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PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS Deslocamentos Deformações Lei de Hooke Enga Dra Monica M Stuermer Resistencia-dos-materiais-R_C.Hibbeler (2010) Por que estudar as propriedades mecânicas dos materiais? São necessárias para o projeto de estruturas/componentes materiais predeterminados, a fim de que não ocorram níveis inaceitáveis de deformação e/ou falhas. • Determinação dos esforços externos atuantes sobre os elementos estruturais; • Determinação das tensões internas e deformações dos elementos estruturais; • Equilíbrio de um corpo deformável; • Verificação da segurança; • Dimensionamento O papel dos engenheiros estruturais é o de determinar as tensões e as distribuições de tensão dentro dos elementos que estão sujeitos a cargas bem definidas Por que estudar as propriedades mecânicas dos materiais? São propriedades mecânicas dos materiais: • resistência à tensões (tração, compressão, cisalhamento); • elasticidade; • ductilidade; • fluência; • fadiga; • dureza; A resistência dos materiais é o ramo da mecânica que estuda as relações entre cargas externas aplicadas a um corpo deformável e a intensidade das forças internas que atuam dentro do corpo, abrangendo também o cálculo das deformações do corpo e o estudo da sua estabilidade, quando submetido a solicitações externas Equilíbrio externo e equilíbrio interno As estruturas são compostas por uma ou mais peças, conectadas entre si e ao meio exterior, formando um conjunto estável Esse conjunto deve ser capaz de receber solicitações externas, absorvê-las internamente e transmiti-las a seus apoios, onde as solicitações externas encontrarão seu sistema estático equilibrante Principio fundamental da resistência dos materiais: Toda parte de um sólido em equilíbrio, também está em equilíbrio, onde se aplicam as equações da estática CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO ESTÁTICO INTERNO Equilíbrio Estático Interno Analogamente ao estudado anteriormente para o Equilíbrio Estático Externo, o Interno tem um objetivo geral e comum de cada peça estrutural: Resistir aos esforços ativos, oriundos dosdiversos carregamentos TENSÃO HIPÓTESES RELATIVAS AO MATERIAL • Isotrópicos: possuem as mesmas respostas mecânicas quando solicitados em qualquer direção; • Homogêneos: em uma direção, possuem as mesmas propriedades em qualquer ponto; • Contínuos: a matéria é distribuída continuamente no volume do corpo; • Coesos: significa que todas as suas partes estão muito bem unidas, sem a presença de trincas, separações ou falhas; • Linearidade: possuem solicitações que apenas façam com que o material trabalhe no regime elástico linear. De fato são poucos os materiais que apresentam todos os requisitos acima (ex. o aço). No entanto, hipóteses simplificadoras podem ser utilizadas em materiais que não se incluem nesses requisitos (ex. o concreto) Resistencia-dos-materiais-R_C.Hibbeler (2010) • As equações desenvolvidas são válidas para corpos que sofrem pequenos deslocamentos, se comparadas com suas dimensões. HIPÓTESES RELATIVAS AOS DESLOCAMENTOS Na peça mostrada, caso os deslocamentos y dos pontos de seu eixo longitudinal sejam grandes, os momentos poderão, também, ser grandes, se comparados com os momentos da carga transversal . Sendo assim, hipótese de pequenos deslocamentos não é válida. Escola Municipal de Astrofísica Professor Aristóteles Orsini (Parque do Ibirapuera) Considerando a hipótese dos pequenos deslocamentos as equações da Resistência dos Materiais, poderão ser deduzidas a partir do equilíbrio dos corpos indeformados, ou seja, em suas dimensões e posição anterior à aplicação das cargas. ESFORÇOS Os esforços são classificados de acordo com a sua localização no corpo analisado, podendo ser externos ou internos. Esforços externos • Ativos (cargas aplicadas) • Reativos (reações nos apoios) Esforços internos • Tensões (forças internas no corpo subdivididas por todo o seu volume, existem apenas quando o corpo é solicitado por um esforço externo) • Resultantes (efeitos resultantes da distribuição da força que atua na área seccionada) ESFORÇOS Os esforços internos desenvolvidos no corpo