, no sujeito (S→O). 
2) Empirismo ⇒ a origem do conhecimento é exógena (externa); a ênfase está 
na aprendizagem, no objeto (S←O). 
3) Interacionismo ⇒ a origem do conhecimento é endógeno e exógeno; a 
ênfase está no desenvolvimento e na aprendizagem — sujeito e objeto (S↔O). 
 
Como você explica a origem do conhecimento? Depende apenas de fatores 
internos ao sujeito ou depende apenas dos fatores externos? “Pau que nasce 
torto morre torto?” ou “Diga-me com quem andas e direi quem tu és?” 
 
Essas correntes epistemológicas influenciaram procedimentos pedagógicos a 
partir de suas concepções filosóficas. 
 
1) Pedagogia não diretiva: o aluno é o centro de todo o processo pedagógico 
(A→P). 
2) Pedagogia diretiva: o professor é o centro de todo o processo pedagógico 
(A←P). 
http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf
http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf
http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf
http://vestibularsociologia.blogspot.com/2007/03/amala-e-kamala-as-meninas-lobo.html
http://vestibularsociologia.blogspot.com/2007/03/amala-e-kamala-as-meninas-lobo.html
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/ 
3) Pedagogia relacional: não existe uma relação polarizada; tanto o aluno 
quanto o professor têm importância durante o processo pedagógico, 
estabelecem uma relação de troca (A ↔ P). 
 
As teorias psicológicas, da mesma maneira, exerceram influência nas práticas 
pedagógicas e, nos séculos passados como atualmente, os procedimentos 
pedagógicos estão pautados em estudos realizados por teóricos sobre a 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem do aluno. 
 
Teorias de psicológicas: 
• Abordagem tradicional 
• Abordagem comportamental 
• Abordagem humanista 
• Abordagem psicanalítica 
• Abordagem construtivista e sociocultural 
• Abordagem sistêmica 
• Abordagem da inteligência emocional 
• Abordagem das inteligências múltiplas 
 
Atividades recomendadas: 
 
1) faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos 
utilizados pelo autor ao definir a origem do conhecimento na perspectiva 
epistemológica inatista, empirista e interacionista. Relacione com os modelos 
pedagógicos e as abordagens psicológicas. 
 
2) levante informações por meios tradicionais ou eletrônicos sobre os casos de 
crianças que se perderam muito jovens de suas famílias e viveram na floresta 
sem o contato com os humanos na companhia de animais. Analise a origem do 
conhecimento dessas crianças a partir das concepções epistemológicas 
estudadas. 
 
3) acompanhe o seguinte exemplo de exercício: 
 
Observe a seguir o relato dos professores e verifique qual concepção 
epistemológica está orientando cada um dos discursos: 
I – “Acho que os alunos aprendem e conhecem através da estimulação que se 
dá para eles diariamente. É assim que eles conseguem dominar os conceitos. 
Se não há estimulação, incentivo e organização das atividades de aprendizagem 
os alunos não conseguem saber nada. Então, o mais importante é o professor e 
os recursos materiais que se utiliza”. 
II – “Anastácia sempre teve dificuldade em aprender os conteúdos em sala de 
aula. Acredito que aqueles que não sabem não vão saber mesmo, então pouco 
posso fazer por Anastácia e por outros em situação semelhante”. 
a) I – Empirismo e II – Construtivismo 
b) I – Interacionismo e II – Inatismo 
c) I – Empirismo e II – Inatismo 
d) I – Construtivismo e II – Ambientalismo 
e) I – Ambientalismo e II – Interacionismo 
 
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Resposta: A alternativa correta é a (C). O discurso do primeiro professor está 
orientado para uma concepção empirista do conhecimento, a inteligência é 
resultado das experiências, por isso valorizam-se o professor, os materiais, os 
programas ou instruções que irão levar o sujeito ao desenvolvimento da 
inteligência, a criar hábitos, rotinas e procedimentos favoráveis à aprendizagem. 
O discurso do segundo professor está orientado em uma visão inatista do 
conhecimento, em que a inteligência está pré-determinada pela herança 
genética e a interferência do mundo físico social é reduzida ou nula como 
possibilidade de levar o sujeito ao conhecimento - tudo depende somente dele 
ou do que possui enquanto potencial herdado. 
 
4) realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante 
a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas bibliográficas, 
na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas 
aulas presenciais. 
 
 
 
 
 
 
 
Módulo 2 
ABORDAGEM TRADICIONAL 
 
 
Leitura Obrigatória: 
 
MIZUKAMI, Maria da Graça. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: 
EPU, 1986. (Temas básicos de educação e ensino). Capítulo 1 pág. 07 a 18. 
 
 
Leitura para Aprofundamento: Acesso em: 12/12/2011. 
 
BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. 
Disponível em: http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-
content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf 
 
 
Não podemos falar em uma teoria claramente explicitada que tenha originado a 
abordagem tradicional, mas em diversas tendências, concepções e práticas 
educativas aplicadas em um contexto escolar, que foram transmitidas durante o 
tempo e persistiram, fornecendo um referencial para o que se denomina ensino 
tradicional. 
 
 
Segundo Georges Snyders, o ensino tradicional é o ensino verdadeiro, pois 
conduz o aluno ao contato com a literatura, as artes, os raciocínios e as 
demonstrações, por meio de métodos mais seguros. Há uma grande valorização 
http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf
http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf
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dos modelos e do professor como elemento imprescindível na transmissão dos 
conteúdos. 
 
 
O ensino está centrado no professor, considerado um adulto pronto e acabado, 
sendo o aluno um “adulto em miniatura”, sujeito inacabado que precisa ser 
preparado em todos os níveis, não levando em consideração seu interesse ou 
vontade. Portanto, o ensino volta-se para o que é externo ao aluno: os 
programas, as disciplinas, o professor; e o aluno é aquele que escuta as 
informações transmitidas pela autoridade exterior. 
 
 
Nessa concepção, o homem é considerado uma ”tabula rasa”, um receptor 
passivo, inserido em um mundo com informações que irá conhecer através de 
um ensino formal e verbalista, caracterizado pela transmissão e repetição 
de conteúdos, visando ao acúmulo e armazenamento dessas informações. 
 
 
As autoridades detentoras do conhecimento são a família, a escola e a igreja,e 
a função destas é a perpetuação de seus espaços de domínio. Para isso, há uma 
decomposição do conhecimento a fim de simplificá-lo ao ser transmitido ao 
aluno, visando mais à dedução do que a um raciocínio crítico. 
 
 
O caráter cumulativo do conhecimento humano é adquirido por meio da 
transmissão, atribuindo-se ao aluno um papel insignificante na elaboração e 
aquisição do saber. Cabe-lhe apenas memorizar definições, enunciados, 
resumos que são oferecidos em um ensino verbalista e formal (verbalismo do 
professor e memorização do aluno). 
 
 
Em outras palavras, a educação é caracterizada pela instrução e transmissão do 
conhecimento, restrita à escola e ao professor, em tarefas de aprendizagem 
quase sempre padronizadas. A educação é vista como produto, uma vez que 
tudo está estabelecido a priori, não havendo ênfase no processo de 
aprendizagem e desenvolvimento do aluno. Os programas mantêm a estrutura 
de uma educação formal, e a reprovação do aluno é considerada necessária 
quando o mínino cultural esperado não foi atingido, e o instrumento que irá 
validar isso serão as provas e exames que ocorrem no final de cada etapa do 
processo. Ocorrendo a aprovação, o aluno é promovido nas séries escolares e, 
no final do processo, recebe o diploma e título, sendo estes os instrumentos de 
hierarquização dos indivíduos no contexto social. 
 
 
A educação, nessa perspectiva, entende o processo educacional como 
individualista, não possibilitando situações de pesquisas e trabalhos coletivos. A 
cooperação entre pares é reduzida, pois a ênfase está na participação individual. 
Ignoram-se as diferenças individuais. Nesse sentido, a preocupação está na 
quantidade de informação armazenada e não na formação do pensamento 
reflexivo e do potencial criativo. 
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O tipo de relação social estabelecida na escola é vertical — o professor é a 
autoridade intelectual e moral (dono do saber), e o aluno, o “copo vazio” que será 
preenchido com os conhecimentos escolhidos e determinados pela escola, 
transmitidos verbalmente e cobrados por meio de provas em que o critério é a 
repetição automática das informações transmitidas. 
 
 
Assim sendo, o professor detém o poder decisório quanto à metodologia, ao 
conteúdo, à avaliação, à forma de interação na sala de aula etc. Ele utiliza o 
método expositivo e já traz o conteúdo pronto para a aula, cabendo ao aluno 
escutá-lo, memorizá-lo de modo passivo e realizar posteriormente, sozinho, os 
exercícios de fixação. Por isso o enfoque está na aprendizagem. 
 
