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Maestro Lindembergue Cardoso

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR
CURSO: LICENCIATURA EM MÚSICA
ALLAN MATOS DA SILVA NASCIMENTO
 SEMINÁRIO SOBRE VIDA E OBRA DE COMPOSITOR / ARRANJADOR DE PEÇA CORAL: MAESTRO LINDEMBERGUE CARDOSO.
Salvador
2020.1
ALLAN MATOS DA SILVA NASCIMENTO
 SEMINÁRIO SOBRE VIDA E OBRA DE COMPOSITOR / ARRANJADOR DE PEÇA CORAL: MAESTRO LINDEMBERGUE CARDOSO.
Seminário da Disciplina Canto Coral I do Curso de Licenciatura em Música da Universidade Católica do Salvador.
Prof.: David Tourinho
Salvador
2020.1
APRESENTAÇÃO
 
O presente Seminário tem por objetivo apresentar aspectos da vida e obra do Maestro Lindembergue Cardoso, mais especificamente no que diz respeito à sua produção enquanto compositor e arranjador de peças para Coral.
MAESTRO LINDEMBERGUE CARDOSO
Quem foi Lindembegue Cardoso?
Bibliografia
Lindembergue Cardoso nasceu em 30 de Junho de 1939 na então cidade Livramento do Brumado (BA), hoje Livramento de Nossa Senhora, cidade baiana situada na Chapada Diamantina. 
Iniciou sua carreira musical enquanto ainda menino, primeiramente observando as filarmônicas de sua cidade, em especial a Filarmônica 2 de Julho, onde aprendeu as primeiras partituras e repertórios. Obteve a oportunidade de iniciar tocando Trompa onde realizou sua primeira apresentação pública na festividade religiosa da Procissão do Senhor Morto, ocasião citada pelo mesmo, como uma das mais emocionantes de sua carreira.
Aos 13 anos passa a tocar sax soprano e a fazer partes de diversos conjuntos. Em 1953, começa a tocar em bailes de carnaval e nas festas religiosas de sua cidade. Em 1954 passa a tocar sax alto e se torna integrante de conjuntos de Jazz. Em 1956 conclui o ensino secundário e em 1957 se transfere para cidade de Salvador-Ba, a fim de continuar os estudos no Colégio Central da Bahia. Continua tocando em diversos grupos na cidade, agora no sax tenor.
Em Salvador, em 1959, ele é visto tocando num trem por Dr. Venceslau Veiga (pai do Maestro Carlos Veiga, na época estudante) e é convidado a fazer parte do Bazooca Joe Jazz. No grupo ele é convidado a fazer um teste nos Seminários Livres de Música (hoje Escola de Música da Ufba), onde foi aprovado e passou a estudar sax com o professor Armin Guthmann. Em 1960, passou a ter aulas de Fagote. Neste ano, devido a dificuldades financeiras para se manter em Salvador e também pelo nível de complexidade do curso e de algumas disciplinas, particularmente o Solfejo, o mesmo se afasta, só retornando ao curso em 1961, quando consegue por mérito, uma bolsa de estudos por parte do professor H.J. Koellreutter, diretor da escola na época.
Ainda na década de 1960, com o término do Bazooca Joe Jazz, ele passa a fazer parte do “Fausto e Seu conjunto”, um dos melhores da época. Também era o arranjador de um grupo de Jazz formado por seus conterrâneos de Livramento. Ainda nesta época, compõe seu primeiro dobrado: “João Correia”.
Em 1962, ingressa no Madrigal da UFBA, no naipe de Tenores, estudando em seguida com a professora de canto, Sonia Bornes. O coro se torna uma de suas paixões musicais.
Em 1963, ele se ausenta das aulas por motivo de doença, passando todo o ano em sua cidade natal. Retorna a Salvador no ano seguinte, sendo convidado a tocar em um famoso night-club da época, o Tabaris, localizado na Praça Castro Alves, reduto de curtição dos soldados durante a Segunda Guerra.
Começou a ter aulas de Oboé com o professor Afrânio Lacerda, e aprofundar-se nos estudos e técnicas eruditas trazidas pelo professor Ernst Widmer, idealizador e fundador do Grupo dos Compositores da Bahia, que viria a se tornar referência na Escola de Música da Ufba. Foi em 1969 que todos os integrantes do grupo foram classificados por um júri Internacional no “I Festival de Música da Guanabara”(Rio de Janeiro). O terceiro lugar e prêmio do público fica com Lindembergue Cardoso com a “Procissão das Carpideiras”.
