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Larissa Primo - UFPE Ação e características dos anestésicos locais❖ Os anestésicos locais são fármacos que suprimem a condução do estímulo nervoso de forma reversível, promovendo a insensibilidade de uma determinada região do corpo. Os anestésicos locais, na sua forma não ionizada, atravessam a membrana do axônio e penetram na célula nervosa. No interior da célula nervosa, as moléculas ionizadas de anestésico local se ligam a receptores específicos nos canais de sódio, reduzindo ou impedindo a entrada do íon na célula. Isso resulta no bloqueio da condução nervosa e, consequentemente, na percepção da dor. Os anestésicos locais são bases fracas, pouco solúveis em água e instáveis quando expostos ao ar. Para uso clínico, são adicionados ao ácido clorídrico, formando um sal, o cloridrato, que apresenta maior solubilidade e estabilidade na solução. Atualmente, os sais anestésicos são do tipo AMIDA, que possuem meia vida mais LONGA e menos alergênico que o tipo éster. O anestésico atravessa a membrana da célula em sua forma molecular/polar/não ionizada. Lidocaína: ▪ Início de ação (tempo de latência) entre 2-4 min.- Devido a sua ação vasodilatadora, o que promove- sua rápida eliminação do local da injeção, a duração da anestesia pulpar é limitada a apenas 5-10 min. Por isso, praticamente não há indicação do uso da solução de lidocaína 2% sem vasoconstritor em odontologia. Quando associada a um agente vasoconstritor,- proporciona entre 40-60 min de anestesia pulpar. É metabolizada no fígado e eliminada pelos rins.- Sua meia-vida plasmática é de 1,6 h.5- Toxicidade: A sobredosagem promove a estimulação inicial do SNC, seguida de depressão, convulsão - e coma. OBS: Devido a sua ação vasodilatadora, ela é rapidamente absorvida pela corrente sanguínea, então seu efeito acaba e a dor leva a uma sobrecarga endógena de adrenalina, aumentando o trabalho cardíaco. Mepivacaína:▪ Potência anestésica similar à da lidocaína.- Início de ação entre 1,5-2 min.- Produz discreta ação vasodilatadora. Por- isso, quando empregada na forma pura, sem vasoconstritor (na concentração de 3%), promove anestesia pulpar mais duradoura do que a lidocaína (por até 20 min na técnica infiltrativa e por 40 min na técnica de bloqueio regional). Sofre metabolização hepática, sendo eliminada- pelos rins. Meia-vida plasmática de 2 horas- Prilocaína▪ Potência anestésica similar à da lidocaína.- Sua ação tem início entre 2-4 min. Por sua- baixa atividade vasodilatadora (50% menor do que a da lidocaína), pode ser usada sem vasoconstritor, na concentração de 4%. No Brasil, não é comercializada na forma pura (comercializada junto com a felipressina) É metabolizada mais rapidamente do que a lidocaína,- no fígado e nos pulmões. Eliminação renal.- Meia-vida plasmática de 1,6 h.5- Apesar de ser menos tóxica do que a lidocaína- e a mepivacaína, em casos de sobredosagem produz o aumento dos níveis de metemoglobina no sangue. Portanto, é recomendado maior cuidado no uso deste anestésico em pacientes com deficiência de oxigenação (portadores de anemias, alterações respiratórias ou cardiovasculares). Articaína▪ Rápido início de ação, entre 1-2 min.- Potência 1,5 vezes maior do que a da lidocaína.- Possui baixa lipossolubilidade e alta taxa de ligação- proteica. É metabolizada no fígado e no plasma sanguíneo.- Como a biotransformação começa no plasma, sua meia- vida plasmática é mais curta do que a dos demais anestésicos (~ 40 min), propiciando a eliminação mais rápida pelos rins. Por essas características farmacocinéticas, a articaína reúne as condições ideais de ser o anestésico de escolha para uso rotineiro em adultos, idosos e pacientes portadores de disfunção hepática. Em altas doses, pode determinar metemoglobinemia similar à prilo. - Bupivacaína▪ Sua potência anestésica é 4 vezes maior do que- a da lidocaína. Por ser mais potente, sua cardiotoxicidade também- é 4 vezes maior em relação à lidocaína. Por isso, é utilizada na concentração de 0,5%. Ação vasodilatadora maior em relação à lidocaína,- mepivacaína e prilocaína. Possui longa duração de ação. No bloqueio dos- nervos alveolar inferior e lingual, produz anestesia pulpar por 4 h e em tecidos moles, por até 12 h. Meia-vida plasmática de 2,7 h.- É metabolizada no fígado e eliminada pelos rins.- Não é recomendada para pacientes < 12 anos,- pelo maior risco de lesões por mordedura do lábio, em razão da longa duração da anestesia dos tecidos moles. Anestésicos Locais Página 1 de Terapêutica
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