No entanto, cabe lembrar que o professor também estabelece uma relação de 
igual hierarquia com a instituição escolar e social: obedece às regras e cumpre 
um papel preestabelecido. Existe um ciclo vicioso de manutenção do sistema. 
Uma das conseqüências do ensino tradicional, que visa apenas à aquisição de 
informações por meio de transmissões orais e cópia de modelos, é a formação 
de alunos com reações estereotipadas e automatizadas, que somente 
conseguem aplicar o que aprenderam em modelos idênticos aos aprendidos, 
levando a uma compreensão parcial dos fenômenos. 
 
 
Atividades recomendadas: 
 
 
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos 
utilizados pelos autores para definir a Abordagem Tradicional. Aproveite essas 
leituras para fazer um glossário com os principais conceitos que definem as 
concepções do desenvolvimento e da aprendizagem nesta perspectiva. 
 
 
2) Levante informações por meios tradicionais ou eletrônicos sobre as escolas 
que utilizam a Abordagem Tradicional ao fundamentar seu Projeto Pedagógico. 
Faça uma crítica sobre as vantagens e desvantagens de tal método. 
 
 
3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício: 
 
 
Segundo a abordagem tradicional a relação professor-aluno é defina como 
sendo: 
 
 
a) Vertical, sendo que um dos pólos (o professor) detém o poder decisório quanto 
à metodologia, o conteúdo, a avaliação e até mesmo os meios coletivos de 
expressão. 
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b) Dialógica, onde o aluno e professor se interagem no processo de ensino-
aprendizagem. 
c) Relacional, onde o aluno é o centro de todo o processo e o professor é um 
mero expectador. 
d) Mediatizada no processo de ensino-aprendizagem numa perspectiva 
humanizadora, de troca com o aluno. 
e) Horizontal, onde aluno e professor estabelecem uma construção mútua de 
conhecimentos. 
 
 
Resposta: A alternativa correta é a (A). Segundo a abordagem tradicional a 
relação professor-aluno é defina como sendo vertical, sendo que um dos pólos 
(o professor) detém o poder decisório quanto à metodologia, o conteúdo, a 
avaliação e até mesmo os meios coletivos de expressão. 
 
 
4) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem 
durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas 
bibliográficas, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao 
professor, nas aulas presenciais. 
 
Módulo 3 
ABORDAGEM COMPORTAMENTAL 
 
Leitura Obrigatória: 
MIZUKAMI, Maria da Graça. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: 
EPU, 1986. (Temas básicos de educação e ensino). Capítulo 2 pág. 19 a 36. 
 
Leitura para Aprofundamento: 
BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. 
Disponível em: http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-
content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf Acesso em: 
12/12/2011. 
 
Nessa abordagem, o conhecimento é uma cópia da realidade exterior, e a 
apropriação do mesmo se dá a partir da experiência ou experimentação 
planejada e das contingências reforçadoras do meio. 
 
Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), psicólogo americano, pode ser 
considerado o representante, dos mais difundidos no Brasil, da psicologia 
comportamental ou behaviorista. De acordo com esse autor, o comportamento 
humano é modelado e reforçado a partir da recompensa, controle e 
planejamento cuidadoso das contingências de aprendizagem. A modelagem do 
comportamento humano ocorre a partir da manipulação de reforços, 
desprezando-se qualquer fator não observável. 
Unidade I 
Dessa maneira, o homem é uma conseqüência das influências ou forças 
existentes no meio ambiente, e o propósito dessa abordagem é transferir o 
http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf
http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf
http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf
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controle ambiental para o próprio sujeito, tornando a pessoa autocontrolável ou 
auto-suficiente. Caso contrário, o sujeito será controlado pelo meio. 
 
Sua proposta é a organização de um planejamento social e cultural levando à 
sua modificação de acordo com objetivos prévios e, com isso, chegar a uma 
sociedade ideal. Nesse sentido, o meio e o comportamento podem ser 
manipulados e modificados de acordo com um objetivo prévio. 
 
A isso Skinner denominou contingências de reforço: análise da ocasião em que 
a resposta ocorreu, a própria resposta e as conseqüências reforçadoras. O 
indivíduo tem um papel passivo e respondente ao que é esperado dele, é uma 
peça numa máquina planejada e controlada, desempenhando uma função que, 
espera-se, seja realizada de maneira eficiente. 
 
A preocupação, portanto, é em relação ao controle do comportamento 
observável, e o conhecimento é resultado da experiência. A educação tem a 
função de possibilitar o controle do comportamento, a experimentação e a 
transmissão cultural. 
 
Dessa forma, o sistema educacional (ou agência escolar) tem como objetivo 
principal favorecer situações de mudanças desejáveis e permanentes nos 
indivíduos, implicando modificações de comportamentos indesejáveis como 
aquisição de novos comportamentos. É, portanto, a escola que seleciona, instala 
e controla os comportamentos e que atende aosobjetivos daqueles que lhe 
conferem o poder (governo, política, economia, família, religião etc.). O conteúdo 
pessoal é o conteúdo socialmente aceito e cabe à escola tal formação. 
 
O livro do Skinner intitulado Walden II (1948) apresenta os princípios e 
realizações da “engenharia comportamental e cultural” propostos pelo autor. 
Essa obra retrata uma sociedade ideal, regida pelas leis da engenharia 
comportamental. Vale a pena ser lido 
para maior compreensão da teoria. 
 
 
Assim, ensinar em uma perspectiva comportamental consisteem um arranjo e 
planejamento de contingências de reforçosob os quais o aluno aprende, cabendo 
ao professor garantira aquisição do comportamento desejado, de acordo com 
umcentro decisório. 
 
Esses comportamentos desejados são instalados e mantidos (controlados) por 
condicionantes e reforçadores (teoria do reforço): elogios, prêmios, graus, notas, 
reconhecimento dos mestres e colegas, o diploma, as vantagens futuras na 
profissão, aprovação no final do curso, possibilidade de ascensão social, 
monetária, status, prestígio na profissão etc. Skinner critica a escola que utiliza 
o controle aversivo, porque, embora possibilite maior controle, não leva à 
aprendizagem efetiva. 
 
Cabe ao professor planejar e desenvolver um sistema de ensino-aprendizagem 
que possibilite maximização do desempenho do aluno com economia de tempo, 
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/ 
esforços e custos. O professor é considerado um planejador e um analista de 
contingências, sendo chamado de engenheiro comportamental. 
 
De acordo com Mizukami (1986), o professor utiliza uma tecnologia educacional 
baseada em uma individualização do ensino ou instrução individualizada. 
 
 
Instrução programada 
1. Especificação de objetivos; 
2. Envolvimento do aluno; 
3. Controle de contingências, feedback constante que forneça elementos que 
especifiquem o domínio de uma determinada habilidade; 
4. Apresentação do material em pequenos passos; 
5. Respeito ao ritmo individual de cada aluno. 
 
Assim como a abordagem tradicional, a abordagem comportamental tem uma 
orientação empirista, a ênfase está no produto final, na influência do meio, no 
que será aprendido e no que será transmitido às novas gerações. 
 
Atividades recomendadas: 
 
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos 
utilizados pelos autores para definir a Abordagem Comportamental. Aproveite 
essas leituras para fazer um glossário com os principais conceitos que definem 
as concepções do desenvolvimento e da aprendizagem nesta perspectiva. 
 
2) Levante informações por meios tradicionais ou eletrônicos sobre as escolas 
que utilizam a Abordagem Comportamental ao fundamentar seu Projeto 
Pedagógico. Faça uma crítica sobre as vantagens e desvantagens de tal método. 
 
3) Assista ao Laranja Mecânica (AClockwork Orange), 138 min, Direção Stanley 
Kubrick, Inglaterra, 1971. Faça uma reflexão sobre a aprendizagem 
comportamental e as conseqüências no desenvolvimento psicológico do sujeito. 
 
4) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem 
durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas 
bibliográficas, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao 
professor, nas aulas presenciais. 
 
Módulo 4 
ABORDAGEM HUMANISTA 
 
Leitura Obrigatória: 
MIZUKAMI, Maria da Graça. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: 
EPU, 1986. (Temas básicos de educação e ensino). Capítulo 3 pág. 37 a 57. 
 
Leitura para Aprofundamento: 
BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. 
Disponível em: http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-
http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/ 
content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf Acesso em: 
12/12/2011. 
 
Os teóricos mais representativos da abordagem humanista são Alexander Neill 
(educador inglês) e Carl Rogers (psicólogo americano). 
 
Certa vez, Neill declarou: “Gostaria antes ver a escola produzir um varredor de 
ruas feliz do que um erudito neurótico”. 
 
De acordo com Mizukami (1986), na abordagem humanista, a ênfase está nas 
relações interpessoais, no ensino centrado no aluno, no desenvolvimento da 
personalidade do indivíduo, em seus processos de construção e organização 
pessoal da realidade, e em sua capacidade de atuar como uma pessoa 
integrada. Há a preocupação com a vida psicológica e emocional do indivíduo, 
com a sua orientação interna, com o autoconceito, com o desenvolvimento de 
uma visão autêntica de si mesmo, orientada para a realidade individual e grupal. 
 
