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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Tartarugas de água doce no Brasil e Lagartixas no Brasil e no mundo BRUNA GEOVANA REIS E GABRIELA FROEHNER ZOOLOGIA DE VERTEBRADOS PROFESSORA DRA. DENISE MONIQUE DUBET DA SILVA MOUGA Joinville - SC 2020 SUMÁRIO INTRODUÇÃO……………………………………………….…………………………........2 OBJETIVOS……………………………………………………………………………….….4 OBJETIVO GERAL……….…………………………....…………………...…………….......4 OBJETIVO ESPECÍFICO……………………………………………………………………..4 1.CLASSIFICAÇÃO..................................................................................................................5 1.1 Tartarugas de Água Doce…………………………………………………………….…….5 1.2 Lagartixas…………………………………………………………………………………..7 2. NÚMERO DE ESPÉCIES………………..……...………………………………………….7 2.1 Tartarugas de Água Doce…………………………………………………………………..7 2.2 Lagartixas………………………………………………………………………………….8 3. HISTÓRIA NATURAL…………………….……………………………………………….9 3.1 Tartarugas de Água Doce…………………………………………………………………..9 3.2 Lagartixas………………………………………………………………………………...11 4. IMPORTÂNCIA EVOLUTIVA………………………….………………………………...11 4.1 Tartarugas de Água Doce…………………………………………………………………11 4.2 Lagartixas………………………………………………………………………………...11 5.IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA………………....…………………………………………12 5.1 Tartarugas de Água Doce………………………………………………………………....12 5.2 Lagartixas………………………………………………………………………………...12 6. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA………………...…..…………………………………….13 6.1 Tartarugas de Água Doce…………………………,……………………………………...13 6.2 Lagartixas………………………………………………………………………………...13 CONCLUSÃO………………………………...………………………………………..........14 REFERÊNCIAS………………………………...……………...……………………...….....14 1 INTRODUÇÃO De acordo com BENEDITO (2017), os quelônios existem na Terra antes mesmo do surgimento dos dinossauros, datado no Triássico Superior e, desde então, pouco se modificaram. O primeiro fóssil de tartaruga com afinidades mais claras é da espécie Odontochelys semitestacea. Estima-se que tenha surgido há 220 milhões de anos, sendo um pouco mais velho que os primeiros fósseis de tartarugas com casco completo do gênero Proganochelys, datados do Triássico. Os quelônios são caracterizados por um plano corporal altamente derivado, tornando difícil a análise de suas relações com outros grupos de Reptilia. Considerando os grupos recentes de répteis, os Testudines são classificados tradicionalmente na base da árvore filogenética, como grupo-irmão do grupo Lepidosauria + Archosauria. A característica mais distintiva do grupo é o corpo de uma tartaruga, que é uma armadura dérmica composta de uma carapaça dorsal e um plastrão ventral. O desenvolvimento do casco de tartaruga está correlacionado com mudanças proeminentes, que afetam mais o esqueleto axial e a cintura peitoral. A carapaça da tartaruga é uma estrutura corpórea única que combina endoesqueleto, formado pela parte dérmica ossificada (costelas e vértebras neurais). O fóssil mais antigo conhecido foi encontrado no Brasil, em Santana do Cariri, Chapada do Araripe, no interior do Ceará; batizado de Santanachelys gaffney, é de uma tartaruga marinha que apresentava membros semelhantes aos das atuais tartarugas de água doce. Atualmente, o grupo é representado por 460 táxons (espécies e subespécies), encontrados em todas as regiões temperadas e tropicais do mundo,16 com duas linhagens principais, Cryptodira (crypto = “escondido”; dire = “pescoço”; retraem a cabeça para dentro do casco, curvando o pescoço em formato de S vertical) e Pleurodyra (pleuro = “lado”; retraem a cabeça curvando o pescoço horizontalmente). Atualmente, os quelônios estão representados por 14 famílias, 100 gêneros pertencentes a duas subordens: Cryptodira e Pleurodyra. Os criptodiras representam em torno de 80% das