Em 1967, já havia conquistado sua primeira premiação, a Medalha de Prata “Reitor Edgard Santos”, com “Trio” e “Minisuite”. Nesse período, tocou Saxofone no Conjunto Avanço. Mas a partir de 1968, Lindembergue passa a se dedicar exclusivamente à Música Erudita (vale ressaltar que sua música “erudita” era permeada de regionalismos, folclores e enraizada na terra em que vivia), dedicando-se com mais afinco no processo de composição, engajado na escola de música, atuando no Madrigal e na Orquestra Sinfônica como Percussionista.
Em 1970, casou-se com a Contadora da Escola de Música, Senhora Lúcia Maria Pellegrino, com a qual teve dois filhos, o primeiro em 1973 (Renato) e o segundo em 1977, nascido na data exata de seu nascimento, de parto natural e por esse motivo foi registrado com o seu nome. Ainda na década de 70, o grupo de compositores volta a participar do Festival da Guanabara e é premiado com os 3 primeiros lugares, num total de doze selecionadas (tendo a participação de músicos de todas as Américas), o primeiro lugar vai para Widmer, e o terceiro vai novamente para Lindembergue com “Espectros”.
Graduado em Composição e Regência pela Escola de Música da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 1974, sob a orientação de Ernst Widmer. Como professor do curso de graduação em música da UFBA, lecionou folclore, canto coral, composição, instrumentação, literatura e estruturação musical, e percepção. 
Participou assiduamente de importantes cursos e festivais de música do Brasil, como o Festival de Inverno da Universidade Federal de Minas Gerais, no qual atuou entre 1972 e 1982, e o Curso Internacional de Verão de Brasília, em que lecionou anualmente, entre 1976 e 1980.
Foi membro fundador do Grupo de Compositores da Bahia (1966), liderado pelo compositor Ernst Widmer, e do qual também participavam Fernando Cerqueira, Nicolau Kokron, Milton Gomes, Rinaldo Rossi, Antonio José Santana Martins (Tom Zé) e Jamary Oliveira.
Foi também cofundador da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea (1972), da qual foi secretário geral entre 1974 e 1982.
Em 13 de outubro de 1988 ingressou na Academia Brasileira de Música, ocupando a cadeira nº 33.
Quando faleceu, aos 49 anos, era vice-diretor da Escola de Música da UFBA, desde 29 de novembro de 1988.
OBRAS DE ARRANJOS E COMPOSIÇÃO PARA PEÇAS CORAL 
No decorrer de sua carreira, Lindembergue recebeu diversos prêmios por suas composições, que somam cerca de 150 obras. Sua produção coral é significativa em seu conjunto de obras, tanto no que diz respeito à quantidade de peças produzidas, de aproximadamente 90 peças, quanto na relevância dessa produção para o repertório brasileiro. 
Ilza Nogueira (2012, p. 10) afirma que o canto coral sempre foi uma das “paixões” de L. Cardoso e que desde seu primeiro contato com essa formação, o compositor não mais se desvencilhou dela, seja regendo coros, compondo obras para coro a capella, coro e instrumentos ou escrevendo arranjos. Em seu livro autoral, Causos de Músico, Lindembergue Cardoso cita o seu primeiro contato com o canto coral e aponta o quão significativo foi aquele momento para ele: 
“Por exigência da escola, todos os alunos tinham a obrigação de cantar no Coral. Depois que Arlindo Teixeira testou a minha voz, disse: - Você é tenor. Fique ali, naquele grupo – entregando-me uma parte amarelada do “Magnificat” de Bach. Quando começou o ensaio, fiquei muito emocionado comentando para mim mesmo: “Como é que pode! Esta música existe há tanto tempo, e eu não a conhecia. Que maravilha!”. Fiquei tão empolgado que convenci vários membros do conjunto de Fausto a entrar na escola”. (CARDOSO, 1994, p. 48) 
A produção coral de Lindembergue Cardoso é composta por obras para coro a capella, coro e instrumentos, coro e orquestra, ópera, arranjos de canções folclóricas e música popular, composições para espetáculos e arranjos para montagens didáticas. 
 
Lindembergue Cardoso, além de ter sido Regente do Madrigal da Ufba, criou e participou de diversos coros da cidade de Salvador, como por exemplo, Coral dos Orfãos de São Joaquim, Coral de São Caetano, Coral do ColégioMilitar, Coral Universitário da Escola de Música da Ufba, Coral do Mosteiro de São Bento, Regente do Coral do Instituto de Música da Ucsal (foi também professor de composição da Universidade) e de arranjar para Coros em eventos religiosos de médio e grande porte, como por exemplo para a Missa de João Paulo II, ocorrida em Salvador.