Nessa perspectiva, o professor não transmite conteúdo, não ensina nos moldes 
tradicionais, apenas cria condições para que os alunos aprendam, 
especialmente através das próprias experiências dos alunos, sendo um 
facilitador da aprendizagem. 
 
O indivíduo, nesse sentido, não é determinado por modelos prontos, não é 
resultado, cria-se a si próprio, tem liberdade e se apresenta como um projeto 
permanente e inacabado. Encontra-se em processo de “vir a ser”. 
Unidade II 
Carl Rogers, formado em História e Psicologia, aplicou à Educação princípios da 
Psicologia Clínica, foi psicoterapeuta por mais de 30 anos. É considerado um 
representante da corrente humanista, não diretiva, em educação. Sua proposta 
é identificada como representativa da psicologia humanista, denominada terceira 
força em psicologia. Concebe o ser humano como fundamentalmente bom e 
curioso, mas que precisa de ajuda para evoluir. Eis a razão da necessidade de 
técnicas de intervenção facilitadoras. 
 
Por aprendizagem significativa entendo uma aprendizagem que é mais do que 
uma acumulação de fatos. É uma aprendizagem que provoca uma modificação, 
quer seja no comportamento do indivíduo, na orientação futura que escolhe ou 
nas suas atitudes e personalidade. É uma aprendizagem penetrante, que não se 
limita a um aumento de conhecimentos, mas que penetra profundamente todas 
as parcelas da sua existência (Rogers, 1980). 
 
De acordo com Rogers, o homem é arquiteto de si mesmo, consciente de sua 
incompletude interior e exterior, um ser em transformação e um agente 
transformador da realidade. A ênfase está no processo e não nos estados finais 
de ser, por isso ele não aceita um projeto de planificação social, o controle e a 
manipulação das pessoas. O importante é a qualidade de 
relacionamento interpessoal, que irá possibilitar aos indivíduos a 
autorrealização. 
 
http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf
http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/ 
Desse modo, a experiência pessoal e subjetiva é a base para a construção do 
conhecimento, no processo de “vir a ser” da pessoa. 
 
A educação tem como finalidade a criação de condições para que isso ocorra. 
As condições que facilitam a aprendizagem significativa do aluno devem 
possibilitar a autoaprendizagem tanto intelectual quanto emocional. O aluno 
deve ser capaz de tomar iniciativa, ter responsabilidade, autodeterminação, 
discernimento, aplicar os conhecimentos construídos, adaptar-se às novas 
situações e problemas, colaborar com os outros sem deixar de ser ele mesmo. 
Assim, educação é tudo aquilo que envolve o crescimento pessoal, interpessoal 
e intergrupal, por meio da autodescoberta. 
 
Nesse sentido, a educação está pautada em um ensino não diretivo do professor 
que irá possibilitar uma aprendizagem significativa do aluno. O professor precisa 
ter um self adequado, desenvolver formas fidedignas de percepção de si mesmo 
e dos outros e habilidade de ensinar conteúdos, quando isso for necessário. É 
sua função ser facilitador da aprendizagem do aluno, e para isso é preciso 
desenvolver três qualidades especiais: 
 
Condições facilitadoras da aprendizagem 
1. Congruência — autenticidade,honestidade com o aluno; 
2. Empatia — a habilidade para sentir na perspectiva do aluno; 
3. Respeito — aceitação e consideração positiva incondicional do aluno. 
 
Portanto, o diretivismo no ensino, característico nas abordagens tradicional e 
comportamental, é substituído pelo não diretivismo: as relações verticais e 
impostas, por relações “eu-tu” e nunca “eu-isto”; as avaliações de acordo com 
padrões pré-fixados, pela autoavaliação dos alunos 
(Mizukami, 1986). 
 
Mesmo que Carl Rogers não tenha sido o mais importante psicólogo do seu 
tempo, não há dúvida de que sua pessoa e obra marcaram de maneira indelével 
não só a psicologia como também a pedagogia de qualquer escola. 
 
 
Atividades recomendadas: 
 
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos 
utilizados pelos autores para definir a Abordagem Humanista. Aproveite essas 
leituras para fazer um glossário com os principais conceitos que definem as 
concepções do desenvolvimento e da aprendizagem nesta perspectiva. 
 
2) Levante informações por meios tradicionais ou eletrônicos sobre as escolas 
que utilizam a Abordagem Humanista ao fundamentar seu trabalho pedagógico, 
por exemplo, Escola da Ponte e Escola de Reggio Emilia. No site da Summerhill 
School (www.summerhillschool.co.uk) você encontra textos sobre a pedagogia 
de Neill e fotos atuais e antigas da escola. Faça uma crítica sobre as vantagens 
e desvantagens desta abordagem. 
 
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/ 
3) Assista ao filme Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society), 129 min, 
Direção Peter Weir, EUA, 1989. Faça uma reflexão sobre as conseqüências no 
desenvolvimento psicológico do sujeito a partir de uma aprendizagem 
humanista. 
 
4) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem 
durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas 
bibliográficas, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao 
professor, nas aulas presenciais. 
 
Módulo 5 
ABORDAGEM PSICANALÍTICA 
 
Leitura Obrigatória: 
KUPFER, M C. A. Freud e a Educação. O mestre do impossível.3ª ed.São 
Paulo, Scipione, 1995. 
 
Leitura para Aprofundamento: 
RAPPAPORT, Clara Regina; FIORI, Wagner Rocha; DAVIS, Claudia. 8ª 
ed. Psicologia do Desenvolvimento. Teorias do desenvolvimento. Vol. 1. 
São Paulo: EPU, 1981. (Cap. Modelo Psicanalítico). 
 
Sigmund Freud (1856-1939) 
é considerado o pai da psicanálise, teoria que estuda o funcionamento e a 
estrutura da personalidade, utilizando para isso uma técnica psicoterapêutica 
específica. 
Ao longo de seus estudos, Freud investigou os processos mentais, utilizando a 
técnica psicanalítica para o tratamento de distúrbios neuróticos. Apresenta uma 
teoria do desenvolvimento psicológico que está dividida em cinco fases 
psicossexuais: oral, anal, fálica, latência, genital. Nesse texto, não serão 
enfocados esses estágios, mas sim as ideias de Freud sobre a aprendizagem, 
ou seja, os processos que levam a criança ao conhecimento. 
 
De acordo com Kupfer (1989), embora Freud não tenha escrito um volume 
específico sobre a educação, esse tema permeou toda a sua obra, uma vez que, 
para ele, o funcionamento psíquico pode ser fruto direto das influências 
educativas recebidas pelo indivíduo. Dessa forma, para a autora, as ideias de 
Freud sobre educação têm conexão com seus conceitos para compor a teoria 
psicanalítica. 
 
Em suas afirmações, Freud nos apresenta os limites da ação pedagógica 
entre proibir e permitir que o aluno realize de seus desejos, em função da 
complexidade da psique humana, dos muitos obstáculos interiores ao processo 
de amadurecimento, do conflito entre o desejo individual e as exigências da vida 
em comunidade. Além disso, a criança dispõe de pouco mais de anos para se 
apropriar dos resultados de milhares de anos de evolução da cultura humana 
(Kupfer, 1986). 
 
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De acordo com Kupfer (1986), sobre a aprendizagem propriamente dita, Freud 
não tem escritos específicos, mas gostava de pensar nos determinantes 
psíquicos que levam alguém a ser um “desejante de saber”, como os cientistas 
e as crianças pequenas. Em outras palavras, estudar esse tema em uma 
perspectiva freudiana significa entender o processo ou a razão pela qual um 
sujeito se sente motivado para o conhecimento. 
 
No início do desenvolvimento, o conhecimento ocorre por meio das 
“investigações sexuais infantis”, ou seja, na busca da criança em compreender 
seu lugar sexual no mundo (menino/ menina; feminino/masculino). A 
compreensão da diferença causa uma angústia que impulsiona a criança a 
querer saber mais. 
 
O ato de aprender, da mesma forma, pressupõe uma relação com outra pessoa, 
a que ensina. Para aprender é necessária a presença de um professor, colocado 
em uma determinada posição, que pode ou não propiciar a aprendizagem. 
“Aprender é aprender com alguém” (Kupfer, 1986). 
 
Um professor pode ser ouvido quando está revestido por seu aluno de uma 
importância especial, por isso a relação entre professor e aluno não está no valor 
dos conteúdos cognitivos transmitidos, e sim no campo que se estabelece entre 
o professor e seu aluno, nas relações afetivas entre ambos, uma relação afetiva 
primitivamente dirigida ao pai. É nesse campo que se estabelecem as condições 
para o aprender, sejam quais forem os conteúdos transmitidos. Em psicanálise, 
esse campo chama-se transferência, uma manifestação do inconsciente 
(Kupfer,1986). 
 