sólido podem ser simplificados para ações resultantes. Para tal, é importante a definição de um plano que secciona o corpo, um sistema de coordenadas e uma convenção de sinais definida de uma forma coerente para determinar os sentidos dos esforços de uma maneira equivalente nas duas faces da seção do corpo. Os esforços internos, como já comentado, atuam em determinados pontos da área de seção transversal, representando os efeitos resultantes da distribuição da força que atua na área seccionada. A determinação dessa distribuição de forças é de suma importância na resistência dos materiais e, para tal, é necessário se estabelecer o conceito de tensão. PROPRIEDADES MECÂNICAS - ENSAIOS DE LABORATÓRIO As propriedades mecânicas dos materiais são obtidas por ensaios de laboratório normatizados. Dentre os fatores a serem considerados incluem-se a natureza da carga aplicada e a duração da sua aplicação, bem como as condições ambientais. A carga pode ser de tração, compressiva, ou de cisalhamento, e a sua magnitude pode ser constante ao longo do tempo ou então flutuar continuamente ENSAIO DE TRAÇÃO ENSAIO DE COMPRESSÃO ENSAIO DE FLEXÃO ENSAIO DE TORÇÃO O conceito de tensão mecânica se refere ao valor da distribuição das forças por unidade de área. A unidade oficial para tensão é o pascal (Pa), que se refere à medida de força por unidade de área. Importante não confundir tensão com pressão, já que são expressas com a mesma unidade de medida. Na Engenharia, geralmente, mede-se tensão em megapascals (Mpa) ou gigapascals (GPa). TENSÃO TENSÃO Conversão de unidades 1 Mpa = 10 kgf/cm2 = 0,1 KN/cm2 1 tf = 10 KN Ex. Concreto: Fck = 20 Mpa = 200 kgf/cm 2 = 2 KN/cm2 TENSÃO A tensão pode ser classificada como de tração, de compressão ou de cisalhamento, dependendo da direção e dos efeitos provenientes da aplicação da força. TRAÇÃO – solicitação que tende a alongar a peça no sentido da reta de ação da força aplicada COMPRESSÃO – solicitação que tende a encurtar a peça no sentido da reta da força aplicada. CISALHAMENTO – solicitação que tende a deslocar paralelamente, em sentido oposto, duas seções de uma peça (força cortante) Tração simples ou axial Força produz TRAÇÃO SIMPLES na barra: A deformação é o ALONGAMENTO Surgem então as Tensões Normais de Tração Aumento uniforme transmitido para todas as fibras Força aplicada Axialmente e Normal à Seção Transversal, de dentro para fora. Equilíbrio Estático Interno – ocorrerá quando o material que compõe o elemento estrutural for suficientemente resistente, para reagir às Tensões de Tração atuantes. TENSÃO Compressão simples ou axial Força produz COMPRESSÃO SIMPLES na barra: A deformação é o ENCURTAMENTO Surgem então as Tensões Normais de Compressão Diminuição uniforme transmitida para todas as fibras. Força aplicada Axialmente e Normal à Seção Transversal, de fora para dentro. Equilíbrio Estático Interno – ocorrerá quando o material que compõe o elemento estrutural for suficientemente resistente, para reagir às Tensões de Compressão atuantes e aos esforços gerados pela flambagem. TENSÃO TRAÇÃO COMPRESSÃO Deformação ALONGAMENTO ENCURTAMENTO Aplicação de Força Crítica Tensão de Tração atinge valor da Tensão Admissível Possível perda de estabilidade: Flambagem Aplicação de Força Maior do que a Suportável Ruptura da Peça: Tensão de Tração maior do que a Tensão de Ruptura Ruptura da Peça: Tensão de Compressão maior do que a Tensão de Ruptura TENSÃO DEFORMAÇÃO A ação de qualquer força sobre um corpo altera a sua forma, provocando uma deformação. Com o aumento da intensidade da força, há um aumento da deformação. Deformações por tensão são classificadas em três categorias: DeformaçãoElástica - deformação transitória, resultado do alongamento ou contração do material na direção da tensão (tração ou compressão) aplicada. O corpo retomará suas dimensões iniciais quando a força for removida Deformação plástica – deformação permanente. O corpo não retornará para suas dimensões iniciais depois de cessado o esforço aplicado. Deformação por ruptura resulta no rompimento da estrutura em múltiplas partes. deformação transitória deformação permanente TE N SÃ O ( σ ) Ensaio de tração em metais DEFORMAÇÃO