espécies de quelônios e 11 famílias (Trionychidae, Dermatemydae, Carettochelydae, Cheloniidae, Dermochelydae, Emydidae, Testudinidae, Kinosternidae, Bataguridae, Chelydridae, Platystermidae), enquanto os pleurodiras apresentam apenas três famílias (Chelidae, Pelomedusidae, Podocnemidae). No Brasil, há 36 espécies, com representantes de todas as famílias sul-americanas, sendo a fauna brasileira composta principalmente de espécimes pertencentes à subordem Pleurodira, Família Chelidae. https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-277-2698-6/epub/OEBPS/Text/ch07.html?create=true#ch07_ref16 2 Os pleurodiras, popularmente conhecidos como cágados, são de água doce, semiaquáticos e de casco achatado, com patas palmadas e dedos providos de garras. Os criptodiras representam a maior diversidade dos quelônios, sendo encontrados em todos os continentes, com exceção da Antártida. Esse grupo inclui os indivíduos popularmente conhecidos como jabutis, tartarugas de água doce e tartarugas marinhas. As lagartixas, como BENEDITO (2017) descreve, pertencem ao grupo dos Squamatas, os quais incluem lagartos (dos quais a lagartixa deriva), serpentes e Amphisbaenia e, junto com duas espécies de tuataras da Nova Zelândia, formam os Lepidosauria. A monofilia dos Squamata é sustentada por diversas sinapomorfias, das quais as mais evidentes são: fenda clocal transversal, existência de hemipênis, fusão dos ossos pré-maxilares durante o desenvolvimento embrionário e extensa cinese craniana. Os lagartos mais antigos são conhecidos desde o Jurássico e início do Cretáceo, com muitos fósseis sendo classificados como grupos externos aos grupos atuais (Scleroglossa e Iguania). Algumas famílias atuais de lagartos parecem ter tido origem na Gondwana, enquanto outras se originaram no hemisfério norte para depois se espalharem pelos continentes do sul. Os lagartos atuais, em geral, são extremamente cosmopolitas, ocorrendo em todos os continentes e ambientes, com exceção dos lugares de mais altas latitudes. Podem alcançar os mais variados tamanhos, desde uma pequena lagartixa de 16 mm (Sphaerodactylus ariasae), encontrada em uma ilha do Caribe, até o grande dragão de Komodo (Varanus komodoensis), endêmicos da região das Pequenas Ilhas de Sonda na Indonésia, que pode alcançar até 3 m de comprimento. A maioria dos lagartos é insetívora, mas algumas espécies apresentam dieta especializada, desde aqueles que sobrevivem apenas com folhas e flores até os que se alimentam apenas de formigas até predadores ativos que caçam uma variedade de invertebrados e vertebrados, incluindo aves e mamíferos de grande porte, tais como veados e búfalos. Alguns lagartos apresentam uma membrana de voo (patágio), a qual, estendida pela ação de músculos intercostais e iliocostalis, auxilia no momento do planeio do animal. Algumas espécies apresentam fortes garras para ajudar na escavação, enquanto outras dispõem de lamelas nos dedos, que ajudam a escalar paredes. O sistema social dos lagartos varia consideravelmente, com algumas espécies cujos machos e fêmeas somente se encontram durante o período de cópula, outros que permanecem em grupos familiares durante muito tempo e alguns pares que são monógamos para toda vida; 3 em algumas espécies, na ausência de machos, as fêmeas podem se reproduzir assexuadamente. Por ser um grupo parafilético, os lagartos não apresentam sinapomorfias que oscaracterizem como um todo, o que faz com que sua identificação não se torne tão óbvia como a de um Testudine. Além disso, sua grande diversidade em morfologia e história de vida faz com que existam espécies terrestres, aquáticas, arbóreas, especialistas em planeio e até mesmo espécies ápodas. Conforme a espécie, o corpo de um lagarto pode ser longo e cilíndrico ou achatado dorsoventralmente. Na