Em outras palavras, um professor pode tornar-se a figura a quem serão 
endereçados os interesses de seu aluno porque ele é o objeto de uma 
transferência. E o que se transfere são as experiências vividas primitivamente 
com os pais (Kupfer, 1986). O aluno transfere para o professor os sentimentos 
carinhosos ou agressivos de sua relação com os pais. Conscientemente ou não, 
o professor utiliza a ascendência que assim adquire sobre o aluno, para 
transmitir ensinamentos, valores, inquietações. Pois não é verdade que os 
professores de quem mais nos recordamos, com quem mais aprendemos são 
aqueles que melhor nos seduziram? Na escola como na vida, nós aprendemos 
por amor a alguém (Paulo César Souza, 
apud Kupfer, 1986). 
 
Portanto, transferir é conferir um sentido especial àquela figura determinada pelo 
desejo, e o aprendizado está pautado nessas relações transferenciais. Na 
medida em que ocorre a transferência, o professor torna-se depositário de algo 
(positivo ou negativo) que pertence ao aluno, e isso lhe confere um poder na 
relação. 
 
Em outras palavras, a ideia de transferência mostra que aquele professor em 
especial foi “investido” pelo desejo daquele aluno, e é a partir desse 
“investimento” que a palavra do professor ganha poder, passando a ser 
escutada. Tudo o que o aluno quer é que esse professor ”suporte” esse lugar em 
que ele foi colocado (Kupfer, 1986). Portanto, cabe ao professor renunciar a um 
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modelo determinado por ele próprio, aceitar o modelo que o aluno lhe confere, 
ser “atravessado” pelo seu desejo e conduzi-lo a conquista de uma autonomia. 
Unidade I 
Caso contrário, se subjugar o aluno impondo seus próprios valores e ideias, ou 
seja, impor-lhe seus próprios desejos, impedirá a possibilidade de aprendizagem 
no aluno (cessa o desejo do aluno). O aluno irá aprender conteúdos, gravará e 
memorizará informações, mas não será um sujeito pensante e autônomo. 
 
Essa, então, torna-se a tarefa do professor, criar um ambiente que permita a 
circulação do conhecimento sendo objeto das transferências do aluno, não 
impondo seus próprios desejos. Isso nem sempre é uma tarefa fácil para o 
professor e, em função disso, Freud afirma: a educação é uma profissão 
impossível. O professor também é movido pelo desejo, é seu desejo que justifica 
sua ação docente. Mas, estando ali, ele precisa renunciar a esse desejo, para 
permitir a aprendizagem do aluno.Eis o desafio. 
 
Anna Freud (1895-1982), psicanalistaaustríaca, filha de Sigmund Freud, 
chamado “o pai da psicanálise”, dedicou-se também ao estudo do 
comportamento humano e foi uma das pioneiras nos estudos em psicologia 
infantil. Buscou transmitir aos educadores noções sobre o desenvolvimento da 
criança em uma perspectiva freudiana. Deixou vários estudos sobre patologias 
e psicologia infantil. Radicada em Londres, dirigiu a Clínica Hampstead para 
tratamentos e investigação, também ligados a doenças infantis. Foi uma 
articuladora da psicologia com a educação e trabalhou intensamente na 
formação de professores. 
 
Atividades recomendadas: 
 
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos 
utilizados pelos autores para definir a Abordagem Psicanalítica. Aproveite essas 
leituras para fazer um glossário com os principais conceitos que definem as 
concepções sobre o desenvolvimento e a aprendizagem nesta perspectiva. 
2) Para aprofundar os conhecimentos sobre esta Abordagem Psicológica, leia os 
artigos da Revista "Psicanálise e Educação: uma transmissão possível" 
(REVISTA DA ASSOCIAÇÃO PSICANALÍTICA DE PORTO ALEGRE, Ano IX - 
Número 16 - julho de 1999, ISSN 1516-9162). Disponível em: 
http://www.appoa.com.br/uploads/arquivos/revistas/revista16.pdf. Acesso em: 
07/02/2012. 
3) Assista ao filme Shine - Brilhante (Shine), 105 min., Direção Scott Hicks, 
Austrália, 1996. Faça uma reflexão sobre o conceito de transferência na relação 
ensino - aprendizagem. 
4) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem 
durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas 
bibliográficas, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao 
professor, nas aulas presenciais. 
 
Módulo 6 
1a parte - ABORDAGEM CONSTRUTIVISTA 
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Leitura obrigatória: 
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Abordagem Cognitivista. In: Ensino: as 
abordagens do processo. (Coleção Temas básicos de educação e ensino). São 
Paulo: EPU, 2013, Cap. 4, pág. 59-84. 
Leitura recomendada: 
BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos 
epistemológicos. Disponível em: http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-
content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf Acesso em: 
20/07/2017. 
O construtivismo de Piaget 
Jean Piaget (1896-1980) procurou compreender como o adulto desenvolve o 
pensamento lógico-científico e, para isso, utilizou pressupostos teóricos da 
filosofia e o método de investigação e pesquisa da psicologia. 
 
Ao longo de sua brilhante carreira, Piaget escreveu mais de 90 livros e centenas 
de trabalhos científicos. Na visão de Piaget, as crianças são as próprias 
construtoras ativas do conhecimento, constantemente criando e testando suas 
teorias sobre o mundo. 
 
Formulou uma teoria que pressupõe a evolução progressiva do conhecimento 
por meio de estruturas de raciocínio que se integram umas às outras através de 
estádios de desenvolvimento. Isto significa que a lógica e as formas de pensar 
de uma criança são completamente diferentes da lógica e do pensamento dos 
adultos, recomendando aos adultos que adotem uma abordagem educacional 
diferente ao lidar com crianças. 
 
Forneceu uma percepção sobre as crianças que serve como base de muitas 
linhas educacionais atuais; mas devemos ressaltar que os estudos de Jean 
Piaget não tinham um comprometimento direto com a educação e nem este autor 
lançou uma teoria pedagógica aplicável na educação escolar. 
 
Está errada a escola que diz utilizar o ‘método de Piaget’. Apesar disso, não se 
pode negar que suas contribuições para as áreas da psicologia e da educação 
são incomensuráveis. 
 
A teoria do desenvolvimento cognitivo ou da inteligência de Piaget está pautada 
nos pressupostos epistemológicos do construtivismo, superando algumas 
teorias clássicas como o racionalismo e o empirismo. 
 
Segundo a teoria construtivista, o conhecimento ocorre a partir da interação do 
sujeito com o meio, de sua ação e levantamento de hipóteses, sendo um 
processo interativo em que a espontaneidade tem um papel importante. 
 
Para entender a lógica do adulto, estudou o desenvolvimento do pensamento 
infantil, aplicando testes (provas operatórias) chegando a períodos que 
denominou de “estádios do desenvolvimento cognitivo”. 
 
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http://www.marcelo.sabbatini.com/wp-content/uploads/downloads/2011/09/becker-epistemologias.pdf
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Epistemologia genética: área de pesquisa elaborada por Piaget, que estuda o 
desenvolvimento do pensamento da criança até a chegada ao raciocínio adulto 
(lógico-científico). Piaget pretendeu compreender como se desenvolvem não só 
os conhecimentos, como também a capacidade de conhecer. 
 
Na visão de Piaget, as crianças são as próprias construtoras ativas do 
conhecimento, constantemente criando e testando suas teorias sobre o mundo. 
O que é epistemologia? 
É a parte da Filosofia que estuda o conhecimento. Os epistemólogos, desde a 
Grécia Antiga até os tempos atuais, buscam responder a seguinte 
questão: Como o homem chega ao conhecimento? 
 
Diferentes correntes epistemológicas buscaram responder a esta pergunta ao 
longo do tempo e orientaram a compreensão sobre o conceito de inteligência 
bem como a construção de teorias psicológicas. 
 
Uma visão construtivista da inteligência 
De acordo com Macedo (2002), na visão construtivista a inteligência é o que 
possibilita ao sujeito, de modo estrutural e funcional, relacionar-se consigo 
mesmo e com o mundo de modo interdependente e reversível. Ou seja, uma 
relação em que os elementos interagem em um contexto sistêmico, sendo partes 
e todo ao mesmo tempo. 
 
Ser inteligente em uma perspectiva construtivista é saber coordenar ações 
(físicas, motoras, afetivas, cognitivas) em direção a resolução de um problema 
ou situação. Sendo assim, a inteligência expressa como o sujeito pode 
compreender e realizar tarefas segundo os diferentes estádios do 
desenvolvimento. 
 
Construtivismo significa que a inteligência não está pronta ou acabada, que o 
conhecimento não é dado como algo terminado. Nessa perspectiva, o 
conhecimento não depende unicamente das relações sociais ou da bagagem 
genética hereditária. O conhecimento é resultado da interação do sujeito com o 
objeto (meio físico, social, com os símbolos, signos pertencentes ao contexto 
socio-histórico em que está inserido o sujeito) que possibilitará a construção do 
conhecimento e desenvolvimento das estruturas de inteligência. Portanto, o 
conhecimento é resultado da dialética da interação sujeito-objeto. 
 
De acordo com Becker (1993) epistemologicamente esta relação pode ser assim 
representada: S↔O e a Pedagogia que deriva desta concepção é a 
Relacional: A↔P. 
 