ABNT NBR ISO 6892-1:2013 Versão Corrigida:2015 Ensaio de Tração do Aço SAE 1045.mp4 Ensaio de Tração do Aço SAE 1045.mp4 Ensaio de compressão em concreto DEFORMAÇÃO ABNT NBR ISO 5739-2018 DIAGRAMA TENSÃO x DEFORMAÇÃO O diagrama tensão-deformação é um gráfico bidimensional no qual se relacionam a tensão (σ), com a deformação (ε), obtidos pelo ensaio. Cada ponto do gráfico identifica uma leitura de tensão-deformação feita pela máquina de testes durante o ensaio. O último ponto caracteriza a ruptura do material. A partir do diagrama tensão- deformação é possível se obter diversas propriedades do material ensaiado. A Física é regida por leis muito específicas e facilmente aplicadas. Na resistência dos materiais, uma das leis mais importantes é a Lei de Hooke que diz respeito à elasticidade dos corpos, sendo usada para os cálculos de deformações causadas pelas forças exercidas em um determinado corpo ou estrutura. A força é igual ao deslocamento de massa a partir do ponto de equilíbrio, multiplicada pela constante da mola ou do corpo que sofrerá a deformação. F = K .Δl sendo: F : força (N, KN, tf, etc..) K : constante da mola – F/L (N/m, kgf/cm, etc..) Δl : deformação – L (m, cm, mm, etc..) DEFORMAÇÃO Lei de Hooke lo Utilizada desde que o limite elástico da estrutura a receber a tensão não seja excedido. Um padrão linear na porção inicial do gráfico significa que a tensão é proporcional à extensão, de modo que se observe uma constante de proporcionalidade entre ambas, de modo que: σ : tensão; ε : deformação específica (adimensional); E : Módulo de Young ou Módulo de Elasticidade E DEFORMAÇÃO Lei de Hooke O Módulo de Young é um parâmetro mecânico que dá a medida da rigidez de um determinado material sólido. Quanto maior o módulo de elasticidade, mais rígido será o material e menor será sua deformação elástica quando aplicada uma dada tensão DEFORMAÇÃO Lei de Hooke MATERIAL DENSIDADE γ (kgf/m3) MODULO DE YOUNG E (MPa) AÇO 7860 210000 ALUMÍNIO 2710 70000 VIDRO 2190 65000 CONCRETO 2310 30000 MADEIRA 525 13000 POLIESTIRENO 1050 3000 DIAGRAMA TENSÃO x DEFORMAÇÃO Materiais Frágeis aqueles que se deformam muito pouco antes da ruptura. (Exemplos: Ferro Fundido / Concreto) Materiais Ductéis apresentam grandes deformações antes da ruptura. (Exemplos: Aço / Alumínio) A lei de Hooke se aplica a valores limitados de tensões (± 30%fc) σe Propriedades Mecânicas dos Materiais Obtidas através dos Diagramas Tensão x Deformação DIAGRAMA TENSÃO x DEFORMAÇÃO Tensão de escoamento (σe) existente somente para o material dúctil, marca o ponto onde o material entra na região de escoamento e caracteriza-se por uma grande deformação sem acréscimo de carga DIAGRAMA TENSÃO x DEFORMAÇÃO Tensão de ruptura (σR) Tensão com a qual o material se rompe Nem sempre a tensão de ruptura é a tensão máxima que pode ser aplicada. Eventualmente, depois de atingida esta carga máxima, inicia-se a fase de ruptura caracterizada pelo fenômeno da Estricção onde o material se alongaria novamente até romper Propriedades Mecânicas dos Materiais Obtidas através dos Diagramas Tensão x Deformação Tensão Admissível – é a Tensão Máxima que o Material poderá suportar em Condições Normais de Uso. Nas estruturas de concreto armado, concreto protendido, e aço, os coeficientes de segurança mínimos são fornecidos pela Norma NBR-6118 . Exemplos Aço C.A = 1,15 Concreto = 1,40 Tensão de Escoamento para Materiais Dúcteis e Tensão de Ruptura para Materiais Frágeis No cálculo da Tensão Admissível utiliza-se: MÓDULO DE ELASTICIDADE TRANSVERSAL Através de ensaios com corpos-de-prova submetidos a cisalhamento puro em ensaio de torção τ :Tensão de cisalhamento por torção ϒ :Deformação angular (rad) G : Módulo de elasticidade ao cisalhamento ou módulo de elasticidade Transversal https://www.youtube.com/watch?v=jACWzC6MGrw https://www.youtube.com/watch?v=jACWzC6MGrw COEFICIENTE DE POISON Ensaios demonstram que um material, quando submetido à tração, sofre além da deformação axial (alongamento), uma deformação transversal (afinamento). Poisson demonstrou que estas duas deformações eram proporcionais, dentro dos limites da Lei de Hooke (até o ponto P do Diagrama Tensão- Deformação). Esta