maioria dos casos, a cabeça é bem diferenciada do corpo, apresenta pálpebras móveis, abertura do ouvido externo, quatro membros musculosos, cinco dedos com garras nos membros anteriores e posteriores e uma longa cauda. Lagartixas da família Gekkonidae (com exceção dos Eublepharinae) não apresentam pálpebras móveis, mas uma membrana transparente cobrindo os olho Lagartixas apresentam escamas tão pequenas que parecem grânulos, mas com linhas de escamas cônicas intermitentes, chamadas tubérculos. Algumas espécies de lagartos apresentam uma série de poros secretores, na parte ventral da coxa e do púbis. Cada poro surge no centro de uma escama mais larga e produz uma substância cerosa com fragmentos de células. Esses poros só aparecem quando os lagartos chegam à maturidade sexual e, em muitas espécies, somente nos machos, servindo como um modo de identificação do sexo do espécime. OBJETIVOS OBJETIVO GERAL Descrever e reconhecer Tartarugas de água doce no Brasil e Lagartixas no Brasil e no mundo. OBJETIVO ESPECÍFICO Classificar espécies reconhecidas de Tartaruga e Lagartixas. Destacar o número de espécies classificadas de Tartaruga e Lagartixas. Conhecer a História Natural de espécimes de Tartaruga e Lagartixas. Reconhecer a Importância evolutiva de representantes de Tartaruga e Lagartixas. Aprender sobre a Importância Ecológica das Tartaruga e Lagartixas. 4 Experienciar a Importância Econîomica que as Tartaruga e Lagartixas estão envolvidas. 1. CLASSIFICAÇÃO 1.1 Tartarugas de Água Doce As tartarugas de água doce são classificadas de acordo com: Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Reptilia Ordem: Testudines Subordem: Cryptodira Famílias: FAMÍLIA EMYDIDAE Trachemys adiutrix Vanzolini, 1995 Trachemys dorbigni (Duméril & Bibron, 1835) FAMÍLIA GEOEMYDIDAE Rhinoclemmys punctularia (Daudin, 1801) FAMÍLIA KINOSTERNIDAE Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766) FAMÍLIA TESTUDINIDAE Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824) Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766) 5 FAMÍLIA PODOCNEMIDIDAE Peltocephalus dumerilianus (Schweigger, 1812) Podocnemis erythrocephala (Spix, 1824) Podocnemis expansa (Schweigger, 1812) Podocnemis sextuberculata Cornalia, 1849 Podocnemis unifilis Troschel, 1848 FAMÍLIA CHELIDAE Acanthochelys macrocephala Rhodin, Mittermeier & McMorris, 1984 Acanthochelys radiolata (Mikan, 1820) Acanthochelys spixii (Duméril & Bibron, 1835) Chelus fimbriatus (Schneider, 1783) Hydromedusa maximiliani (Mikan, 1820) Hydromedusa tectifera Cope, 1869 Mesoclemmys gibba (Schweigger, 1812) Mesoclemmys heliostemma (McCord, Joseph-Ouni & Lamar, 2000) Mesoclemmys hogei (Mertens, 1967) Mesoclemmys nasuta (Schweigger, 1812) Mesoclemmys perplexa Bour & Zaher, 2005 Mesoclemmys raniceps (Gray, 1855) 6 Mesoclemmys tuberculata (Lüderwaldt, 1926) Mesoclemmys vanderhaegei (Bour, 1973) Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812) Phrynops hilarii (Duméril & Bibron, 1835) Phrynops tuberosus (Peters, 1870) Phrynops williamsi Rhodin & Mittermeier, 1983 Platemys platycephala (Schneider, 1792) Rhinemys rufipes (Spix, 1824) Dentre as mais conhecidas tartarugas de água que ocorrem no Brasil estão: a tracajá (Podocnemis unifilis), conhecida em inglês com Yellow Spotted Sidenecked, e a tracajá-do-rio-negro (Podocnemis erythrocephala), em inglês chamada Red-headed Amazon Sidenecked Turtle, Cágado-de-barbela (Phrynops hilarii), a tigre-d’água (Trachemys dorbignyi) em inglês Orbigny’s Brazilian Slides. 1.2 Lagartixas As lagartixas fazem parte dos Lacertílios, que pertencem à subordem Sauria. Os Lacertílios também compreendem os lagartos, camaleões e outros répteis de corpo alongado, com a cabeça curta e unida ao corpo por um pequeno pescoço. Possuem quatro membros, sendo os anteriores mais curtos que os posteriores. Esses organismos pertencem ao Reino Animalia, Ordem Squamata, Subordem Sauria Família Gekkonidae, Subfamília Gekkoninae e Gênero Hemidactylus. 