Níveis de erros durante o processo de aprendizagem: 
No construtivismo o erro é possível ou até necessário durante o processo de 
construção do conhecimento. Assim, Piaget classifica em níveis de 
desenvolvimento as respostas do sujeito: 
Nível 1 - não há erro na perspectiva do sujeito, não compreende a existência do 
mesmo. 
Nível 2 - o erro é percebido pelo sujeito, mas somente depois de ter 
errado, a posteriori, não havendo antecipação ou pré-correção do erro, 
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Nível 3 - existe a compreensão do erro e a possibilidade de antecipar, neutralizar, 
pré-corrigir. 
 
Atividades recomendadas: 
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos 
utilizados pelos autores para definir a Abordagem Construtivista. Aproveite essas 
leituras para fazer um glossário com os principais conceitos que definem as 
concepções sobre o desenvolvimento e a aprendizagem nesta perspectiva. 
2) Levante informações por meios tradicionais ou eletrônicos sobre as escolas 
que utilizam a Abordagem Construtivista ao fundamentar seu trabalho 
pedagógico. Faça uma crítica sobre as vantagens e desvantagens desta 
abordagem.3) Assista ao filme Jean Piaget por Yves de La Taille (ATTA Vídeos). Disponível 
em: http://www.youtube.com/watch?v=37vsf3SfX-c. Acesso em 10/02/2017. 
4) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem 
durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas 
bibliográficas, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao 
professor, nas aulas presenciais. 
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Módulo 6 
2a parte - ABORDAGEM SOCIOCULTURAL 
Leitura obrigatória: 
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Abordagem Sociocultural. In: Ensino: as 
abordagens do processo. (Coleção Temas básicos de educação e ensino). São 
Paulo: EPU, 2013, Cap. 5, pág. 87-104. 
Leitura recomendada: 
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 57a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 
2014. 
PORTAL FÓRUM. Obra completa de Paulo Freire grátis para download. 
Disponível em: http://www.revistaforum.com.br/blog/2013/04/obra-completa-de-
paulo-freire-gratis-para-download/. Acesso em: 25junho/2017. 
Paulo Freire: vida e obra 
Paulo Reglus Neves Freire, nasceu em 21 de setembro de 1921 em Recife, 
Pernambuco. De família humilde, enfrentou dificuldades desde cedo, 
especialmente aos 13 anos com a morte de seu pai e a crise econômica mundial 
em 1929. Aos 22 anos inicia o curso de Direito na Universidade Federal de 
Pernambuco, mas não seguiu a essa profissão, dedicou-se ao magistério, optou 
por lecionar língua portuguesa. Em 1946, assumiu a direção do Departamento 
de Educação e Cultura do Serviço Social de Pernambuco, onde passou a 
trabalhar com pobres analfabetos. Suas ideias pedagógicas surgiram a partir da 
observação da cultura dos alunos, em especial o uso da linguagem e do papel 
elitista da escola. Casou-se com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira 
com quem teve 5 filhos. 
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Freire dedicou grande parte de sua vida à alfabetização e à educação da 
população pobre. Em 1961, como diretor do Departamento de Extensões 
Culturais da Universidade de Recife, montou uma equipe para alfabetizar 300 
cortadores de cana em 45 dias. No ano de 1963, em Angicos, comandou este 
programa que alfabetizou os 300 adultos em 45 dias. Em função disso foi 
convidado pelo então presidente João Goulart a coordenar e multiplicar o Plano 
Nacional de Alfabetização, mas poucos meses após a implantação, o plano foi 
vetado pelos militares, que assumiram o governo na época. Freire foi preso por 
afirmar que as pessoas podem se tornar ativas e críticas, conscientes de seus 
direitos enquanto cidadãos. Por isso, passou 70 dias na prisão, foi expulso do 
país, ficando por 16 anos exilado, viveu no Chile, Suíça, Estados Unidos e 
Inglaterra e difundiu sua metodologia de ensino em países africanos de 
colonização portuguesa, como Guiné-Bissau e Cabo Verde. 
Em 1968, no Chile, escreveu uma de suas obras mais importantes “Pedagogia 
do Oprimido”. Foi professor em universidades nos Estados Unidos e na Suíça 
onde recebeu vários prêmios e títulos. Além disso, no período em que esteve 
exilado, organizou planos bem-sucedidos de alfabetização em países africanos. 
Nomeado doutor honoris causa em 28 universidades de diferentes países e teve 
sua obra traduzida em mais de 20 idiomas. 
Com a anistia, em 1979, voltou ao Brasil, integrando-se à vida universitária. 
Juntou-se ao Partido dos Trabalhadores entre 1979 e 1991, e foi secretário 
municipal de Educação de São Paulo. Nesse cargo criou o Movimento de 
Alfabetização de Jovens e Adultos (MOVA), um programa público de apoio a 
salas comunitárias de Educação de Jovens e Adultos (EJA), adotado até hoje 
por várias prefeituras e governos. Em 1991 foi fundado o Instituto Paulo Freire. 
Em 13 de abril de 2012, o educador e filósofo pernambucano Paulo Freire (1921-
1997) passa a ser reconhecido como Patrono da Educação Brasileira pela Lei nº 
12.612. 
Paulo Freire morreu em 02 de maio de 1997 de enfarto. 
Principais concepções teóricas 
A obra de Paulo Freire é considerada uma referência para explicitar a 
Abordagem Sociocultural, pela sua preocupação com a educação e cultura 
popular. De acordo com Becker (1993) epistemologicamente esta relação pode 
ser assim representada: S↔O e a Pedagogia que deriva desta concepção é a 
Relacional: A↔P. 
Educação: a educação se dá enquanto processo, em um contexto que deve ser 
levado integralmente em consideração, e é por meio dessa educação que ocorre 
o desenvolvimento da consciência crítica, que não é acabada em si mesma, 
mas que está em um processo contínuo. Segundo Freire a educação se faz em 
um processo de conscientização, num contínuo e progressivo desvelamento da 
realidade, permitindo a construção de um cidadão crítico e ativo. 
Escola: a educação não está restrita à escola ou a um processo de educação 
formal. Para Freire a escola deve ser um local onde seja possível o crescimento 
do aluno e do professor, no processo de conscientização, uma escola diferente 
dos modelos atuais. A escola está inserida em um contexto socio histórico de 
uma sociedade, sendo importante refletir a serviço de qual poder esá atuando. 
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Ensino Aprendizagem: Freire afirma que o processo ensino aprendizagem 
deve procurar a superação da relação opressor-oprimido, superação de um 
modelo da Pedagogia do Oprimido para a Pedagogia da Liberdade ou 
Libertação. 
A verdadeira educação, para Freire, consiste na educação problematizadora, 
que ajudará a superação da relação opressor-oprimido. A educação 
problematizadora ou conscientizadora, ao contrário da educação bancária, 
objetiva o desenvolvimento da consciência crítica e a liberdade como meios de 
superar as contradições da educação bancária, e responde à essência de ser da 
consciência, que é a sua intencionalidade. A dialogicidade é a essência dessa 
educação. Educador e educando são, portanto, sujeitos de um processo em que 
crescem juntos, porque "...ninguém educa ninguém, ninguém se educa; os 
homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo". (Freire, 1975) - 
(MIZUKAMI, 2013, p.100). 
Professor Aluno: a relação é horizontal e não vertical, imposta. O professor está 
engajado em uma prática transformadora, por isso irá procurar desmitificar e 
questionar a realidade da cultura dominadora com o aluno, valorizando a sua 
linguagem e a sua cultura: a consciência ingênua será superada. 
Atividades recomendadas: 
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos 
utilizados pelos autores para definir a Abordagem Sociocultural. Aproveite essas 
leituras para fazer um glossário com os principais conceitos que definem as 
concepções sobre o desenvolvimento e a aprendizagem nesta perspectiva. 
2) Levante informações por meios tradicionais ou eletrônicos sobre as escolas 
que utilizam a Abordagem Sociocultural ao fundamentar seu trabalho 
pedagógico. Faça uma crítica sobre as vantagens e desvantagens desta 
abordagem. 
3) Assista ao documentário Paulo Freire por Moacir Gadotti e Ângela Antunes 
(ATTA Vídeos). Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=37vsf3SfX-c. 
Acesso em 10/02/2017. 
4) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem 
durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas 
bibliográficas, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao 
professor, nas aulas presenciais. 
 
MODULO 7 
1a parte - Abordagem Sistêmica de Ensino e Aprendizagem 
Leitura Obrigatória: 
Del Prette, Z.A.P. e outros. Contribuições do referencial das habilidades sociais 
para uma abordagem sistêmica na compreensão do processo ensino-
aprendizagem. Disponível 
em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
29072005000200005 Acesso em 13/06/2017. 
Leitura Complementar: 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-29072005000200005
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-29072005000200005https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/ 
BOHN, C.S. e outros. Educação contemporânea: a aprendizagem através da 
abordagem sistêmica. Disponível 
em: http://www.ujaen.es/revista/reid/revista/n5/REID5art6.pdf / Acesso em 
13/06/2017. 
 