constante é dada por: As três constantes se relacionam através da expressão: O sinal negativo se deve ao alongamento longitudinal, ou encurtamento, provocar uma contração lateral, ou expansão, e vice- versa. A deformação lateral é a mesma em todas as direções laterais. O módulo do concreto é sensível ao módulo do agregado, mas, pode ser estimado através do valor de fck, pela equação : E = 5600 𝑓𝑐𝑘 (valores entre 30000 e 45000 MPa) O Módulo de elasticidade transversal será G = 0,4.E e o coeficiente de Poisson ν = 0,2 ABNT NBR 6118:2007 – Projeto de estruturas de concreto: Procedimento EXERCICIOS Determinar a tensão de tração “σ”, a deformação específica “ε” e o alongamento “δ” de uma barra prismática de comprimento L=5,0m, seção transversal circular com diâmetro d =5cm e módulo de elasticidade E=20.000 kN/cm², submetida a uma força axial de tração P=30 kN. Exercício 1 EXERCICIOS Determinar a tensão de tração “σ”, a deformação específica “ε” e o alongamento “δ” de uma barra prismática de comprimento L=5,0m, seção transversal circular com diâmetro d =5cm e módulo de elasticidade E=20.000 kN/cm², submetida a uma força axial de tração P=30 kN. Exercício 1 A barra da figura é constituída de 3 trechos: trecho AB=300cm e seção transversal com área A=10cm²; trecho BC=200cm e seção transversal com área A=15cm² e trecho CD=200cm e seção transversal com área A=18cm² é solicitada pelo sistema de forças indicado na Figura. Determinar as tensões “σ” e as deformações “ε” em cada trecho, bem como o alongamento total. Dado E=21.000 kN/cm². EXERCICIOS Exercício 2 EXERCICIOS Exercício 2 A barra da figura é constituída de 3 trechos: trecho AB=300cm e seção transversal com área A=10cm²; trecho BC=200cm e seção transversal com área A=15cm² e trecho CD=200cm e seção transversal com área A=18cm² é solicitada pelo sistema de forças indicado na Figura. Determinar as tensões “σ” e as deformações “ε” em cada trecho, bem como o alongamento total. Dado E=21.000 kN/cm². EXERCICIOS Exercício 2 A barra da figura é constituída de 3 trechos: trecho AB=300cm e seção transversal com área A=10cm²; trecho BC=200cm e seção transversal com área A=15cm² e trecho CD=200cm e seção transversal com área A=18cm² é solicitada pelo sistema de forças indicado na Figura. Determinar as tensões “σ” e as deformações “ε” em cada trecho, bem como o alongamento total. Dado E=21.000 kN/cm². EXERCICIOS Exercício 2 A barra da figura é constituída de 3 trechos: trecho AB=300cm e seção transversal com área A=10cm²; trecho BC=200cm e seção transversal com área A=15cm² e trecho CD=200cm e seção transversal com área A=18cm² é solicitada pelo sistema de forças indicado na Figura. Determinar as tensões “σ” e as deformações “ε” em cada trecho, bem como o alongamento total. Dado E=21.000 kN/cm². EXERCICIOS Exercício 3 Exercício 3 EXERCICIOS σ = 20 KN/1x2cm = 10 KN/cm2 = 100 Mpa E = 200 Gpa = 200000 MPa Exercício 4 EXERCICIOS Exercício 4 EXERCICIOS Exercício 4 EXERCICIOS Exercício 4 EXERCICIOS ΔL = 3,67 mm Exercicio 5 EXERCICIOS Exercício 5 EXERCICIOS Exercício 5 EXERCICIOS Exercício6 EXERCICIOS Exercício 6 EXERCICIOS Exercicio 7 EXERCICIOS Exercício 7 EXERCICIOS Exercicio 7 1 GPa = 100 KN/cm2 EXERCICIOS 0,286-0,102 = x 600 400 Exercício Extra A EXERCICIOS Uma barra de 450mm de comprimento tem seção transversal de 3cm x 2 cm. Determine o alongamento produzido por uma força axial de 7000 kgf Dados; Eaço = 2,1 * 10 6 kgf/cm2 Exercício Extra A EXERCICIOS Uma barra de 450mm de comprimento tem seção transversal de 3cm x 2 cm. Determine o alongamento produzido por uma força axial de 7000 kgf Dados; Eaço = 2,1 * 10 6 kgf/cm2 Exercício Extra B EXERCICIOS Uma barra de aço tem 100 m de comprimento e área de seção transversal de 15 cm2. Quando suspensa verticalmente por um cabo, com uma carga P em sua extremidade livre, a barra sofreu um alongamento de 5 mm. Calcule a carga P. Dados: ϒaço = 7800 kgf/m 3; Eaço = 2,1*10 6 Kgf/cm2 Exercício Extra B EXERCICIOS Exercício Extra C EXERCICIOS Exercício Extra C EXERCICIOS Exercício Extra D EXERCICIOS Exercício Extra D EXERCICIOS Exercício Extra D EXERCICIOS Exercício Extra D EXERCICIOS
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