2. NÚMERO DE ESPÉCIES 2.1 Tartarugas de Água Doce 7 O grupo das tartarugas é representado por 460 táxons (espécies e subespécies), encontrados em todas as regiões temperadas e tropicais do mundo, 16 com duas linhagens principais, Cryptodira (crypto = “escondido”; dire = “pescoço”; retraem a cabeça para dentro do casco, curvando o pescoço em formato de S vertical) e Pleurodyra (pleuro = “lado”; retraem a cabeça curvando o pescoço horizontalmente). Atualmente, os quelônios estão representados por 14 famílias, 100 gêneros pertencentes a duas subordens: Cryptodira e Pleurodyra. Os criptodiras representam em torno de 80% das espécies de quelônios e 11 famílias (Trionychidae, Dermatemydae, Carettochelydae, Cheloniidae, Dermochelydae, Emydidae, Testudinidae, Kinosternidae, Bataguridae, Chelydridae, Platystermidae), enquanto os pleurodiras apresentam apenas três famílias (Chelidae, Pelomedusidae, Podocnemidae) (BENEDITO, 2017). No Brasil ocorrem 36 espécies de tartarugas, sendo 5 marinhas e 31 terrestres e de água doce). As tartarugas de água doce são popularmente conhecidas como Cágados, sendo que muitas espécie têm o formato da cabeça de maneira que se recolhe lateralmente como “canivete”. Dentre as mais conhecidas tartarugas de água doce que ocorrem no Brasil estão: a tracajá (Podocnemis unifilis), conhecida em inglês com Yellow Spotted Sidenecked, e a tracajá-do-rio-negro (Podocnemis erythrocephala), em inglês chamada Red-headed Amazon Sidenecked Turtle, Cágado-de-barbela (Phrynops hilarii), a tigre-d’água (Trachemys dorbignyi) em inglês Orbigny’s Brazilian Slides. 2.2 Lagartixas O gênero destes animais, Hemidactylus, abriga em seu interior mais de 90 espécies que são passíveis de serem encontradas nas mais variadas regiões tropicais do mundo. Dentre as espécies mais comuns, se pode citar a lagartixa ou osga-doméstica (Hemidactylus frenatus), a lagartixa-doméstica-tropical (Hemidactylus mabouia) e as osgas-turcas (Hemidactylus turcicus). https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-277-2698-6/epub/OEBPS/Text/ch07.html?create=true#ch07_ref16 8 3. HISTÓRIA NATURAL 3.1 Tartarugas de Água Doce Ao longo de sua evolução várias modificações permitiram a sobrevivência e adaptação das tartarugas a novos ambientes: o número de vértebras foi reduzido, fusionaram se as costelas e formou-se uma carapaça de revestimento coriáceo ou córneo. Enquanto algumas permaneceram vivendo em terra, outras buscaram água doce ou migraram para o mar. No caso das tartarugas marinhas, em particular, a carapaça tornou-se mais achatada, ficando mais leve e hidrodinâmica, e as patas transformaram-se em nadadeiras para moverem-se com mais eficiência debaixo d’água. Outra importante adaptação foi o surgimento de glândulas de sal, localizadas próximo aos olhos. As lágrimas observadas em fêmeas em reprodução são, naverdade, secreção de sal expelida por meio dessas glândulas especiais. São seres pulmonados com grande capacidade de permanência debaixo d’água, quer em repouso, quer em busca de alimento. Tal capacidade resulta da eficiente distribuição do oxigênio pelo corpo, somada ao baixo nível metabólico e um pequeno auxílio da respiração acessória, possibilitada pela troca de gases em órgãos como a cloaca e a faringe. Possuem visão, olfato e audição desenvolvidos, além de uma excelente capacidade de orientação. São animais altamente migratórios, de ciclo de vida longo e complexo. Habita áreas neríticas associadas a bancos de fanerógamas submersas e algas, durante a fase imatura pós-fase pelágica e também na fase adulta. Nos primeiros anos de vida apresentam uma dieta