A escola e a relação social pedagógica entre professores e alunos exerce papel 
central sobre o processo de ensino aprendizagem. Nesse sentido, a abordagem 
sistêmica enfatiza a importância do estudo e da qualidade desse processo para 
minimizar e enfrentar os problemas escolares. 
Nas palavras de Del Prette (2005): 
Entende-se, portanto, que a compreensão do processo de ensino aprendizagem 
não pode prescindir de análises que considerem as características dos 
professores e dos alunos (inteligência, motivação, crenças, aspectos afetivos, 
rendimento acadêmico, formação profissional, habilidades sociais educativas, 
entre outros) e do contexto imediato em que se dá esse processo (condições 
econômicas e físicas da escola, estrutura e funcionamento, ambiente de sala de 
aula, relação pedagógica etc.), nem do conjunto de condições mais amplas, 
como a filosofia da educação, a política educacional, a qualidade da formação 
de professores. A consideração simultânea desses conjuntos de relações na 
análise do processo de ensino-aprendizagem constitui a base de uma visão 
sistêmica sobre educação e escola. (Interações • vol. x • n. 20 • p. 57-72 • jul-
dez). 
Dessa forma, em uma visão sistêmica, analisa-se todos os aspectos que estão 
envolvidos no processo de ensino aprendizagem, para compreender o fenômeno 
em sua mais ampla complexidade. 
Isso não impede que se privilegie a análise de subsistemas, uma análise de um 
conjunto de segmentos dentro de um complexo de interdependências, para, a 
partir delas, realizar uma compreensão da totalidade. Um exemplo desse tipo de 
análise em subsistemas para compreensão do todo, é o estudo realizado por Del 
Prete (2005) sobre Relações Interpessoais e Habilidades Sociais nas relações 
professor-aluno. 
De acordo com Del Prette, o enfoque sistêmico “é hoje amplamente 
reconhecido como parte dos novos paradigmas culturais que buscam uma visão 
integrada do homem e seu contexto. ” (Sarriera, 1998, apud Del Prete, 2005, 
p.60). A abordagem sistêmica contrapõe-se às explicações lineares baseadas 
exclusivamente em aspectos intrapsíquicos ou eventos mais imediatos, 
buscando abarcar a complexidade do contexto mais amplo no qual ele ocorre. 
Aí também estariam incluídas as variáveis internas dos indivíduos, porém vistas 
como resultado de processos de interação com o ambiente. (Del Prete, 2005, 
p.60). 
Em outras palavras, o sistema é constituído por subsistemas, que possuem 
significações próprias, por isso são compreendidos de forma interdependente, 
para uma análise do conjunto. Os sistemas funcionam de modo integrado, com 
os subsistemas influenciando-se reciprocamente, em movimentos que buscam 
manter o equilíbrio (homeostase) a cada desequilíbrio. Este é visto como 
condição para novos níveis de homeostase: a partir de intervenções específicas, 
http://www.ujaen.es/revista/reid/revista/n5/REID5art6.pdf%20/
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em um dado subsistema, novas mudanças (desequilíbrios) podem ocorrer, 
permitindo que todo o sistema se reorganize e adquira um funcionamento 
qualitativamente mais avançado. (Del Prete, 2005, p.60). 
A adoção de uma perspectiva sistêmica na análise do processo de ensino-
aprendizagem traz importantes implicações: (Del Prete, 2005, p.61-62). 
1) questiona explicações parcializantes ou genéricas sobre o processo de 
ensino-aprendizagem e seus produtos quando se pretende compreender o 
fracasso escolar. As explicações parcializantes, que se restringem a um 
determinado subsistema (por exemplo, o professor ou o aluno) podem produzir 
estigmatização de alunos e professores, bem como a patologização das 
dificuldades de aprendizagem e do insucesso acadêmico. As explicações 
genéricas, que atribuem o problema ao sistema mais amplo, desconsiderando-
se seus componentes e articulações, podem gerar uma atitude paralisante, que 
desvaloriza quaisquer tentativas de intervenção local, independentemente de 
suas repercussões potenciais, esperando ad infinitum que mudanças estruturais 
mais amplas ocorram. Estas, defendidas como as únicas válidas, dependem de 
condições usualmente muito além do controle dos profissionais de educação. 
2) propõe desafios na análise e compreensão dos fatores de sucesso ou 
fracasso escolar. Considerando-se a inviabilidade de pesquisas que focalizem 
simultaneamente todos os subsistemas e suas interligações, cabe ao 
pesquisador manter sempre em mente algumas perguntas, como: qual o nível 
possível e desejável de análise ou de recorte da realidade a ser investigada para 
produzir algum conhecimento científico socialmente relevante? Para um 
problema de pesquisa específico, quais seriam os pontos críticos ou “pontos de 
alavancagem” (pontos críticos de ligação entre suas estruturas) a serem 
investigados? Como identificar estados de equilíbrio ou desequilíbrio do sistema 
a ser investigado, ou seja, quais os indicadores confiáveis para isso? Como 
caracterizar a transição entre um estado e outro? 
Dentre os ‘pontos de alavancagem’ (pontos críticos de ligação entre as 
estruturas) um ponto de alavancagem importante na análise e intervenção sobre 
o sistema escolar pode ser situado nas relações interpessoais que caracterizam 
o processo de ensino-aprendizagem. 
(...) a natureza e a qualidade dessa relação influem decisivamente sobre as 
características do processo e dos produtos da escola, podendo-se considerá-la 
como um possível ponto de alavancagem para outras mudanças. Mesmo assim, 
pode-se questionar quais os esquemas conceituais potencialmente apropriados 
para a análise desse recorte, tendo em vista a compreensão sistêmica antes 
esboçada. Nesse caso, não poderia ser ignorado também o próprio pesquisador 
como subsistema vinculado à produção do conhecimento: suas referências 
conceituais e competências certamente ampliam ou reduzem os horizontes de 
análise, orientando decisões teóricas e metodológicas. (Del Prette, 2005, p.62). 
(...). Uma abordagem sistêmica do processo educativo centralizando as relações 
professor-aluno como ponto de alavancagem não exclui nem pode ignorar, de 
um lado, o estudo das características individuais de professores e alunos, e de 
outro, a influência dos elementos que caracterizam o contexto escolar; nem 
minimiza a importância dos aspectos políticos, econômicos e culturais da 
educação. Ao contrário, deve considerar simultaneamente o peso dos sistemas 
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micro e macro sobre as características dos relacionamentos interpessoais e 
intergrupais que compõem o ambiente educacional e, em particular, as relações 
professor-aluno, consideradas a base para a promoção de conhecimento, 
habilidades e valores que definem a função social da escola. Em outras palavras, 
a compreensão do processo educacional, e em especial de sua articulação com 
o rendimento acadêmico dos alunos, impõe a adoção de um modelo sistêmico 
de análise que contemple ao mesmo tempo seus aspectos molares e 
moleculares. (Del Prete, 2005, p.64). 
A visão sistêmica sobre as relações interpessoais, representa um amplo 
conjunto de possibilidades ainda não totalmente explorado. 
Habilidades Sociais - conjunto dos desempenhos disponíveis no repertório do 
indivíduo. O conceito de habilidades sociais possui um caráter descritivo. 
Competência Social - capacidade do indivíduo apresentar desempenhos, que 
articulando pensamento, sentimento e ação, garantam a realização dos objetivos 
de uma situação interpessoal, a manutenção e a melhoria da autoestima e da 
relação com o interlocutor, o exercício e defesa dos direitos humanos 
socialmente estabelecidos e o equilíbrio nas relações de poder. O conceito 
de competência social possui, assim, um caráter mais avaliativo. 
De acordo com Del Prette (2006),a análise das habilidades sociais e da 
competência social para compreensão das relações interpessoais deve levar 
em consideração 3 importantes dimensões: a pessoal, a situacional e a cultural. 
A dimensão pessoal refere-se aos componentes comportamentais 
(fazer/responder perguntas, pedir/dar feedback, fazer pedidos, elogiar, recusar 
etc.), cognitivo-afetivos (conhecimentos prévios, autoconceito, objetivos e 
valores pessoais, empatia, resolução de problemas, autoinstrução, auto-
observação etc.) e fisiológicos (taxa cardíaca, respiração) do desempenho 
social. As características dos interlocutores e das demandas do contexto onde 
ocorre o desempenho interpessoal (com o reconhecimento de que diferentes 
situações criam demandas sociais diferenciadas) compõem a dimensão 
situacional das habilidades sociais. A dimensão cultural destaca o papel 
fundamental que as normas, valores e regras das diferentes culturas exerce 
sobre o desempenho social. (Del Prette, 2005, p.66). 
As dimensões do desempenho social, preconizadas pela área do Treinamento 
de Habilidades Sociais, podem ser aplicadas às relações professor-aluno na 
análise da multiplicidade de variáveis que caracterizam a complexidade desse 
fenômeno. A dimensão pessoal implicaria considerar as variáveis individuais de 
professores e alunos, como crenças, habilidades, valores, sentimentos e 
motivações desses interlocutores. A dimensão situacional levaria à análise das 
condições físicas e humanas da escola, do projeto pedagógico, da dinâmica 
organizacional e autonomia do professor, entre outros aspectos. A dimensão 
cultural implicaria examinar todos esses aspectos à luz da filosofia da educação, 
da política educacional e do papel que a educação e a escola assumem no 
contexto sócio-histórico sob exame. (Del Prette, 2005, p.67). 
A visão integrada dessas três dimensões representa um notável avanço em 
direção a uma perspectiva sistêmica de compreensão do processo de ensino-
aprendizagem, pelo menos no que se refere à sua base nas relações professor-
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aluno. Ela implica considerar a natureza do processo e dos produtos associados 
à qualidade das interações que ocorrem em sala de aula, em suas articulações, 
de um lado, com as características pessoais desses protagonistas, e de outro, 
com os objetivos, valores e metas educacionais que definem a subcultura 
escolar. Em uma visão mais geral, esse conjunto de componentes 
interdependentes deve ser entendido em sua determinação recíproca com as 
condições sociais e políticas de determinado momento histórico. (Del Prette, 
2005, p.67). 
Atividades recomendadas: 
1). Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos 
utilizados pelos autores para definir a Abordagem Sistêmica. Aproveite essas 
leituras para fazer um glossário com os principais conceitos que definem as 
concepções sobre o desenvolvimento e a aprendizagem nesta perspectiva. 
2). Levante informações por meios tradicionais ou eletrônicos sobre as escolas 
que utilizam a Abordagem Sistêmica ao fundamentar seu trabalho pedagógico. 
Faça uma crítica sobre as vantagens e desvantagens desta abordagem. 
3). Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem 
durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas 
bibliográficas, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao 
professor, nas aulas presenciais. 
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MODULO 7 
2a Parte - Abordagem Inteligência Emocional 
 