Abaixo seguem exemplos das peças mais executadas:
Arranjos de Folclore
1. Reisado do Piáu - gravado pelo Madrigal da Ufba nos Estados Unidos em 1965;
2. Reisado dos Compadres - 1966;
3. Reisado do Bicho Turuna - 1966;
4. Aboiô - 1966;
5. Carnavalito - folclore boliviano (versão de 1981 e 1987);
6. A lenda do bicho turuna - versão infantil (anti-ópera) 1982;
7. Suite Infantil - utilizando cantigas de roda - 1986;
8. Forrobodó da Saparia
9. Missa Nordestina 
Arranjos de Música Popular
1. Canção da partida de Dorival Caymmi - 1966;
2. O mar, de Dorival Caymmi (1966) e versão infantil em 1971;
3. Domingo no Parque, de Gilberto Gil (1967) e nova versão em 1981.
4. Disparada, de Théo e Vandré (1967);
5. Alegria, alegria de Caetano Veloso para Coral e Orquestra (1969);...
6. Asa Branca, de Gonzaga e Humberto Teixeira, para coral (1971);
7. Nós vamos fazer música, de Carmen Mettig, para conjunto de Câmara e Coro Infantil (1986)....
 links para audição de algumas das peças citadas:
https://www.youtube.com/watch?v=Jef9v_4kH54 (Reisado do Piáu e dos Compadres)
https://www.youtube.com/watch?v=pBwXQ7hXJPA (Reisado do Piáu)
https://www.youtube.com/watch?v=sw7EandzN_o (Reisado do Bicho Turuna)
https://www.youtube.com/watch?v=7_9DSoRAkjw (Reisado do Bicho Turuna)
https://www.youtube.com/watch?v=G3sDzbVkEbg (Aboiô)
https://www.youtube.com/watch?v=BMMgH3yrhDM (Forrobodó da Saparia)
https://www.youtube.com/watch?v=uA0flaXp9Pw (Canção da Partida)
https://www.youtube.com/watch?v=1ewxvujW008 (Agnus Dei - Missa Nordestina)
https://www.youtube.com/watch?v=A1E7zS4V5Tk (Glória - Missa Nordestina)
 https://www.youtube.com/watch?v=MGvMgR1ii_E (Kyrie - Missa Nordestina)
https://www.youtube.com/watch?v=XAsCz9doTHQ (Credo - Missa Nordestina)
Abaixo segue explicação dos Reisados na Obra de Lindembergue Cardoso, segundo Bernadete Lima:
1- Reisado do Piáu
É uma obra para coro a quatro vozes soprano, contralto, tenor e baixo, o tradicional formato coral, baseada, como os outros reisados, no folclore nordestino, porem apresenta logo de inicio uma característica de alegria, pois, narra o período das cheias dos rios. Era um tipo de reisado muito presente em sua terra natal, Livramento. O tratamento que o compositor deu para as vozes realça a harmonia entre poesia e música, pois todos os naipes vão apresentando o texto de forma alternada, ficando um rico jogo que faz referência à matriz rítmica do samba.
 Na verdade a obra é textualmente nordestina e ritmicamente africana, com um final que vai diminuindo o som até desaparecer completamente.
Texto da Canção:
“O Rio tá cheio Piau / pula por cima do pau / ô piau / ô lê lê, ô lá La / quero vê / cavaco vuá.
Ô sinhô dono da casa / abra aqui por caridade / ái, ái, ái quero vê a claridade.
2- Reisado dos Compadres
 
É uma música coral que retrata o cotidiano do sertanejo, usando expressões típicas do seu modo de falar. Apresenta elementos rítmicos de origem africana, com uma introdução na voz do “Baixo” desenvolvendo um encadeamento de notas com o fonema lá, gerando uma atmosfera de expectativa para o enredo que virá a seguir. A música toda é em forma de diálogo e trata de conversa entre dois compadres, numa relação de proximidade entre vizinhos, como é comum no interior, e Lindembergue usou palavras e frases desse ambiente como: “a mi çê”, “tafuiá” “casaréu”, “arreganha”, “coroné” e a curiosa expressão usada nestas regiões, que quando uma pessoa é apresentada à outra está responde “... seu criado”. É também um convite à participação nas festas. Tem um ritmo rápido e oferece certa dificuldade harmônica com a afinação mudando de tonalidade. Na verdade essa Peça é um samba com texto nordestino, uma das características da obra do maestro, que soube tão bem fazer esta junção de duas das suas raízes.
Texto da canção:
“A miçê dá licença / que é pra nóis tafuiá / den do seu casaréu queremo sambá/
Eu me chamo Libório / sou eu seu criado / compadre Izidoro mora no cercado.
“Seu dono da casa / comã ôçe tem passado / e a sua famia / vai bem obrigado / e os seus fiuzinho / como vão de saúde / que nóis desejamo que Deus lhe ajude”.
“Abre povo / arreganha minha gente / que o páu ta comendo na casa do coroné”.