onívora, com tendência a carnivoria. Após a fase pelágica, entre 30 e 40 cm de comprimento da carapaça, torna-se herbívora, com uma dieta principalmente de macroalgas e fanerógamas. Juvenis e adultos alimentam-se principalmente em locais com substratos duros, como recifes, sendo suas presas: crustáceos, moluscos, briozoários, celenterados, ouriços, esponjas, algas, zooplâncton gelatinoso, como celenterados, pirossomos e salpas. Lepidochelys olivacea aparentemente alimenta-se em uma variedade ampla de hábitats, de ambientes pelágicos a zonas costeiras relativamente rasas, principalmente de salpas, peixes, moluscos, crustáceos e algas. Quanto à reprodução, possuem reprodução sexuada, desenvolvimento direto, já que não possuem fase larval. Todos os quelônios são ovíparos e depositam os ovos em terra. O tamanho das posturas varia, pode ser de apenas 1 ovo para espécies menores à mais de 100 ovos para as espécies maiores. O período de postura varia de acordo com a região e a espécie. 9 No Brasil, a temporada de desovas, de forma geral, vai de setembro a abril nas praias do continente e de dezembro a junho nas ilhas oceânicas. Uma única fêmea pode fazer mais de uma desova em uma mesma temporada e normalmente não se reproduz em anos consecutivos, podendo ser anuais, bienais, trienais ou irregulares. Esses ciclos variam entre espécies e entre populações da mesma espécie e podem aumentar ou diminuir ao longo do tempo, sendo regulados pela disponibilidade de alimento, condições ambientais e distância entre áreas de alimentação e reprodução. Apresentam maturação tardia e ciclo de vida longo, podendo, a depender da espécie, demorar de 10 a 50 anos para atingirem a maturidade sexual e voltarem à mesma praia de nascimento para reproduzir pela primeira vez. A temperatura ambiente é um fator muito importante no ciclo de vida das tartarugas marinhas, influenciando diretamente a determinação do sexo, nascimento e crescimento dos filhotes, a atividade no interior do ninho, o tempo de incubação dos ovos, a hibernação e a distribuição geográfica, entre outros fatores. O que determina o sexo dos filhotes é o calor da areia, quanto maior a temperatura, maior a produção de fêmeas. Para os ninhos, a faixa de tolerância termal para o desenvolvimento do embrião está situada entre 25 a 27°C e 33 a 35°C. Ovos incubados a temperaturas menores que 22°C e aqueles expostos a temperaturas maiores que 33°C, por períodos extensos, raramente eclodem. Estes répteis procriam nas areias de praias desertas de rios ou mares (dependendo da espécie), onde colocam seus ovos, que podem chegar a uma centena. O “ninho” é constituído de uma cova que as própria fêmea faz com as patas traseiras, onde coloca os ovos que são cobertos logo em seguida com a areia. Feita a postura as fêmeas abandonam o ninho, ficando os filhotes à sua própria sorte, de forma que muitos ninhos são predados antes da eclosão dos ovos. Ao nascerem, entretanto, os filhotes de tartarugas aquática (cágados) e marinhas (tartarugas marinhas), principalmente, têm uma odisséia muito perigosa: chegar a água, o que tentam fazer caminhando duramente sobre a areia da praia por algumas dezenas de metros, os quais parecem infindáveis. Neste trajeto encontram predadores que estão a espreita e que acabam fazendo um “banquete”. Na maioria das vezes apenas alguns exemplares conseguem chegar às águas. Aí também a predação continua. Calcula-se que de uma ninhada apenas um ou dois filhotes chegam a vida adulta. Quanto a alimentação, as espécies de água doce são onívoras, alimentam-se de peixes, vegetais, frutos, etc., sendo que seus predadores são jacarés, grandes peixes, alguns mamíferos e algumas aves, variando conforme tamanho e espécie. 