Leitura Obrigatória: 
GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. Trad. de Marcos Santarrita. 5ª ed. 
Rio de Janeiro: Objetiva, 1996. 
 
 
Leitura para Aprofundamento: 
ANTUNES, Celso. Inteligências Múltiplas: Introdução. Coleção Inteligências 
Múltiplas e seus jogos. São Paulo: Vozes, 2006. 
 
Até pouco tempo, o sucesso de uma pessoa era avaliado pelo raciocínio lógico, 
habilidades matemáticas e espaciais (QI). Daniel Goleman, psicólogo norte-
americano, PhD pela Universidade de Harward, retoma uma nova discussão 
sobre esse assunto em seu livro Inteligência Emocional. Goleman apresenta o 
conceito de inteligência emocional como sendo o maior responsável pelo 
sucesso ou insucesso das pessoas. A maioria das situações de trabalho é 
envolvida por relacionamentos entre as pessoas. Dessa forma, pessoas com 
qualidades de relacionamento humano, como afabilidade, compreensão, 
gentileza têm mais chances de obter o sucesso. 
 
Esse autor parte do pressuposto de que os seres humanos agem motivados mais 
pelas emoções (QE) do que pela razão (QI). Em outras palavras, os valores, as 
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crenças e as tomadas de decisões dependem mais de fatores internos, emotivos 
do que racionais. Quando acontece algo, a reflexão, normalmente, vem depois 
do ato consumado, do impulso mais imediato, do instinto. 
 
Baseado em extensas pesquisas, observou que a inteligência emocional 
(batizada de QE pelo autor) pesa duas vezes mais que o QI e as aptidões inatas 
na conquista de bons resultados profissionais. Isso quer dizer que não basta 
possuir um QI acima da média ou simplesmente manifestar uma habilidade 
incomum para garantir o sucesso. É muito mais importante saber gerenciar 
emoções, promover cooperação e ambiente de harmonia entre as pessoas com 
quem se trabalha, tomar decisões adequadas, desenvolver o autoconhecimento 
(de si e daqueles com quem se relaciona) e ter empatia pessoal. Nessa 
perspectiva, a intuição conta e é fundamental nas tomadas de decisões. 
 
Nesse contexto, o QE (quociente emocional) está intimamente relacionado a 
habilidades como, por exemplo: motivar a si mesmo e persistir mediante 
frustrações; controlar impulsos, canalizando emoções para situações 
apropriadas; praticar gratificação prorrogada; motivar pessoas, ajudando-as a 
liberarem seus melhores talentos e conseguir seu engajamento aos objetivos de 
interesses comuns. 
 
Segundo Goleman, o centro nervoso de nossa inteligência emocional é 
a amígdala, localizada na base do cérebro. É justamente aí que se processam 
as reações de sobrevivência, armazenadas desde épocas primitivas por uma 
espécie de “memória emocional”. 
 
Em seu livro, o autor mapeia a inteligência emocional em cinco áreas de 
habilidades, ou seja, considera que o sujeito apresenta uma inteligência 
emocional se é capaz de utilizar as seguintes habilidades: 
1. Autoconhecimento emocional – reconhecer um sentimento no momento em 
que ele acontece. 
2. Controle emocional – ter a habilidade de lidar com seus próprios sentimentos, 
adequando-os para a situação. 
3. Automotivação – dirigir emoções a serviço de um objetivo é de extrema 
importância para se manter caminhando sempre em busca. 
4. Reconhecimento de emoções em outras pessoas. 
5. Habilidade em relacionamentos interpessoais. 
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E TEORIAS DA APRENDIZAGEM 
Na utilização da inteligência emocional nas relações de trabalho conta mais a 
“competência social” (controle das emoções, confiabilidade, estabilidade, 
disciplina, colaboração, autenticidade, ética, responsabilidade etc.) do que 
propriamente a “competência técnica”. O segredo está em saber se adaptar aos 
mais diversos contextos e situações, inclusive não perdendo o controle nos 
momentos mais difíceis. 
 
Para Goleman, utilizar a inteligência emocional de modo produtivo é ter 
habilidade para o trabalho em equipe, de forma a estabelecer redes sociais e a 
construir relacionamentos, mesmo entre pessoas de temperamentos diferentes. 
Isso implica exercício constante do diálogo e da auto-análise, mantendo a 
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humildade em reconhecer os próprios limites e não hesitando em dividir os 
problemas. 
 
O conceito de inteligência emocional pode ser útil tanto na área profissional 
quanto no dia a dia, nas relações pessoais, na escola. Goleman aponta o grande 
problema de estudos recentesdemonstrarem que há uma queda significativa 
nos Estados Unidos do uso desse conceito entre os adolescentes. 
 
Claro que não se pode generalizar, mas, se cruzarmos esse dado com os atos 
de violência praticados por jovens que decidem fuzilar impiedosamente os 
colegas na escola, pode-se 
traçar um panorama assustador de uma crise emocional que se aproxima. 
 
Princípio da educação emocional 
A infância modificou-se muito nos últimos anos, o que vem dificultar ainda mais 
o aprendizado afetivo. Os pais e os professores devem ocupar o papel de 
preparadores emocionais, devem ensinar aos filhos/alunos estratégias para lidar 
com os altos e baixos da vida. Devem aproveitar os estados de emoções dos 
alunos, para ensiná-los como lidar com eles e ensiná-los como tornarem-se uma 
pessoa mais humana. O receio de produzir crianças reprimidas está gerando 
uma quantidade muito grande de crianças mal educadas e emocionalmente 
menos aptas. 
 
Para aqueles pais que ainda não são preparadores emocionais, Gottman (1996) 
propõe cinco passos para que sejam: 
• Perceber as emoções das crianças e as suas próprias. 
• Reconhecer a emoção como uma oportunidade de 
intimidade e orientação. 
• Ouvir com empatia e legitimar os sentimentos da criança. 
• Ajudar as crianças a verbalizar as emoções. 
• Impor limites e ajudar a criança a encontrar soluções 
para seus problemas. 
 
Embora os pais tenham papel fundamental na educação emocional dos filhos, 
algumas iniciativas em escolas têm se mostrado positivas ao treinar professores 
para tal missão. 
 
Cabe, portanto, à escola investir menos esforços em medir conhecimentos (as 
notas) e mais tempo e enfoque na aprendizagem; compartilhar 
responsabilidades com seus alunos; investir nas tecnologias modernas de 
ensino; identificar e promover talentos individuais; promover reciclagem 
permanente de professores; enfatizar atividades em grupo; enfatizar a 
criatividade de cada aluno; ensinar ao aluno como aprender. 
 
Importância das emoções: 
Sobrevivência, tomadas de decisão, ajuste de limites, comunicação, união. 
Unidade I 
Atividades recomendadas: 
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos 
utilizados pelos autores para definir a Abordagem da Inteligência Emocional. 
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Aproveite essas leituras para fazer um glossário com os principais conceitos que 
definem as concepções sobre o desenvolvimento e a aprendizagem nesta 
perspectiva. 
2) Levante informações por meios tradicionais ou eletrônicos sobre as escolas 
que utilizam a Abordagem da Inteligência Emocional ao fundamentar seu 
trabalho pedagógico. Faça uma crítica sobre as vantagens e desvantagens desta 
abordagem. 
3) Assista ao filme "The Marshmallow Experiment " e relacione com o conceito 
de Inteligência Emocional de Daniel Goleman. 
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=Sc4EF3ijVJ8&feature=related 
Acesso em: 10/02/2012. 
4) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem 
durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas 
bibliográficas, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao 
professor, nas aulas presenciais. 
 