3- Reisado do Bicho Turuna
É uma peça com os elementos representativos muito bem distribuídos tanto em letra como atmosfera musical, também baseada no folclore. Lindembergue fez um arranjo arrojado para coro e atabaques, com jogo do texto entre vozes femininas e masculinas, e passando uma atmosfera musical bem condizente com a simbologia popular que a encerra.
 Nossa pesquisa descobriu a tocante história do bicho que é visto tão raramente e que tanto tem atemorizado os sertanejos, mais pelo seu tamanho do que propriamente pela sua ferocidade. Turuna em Tupi “negro poderoso e valente” São aves predadoras sertanejas, espécie de águia, hoje rara em seu próprio habitat. Possuem semelhanças com o gavião, apresentam grandes envergaduras que podem atingir até 1 metro e meio. Tem um bico comprido e não são muito amistosas, embora em alguns rincões quase se consiga domesticá-las, pois como outros animais o progresso diminuiu seu alimento e reduziu sua liberdade. Tem boa visão diurna e noturna, o que lhes facilita a busca pela comida e aumentam as lendas a seu respeito, também a palavra pode simbolizar “desassombro, destemido, valentão”. A Turuna é predadora de cobras, lagartos, pássaros e galinhas, daí terem sido motivo de medo para as crianças nordestinas e inspiradoras de muitas inventivas populares, como por exemplo: perseguidoras de “mulé”. Em muitos reisados estas aves são citadas. Na verdade hoje precisam de cuidados e proteção, pois têm diminuído assustadoramente, algumas podem ser vistas no Parque Estadual do Pico do Jabre – Paraíba.
A Peça começa com um sugestivo: “foi na lagoa, na lagoa, na lagoa, na lagoooooooooaaaaaa” apresentando um ritmo de raízes africanas, evocado pela percussão como um fundo que vai do fraco ao fortíssimo, aonde o coro vai entoando um vigoroso som onomatopaico em “Tu tu rú tu rú ru. Esta composição apresenta também uma das mais surpreendentes ideias do compositor, que foi introduzir uma recitação em um carregado linguajar próprio do sertanejo, onde uma voz masculina, provavelmente um avô chama a atenção de uma criança (que responde) para não botar o pé no chão, pois segundo um antigo costume nordestino pisar no chão descalço, logo após acordar podia “estoporar”:” João, hum, inhô. Pezim ta no chão? Hum, não inhô” alternadamente pergunta e resposta. Fica um jogo rico e engraçado, que se constata em suas execuções pela reação imediata da platéia.
Após a recitação se repetir por três vezes, vem novamente o texto referente ao bicho na voz tenor e as vozes femininas entrando em agudo com referencias ao bicho e festas de balaim, a voz baixo começa a fazer alusões a rodeio de estilo nordestino, como acontece nas festas populares onde, dá prova de bravura quem pega o bicho pelo rabo. Cria um rico jogo com vários elementos nordestinos e encerra com a volta dos atabaques, africanizando-a.
Texto da canção:
“foi na lagoa que eu vi um bicho / mamãe eu vi um bicho / menina que bicho é? / o bicho é tão cabeludo que parece um chipanzé / ele tem a boca grande / o rabo vai como lá / mas quando vê mulé / seu desejo é só pegá/
“Olhe o bicho turuna / ele vêi do sertão / ele vai passear / ele ta te olhando / ele vai te pulá.
“Balaim é meu / balaim é teu / nêgo véi, brabo do nêgo do bom balai”.
“Gira gira quem não girá / no rabo da égua tem que pegá”.
Com o presente trabalho, espera-se atingir o objetivo de apresentar alguns aspectos do Plural Maestro-Compositor-Arranjador-Regente LindembergueCardoso, principalmente no que se refere à sua obra voltada para a produção e composição para peças corais em seus vários aspectos. Recomenda-se ainda que se busque por parte do leitor novas fontes de pesquisa tendo em vista a grandiosidade da obra do Maestro, reconhecida nacionalmente e internacionalmente. Uma das possibilidades interessantes para pesquisas futuras é sobre a Notação não Convencional que Lindembergue se utilizava para compor, arranjar e reger corais.
 REFERÊNCIAS
1. http://www3.eca.usp.br/sites/default/files/form/biblioteca/acervo/producao-academica/002867288.pdf . A obra coral de Lindembergue Cardoso: revisão ao catálogo de obras e estabelecimento do corpus de pesquisa. Castilho de Oliveira, Denise. Acesso em 08/04/2020.
2. http://www.lindemberguecardoso.mus.ufba.br/index.htm . Acesso em 08/04/2020.
3. http://bernaalima.blogspot.com/2011/. Acesso em 08/04/2020.
4. https://pt.wikipedia.org/wiki/Lindembergue_Cardoso. Acesso em 07/04/2020.
5. https://teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27158/tde-21032019-163915/pt-br.php . Acesso em 06/04/2020.

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