10 3.2 Lagartixas Os lagartos do gênero Hemidactylus pertencem à família Gekkonidae, grupo exótico de ampla distribuição no Brasil, originário da África. Foram introduzidos possivelmente por volta do século XVIII, por meio dos navios negreiros e hoje ocorre em todas as regiões do país. As lagartixas estão geralmente associada a habitats antrópicos ou rurais, sendo bastante comum em habitações humanas. É uma espécie de hábitos noturnos que pode ser facilmente encontrada perto de fontes luz devido a serem lagartos generalistas e oportunistas. Alimentam-se de vários artrópodes como aranhas, gafanhotos, cupins, baratas, grilos, gafanhotos, mariposas, mosquitos e formigas. Passa boa parte do tempo imóvel à espreita de suas presas, podendo se aproximar das mesmas lentamente para depois capturá-las com uma rápida mordida. 4. IMPORTÂNCIA EVOLUTIVA 4.1 Tartarugas de Água Doce As tartarugas são um importante registro fóssil para a história da Terra. Os quelônios existem na Terra antes mesmo do surgimento dos dinossauros, datado no Triássico Superior e, desde então, pouco se modificaram. O primeiro fóssil de tartaruga com afinidades mais claras é da espécie Odontochelys semitestacea. Estima-se que tenha surgido há 220 milhões de anos, 13 sendo um pouco mais velho que os primeiros fósseis de tartarugas com casco completo do gênero Proganochelys, datados do Triássico. O fóssil mais antigo conhecido foi encontrado no Brasil, em Santana do Cariri, Chapada do Araripe, no interior do Ceará: Santanachelys gaffney (uma tartaruga marinha que apresentava membros semelhantes aos das atuais tartarugas de água doce). No entanto, a existência de uma grande cavidade orbital (espaço do crânio ocupado pelos olhos), semelhante à das tartarugas marinhas atuais, leva a crer que essa espécie já apresentava, logo atrás dos olhos, as glândulas de sal responsáveis pela excreção do excesso de sal ingerido durante a alimentação. O surgimento dessas glândulas possivelmente aconteceu antes da adaptação dos membros — pulso e dedos se alongaram, transformando-se https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/navios-negreiros/ https://www.infoescola.com/biologia/artropodes-arthropoda/ https://www.infoescola.com/insetos/gafanhoto/ https://www.infoescola.com/insetos/cupim/ https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-277-2698-6/epub/OEBPS/Text/ch07.html?create=true#ch07_ref13 11 em eficientes nadadeiras. Além de possibilitarem locomoção mais eficiente, na praia, as tartarugas usamas nadadeiras para cavar a areia e fazer o ninho. A tartaruga é um plano de corpo único e bem-sucedido, sendo a carapaça a chave do sucesso do grupo, mas que também limitou sua diversidade. Possibilitou persistir mais de 200 milhões de anos de mudanças de climas, apesar da evolução de um conjunto diversificado de predadores vertebrados e de ter limitado a sua diversidade, restringindo os tipos de ambientes possíveis que poderiam ocupar. 4.2 Lagartixas As lagartixas caracterizam-se por apresentarem “almofadas” nas patas, estruturas adesivas nas partes ventrais dos dígitos, que permitem se fixar e escalar superfícies lisas. Essas almofadas consistem em escamas modificadas contendo longas projeções, chamadas de setas, que se amoldam às superfícies dos substratos. Um módulo responsável pelo desenvolvimento de tais almofadas é expresso em uma estranha espécie de lagartixa, não apenas nos dedos, mas também no lado ventral da ponta da cauda. Assim, essa espécie adquiriu um membro adesivo adicional através da expressão ectópica de um módulo de desenvolvimento padrão. 5. IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA 5.1 Tartarugas de Água Doce Todo ser vivo tem seu papel no meio ambiente, com os quelônios não é diferente. São responsáveis pela interação ecológica, como consomem alimentos variados participam da complexa teia alimentar, sendo importantes na ciclagem de nutrientes, dispersão de sementes ou enquanto predadores ou presas. 