 
MÓDULO 8 
ABORDAGEM DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS 
Leitura Obrigatória: 
GARDNER, Howard. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Trad. de Maria 
Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artmed, 1995. 
Leitura Recomendada: 
ANTUNES, Celso. Inteligências Múltiplas – Introdução. Coleção Inteligências 
Múltiplas e seus jogos. São Paulo: Vozes, 2006. 
 
Nessa perspectiva, a inteligência, definida de forma restrita, pode ser medida (ou 
mensurada) por testes de inteligência, também chamados de testes de QI (como 
o Raven, Wisc, G36, D48). O quociente de inteligência é um índice calculado a 
partir da pontuação obtida em testes nos quais especialistas incluem as 
habilidades (lógico-matemática e linguística) para quantificar a inteligência do 
sujeito. 
 
A teoria das inteligências múltiplas (1995) foi desenvolvida a partir dos anos 
de 1980 por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Harvard (USA), 
liderados pelo psicólogo Howard Gardner, que identificou vários tipos de 
inteligências, além da lógico-matemática e linguística. 
 
Com isso, uma “visão pluralista da mente” ampliou o conceito de inteligência 
única para um feixe de capacidades. Gardner estabeleceu critérios para que uma 
inteligência seja considerada como tal, desde sua possível manifestação em 
todos os grupos culturais até a localização de sua área no cérebro. 
 
O autor apresenta sete inteligências ou sete diferentes competências que se 
interpenetram, pois sempre envolvemos mais de uma habilidade na solução de 
problemas. No entanto, ele não considera esse número definitivo. 
 
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1 Inteligência verbal ou linguística: habilidade para lidar criativamente com as 
palavras, tanto oralmente quanto na escrita (poetas, escritores, jornalistas, 
publicitários, vendedores). 
 
2 Inteligência lógico-matemática: capacidade para solucionar problemas 
envolvendo números e demais elementos matemáticos; habilidades para 
raciocínio dedutivo (matemáticos, físicos, engenheiros). 
 
3 Inteligência cinestésica corporal: capacidade de usar o próprio corpo de 
maneiras diferentes e hábeis – autocontrole e destreza corporal (atletas, 
educador físico, malabaristas, mímicos). 
 
4 Inteligência espacial: capacidade de formar um modelomental preciso de 
uma situação espacial e utilizá-lo paraorientar-se entre objetos ou para 
transportar as característicasde um determinado espaço – noção de espaço e 
direção(arquitetos, navegadores, pilotos, cirurgiões, engenheiros,escultores, 
decoradores). 
 
5 Inteligência musical: capacidade de organizar sons de maneira criativa, a 
partir da discriminação de elementos como tons, timbres e temas. Não há 
necessidade de aprendizado formal (músicos, maestros, instrumentistas). 
 
6 Inteligência interpessoal: capacidade de dar-se bem com as pessoas, 
compreendendo-as, percebendo suas motivações ou inibições e sabendo 
satisfazer suas expectativas emocionais. Habilidade de compreender os outros; 
a maneira de como aceitar e conviver com o outro (pessoas de fácil 
relacionamento, como líderes de grupo, políticos, terapeutas, professores e 
animadores de espetáculos). 
 
7 Inteligência intrapessoal: capacidade de relacionamento consigo mesmo, 
autoconhecimento. Habilidade de administrar seus sentimentos e emoções a 
favor de seus projetos. É a inteligência da autoestima (indivíduos com equilíbrio 
emocional, geralmente por isso são líderes – Nelson Mandela, Jesus Cristo). 
 
Segundo Gardner, todos nascem com o potencial das várias inteligências. A 
partir das relações com o ambiente, dos aspectos culturais, algumas 
desenvolvemos mais, já outras deixamos de 
aprimorar. 
 
Nos anos de 1990, Daniel Goleman, também psicólogo da Universidade de 
Harward, afirma que ninguém tem menos que nove inteligências. Além das sete 
citadas por Gardner, Goleman acrescenta mais duas:21 
 
8. Inteligência pictográfica: habilidade que a pessoa tem de transmitir pelo 
desenho que faz objetos e situações reais oumentais (pintores, artistas plásticos, 
desenhistas, ilustradores,chargistas). 
 
9 Inteligência naturalista: capacidade de uma pessoa em sentir-se um 
componente natural e defender, estudar, pesquisar os fenômenos do ambiente 
(ecologistas, ambientalistas). 
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Atualmente, Goleman está estudando a décima inteligência: 
 
10 Inteligência social: o autor afirma que as interações sociais moldam o 
cérebro por meio da “neuroplasticidade”, como se o cérebro fosse sendo 
moldado a partir das práticas de interação social que estabelecemos. Muito mais 
do que influenciar o comportamento, a maneira como o ser humano lida com o 
outro, em diversas situações, delineia novos mecanismos cerebrais. 
 
Os relacionamentos positivos têm impacto benéfico sobre nossa saúde,ao 
passo que os tóxicos podem, lentamente, envenenar nosso organismo. Goleman 
afirma que psicólogos, educadores, antropólogos, 
comunicadores, empresários, precisam ter o altruísmo, a compaixão, a 
preocupação e a compreensão trabalhados como valores que conectam as 
mentes dos seres humanos. Tais habilidades exercitadas ajudam a lidar melhor 
consigo mesmo e com os outros. 
 
O que é inteligência espiritual e como utilizá-la em nosso dia a dia? 
 
Maria Nunes em livro Inteligência espiritual, da Editora Mauad, apresenta-nos, 
com uma linguagem simples e acessível, essa inteligência que nasce do espírito 
e nos faz atentos ao que se passa dentro de nós mesmos e à nossa volta, seja 
dormindo ou na vigília física. 
A partir de relatos de suas experiências no campo espiritual, a autora nos mostra 
como a inteligência espiritual nos ajuda a compreender e a conviver com 
fenômenos que ocorrem em nossas vidas, dentre eles, os sonhos lúcidos, a 
clarividência, a premonição, a telepatia, o déjà vu, a vidência de auras, a 
experiência fora do corpo, a consciência cósmica, os pressentimentos, a 
sincronicidade, os aparentes acasos, as coincidências e os sinais. 
Maria Nunes também propõe aos leitores exercícios de pesquisa pessoal para o 
desenvolvimento da inteligência espiritual, que envolve todas as formas de 
inteligência do ser humano e muda, para melhor, a nossa maneira de encarar os 
problemas e relacionamentos. 
 
A teoria das inteligências múltiplas teve grande impacto na educação no início 
dos anos de 1990, uma vez que apresentou a possibilidade de várias 
inteligências no sujeito, não apenas a lógico-matemática e linguística. Com isso 
um ou mais tipos de inteligências podem ser usadas como “rotas 
secundárias” para ajudar o aluno a desenvolver outras inteligências. 
 
Embora Gardner não proponha um método pedagógico, afirma que a escola 
deve favorecer situações de aprendizagem para o desenvolvimento de todas as 
inteligências, a fim de que o aluno possa atingir seus objetivos profissionais e de 
lazer a partir do seu espectro particular de inteligências. 
 
Se todo o espectro é estimulado, a criança se desenvolve de maneira mais 
harmoniosa e isso irá prevenir “obstruções da rota” de certas inteligências. Esse 
procedimento irá prevenir bloqueios de capacidades, embora ninguém vá se 
tornar um especialista em tudo. 
 
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O que é espectro? 
O espectro é uma espécie de mandala ou mosaico que apresenta as 
interrelações naturais existentes entre as inteligências múltiplas em um sujeito. 
 
Atividades recomendadas: 
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos 
utilizados pelos autores para definir a Abordagem das Inteligências Múltiplas. 
Aproveite essas leituras para fazer um glossário com os principais conceitos que 
definem as concepções sobre o desenvolvimento e a aprendizagem nesta 
perspectiva. 
2) Levante informações por meios tradicionais ou eletrônicos sobre as escolas 
que utilizam a Abordagem das Inteligências Múltiplas ao fundamentar seu 
trabalho pedagógico. Faça uma crítica sobre as vantagens e desvantagens desta 
abordagem. 
3) Acesse o site abaixo e faça o teste proposto por Howard Gardner para 
identificar sua maior competência intelectual. Faça uma critica ao material de 
acordo com os conteúdos estudados nesta disciplina. 
Disponível em: 
http://www.opantheon.kit.net/subpages/inteligenciasmultiplasteste.htm 
Acesso em: 10/02/2012. 
4) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem 
durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas 
bibliográficas, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao 
professor, nas aulas presenciais. 
 
 
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