5.2 Lagartixas Pesquisas demonstraram que espécie de lagartixa H. mabouia se alimenta da aranha-marrom (Loxosceles intermedia), podendo ser usada como agente biológico para controle populacional dessa aranha, que representa uma preocupação médica devido ao 12 grande número e gravidade dos acidentes que provoca, assim como importantes agentes de controle biológico e predadores potenciais do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue e da febre amarela. Por outro lado, as lagartixas são hospedeiras de vários parasitos, podendo representar um risco à saúde de outros animais ou mesmo do homem. Estudos parasitológicos têm demonstrado a presença de parasitas em várias espécies de lagartixas, podendo ser encontrado Salmonella, Plasmodium (causadora de malária sauriana), protozoários coccídeos e helmintos gastrointestinais. A camuflagem é uma estratégia de caça e de defesa utilizada por vários animais em seus ambientes. Ao assumir a coloração do local, podem não ser vistos por seus predadores, como cobras, aves e mamíferos. O processo de mudança na coloração também tem grande importância no comportamento social de algumas espécies de répteis. 6. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA 6.1 Tartarugas de Água Doce As tartarugas de água doce são importantes economicamente, uma vez que são comercializadas, pois muitas pessoas as têm como pet. Além disso, são atrativos turísticos e muitas vezes são utilizadas na alimentação. Uma importante atividade econômica que abrange todos os quelônios e é importante economicamente, são as unidades de conservação e reprodução destes animais, uma vez que oferecem oportunidades de emprego e são considerados atrativos turísticos. 6.2 Lagartixas Aparentemente as Lagartixas não possuem importância econômica, pode se considerar que sua presença seria garantia de redução de gastos com inseticidas pois são muito eficientes na redução de população destes animais. 13 CONCLUSÃO As Tartarugas de Água Doce animais com diversos representantes conhecidos, sendo estes muito diversos com vários hábitos diferentes e distribuição cosmopolita. Estes animais são considerados símbolos para a proteção dos oceanos, visto que são altamente importantes para o equilíbrio biológico de espécies marinhas. As lagartixas por mais que sejam um grupo pequeno de répteis tem presença intensa em todo o globo. São animais altamente importantes ecologicamente pois predam principalmente insetos e aranhas, ou seja, podem ser usados como agentes biológicos. REFERÊNCIAS CLASSIFICAÇÃO. Disponível em: https://www.tamar.org.br/interna.php?cod=86. Acesso em: 08/11/2020. BENEDITO, E. Biologia e Ecologia dos Vertebrados. - 1. ed. - [Reimpr.] - Rio de Janeiro: Roca, 2017. HICKMAN Jr. et al. Princípios Integrados de Zoologia.16° edição - Rio de Janeiro: Guanabara Koorgan, 2019. Quelônios. Disponível em: https://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/quelonios. Acesso em: 07/11/2020. SUMÁRIO EXECUTIVO DO PLANO DE AÇÃO NACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DAS TARTARUGAS MARINHAS. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/docs-pan/pan-tartarugas/1-ciclo/pan-tartarug as-sumario.pdf. Acesso em: 07/11/2020. Tartarugas, jabutis e cágados do Brasil. Disponível em: http://www.aultimaarcadenoe.com.br/tartarugas/. Acesso em: 09/11/2020. https://www.tamar.org.br/interna.php?cod=86 https://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/quelonios https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/docs-pan/pan-tartarugas/1-ciclo/pan-tartarugas-sumario.pdf https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/docs-pan/pan-tartarugas/1-ciclo/pan-tartarugas-sumario.pdf 14